BAURU POR AÍ (17)
JOSÉ ESMERALDI, SEUS CDs ARTESANAIS E O "RÁDIO SAUDADE"
Não é de hoje que queria escrever algo sobre o radialista José Esmeraldi. Nesse último domingo achei, meio que por acaso, uma de suas raridades, na mão de um vendedor na Feira do Rolo e comprei por R$ 1 real. Um CD de uma edição comemorativa, a de nº 440 do Rádio Saudade, transmitida em 16/11/2005, pela rádio Unesp FM. São 20 músicas tocadas naquele dia e ele transformando tudo num CD, distribuindo para os ouvintes que ligavam para o programa. Esmeraldi adorava fazer isso. Tenho até hoje aqui no mafuá a carteirinha de sócio do Clube do Gramophone, ainda quando esse programa era apresentado na rádio Auri-Verde. Ele distribuía brindes, promovia bailes imaginários uma vez por mês, onde tudo era narrado como se estivéssemos num verdadeiro salão de baile. O programa acontecia todos os finais de sábado e as ligações não paravam de acontecer, com todos falando ao vivo. Difícil era conseguir linha para falar com o locutor. Ele conhecia quase todos pela voz e na maioria dos casos citava até o número da carteirinha de sócio. Lembro também de uma outra campanha realizada num outro programa, o que antecedia o futebol dominical (como era mesmo o nome do programa? O mesmo que já havia sido do Galvão?). Tanto fez divulgando o Noroeste, que conseguiu uma nova gravação do Hino do clube, com a Banda Municipal da Polícia Militar e com as vozes do Coral Arte Viva. Hoje, nem a rádio toca mais esse CD, bem como nem o Noroeste valoriza todo o trabalho do Esmeraldi para alavancar as coisas do vermelhinho. Quando não agüentou mais fazer o programa na Auri-Verde, acabou indo para a 710, que naquela época estava junto à Panela de Pressão, totalmente mantida pelo Damião Garcia. Chegou a dirigir a rádio, mas também ficou pouco. Esmeraldi tem o pavio curto e é daqueles que não leva desaforo para casa. Não tolera ver coisa errada e preferiu partir para a carreira solo. Deixou pouco depois também o programa na Unesp e está até hoje tentando manter seus programas via internet, na denominada rádio comunitária. Tenho ótimas lembranças desse período e de uma convivência mais estreita com ele. Batia cartão nos seus programas, nas três rádios. Ontem ao comprar o CD, tudo isso me voltou à mente e batuquei essas poucas linhas de uma só sentada. Qualquer dia escrevo algo mais apurado, reverenciando o muito que ele fez pela rádio de Bauru. Incompreendido por muitos, adorado por um outro tanto, José Esmeraldi é daqueles que fazem bem feito e deixou uma bruta saudade.
Em tempo: Esmeraldi também está blogando, confira: http://radiogalenafm.blogspot.com/
OBS.: As fotos são as únicas que tenho dele. Foram tiradas num programa na 710, quando lá estive com o filho e o amigo Tarcísio. Ele colocou todo mundo no ar.
Caro amigo Henrique,
ResponderExcluirQuem diria, fui parar na feira do rolo, literalmente um “fim de feira”... (risos) Mas, creia, vc me emocionou com a homenagem feita em seu blog e são pessoas amigas e carinhosas, sensíveis como vc, q nos fazem crer q, ao menos, tentamos fazer um trabalho honesto e digno, q infelizmente não agrada a alguns q preferem ficar ma mesmice de um rádio retrógrado, sem criatividade, pior, esquecendo nossas raízes, as mesmas q vc tão bem representa em atual área profissional.
Um forte abraço e, mais uma vez, muito obrigado!
Zé Esmeraldi
Em tempo:
Desativei a rádio via web e agora o blog é especifico da AGaCult RadCom para inclusão de notícias inerentes ao rádio antigo e às rádios comunitárias.
Querido Henrique e grande Esmeraldi!
ResponderExcluirQue bela e merecida homenagem.
Não sabia que o Esmeraldo tinha o pavio curto, apenas que era das pessoas mais generosas e idealistas do rádio bauruense.
Abração a vocês dois!
W.Leite