UMA DICA (42)
FECHANDO A TAMPA DO MÊS DE AGOSTO
Ufa! Chegamos ao fim de mais um mês de agosto e entre mortos e feridos, vos digo, continuo em ebulição, mais exposto que sardinha de balcão. Esse mafuá me toma um tempo danado, mas gosto de exercitar a escrita, tanto que continuo tentando manter um post diário por aqui. Sábado li algo que é muito de mim: “um homem ruim de discurso, sem timing, que não consegue, no palanque, expor as idéias tão concisamente como no papel”. Sou assim, escrevo e quando me ponho a falar, as idéias não fluem com a mesma competência e facilidade. Escrevo, anoto tudo e vou, na medida do possível publicando aqui. Vamos conversar sobre algumas coisas que não queria ver passarem em branco nesse final de mês:
1. Sexta passada estive em Presidente Prudente e visitei algo do qual gostei muito, a FEIRA NACIONAL E INTERNACIONAL DE ARTESANATO (Mãos & Arte), num belo pavilhão colado à rodovia Raposo Tavares. Circulei pelos corredores e foi lindo ver a arte em estandes de países distantes como Egito, Tailândia, Índia, Peru, Dubai, Uganda, Quênia, Itália, Portugal, Palestina e outros. Viajei no meio de gente do mundo todo. Uma feira dessas poderia emplacar por aqui. Sai de lá por volta das 21h e nem rodo uns 15km, pneu estourado. Num breu de dar gosto, paro no primeiro posto à vista. Ambiente escuro, sou indicado a ir até o fundão, num quase barraco, onde conheço um profissional e tanto. Fico a prosear por uns 40 minutos, chegando a conclusão de que bate mesmo uma identificação muito grande com a gente mais simples desse povo brasileiro. Além do papo, na despedida ia esquecendo do troco (dei cinqüenta, ele teria que voltar trinta). Ele vai atrás do meu carro, fica a me acenar, volto e percebo o esquecimento. Trocamos um forte aperto de mãos. Aumentei o som do Adoniran Barbosa na vitrolinha do carro e só cheguei em casa por volta da 1h30 da manhã.
2. Voltei aos cinemas de Bauru após um longo interregno. Não passavam nada que me interessasse em quase mês e meio. Eu e o filho adoramos cinema, mas estava um tanto difícil. Fui ontem assistir O CONTADOR DE HISTÓRIAS (Direção do Luiz Villaça, Brasil, 2009 - http://wwws.br.warnerbros.com/ocontadordehistorias/site/? ), com uma participação belíssima da portuguesa Maria de Madeiros e do garoto que interpretou o papel principal, quando o contador de histórias Roberto Carlos Ramos tinha uns 13 anos. Saímos de lá discutindo o filme por todo o caminho de volta para casa. Volto esses dias para ver OS NORMAIS II e fico no aguardo de mais, muito mais, pois clamo por bons filmes. Outra novidade é a de que o CINE CLUBE ALDIRE PEREIRA GUEDES, comandado pelo meu amigo PH vai voltar. Quinta, 03/09, 19h, reabre as portas com a 7ª Mostra Audiovisual da UNESP. Cultura gratuita.
3. No sábado fui convidado e não compareci ao Encontro dos militantes da ESQUERDA SOCIALISTA, ala interna do PT. Explico os motivos. A ex-secretária de Esportes, Pollyanna assumiu o cargo e junto foram impostos os nomes para os cargos de direção, seus auxiliares, todos indicados pela atual vice-prefeita Estela Almagro, mandarim do partido na cidade. Quando Pollyanna se indispôs com uma diretora e a exonerou, criou atrito com a mandarim, gerando sua saída do Governo Municipal. Quem assume a Secretaria foi o vereador Batata e ele nomeia a mesma pessoa para o mesmo cargo, a que havia sido exonerada anteriormente. Essa pessoa é membro da Esquerda Socialista, que acreditava fazer oposição e discordar dos métodos praticados pela atual Executiva. Pelo que entendia, esse grupo (do qual me identificava) estava disputando a direção do PT na cidade, em confronto total com a atual direção, composta por Estela e Batata. Como pode essa pessoa exercer cargo de confiança justamente de quem quer defenestrar do pódio? Sinceramente, não entendi. Todos podem trabalhar onde quiserem (como já o fiz), mas não podem continuar se dizendo oposição à atual direção. Enquanto não me explicarem o que está acontecendo (tem mais gente com o mesmo encucamento), não acho conveniente participar de nada, nem de reuniões. Tomara que não seja o que está escrito nas estrelas.
4. Domingo pela manhã, 10h, eu, Zezé (pela 1ª vez no campo) e o jornalista Ademir Elias vamos ao Alfredão acompanhar a recuperação do Noroeste, que bateu o líder Linense por 2x1. Bons momentos, onde presenciamos gente exaltada com juiz, jogadores errando muito e algo observado por todos. As cadeiras cativas foram todas liberadas e em sua parte baixa, permanecendo em pé, acompanhando com uma atenção desmedida, Marcos (da Sangue Rubro), um noroestino de quatro-costados, como se fosse um técnico, gritando instruções a todo instante, nervoso, apontando os erros e aplaudindo os acertos. Permanece isolado de todos, compenetrado e resoluto na sua missão de ajudar o time, do primeiro ao último minuto do jogo. No resto da semana, Marcos comanda a loja de CDs/DVDs no Shopping. O campo deve servir para descarregar as energias negativas e carregar as positivas. De tempos em tempos surgem torcedores inusitados no campo. Quem não se lembra da buzina do Tigrão? De um torcedor ouvi: “Imagina sentar numa poltrona ao lado dele e assistir um jogo inteiro. Ele sofre muito”. Marcos faz a alegria da galera, todos com um olho no campo e outro em sua performance. Essa é minha homenagem aos 99 anos do Noroeste, completados em 01/09. Sou como definiu certa vez o J.Martins, repórter de campo: "Pode o time grande que torço perder, que sofro menos quando o Noroeste perde. Amo esse time".
5. O Golpe em Honduras resiste ao tempo. Dias atrás num evento musical anti-Golpe, quem se destaca é um menino de dez anos. Do texto recebido do amigo carioca Pasqual Macariello, em espanhol, destaco: "Oscar David Montecinos, participó en el Concierto 'Voces contra el Golpe' el pe' en Tegucigalpa, unas 8000 personas se congregaron para recibir a los artistas en apoyo y solidaridad la lucha de resistencia. Es verdaderamente auténtico, su palabras cargadas de energía y de esa ingenuidad y dulzura de un pequeño niño nos hizo estremecernos a todos/as. Tiene apenas 10 años pero una valentía admirable, una bofetada para tanto cobarde que camina por allí y para nosotros y nosotras en la resistencia, ejemplo de lucha". Já vi umas três vezes tal a intensidade de sua fala. Vejam aqui: http://www.youtube.com/watch?v=dE98F0LmPZw . E por fim, um site argentino, http://www.hondurasgolpeada.net/ , que quando o vi, quase morri de vergonha. Eles já realizaram a 6ª Marcha contra o Golpe em Honduras. No Brasil, nada. Por aqui, quem deveria se opor a artimanhas, acabam por se aliar a elas. É mais cômodo e como disse Raphael Martinello: "No Brasil quase todos estão acomodados. Ninguém mais quer lutar".
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