1 . PÉ-DE-CHINELO – texto publicado no BOM DIA, edição 28.11.2009
Outro dia, aqui nesse mesmo espaço intitulei-me de “cassandrista juramentado”, com muito orgulho e todas as honras que o termo possui. Hoje, quero anexar ao meu currículo outra titulação, também de graduado saber, só conquistada ao longo dos anos, o de “pé-de-chinelo”. Passei a fazer uso do título após ler matéria no BOM DIA (21/11), repercutindo entrevista do deputado Pedro Tobias (PSDB), dada à TV Prevê, sobre a traição de apadrinhados seus no escândalo na AHB estar respingando dentro do seu escritório político. Diante de algo incômodo, desferiu: “Não pode chegar qualquer pé-de-chinelo e denegrir sua imagem”. Esse destempero do deputado não é novidade. Diante de situações similares, explode e dá-lhe impropérios. Relembro aqui na qualidade de professor, algo envolvendo nossa classe. Na Assembléia, foi pego votando contra o professorado, que defendia em falas por aqui. Questionado via imprensa pelo diretor da Apeoesp local, Duílio Duka, acuado, não respondeu, mas cutucou: “Esse desqualificado tem várias mulheres, nem sei se paga suas pensões, um vagabundo”. Duka respondeu com elegância e luva de pelica na mão. Elogiou o deputado, ignorou a agressão pessoal e provou que a denúncia feita era verdadeira. No caso atual, achei injusto o golpe abaixo da linha da cintura, deselegante aos milhares de seus eleitores, muitos deles pés-de-chinelo, num momento onde o “pega-pra-capar” anda bravo. Não seria melhor exigir uma apuração rápida e firme, isentando-o de prováveis problemas?
PS, um breve anexo: Ontem, horário do almoço, chuva caindo, campainha toca em casa, vou atender é me surpreendo. Uma simpática professora aposentada, Enis Orti, veio até mim só para me cumprimentar pela coragem do texto. Lisonjeado fiquei a ouvir sua justificativa: “Pé-de-chinelo é o deputado, que chegou ao Brasil com uma mão na frente e outra atrás e agora se investe até contra os pobres brasileiros. Já deu o que tinha que dar”. Trocamos um forte abraço.
PS 2: Dando risada disso tudo, Duílio Duka.
2. A revista “VEJA” (não compro nem que a vaca tussa), edição da semana passada, saiu com a seguinte capa: “Lula, o mito, a fita e os fatos – Pago por empresas privadas com interesses no governo, o filme sobre a vida do presidente é um melodrama que depura a sua biografia, endeusa o político e servirá de propaganda em 2010”. Ri muito, pois tive a certeza do texto ser mais uma cria da Abril, pura obra ficcional, porém reconheceram no presidente algumas virtudes: “Lula tem uma bela história de vida (...) É um presidente da República eficiente e amado (...) Foi um líder sindical carismático e pragmático (...) A sua trajetória é de fato, dramática e admirável”. Não resisti à tentação e enviei para a revista uma carta, que como já sabia, não foi publicada na seção de Cartas da edição desta semana. Reproduzo aqui, para conhecimento e deleite de todos:
“Ao Diretor de Redação VEJA - Seção LEITOR - Adorei a matéria de capa da última Veja, "Lula, o mito, a fita e os fatos", tanto que a partir da mesma estou interessadíssimo em assistir ao filme, fato que talvez não ocorresse se não tivesse tido acesso ao texto. Com certeza o filme trará emoções, pois nunca tivemos um presidente como Lula, tão voltado para o social e com uma história de vida tão real, a cara do Brasil. E assim como li na coluna Blogsfera, o presidente anda todo pimpão e feliz: “Estou tranqüilo. A economia vai crescer bastante, o Brasil estará bem avaliado lá fora. Então, por que não elegerei a Dilma?”. Quanto a novas denúncias, elas como as demais levantadas e não comprovadas pela revista cairão no vazio. Agradeço a dica do filme. Assisto e conto a seguir para vocês. O diretor do filme também deveria agradecer a levantada de bola. Nesses momentos vocês ajudam bastante, pois a bilheteria deve bombar”.
3. A maluca história do estupro de Lula quando de sua prisão, ainda líder sindical (mais uma vez a Folha de S. Paulo) e o idiota que escreveu, Cesar Benjamim: O mesmo jornal que publicou a ficha falsa da Dilma Rousseff agora abre espaço para algo fantasioso. Na campanha presidencial de 1994, Cesar ouve uma estória, entre risos, contada numa roda, com todos cientes tratar-se de mera brincadeira. Pois o cara, passados tantos anos, antecipando o que será a eleição presidencial do próximo ano (uma sujeirama de dar gosto, na mídia mais suja ainda), reconta tudo como se aquilo fosse verdade. Não dá para acreditar na Folha de SP caindo de gaiato nisso. Eles sabiam que tudo era armação, mas mesmo assim, bancaram a publicação. Provam serem da pior espécie, pois anos atrás, quando circulava pela imprensa a história do filho bastardo de FHC, nenhum jornal publicou, pois todos estavam atrelados com o PSDB. Só a revista Caros Amigos fez reportagem sobre o assunto, sendo duramente criticada por isso. Hoje, ciente de tratar-se de uma brincadeira de Lula, publicam como se verdade fosse. Os interesses estão claros. Deixo a pergunta no ar: Dá para se ter algum tipo de credibilidade com atitudes como essa? Eu mesmo respondo, não, portanto, a Folha de SP não entra em casa nem mais para ser usada para limpar os pés e em último caso, ao lado do vaso sanitário. Deixo reproduzido algo lido no blog do Bob Fernandes, numa entrevista com o cineasta Sílvio Tendler, um dos produtores daquela campanha:
"Nesse dia, o Lula, claramente num clima de brincadeira, tava a fim de sacanear, de chocar o americano com essa história dele “seco” na prisão, todos na mesa, nós todos, sabíamos que aquilo era uma brincadeira, era gozação, sacanagem, e imaginando como seria se fosse traduzido pro cara… (...) Óbvio que era uma brincadeira, mais uma piada, mais uma gozação do Lula, nenhuma dúvida. E além disso a história, a cena toda não teve de forma alguma esse ar, essa dramaticidade que o César enfiou nesse texto melodramático. É incrível essa história… todos sabíamos que aquilo era uma brincadeira, como tantas outras feitas durante a campanha…". O que mais poderá vir pela frente na campanha a se iniciar, se já começam desse jeito? Li e assinei muito a Folha e entristecido/envergonhado constato sua situação atual, uma penúria de dar dó.
“Ao Diretor de Redação VEJA - Seção LEITOR - Adorei a matéria de capa da última Veja, "Lula, o mito, a fita e os fatos", tanto que a partir da mesma estou interessadíssimo em assistir ao filme, fato que talvez não ocorresse se não tivesse tido acesso ao texto. Com certeza o filme trará emoções, pois nunca tivemos um presidente como Lula, tão voltado para o social e com uma história de vida tão real, a cara do Brasil. E assim como li na coluna Blogsfera, o presidente anda todo pimpão e feliz: “Estou tranqüilo. A economia vai crescer bastante, o Brasil estará bem avaliado lá fora. Então, por que não elegerei a Dilma?”. Quanto a novas denúncias, elas como as demais levantadas e não comprovadas pela revista cairão no vazio. Agradeço a dica do filme. Assisto e conto a seguir para vocês. O diretor do filme também deveria agradecer a levantada de bola. Nesses momentos vocês ajudam bastante, pois a bilheteria deve bombar”.
3. A maluca história do estupro de Lula quando de sua prisão, ainda líder sindical (mais uma vez a Folha de S. Paulo) e o idiota que escreveu, Cesar Benjamim: O mesmo jornal que publicou a ficha falsa da Dilma Rousseff agora abre espaço para algo fantasioso. Na campanha presidencial de 1994, Cesar ouve uma estória, entre risos, contada numa roda, com todos cientes tratar-se de mera brincadeira. Pois o cara, passados tantos anos, antecipando o que será a eleição presidencial do próximo ano (uma sujeirama de dar gosto, na mídia mais suja ainda), reconta tudo como se aquilo fosse verdade. Não dá para acreditar na Folha de SP caindo de gaiato nisso. Eles sabiam que tudo era armação, mas mesmo assim, bancaram a publicação. Provam serem da pior espécie, pois anos atrás, quando circulava pela imprensa a história do filho bastardo de FHC, nenhum jornal publicou, pois todos estavam atrelados com o PSDB. Só a revista Caros Amigos fez reportagem sobre o assunto, sendo duramente criticada por isso. Hoje, ciente de tratar-se de uma brincadeira de Lula, publicam como se verdade fosse. Os interesses estão claros. Deixo a pergunta no ar: Dá para se ter algum tipo de credibilidade com atitudes como essa? Eu mesmo respondo, não, portanto, a Folha de SP não entra em casa nem mais para ser usada para limpar os pés e em último caso, ao lado do vaso sanitário. Deixo reproduzido algo lido no blog do Bob Fernandes, numa entrevista com o cineasta Sílvio Tendler, um dos produtores daquela campanha:
"Nesse dia, o Lula, claramente num clima de brincadeira, tava a fim de sacanear, de chocar o americano com essa história dele “seco” na prisão, todos na mesa, nós todos, sabíamos que aquilo era uma brincadeira, era gozação, sacanagem, e imaginando como seria se fosse traduzido pro cara… (...) Óbvio que era uma brincadeira, mais uma piada, mais uma gozação do Lula, nenhuma dúvida. E além disso a história, a cena toda não teve de forma alguma esse ar, essa dramaticidade que o César enfiou nesse texto melodramático. É incrível essa história… todos sabíamos que aquilo era uma brincadeira, como tantas outras feitas durante a campanha…". O que mais poderá vir pela frente na campanha a se iniciar, se já começam desse jeito? Li e assinei muito a Folha e entristecido/envergonhado constato sua situação atual, uma penúria de dar dó.
PS.: Não confundam, na 1ª foto, o crápula do Cesar e na 2ª, a cortada ao meio, o Tendler (que já esteve aqui no mafuá, numa história contada de Memória Oral). As duas ilustrações são do Bessinha e demonstram o papel atual da Folha SP, infelizmente, pois adorava ler esse jornal, isso no passado, anos 80/90.
Henrique
ResponderExcluirFaz tempo que não me comunico, mas continuo vivo.
Uma perguntinha dominical:
Não acredito, voce não foi ver a Marina Silva ontem?
E hoje, como corintiano, torce pelo seu Corintíans ou pelo Flamengo?
Já no caso da Folha, questão perdida, pois o Frias atual colocou tudo a perder e o jornal está numa decadência de dar gosto, perdendo credibilidade ladeira abaixo. Deve existir algum acordo envolvendo muita grana com os tucanos, não? Só pode ser isso e eles devem estar perdendo milhões enquanto não conseguem fazer voltar ao poder os caras do bico comprido (toc toc toc).
Outra coisa legal de ser abordada. A tal da ANJ, a Associação dos Jornais tão citada e tão preocupada com o caso da censura ao Estado de São Paulo, não deveria se pronunciar contra o que a Folha de São Paulo fez? Nisso eles não querem se meter. Não é um caso grave de violação de preceitos jornalísticos. Se ficarem calados perdem também a credibilidade. Ou não?
Paulo Lima
caro Paulo Lima
ResponderExcluirVamos por partes, como fazia Jack, o Estripador:
Sobre a vinda da Marina, faço um pequeno comentário amanhã, segunda.
Sobre o Corínthians, repito o que ouvi de um torcedor corintiano: "Como corintiano torço pelos dois, pelo Flamengo, para que desbanque o São Paulo e pelo Corinthians, para que nesse jogo perca de pouco". Foi o que fiz e o Flamengo chegou ao primeiro lugar e o São Paulo caiu para quarto lugar. Vibrei muito e estou voltando para casa, mei ode cabeça cheia, mas feliz da vida.
Sobre a Folha SP, uma pouca vergonha. Eles já assumem, mas sempre um pequeno estrago sempre fica no imaginário de muitas pessoas e esse estrago já está feito, como eles queriam. Gostei muito da idéia de cobrar a ANJ para se posicionar contra a atitude da Folha SP. Vou ver como posso fazer isso.
Henrique - direto do mafuá
Sua carta para Veja, recheada de ironia está muito boa. Gostei. Tratemos esses crápulas exatamente desse jeito.
ResponderExcluirFausto