sábado, 13 de março de 2010

FRASES DE UM LIVRO LIDO (34)

OS LIVROS DO DR. ÂNGELO MONAQUEU E ALGO DE OMAR KHOURI
Esse é um nome pouco conhecido da massa de leitores, mas dele quero fazer uma apresentação via internet. O professor universitário Omar Khouri (foto), que conheci em Pirajuí quando dos áureos anos d’O Alfinete sob comando de Marcelo Pavanato, leciona Semiótica na FAAP, sendo o maior divulgador, propagador e porque não dizer, incentivador da prática da leitura dos escritos do Dr Ângelo Monaqueu (não existe registro fotográfico conhecido - foge de fotos igual Dalton Trevisan), esse sim nascido e criado em Pirajuí, depois foragido (do mundo, diriam alguns). Tudo nele é um mistério, pois seus escritos continuam a pipocar de tempos em tempos, sempre espalhados pelo professor e fiel depositário de sua obra, mas nada do seu paradeiro, nem sequer uma pista que possibilite sua localização. Monaqueu é especialista na transgressiva temática sexual. Segundo Omar diz na apresentação da primeira obra conhecida, publicada pela Momuque, “o solene e o chulo caminham de mãos dadas”, pois se para muitos seus escritos não passam de algo chulo, para outros, um deleite. O próprio dr Ângelo, na apresentação do segundo livro dá uma luz sobre sua obra ao afirmar que “não há filhos mais lindos do que os filhos da mãe...”. Para os que insistirem em prosseguir a partir daqui, deixo um último aviso, não aceito reclamações de última hora. Tentem sentir os fluídos de um Bocage, Marcial, Glauco Mattoso e outros afins. “Leitor caríssimo, o que se segue é todo seu”, diria Monaqueu, ou seria Omar Khouri, quando incorporado de seu personagem mais ilustre (não acredito, pois só de olhar para a cara de seriedade do professor Omar, rejeito essa hipótese). Os dois primeiros livros, diagramados por Marcelo Pavanato, lá em Pirajuí, a pedido do professor Omar, foram distribuídos para diletos leitores, uns trinta no máximo. Os dois últimos livros, já com edições mais caprichadas, tiveram tiragens maiores. Vamos às frases (outras mais fiquei impedido de publicar, motivado por uma espécie de censura interior, talvez receio de ser tachado de degenerado), sem qualquer ordem cronológica, retirada de quatro livrinhos muito manuseados por mim nas últimas semanas:

- “Padre, se é pecado peidar na casa de Deus, peço perdão: missa passada pequei”.
- “Xana de aço, minha mãe conservou a viuvez/ a seco e a sério.../ E eu nem acho que o feito o foi por descaso/ (de um pênis acaso vago)./ Mais por crença que desfeita, preferiu/ conserva a boca interditada que, malhada/ e falada, jamais admitiria”.
- “Façamos como nos tempos d’antanho/ só aos sábados o abominável banho”.
- “Barba não é documento,/ Cada um se vira como pode;/ Senão, como teria cabimento,/ Vestígios de porra em seu bigode?”.
- “Dizem que és virgem e creio./ Porém, corre boato voraz:/ Que és fechada na frente,/ Sendo vazada atrás!”.
- “Envelhecer é triste/ (Vide afazeres de Afrodite)/ Nenhum amor é eterno,/ Nenhum vale esse inferno!”.
- “Não se penetra/ Um cu de mulher/ A não ser que ela o peça!”.
- “Dizes que sustenta dez pessoas/ Com a xana./ Quantas sustentarias, então,/ Se pusesses em ação/ O buraco contíguo e a boca?”.
- “(...)/ E pra me punir resolvi/ Viver sem/ Ganhar dinheiro”.
- “Dás o cu com/ Tanto prazer,/ Que fico/ Tentado a saber/ Como alguém,/ Cagando pra dentro,/ Tira proveito maior/ De um tal sofrimento!”.
- “Tanto o maltratei, deixei-o a ver navios,/ Obriguei-o a greves de fome, que agora,/ No esmaecer da vida, cabisbaixo, porém resoluto,/ Meu pobre pinto se vinga de mim. Fajuto!”.
- “Não queiras ter de mim o pinto duro,/ Que o tempo já passou, sumiu futuro;/ Se brocha agora estou, não te entristeças,/ Pois posso dar a ti o amor mais puro!”.
- “Bundas, peitos,/ carnes jovens:/ o tempo não poupa...”.
- “Vocês, mocinhos bonitos/ Por quem as fêmeas se animam:/ Da mesma forma que eu, velhos quedarão/ E feios ficarão./ Na insana corrida do tempo;/ Ah, que vocês me alcançam!”.
- “Encontro, comovido, no sanduba, um pelo de xana./ Separo-o, acarinho-o e isto me inflama./ Num átimo, porém, sou levado a livrar-me do caco:/ -Seria aquilo um pelo de saco?!”.
- “Você peida, eu cheiro,/ Não vou reclamar./ Meu maior receio/ É você cagar”.

Havendo interesse nas obras ou conhecer um pouco mais do inusitado escrevinhador, peço entrarem em contato com a Momuque Edições através do site: http://www.momuque.net/. Fátima Pavanato, viúva do Marcelo, mãe do Pedrinho, hoje moradora de Bauru possui esse rico acervo completo, mas só empresta aos que deixarem sob sua guarda um cheque no valor de R$ 2 mil reais, que prontamente será resgatado na devolução de todos os quatro volumes intactos, desde que o seja sem dobras, folhas arrancadas e manchas obscuras.
Em tempo: Esse texto, em tamanho reduzido e mais ameno, sai publicado hoje na edição d'O Alfinete, Pirajuí SP, terra natal de Monaqueu e de adoção de Omar Khouri.

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