quarta-feira, 19 de maio de 2010

CENA BAURUENSE (59)
O ADEUS DA PASTELARIA KADOYA
A Pastelaria KADOYA funciona em Bauru no cruzamento das ruas Ezequiel Ramos com Rio Branco, centro da cidade (parte velha, para baixo da rua 1º de Agosto), desde que me conheço por gente. Não sei o tempo certo de sua existência. Sei que faz um tempão danado. Tradição japonesa de pastéis passada de pai para filho. Na frente dos negócios a segunda geração dos Kadoya. Do pastel deles nada a acrescentar, só o fato desse tradicional local estar prestes a fechar as portas. É que o crescimento e a especulação imobiliária está mais do que batendo às suas portas. Numa região tradicional, tendo de um lado, 20 metros adiante, uma agência do banco Itaú e na frente, do outro lado da rua, a Simão revenda de carros, todo o entorno dessa edificação já foi demolido. Uma loja de material de construção de um lado, pela Ezequiel e um sobrado a abrigar um restaurante, pela Rio Branco já desapareceram para sempre. Resta somente a pastelaria, verdadeiro herói da resistência. Isolado e sozinho numa esquina quase pelada. Que vai cerrar as portas isso são favas mais do que contadas. A demora se deve ao fato de seus donos ainda não terem encontrado outro local para abrigar o ponto comercial. A busca continua e enquanto isso vai permanecendo mais um pouco por ali, representando algo como uma pessoa com um único dente na boca, prestes a ficar banguela. O que vai ser ali, não sei, não perguntei. Sei que será algo modernoso, imponente e vistoso. O Kadoya do balcão (família Tokumitsu), moço novo, não quer se expor. Algo sobre sua situação saiu no Jornal da Cidade do último domingo ("Evolução da cidade revela dramas", JC, 16/05). Disse que falar novamente não lhe ajudaria em nada. Ficam então as fotos a registrar uma situação a se repetir com certa freqüência em edificações naquelas imediações, principalmente na Ezequiel. Do outro lado da rua um belo exemplo. Onde hoje está uma novíssima agência bancária do HSBC e a loja da Kalunga, situação semelhante. Anos atrás ali era um mero terrenão, ocupado para estacionamento, recheado de árvores. Hoje, chamam a atenção às vistosas construções. Tudo se repete com a pastelaria e com certeza, logo mais, outros virão. A Ezequiel é a bola da vez e estamos a dar adeus às algumas de suas antigas edificações. O prédio do Simão resiste, do seu lado um casarão antigo abrigando uma casa de ração animal, assim como, no quarteirão seguinte, um sobrado a abrigar na parte inferior uma alfaiataria, loja de autopeças e chaveiro, com apartamentos no andar de cima. Duas quadras abaixo, um imenso galpão, hoje estacionamento de automóveis e antes, uma revenda de automóveis, acho que da Amantini. Não reclamo de nada, somente constato algo meio que inexorável. Registro aqui em fotos a situação para que isso não desapareça totalmente de nossas mentes. Só isso.
Cliquem sob as fotos para vê-las ampliadas.

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