terça-feira, 3 de agosto de 2010

AMIGOS DO PEITO (41)

AMIGOS PARTICIPANDO DA FESTANÇA DO ANIVERSÁRIO DE BAURU
Domingo, 114 anos de Bauru, festança pública rolando quase que exclusivamente no parque Vitória Régia. Começo a peregrinação para rever amigos em atividade, indo ao SESC, o lado oposto, 15h, na estréia da nova versão da peça infantil, “João Come Feijão”, com a chancela de MARIZA BASSO e KIN JUNIOR (produtor e sonoplasta - “para reduzir custos”, me diz), tendo também como ator, EZEQUIEL ROSA, numa fase esplendorosa de valorização real de seu potencial. Espetáculo belo, cheio de inovações, tanto no texto como no visual. Foi lindo ir verificando uma parafernália de utensílios domésticos sendo aproveitados de forma a integrar o cenário, como algo mais do que lúdico. Fizeram uma viagem pela minha e a sua cozinha. Muita cor, um som perfeito e a dupla de atores no palco, muito bem integrados. Vão fazer muito sucesso por aí. Mariza está numa fase de beleza e de grandeza incandescente, irradiando uma luz cada vez mais própria. Alçou vôo e não para mais de subir. Ainda neste mês mais duas apresentações deles e se houver um pouco de bom senso do pessoal do SESC, a remoção de tudo, da área externa para o anfiteatro, quando a percepção do trabalho ficará mais evidente. Nem bem sai do espaço ao ar livre e ao adentrar a área de convivência dou de cara com a banda MISTER UP, comandada pelo vocal divinal de JOÃO BIANO (Esse não fica muito tempo em Bauru - Aproveitem enquanto é tempo) e três sopros magistrais a embalar até cinturas completamente duras como a minha. Ensaiei uns passinhos, sob olhar incrédulo da Ana Bia que, não acreditava no que via ou estava a me gozar diante dos passos tropegos. Culpa da banda e do balanço proveniente do que produzem. Acertamos na mosca em começar o dia por lá, mas se me perguntarem, nem sei se esses shows faziam parte da programação oficial de aniversário.

De lá, direto para o Vitória Régia, completamente tomado, gente aos borbotões. Parece até existir uma competição, uma necessidade de que todo ano recordes sejam batidos. Difícil mesmo foi comer um sanduíche bauru, pois no exato momento em que chegávamos foi divulgado que ele havia acabado. Demos nosso jeito. Encontro o amigo Cacá, marido da Cléo, a da Malharia, tirando uma soneca nos fundos da barraca da venda das camisetas do sanduíche, após permanecer no batente ininterrupto por mais de 24h. O motivo da ida para lá não foi para presenciar show nenhum no palco principal. Procurei nos dois jornais e meio que imperceptível a divulgação da apresentação da rapaziada do QUINTAL DO BRÁS, um samba levado na palma da mão, ao estilo do carioca Cacique de Ramos. Já havia encontrado um deles durante a semana e ouvido que queriam a apresentação deles no palco. Recusaram, pois ficaria inviável o povão do lado e o entrosamento com todo mundo fervendo em volta. Eles todos, sem tirar nem por, são meus velhos conhecidos. Conheci o grupo quando ainda na Cultura local, em 2006 e os colocamos em apresentações, todas de casa cheia no espaço da cantina do teatro. Foram pouco mais de uns seis meses e a cada semana a presença só aumentava. No Carnaval de 2007, foram mais de quinhentas pessoas num espaço reduzido e sem nenhum problema, tudo na santa paz. Na falta de lugar condizente com a proposta deles e o medo de continuar bufando a cada semana, fez com que tudo fosse interrompido. Fiquei amigo de todos, do Ivo, que comanda tudo na palma da mão e no grito, do Borracha, do Binha (que ontem não foi, estava para virar pai), do Marcão na percussão (filhão do Brás) e, principalmente do pai de todos, o próprio Brás. Esse ferroviário, lá do Sindicato dos Ferroviários, onde atua junto do Roque, conhecido de longa data. Tudo começou no seu quintal, no Geisel, depois no de sua mãe, na vila Falcão, num bar e depois, para a cantina do teatro. Foi o impulso que precisavam para alavancar a vida de todos. Revê-los, para mim é uma obrigação e uma reverência, que não deixo de fazer a todos, envergando o samba com a maior responsa. Hoje, o grupo está praticamente disperso, cada um seguiu rumos diferenciados, em grupos distintos. Alguns fizeram até especialização no Rio de Janeiro, outros encantam em grupos de choro e variações com parceiros mil, pela noite afora. Essa possibilidade de reagrupar todos, num canto lá na festa foi muito boa. Continua acontecendo esporadicamente. Bastou uma mesa grande, cerveja à vontade para todos e daí para frente, juntou gente e para parar o samba foi preciso algo enérgico. Anunciaram a última umas dez vezes, mas o amontoado de pessoas clamando sempre por mais, o obrigavam a cantar mais uma e mais outra. Ficaram até o arroz quase secar. Tenho histórias muito boas e fotos muito legais da passagem deles pelo espaço público municipal e antes dele, numa festa que presenciei no quintal da casa da mãe do Brás. Vou ainda contar muito mais deles por aqui, em outros momentos. E por falar na família do Brás, que coisa linda, não tem apresentação que as irmãs, vizinhas, primas, conhecidas, noras e tudo quanto é agregado possível marque presença. Só o pessoal que eles trazem junto, já é garantia de casa cheia. Hoje, minha singela homenagem a todos eles, merecedores do acarinhamento recebido do público bauruense. Com eles cantando e encantando, não tive tempo nem de olhar para os lados e ver se ia ter outro show por lá. Para mim, só deu Quintal e só sai de lá, porque escureceu e conseguiram, com muito custo, encerrar a festança. Apoteótico. Do repertório, só clássicos do samba e coisas da fina flor, nada de mela cueca. E se querem saber mais, tocaram de graça, os únicos sem cachê (por opção deles), tudo pelo prazer de se reunirem, fazerem a festa. Já estou sabendo pelo próprio Brás, que tem uma grandiosa feijoada pintando por aí, dessas de entornar o caldo. É só marcar. Por enquanto fiquemos com as fotos tiradas na empolgação dominical.

Amanhã aqui, um Retrato de Bauru com um personagem estonteante a ilustrar a festa nas ruas.
EM TEMPO: Com esse post comemoro o de número 1000, isso mesmo, MIL. Tudo começou lá atrás, em 15/07/2007 e não consigo mais parar. Estou indo longe demais...

5 comentários:

  1. Henricão

    Muita festa, cerveja, número mil, coisa e tal e a barriga que só cresce. Tenho notado. Olha o colesterol, meu!!!
    Tome tento.

    Do seu amigo

    Daniel

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  2. Ebaaaa!!! Fiquei emocionada!!! Obrigada pela homenagem. Adorei sua presença no SESC, fico muito feliz com os amigos por perto.
    Abraços e beijinhos.


    Mariza Basso
    www.marizabasso.com.br

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  3. Linda essa foto do sambista tocando seu instrumento e a filhinha em pé às suas costas, acompanhando tudo desde pequena. Belo registro.
    Aurora

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  4. Henrique no dia 1º de Agosto de 2.010 fomos acariciados de grandes alegrias e muitas emoções, gostaríamos de agradecer aqueles que, mesmo de fora, mas sempre presentes, nos quiseram bem e nos apoiaram nos bons e nos maus momentos. Amigos pontuais, de hora especial sempre pronto a colaborar, Amigos de verdade sempre seremos! Amigo é uma metade da gente, sem amigos é como um sol sem brilho, como uma noite sem estrelas.
    Temos sempre essa certeza que amigos escolhemos… nossa amizade, é pura beleza… Amizade é algo que aparece, é carinho, é afinidade, nunca desaparece… essa é a verdadeira amizade. Gostariamos que nossos AMIGOS dividam conosco os méritos desta conquista, porque ela também pertence a vocês.


    Temos a arte para não morrer da verdade. (Friedrich Nietzsche)

    Kyn Junior e Mariza Basso

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  5. henrique

    parabéns por suas 1000 postagens no mafua.
    sei, no dia a dia, o quanto você se empenha - e cuida muito bem - desta ATITUDE. POLÍTICA SEMPRE ! somos cidadãos, portanto seres pensantes, humanos e politcos. No dia-a-dia, quem "veio no nada" (como se fala no rio de janeiro - aqui em BAURU, até o presente momento entender, que há diversidade em pensamento de descendentes de faznederos, usineiros, fazendeiros, político partidários... sei lá??? aprendendo o interior, contiuo militante. no entanto, ~~ao "cuspo no prato no qual já comi". assim, posso ser branca de neve - de preferência prio príncipe me acordar - ou alice - pra acreditar que o coelhinho vai me chamar...porém, na ralação do dia-a-dia... o papo é outro. tem cartão de ponto, tem relações políticas, tem sua VIDA EM QUESTÃO. e, e, eeeee, se vira malandro .. se for capaz.
    estou me adaptando da melhor forma possível (afinal, su designer..)_.
    cidadã bauruense, soidário,amigo sempre. de coração aberto.
    obrigada por estar ao SEU lado.

    ana bia andrade

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