RAUL PABLO, UM OUTSIDER* NA ACEPÇÃO DA PALAVRA
Eu o vejo pelas ruas de vez em quando. Duas últimas. Primeiro no show do Zé Geraldo, em junho no SESC, quando cantou todas as músicas. Chamou minha atenção. Agora, no dia do aniversário de Bauru, circulava pelo parque Vitória Régia, com a mesma vestimenta de sempre, roupa toda preta, inclusive botas, couro nos braços, uma camiseta surrada com algo louvando Raul Seixas, boina da mesma cor, barba um tanto esbranquiçada e cabelos encaracolados e compridos. Adora a cor preta, algumas vezes ostenta um chapéu da mesma coloração. Da primeira vez não consegui o intento de abordá-lo, da segunda, sim. Nada diz sobre seu nome, além de chamar-se RAUL PABLO, ter 52 anos e morar por aí, pelo mundo, sem endereço fixo. “Eu não gosto de me fixar muito tempo no mesmo lugar. Já está passando da hora de voltar a circular”, me diz. Conversa em castelhano e diz ser cubano, internacionalista (E quem sou eu para contrariá-lo?). Tece loas e loas ao rock, mas ao de décadas atrás. Ficamos a citar nomes e acaba cantando inteira uma música de Bob Dylan e outra de Flávio Venturini. Revivemos lembranças dos tempos de Águas Claras e de outras coisas bem brasileiras. Vive num mundo à parte, do qual não faz questão nenhuma em se afastar. É um resistente, um bravo cavalheiro que não quer adentrar e fazer parte desse mundo atual, da forma como ele é conduzido. “Quero uma casa no campo...”, canta num certo momento. Fala de tudo, muito paparicado e respeitado pela garotada que vive nas ruas de hoje. Muitos desses passam para cumprimentá-lo. Raul, ou seja lá qual for seu nome, é uma pessoa marcante, envolvente e levando a vida do jeito que escolheu. Não quero saber seu nome, nacionalidade, onde mora, essas coisas, pois nada disso me interessa, quero é continuar vendo-o por aí, sempre em circulação. Da próxima vez, cervejaremos juntos.
Em tempo: A animada dançante ao seu lado no SESC é a amiga Tatiana Calmon.
Eu o vejo pelas ruas de vez em quando. Duas últimas. Primeiro no show do Zé Geraldo, em junho no SESC, quando cantou todas as músicas. Chamou minha atenção. Agora, no dia do aniversário de Bauru, circulava pelo parque Vitória Régia, com a mesma vestimenta de sempre, roupa toda preta, inclusive botas, couro nos braços, uma camiseta surrada com algo louvando Raul Seixas, boina da mesma cor, barba um tanto esbranquiçada e cabelos encaracolados e compridos. Adora a cor preta, algumas vezes ostenta um chapéu da mesma coloração. Da primeira vez não consegui o intento de abordá-lo, da segunda, sim. Nada diz sobre seu nome, além de chamar-se RAUL PABLO, ter 52 anos e morar por aí, pelo mundo, sem endereço fixo. “Eu não gosto de me fixar muito tempo no mesmo lugar. Já está passando da hora de voltar a circular”, me diz. Conversa em castelhano e diz ser cubano, internacionalista (E quem sou eu para contrariá-lo?). Tece loas e loas ao rock, mas ao de décadas atrás. Ficamos a citar nomes e acaba cantando inteira uma música de Bob Dylan e outra de Flávio Venturini. Revivemos lembranças dos tempos de Águas Claras e de outras coisas bem brasileiras. Vive num mundo à parte, do qual não faz questão nenhuma em se afastar. É um resistente, um bravo cavalheiro que não quer adentrar e fazer parte desse mundo atual, da forma como ele é conduzido. “Quero uma casa no campo...”, canta num certo momento. Fala de tudo, muito paparicado e respeitado pela garotada que vive nas ruas de hoje. Muitos desses passam para cumprimentá-lo. Raul, ou seja lá qual for seu nome, é uma pessoa marcante, envolvente e levando a vida do jeito que escolheu. Não quero saber seu nome, nacionalidade, onde mora, essas coisas, pois nada disso me interessa, quero é continuar vendo-o por aí, sempre em circulação. Da próxima vez, cervejaremos juntos.
Em tempo: A animada dançante ao seu lado no SESC é a amiga Tatiana Calmon.
AQUI ALGO SOBRE SER OUTSIDER: * http://outsiders.tumblr.com/
Se eu chegar aos 50 anos e estiver aqui quero ser como ele quando eu crescer. Grande Raul.
ResponderExcluirMarcos Paulo
Comunismo em Ação
para ter estofo outsider podemos começar com howard becker.
ResponderExcluirana bia andrade
Howard Becker é teoria. Prefiro os que comem grama, os que fazem a causa, os que a praticam, como esse Raul Pablo. Esse não precisa teorizar nada, viu que o mundo existente é muito ruim, não condiz com a condição humana e foi viver a sua vida. Ele é muito mais para beatniks. Nosso Pablo não precisa de teoria nenhuma. Ele é pura ação. Kerouak, Bukowski e até Jack London.
ResponderExcluirQueria muito conhecer esse cara.
Aurora
Henrique
ResponderExcluirEsse cara é o próprio Che. Olhe para a cara dele. Não é Pablo, nem Raul, é CHE.
Descubra mais pessoas assim.
Daniel Carbone