domingo, 15 de agosto de 2010

UMA FRASE (55)

A MUDANÇA DO LOCAL DE UM MUSEU e UM CANDIDATO PRONTO PARA MOSTRAR A QUE VEIO (Escolho duas frases para pontuar dois textos dominicais)
1. A frase: "Noventa por cento do sucesso se baseia simplesmente em insistir" (Woody Allen)
Hoje, domingo, 15/08, fui pela manhã na reabertura de uma exposição da qual participei de sua primeira fase, a "Estação Arte", na área externa do MIS, junto à Estação da Cia Paulista. Cleide Biancardi, diretora de Patrimônio Cultural lá estava recepcionando todos e algo a chamar a atenção, todos (mas todos mesm), funcionários trabalhando com um sorriso estampado no rosto. Estive à frente daquele espaço por mais de um ano, em diversas ações e a receptividade da população foi sempre enorme. Nessa primeira, muito a ser retocado e até mesmo retomado, mas uma certeza, estão no caminho certo. Aproveitei para parabenizar o professor de Artes Plásticas Ronaldo Gifalli pelo cargo assumido de Diretor responsável pelos museus municipais. Uma grande missão, passando a ser vidraça e num momento de grandes reformulações. Com a equipe que o está assessorando, tem tudo para acertar. Torço por isso.

Gosto de pessoas que tomam atitude em momentos de risco, até conflitantes. A professora Cleide fez isso. O Museu Histórico Municipal localizado na Rua Antonio Alves está atendendo em precárias condições. O aluguel do prédio venceu, o locador pediu um alto rejuste e justamente no mesmo momento, a Prefeitura tenta diminuir gastos com aluguéis espalhados pela cidade. O novo local, o definitivo será ou no prédio principal da antiga Estação da Paulista ou mais na frente, onde hoje está a Câmara Municipal. E uma decisão sobre seu atual prédido precisava ser tomada. E foi. O Museu já está sendo removido para dois provisórios locais. Sua reserva técnica ficará em edificações recuperadas junto ao galpão da Feira do Rolo e o Museu propriamente dito ficará na edificação interna, onde estava o acervo do futuro MIS. Funcionários estão nos preparativos finais para efetivar a mudança. Críticas virão e serão normais, mas ressalto aqui meu apoio à atitude. A situação no prédio antigo estava insustentável e melhorará no novo local. O acervo respirará melhor e poderá ser melhor cuidado. A mudança está vindo, segundo a própria Cleide afirma, de forma temporária e foi feita porque ocorreu uma promessa de aceleração no restauro do prédio da estação, que o abrigará de uma forma bem mais adequada. Todos nós sabemos, que ocorrerá uma pressão junto ao Executivo para acelerar isso tudo. Algo precisava ser feito e foi. Ótimo, foi uma resposta rápida e sensata para algo a incomodar todos ligados à questão cultural. Dos artesãos convidados, ótimo rever a todos, deixando aqui uma deferência especial para o grupo Loucos por Alegria, capitaneado pela servidora municipal da saúde Rose Barrenha.

2. A frase: "Matar o sonho é matarmo-nos. É mutilar a nossa alma. O sonho é o que temos de realmente nosso, de impenetravelmente e inexpugnavelmente nosso" (Fernando Pessoa).
Sexta, 13/08, três festas petistas. A primeira é a disparada de Dilma, que se a eleição fosse hoje ganharia no primeiro turno. E isso ainda sem ter início o Horário Eleitoral, onde Lula, o presidente que está dando jeito no Brasil aparecerá ao lado dela. As outras duas foram regionais, em Jaú, Rafael Agostini põe o bloco na rua e a sua campanha para Deputado Estadual ganha o asfalto. Ouço que Jaú arrepiou com o estrondo de uma movimentação, que estará nos próximos dias tendo repercussões por aqui. Bauru precisa conhecer mais da proposta de Rafael, muito além de tudo o que tenho visto por aqui. Da terceira participei, no GREB - Grêmio dos Energéticos, lá na vila Pacífico, 20h, da festa do lançamento da candidatura à Deputado Federal de Roque Ferreira. Uma grande reunião de amigos e simpatizantes, todos dispostos a fazer sua campanha de forma desbragada. Fazer a defesa de uma pessoa como Roque é fácil, pois suas atitudes são todas dentro do campo de ação popular, na luta incessante por dias melhores para a grande massa de trabalhadores e desvalidos brasileiros. Ao abrir o Jornal da Cidade de hoje não me espantei em ver duas coisas desfavoráveis à Roque. Na primeira uma carta na Tribuna do Leitor e na segunda um anúncio de página inteira contra a legislação a ser votada do horário do comércio aos domingos em shoppings. A questão não é tão simplista como definida na carta e no anúncio pago. O projeto de Lei versa sobre um todo e no jornal, dois posicionamentos sobre um tópico. Amanhã na Câmara a resposta contundente do vereador a tudo isso. Quem o conhece sabe e confia em seu posicionamento. O trabalhador precisa ter uma voz em sua defesa, pois ao lado do "empreendedor" existem já muitas.

Do dia da festa no GREB uma certeza, Roque possui um discurso a empolgar e fica melhor, quando não totalmente atrelado ao que reza a cartilha partidária. Nesses momentos, flui seu lado mais socialista e desponta o Roque que todos nós gostamos de ver no parlamento. Amanhã na Câmara uma possibilidade de conhecer esse Roque ao estilo dos velhos tempos, pois sob pressão, poderá dar o melhor de si. Queria estar lá só para presenciar isso. Do GREB, algo que Roque me chamou a atenção. Toda sexta acontece ali, no salão principal, uma grande festa sertaneja e dela falarei amanhã, num Memória Oral.

UMA OBSERVAÇÃO DE ALGO OUVIDO ALI E COMENTADO AQUI: Na Sexta, na festa no GREB ouço do Tião Camargo, antigo militante político e violeiro, tentando promover o ressurgimento do Clube da Viola, sobre seu descontentamento diante de um local que estava designado para ele na Estação da Cia Paulista e devido as mudanças lá ocorridas, outro lhe foi oferecido. Ele não aceitou e o Clube da Viola, que inauguraria musicalmente o Espaço Arte, ficou sem música ao vivo. Uma pena. Tião, uma pessoa a ser respeitada (defende o sertanejo raiz), precisa entender melhor tudo o que lá ocorreu, inclusive algo nos bastidores. Quanto tomar conhecimento que tudo será para melhor, reformulará seu posicionamento e teremos a cantoria e os ensaios do saudoso Clube da Viola retomando seus trabalhos naquele precioso espaço. Como pessoas sensatas, um entendimento se faz necessário. Todos ganhariam com isso.

7 comentários:

  1. Caro Henrique, estou montando meu voto e pude notar que está um tanto parecido com o seu. Ainda não tenho candidato a estadual e sua indicação veio em mt boa hota. Vou considerar. Qto a carta da tal comerciante do shopping no jc, fiquei sem entender a comparação que ela fez entre o Roque ser contrário a abertura das lojas aos domingos e o pastel que ele vai comer na feira tb aos domigos. Ai depois entraram delegacias, postos de combustíveis,supermercados, prontos-socorros, restaurantes, padarias, farmácias, etc.
    Se não fosse a comparação tão pobre e exemplos tão cínicos, eu até apostaria numa materiazinha paga, mas com o que ela escreveu, se apostar eu perco.

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  2. henrique

    o encontro com a professora cleide foi muito profícuo. trabalhadora, como visceral professora, tenho a certeza de que ao lado da professora janira estarão - e já o estão a fazer - projetos em cultura que "minha" cidade BAURU merece ! após nosso encontro, estaremos mais juntas, ralando e batalhando com honestidade, transparência e sinceridade a fim de pensar e colocar ação nas questões da memória bauruense, bem como em propostas para reflexão a respeito com possibilidades futuras. aproveito pra ressaltar a beleza da feira de artesãos. cada projeto em forma de objeto... um mais bacana que outro. a cada objeto visto uma surpresa, contendo dignidade e emoção. minhas sinceras reverências aos que estavam por ali apresentando seus resultados de trabalho. quanto à maria fumaça - já reclamei pessoalmente com o artesão - digo, a de madeira, só serve pra crianças (não cabe um adulto). a de "verdade" não circula. fica aqui a minha vontade de que o poder público tome as necessárias providências a fim de que possamos passear pela ferrovia desta cidade, o que creio seria mais um reforço na auto-estima, ´permanência de memória histórica e uma emoção com prazer.

    ana bia

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  3. SR Henrique
    Deves ter lido a carta da comerciante do Shopping ontem no JC. O Sr que vota e é amigo dele, o que acha disso. A carta eu copiei aí embaixo para ser lida por todos.
    L.


    15/08/2010
    BOM SENSO
    Nós, comerciantes da cidade de Bauru, tivemos conhecimento que o vereador Roque Ferreira apresentou na Câmara Municipal para ser votado pelos senhores vereadores projeto de lei que visa o fechamento do shopping aos domingos, sob a alegação de que os funcionários têm direito ao descanso.

    O vereador confunde os direitos trabalhistas com horário de fechamento do shopping. Caso prospere a pretensão do vereador, Bauru com certeza será a única cidade no Brasil com um shopping fechado no dia de maior potencial de venda. O interessante de tudo isso é que na feira da rua Gustavo Maciel o vereador Roque Ferreira já foi visto comendo seu tradicional pastel dos domingos.

    Que é isto, vereador? Pare de explorar estes trabalhadores, que estão sacrificando os domingos, acordando de madrugada só para que Vossa Excelência mantenha sua tradição de comer seu pastel aos domingos!!! Por sinal, o vereador poderia também propor a proibição do funcionamento aos domingos das feiras, delegacias, dos postos de combustíveis, dos supermercados, dos prontos-socorros, restaurantes, padarias, farmácias, etc.

    Finalmente espero que o Poder Legislativo da Câmara Municipal de Bauru tenha o bom senso e vote contra este absurdo proposto pelo vereador Roque Ferreira. (Elisabeth Bertolucci da Costa - lojista no Bauru Shopping há mais de vinte anos)

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  4. Sim, sr (a) L. Eu me chamo Henrique Perazzi de Aquino, o HPA e não somente "L".
    Mas vamos aos fatos. Primeiro, igual ao que fez, reproduzo carta resposta de Roque, na edição do JC de hoje. Após a leitura, num outro comentário, escreverei o que acho disso tudo, após ouvir a rádio e ler nossos dois jornais hoje pela manhã.
    HPA

    Resposta à sra. Elisabeth Bertolucci da Costa
    O projeto que apresentei à Câmara Municipal e que será discutido e votado na sessão de hoje regulamenta o horário de funcionamento do comércio em Bauru, preservando as atividades que possuem legislação específica, como farmácias, postos de gasolina, atividades de lazer, entretenimento, de alimentação etc. Visa o projeto defender o trabalho decente, combater a precarização e a exploração sem limites a que são submetidos comerciários e comerciárias da cidade de Bauru. Se a senhora tivesse tido o cuidado de ler o projeto, veria que no artigo segundo está colocada a possibilidade de abertura aos domingos, desde que se estabeleçam condições civilizadas e os direitos de trabalhadoras e trabalhadores sejam respeitados, o que não ocorre. Em relação aos feirantes, eles se situam numa categoria diferenciada. São autônomos, donos do próprio negócio, e não possuem empregados, como é seu caso. Não acumulam riqueza explorando a mão de obra de outros. Se quiserem, não precisam abrir, por exemplo, suas barracas de pasteis aos domingos, o que já não ocorre com seus empregados. Se a senhora, na condição de patroa, determinar que devam trabalhar aos domingos, e algum se recusar, com certeza será demitido por justa causa. Com o respeito que a senhora me merece, poderia ter construído argumentos mais qualificados para apresentar sua opinião contrária, o que é plenamente legítimo, e não se utilizar de argumentos rasos, acreditando que as pessoas não têm discernimento para compreender o que se está discutindo. (Roque Ferreira - vereador)

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  5. amigos novos e antigos:

    Não me canso de falar e escrever uma coisa muito simples. Na defesa do capital, dos ricos e abstados existe uma legião e na dos pobres, trablhadores e miseráveis, tão poucos. E quando o fazem, ainda disvirtuam a defesa, como se ela fosse uma verdadeira aberração, uma coisa monstruosa, fora de sentido, um retrocesso.

    Gosto da defesa feita por Roque nesse projeto de lei, exatamente por causa disso. Ele não proibe nada, mas restringe e impõe regras claras e se não cumpridas, a não abertura. Isso bem claro. De um lado as entidades de classe dos comerciantes, eles mesmos e parte da população que compra gato por lebre, do outros as entidades de classe dos trabalhadores, esse vereador (cadê os outros?)e os que não compram gato por lebre e costumam fazer uma análise criteiosa do assunto antes de emitir sua opinião.

    Eu não sou pau mandado de ninguém.
    Vamos ao que ouvi e li na emprensa hoje.
    Na 94, Paulo Sérgio Simonetti disse que "dos 16 vereadores, só o Roque estaria a favor desse projeto, pois ele representa um retrocesso, assim como o usuário da internet voltar a usar uma máquina de escrever. Assim como a internet voltar a não funcionar depois da meia noite". Não mostrou (e não quiz fazê-lo) o posicionamento do vereador.

    No JC, na capa não emitiram opinião, mas na página 2, Entrelinhas o fizeram: "...vemos chegar à Câmara mais uma tentativa de barrar o desenvolvimento da cidade, negando seu DNA e tentando jogar fora toda sua tradição de comércio e prestação de serviço. Ultrapassado, inoportuno e sem compromisso com a cidade como um todo... (...) Ainda vivemos o risco de retrocesso com atitudes cauísticas e oportunistas. (...) É mesmo jogar contra Bauru. (...) Todo o povo está de olho".

    Lá no final de um olho, o "O que diz o projeto", eles citam algo interessante, após descrever o horário proposto pelo projeto: "Só poderá funcionar comércio que possuir convenção coletiva de trabalho celebrada entre entidades de classe... Representantes do comércio afirmam que já existe convenção nesse sentido".

    Me digam e me expliquem. Se já existe, por que o mêdo, por que o receio de verem o projeto ser aprovado? Não entendi.

    No Bom Dia, algo mais palatável. No subtítulo da matéria algo compreensível: "projeto de lei de petista visa regulamentar trabalho aos domingos". E dão voz ao vereador para suas explicações.

    Ouvi de uma pessoa querida, que Roque deu um tiro no pé. Acredito que o faria se mudasse de lado. Críticas são bem vindas em tudo o que fazemos publicamente, mas para fazê-las se faz necessário entender o que se passa, como se passa e que interesses estão em jogo. Procurei fazer isso aqui.

    Henrique - direto do mafuá

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  6. Não sei se você sabe, mas o pessoal do Museu Histórrico não está muito contente em ter que ir para outro lugar, ainda mais improvisado. Sabia disso?

    Não posso falar meu nome

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  7. Meu caro Anônimo:
    Resistência existe em todos os lugares, isso é inerente à mudanças. Não acredito que lá ocorra algo por acomodação, longe disso. Conheço todos por lá e sei que, de algo que alguns possam acreditar ser ruim, poderá ter início a grande transformação que todos almejam, que é a instalação definitiva do museu num local apropriado. Tenhamos um pouco de paciência, todos. Tem males que vem para o bem e acredito que isso está em curso no museu.

    Henrique - direto do mafuá

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