domingo, 26 de dezembro de 2010

FRASES DE UM LIVRO LIDO (43)

"NEGÓCIO SEGUINTE:", DE LUIZ CARLOS MACIEL
Quem iniciou esse negócio de contracultura no Brasil foi esse jornalista, Luiz Carlos Maciel, com seus textos no extinto e saudoso O Pasquim, anos 70. Colecionei o semanário e comprei quase todos os livros da editora Codecri (a do rato que ruge), editados por eles. Guardo a maioria deles aqui no meu mafuá. Encontro hoje, ao retornar do Rio, velhas anotações, feitas quando da primeira leitura desse livro, no ano do seu lançamento, 1981. Quero ir reproduzindo aqui as frases dos livros lidos da Codecri e armazenados aqui numa estante no mafuá. Por hoje, fiquem com o pensamento sempre presente de alguém que encantou um parcela significativa de uma geração, uma que infelizmente foi-se com o vento:

- "O humor tinha essa característica de poder oferecer resistência em situações nas quais não parecia possível resistência alguma".
- "Na visão juvenil, o mundo que você vê enquanto jovem é o verdadeiro mundo. O outro, que você vê depois de velho, é um mundo distorcido pela sua fraqueza. A visão adulta não é necessariamente a mais sábia".
- "O sexo do homem de nossa sociedade ficou desequilibrado, doentio, em virtude da interferência do pensamento".
- "A televisão e os outros meios modernos de comunicação estão transformando o mundo numa grande tribo".
- "Acusar as sacanagens dos outros pode ser uma maneira de dissimular as próprias sacanagens".
- "No dia em que todos tiverem uma vida sexual saudável sem as doenças das fantasias sádicas, a pornografia não venderá mais".
- "Guru é uma palavra indiana que quer dizer professor".
- "Você pode acreditar na liberdade de opinião, é permitido a todo mundo acreditar na liberdade de opinião. Mas se você a exerce, você vai preso".
- "Cuidado com o que você põe na boca".
- "Política, naturalmente, é um teatro e deve ser vista como um teatro".
- "O instante vivido é sempre uma aventura imprevisível".
- "O simples é não pensar, não estar atrás de explicações. Perguntar é querer explicações, daí fica-se necessariamente complicado".

Esse livro cai como uma luva para esses escritos, dias após ouvir muitos comentários sobre dois livrinhos de auto-ajuda, o "Meu pai fala cada merda", de Justin Halpern (editora Record) e "Por que os homens fazem sexo e as mulheres fazem amor", de Alan e Barbara Pease (editora Sextante). Ambos devem ter alguma utilidade, que não descobri qual, preferindo muito mais o velho e bom texto do Maciel.

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