MANJEDOURA DEBAIXO DA LAJE - texto publicado edição de hoje do diário bauruense BOM DIA, 25.12.2010
Eles escolheram uma laje aqui pertinho de minha casa como abrigo seguro para as noites de intempéries. Praticamente vivem por ali. Vejo-os todos os dias à noite e principalmente nas manhãs, quando saio para comprar pão e levar o filho na escola.
É um grupo de umas doze pessoas, na sua maioria homens. Dormem todos juntos e suas roupas são escuras, encardidas. A pele nota-se, queimada pelo sol, judiados a extremo. Paro para observá-los. Conversam animadamente, sempre com muita gesticulação. Devem estar a discutir como será o novo dia a despontar no horizonte.
Algumas latas estão espalhadas ao redor e sob tijolos um improvisado fogão. Um cenário triste e desolador. Quase todos a passarem por esse corredor comercial não dão nenhuma atenção à cena. Os que os vêem de longe, desviam do caminho, atravessam a rua, mudam de calçada. Acredito, querendo evitar problemas.
E eles seguem ali. Chegaram a pouco vindos de outra laje qualquer. Expulsos de uma, migram para outras e assim tocam suas vidas. Quando saírem daqui algo me perturbará: o que terá sido feito deles? Para onde terão ido?
A cidade está iluminada, a grande maioria prepara-se para sua ceia natalina, que com pouca ou muita coisa estará se realizando. E eles? O Natal representaria algo diferente ou novo para eles? Tem quem torça para que sumam de uma vez por todas de suas vistas, pois dessa forma, “página virada, descartada do meu folhetim”, não os vendo mais, nem se lembrarão mais deles. Esperam esse dia para jogarem creolina no local. Como permanecer indiferente a tudo isso? Vivendo no meio de situações como essa, não consigo ter dias de ostentação e desperdício. Esse é, portanto, apenas mais um dia e assim passo meu Natal.
Eles escolheram uma laje aqui pertinho de minha casa como abrigo seguro para as noites de intempéries. Praticamente vivem por ali. Vejo-os todos os dias à noite e principalmente nas manhãs, quando saio para comprar pão e levar o filho na escola.
É um grupo de umas doze pessoas, na sua maioria homens. Dormem todos juntos e suas roupas são escuras, encardidas. A pele nota-se, queimada pelo sol, judiados a extremo. Paro para observá-los. Conversam animadamente, sempre com muita gesticulação. Devem estar a discutir como será o novo dia a despontar no horizonte.
Algumas latas estão espalhadas ao redor e sob tijolos um improvisado fogão. Um cenário triste e desolador. Quase todos a passarem por esse corredor comercial não dão nenhuma atenção à cena. Os que os vêem de longe, desviam do caminho, atravessam a rua, mudam de calçada. Acredito, querendo evitar problemas.
E eles seguem ali. Chegaram a pouco vindos de outra laje qualquer. Expulsos de uma, migram para outras e assim tocam suas vidas. Quando saírem daqui algo me perturbará: o que terá sido feito deles? Para onde terão ido?
A cidade está iluminada, a grande maioria prepara-se para sua ceia natalina, que com pouca ou muita coisa estará se realizando. E eles? O Natal representaria algo diferente ou novo para eles? Tem quem torça para que sumam de uma vez por todas de suas vistas, pois dessa forma, “página virada, descartada do meu folhetim”, não os vendo mais, nem se lembrarão mais deles. Esperam esse dia para jogarem creolina no local. Como permanecer indiferente a tudo isso? Vivendo no meio de situações como essa, não consigo ter dias de ostentação e desperdício. Esse é, portanto, apenas mais um dia e assim passo meu Natal.
OBS.: Essa é minha modesta contribuição nataliana para todos que me lêem por aqui. Volto amanhã para Bauru e uma semana longe dos assuntos de minha terra, aqui no Rio de Janeiro, tenho ainda cinco dias nesse ano para tecer comentários sobre fatos acontecidos aqui e outros daí. Até amanhã.
VALEU HENRIQUE
ResponderExcluirEm 2011 vamos seguir Tocando Em Frente. Abraços Fraterno, beijo grande e boas festas a você e sua família.
"É preciso sonhar mas com a condição de crer em nosso sonho, de observar com atenção a vida real, de confrontar a observação com nosso sonho, de realizar escrupulosamente nossas fantasias. Sonhos, acredite neles." Vladimir Lenin.
roque fim de ano 2010
www.youtube.comValeu Henrique,
ROQUE FERREIRA
Realmente um cenário muito triste meu irmão, desolador. Não podemos fechar os olhos e fingir que nada está acontecendo, pois vemos isso todos os dias. E aí pergunto à todos, o que poderia ser feito para uma situação dessa não continuar????? Acredito que alguns segmentos da cidade poderiam se empenhar nisso, ou até mesmo nós que fazemos parte da população. O repugnante é fecharmos os olhos como se nada acontecesse ..... Vamos ver se acordamos e pelo menos consigamos reverter nem que for 1 por cento disso tudo .
ResponderExcluirBeijos e Feliz Natal à todos.
Helena Aquino
Sr.Henrique admiro muito seu olhar para os excluidos e sua voz chamando atenção para eles.Gostaria de saber em qual(is)projeto(s) o senhor está envolvido que trabalhe com essas questões sociais e qual o senhor poderia nos sugerir que nos inseríssemos a fim de trabalhar para amenizarmos,ao menos,essa situação como tão bem comentou a Sra. Helena.abraços cordiais,um excelente novo ano!Karina
ResponderExcluirO projeto social do Henrique é o mesmo do Subcomandante Marcos do EZLN em Chiapas, o mesmo de Che e Fidel em Cuba, do Marulanda para a Colombia, do Chavez para Venezuela, do que foi Lenin-Stalin na Russia, que é o mesmo que eu gostaria de ver aqui, nada que amenize, mas resolva, e nada de propaganda politica e sim conquistas, só falta quorum pra isso, loucos, rebeldes e ousados.
ResponderExcluirMarcos Paulo
Comunismo em Ação
HENRIQUE, ESTE É NOSSO BRASIL!
ResponderExcluirEnganados pela classe política que devia nos defender (aposentados), pela justiça que não funciona e a nossa segurança? Quantos mil nas ruas?
Abs.
MURICY DOMINGUES
Prezado Henrique. Feliz Natal e um Ano Novo repleto de saúde e sucesso a você a à sua Família! Quanto ao seu artigo, entendo-o como um grande alerta às pessoas. Algumas reagem com repulsa: umas talvez por pena, não desejando mais vê-los; outras, mais céticas, talvez não querendo vê-los para não sentirem a consciência abalada, porque têm o que precisam e vêem que outros não o têm! Outras, porém, como você, preocupam-se com o que será deles amanhã, num país de tantas desigualdades sociais como o nosso! Será, porém, o que a sociedade pretender, pois somente nós poderemos mudar as coisas independentemente dos governantes incompetentes e mal intencionados que temos! O homens, unidos numa mesma direção, podem tudo! Um abraço do Célio
ResponderExcluirO SORRISO DE JOSÉ ALENCAR, TAXA DE JUROS E A [MINHA] COMOÇÃO!
ResponderExcluirA imprensa divulgou que o ministro da Fazenda, o ínclito Guido Mantega, visitou o [confiável] vice-presidente José Alencar. No encontro, José Alencar teria reclamando dos juros!… Não é comum uma pessoa – em meio a tanto sofrimento – preocupar-se com aspectos, digamos, colaterais!…
… O que foi dito em relação ao escritor Fernando Sabino vale de sobra par o bom e impávido José Alencar: “Nasceu homem e cada vez mais se torna um menino!”
Sinceramente, o sorriso do José de Alencar deixou os meus olhos marejados!… E trouxe de volta em mim a fé na condição humana!…
O sorriso do José de Alencar foi o único presente de Natal que eu recebi este ano!…
Messias Franca de Macedo
Feira de Santana, Bahia, Brasil Nação
Uol, Contas Abertas e o gosto pelo ridículo
ResponderExcluir25 de dezembro de 2010 às 22:43
Acabo de abrir o Uol e descobri que Lula viajou 47o dias dos oito anos do mandato. Escarafunchando o texto, acabei encontrando a seguinte informação, FHC viajou 447 dias do mandato.
(...)
Por Renato Rovai – http://www.revistaforum.com.br – blog do Rovai
FALA MATUTO!
Prezado, ínclito e impávido jornalista Renato Rovai, o seu texto tinha, realmente, de ser, necessariamente, curto... Não se perde tempo com frivolidades, você tem absoluta razão!...
... O PIG - sem pauta - impinge aos seus jornalistas a busca do irrelevante como [desesperado] pano de fundo para uma [suposta e eventual] crise qualquer! É o caos... Do jornalismo dos barões da "grande" mídia nacional! Ouçamos o réquiem: o seu ´post' - escrito acima - tem cerca de 98 vocábulos! [RISOS]...
Ah, e parabéns pela sua lucidez!
Messias Franca de Macedo
Feira de Santana, Bahia
República Destes Bananas
Henrique,
ResponderExcluiraproveito seu e-mail natalino para desejar a você e a todos os seus
um Feliz Natal com direito a um ano novo todinho cheio de alegrias!
Vitor Martinello
Marcos Coimbra: O Ministério Dilma
ResponderExcluirpor Marcos Coimbra*, no Correio Braziliense
26 de dezembro de 2010 às 14:39
Em www.viomundo.com.br – ínclito e impávido jornalista Luiz Carlos Azenha
FALA MATUTO ‘BANANIENSE’!
... Dilma Rousseff poderia, sim, ter definido um ministério de maior envergadura, inclusive moral! Ou foi apenas o nefasto PIG que teria ficado desolado com a indicação - e, pasme, manutenção - de um peemedebista 'SAIneysta' , (Pedro Novais, 80 anos), que utilizou dinheiro público para pagar uma conta em um... Motel!...
Ou ainda, merece elogios um MINIstério que contempla Nelson 'Johnbeen' no ministério da Defesa [dos Estados Unidos (sic)], [fisiológico] Moreira 'Gato Angorá' Franco, GAGÁribaldi Alves, [carlista] Mário Negromonte e outras excrescências?!...
NOTA: temo que a nossa lídima e veemente repulsa e ojeriza ao PIG nos remeta a um divã de um psicanalista qualquer! Ou que percamos a nossa capacidade de isenção e reflexão crítica!...
Messias Franca de Macedo
Feira de Santana, Bahia, República de 'Nois' Bananas
Faltou a interrogação após a manifestação de indignação!
ResponderExcluir... Ou foi apenas o nefasto PIG que teria ficado desolado com a indicação - e, pasme, manutenção - de um peemedebista 'SAIneysta' , (Pedro Novais, 80 anos), que utilizou dinheiro público para pagar uma conta em um... Motel?!...
Saudações respeitosas,
Messias Franca de Macedo
Feira de Santana, Bahia, República de 'Nois' Bananas
Erratas no comentário sobre o sorriso de José Alencar:
ResponderExcluirErratas:
... No encontro, José Alencar teria reclamado dos juros!...;
... vale de sobra para o bom e impávido José Alencar:...
Saudações respeitosas,
Messias Franca de Macedo
Feira de Santana, Bahia, Brasil Nação