CRAVARAM UMA FACA NAS COSTAS DE BAURU, A REAÇÃO QUE PODERÍAMOS TER VINDA DE UM PAÍS VIZINHO
Não se assustem. O ocorrido não é de hoje, nenhuma novidade, portanto. É que nessa semana intensificaram algo a danar com o DAE – Departamento de Água e Esgoto de vez. As cobranças recebidas pelos munícipes estão atingindo cifras estratosféricas e impagáveis pela maioria da população. Aqui em casa, Cida, 12 anos atuando ao lado dos meus pais levou um susto ao receber a fatura de R$ 45 mês. Pagava uma média de R$ 12 mês. Foi tentar resolver a contenda no Poupatempo, mas diante de uma fila de gente com o mesmo problema, desistiu. Promete voltar hoje, com documentos exigidos e recomendada por mim, junto de um bom livro para passar o tempo. Imagine se todos esses virassem a mesa e botassem pra quebrar? Nada disso, somos gado indo para o matadouro. Quase que sobre o mesmo assunto, o prefeito inaugura a Estação de Tratamento de Esgoto do Gasparini, o Candeias, correspondendo a 10% do total da cidade e sinaliza estar negociando para que a SABESP, a famigerada companhia de água do governo estadual construa a estação maior, que atenderá os restantes 90%. Mas como? Ele não era contra a privatização? Não era lema de campanha preservar o DAE? Alega que pode sair a construção, mas não a privatização do setor. Já vimos esse filme, morremos todo no fim. E o valor que o munícipe paga todo mês, incluso na fatura, para onde está indo essa grana. Não era para fazer a estação? E mais, a vice-prefeita não alegava ter na manga da camisa a solução para o problema com a chegada de verbas federais. Cadê essa grana? E por que o prefeito acabou se distanciando de sua vice e esse assunto hoje é quase favas contadas? Estranho tudo isso, a população pressente algo no ar e o Guardião, o super-herói bauruense, criação de Leandro Gonçalez (http://www.desenhogoncalez.blogspot.com/ ), com a ajuda desse mafuento blogueiro está assuntando sobre o que de fato acontece nos bastidores, para não só subir nas tamancas, como tomar as devidas providências.
Providência mesmo é o que esse blogueiro vislumbrou a acontecer na Argentina, quando numa visita semana retrasada por Buenos Aires, dia 27/07, quarta e diante de seus olhos uma imensa manifestação popular a tomar conta das ruas. Ouvi de um taxista: “Aqui tem manifestação todo dia”. Nesse dia, muita gente oriunda da zona rural acampou defronte um Ministério no centro da cidade e de lá não saíram enquanto não foram recebidos. O que me espantou foi a organização do movimento social, praticamente incipiente ou inexistente por aqui (só o MST possui algo parecido no Brasil). Na frente do Ministério, uma linha de frente do movimento, com pessoas de cabeça enfaixada e tendo nas mãos cassetetes. Não vejam nisso nada acintoso. Isso é a coisa mais normal por lá, os trabalhadores sabem até onde podem ir e vão. Vivem no limite e sabem reivindicar. Ocupam as ruas e nas mínimas questões estão a cobrar das autoridades a solução dos problemas ou o cumprimento do prometido. Exatamente o contrário do Brasil, onde a passividade impera. Fotografei, filmei e conversei com alguns dos líderes do movimento e eles me disseram que a Constituição lhes garantia o direito de manifestação e de cobrar daquela forma quando não atendidos. Isso faz parte da cultura, do dia-a-dia do argentino, mais esclarecido e contundente quando reclama algo. No Chile acontece algo parecido com os estudantes ocupando as ruas daquele país. Aquilo tudo me mostrou o quanto estamos atrasados e retroagimos no quesito organização popular e na forma de reivindicar e cobrar, o quanto estamos distantes dos demais países latinos e o quanto nossos governantes nos engambelam sem que nada façamos. Mas como mudar isso? O processo não é rápido, mas de uma coisa todos tenham certeza: por aqui continuam fazendo a todos nós de gato e sapato, pois sabem que não existirá reação. Pois que o Guardião comece a instigar isso...
Defronte o Aeroclube, na Avenida Octávio Pinheiro Brisolla um novo outdoor me chama muito a atenção. Foi instalado nesses dias. É da escola particular D’Incao, a mais cara da cidade e lá um ensino diferenciado. O privilégio de, com uma direção marxista, a promoção de um ensino a valorizar os grandes mestres, de fato e de direito, do mundo pensante. Com o slogan, “Educação sobre os ombros de gigantes”, um ao lado do outro, vejo lá, Aristóteles, Saramago, Machado de Assis, Da Vinci, Karl Marx, Darwin, Newton, Einstein e Borges. No centro de tudo, ninguém a representar uma teoria religiosa e sim, o pai do marxismo. Percebo que uma mudança de mentalidade no Brasil só poderá ocorrer de duas formas, pela educação consciente, honesta e factual ou pela barbárie, quando as massas cansadas de serem iludidas forem às vias de fato exigindo o seu quinhão disso tudo. Do contrário, nada muda. Nenhum Guardião sozinho mudará algo.
OBS.: Todas as fotos desse post firam tiradas por mim e pelo filho, Henrique Aquino. De ambos uma constatação: Como continuar pegando no pé dos hermanos argentinos, se eles estão num estágio muito mais avançado que o nosso no quesito “povo nas ruas”. Recomendo um estágio por lá para nossos sindicalistas, agentes sociais e afins.
Precisamos bagunçar com o coreto do DAE, esses caras mandaram essas contas impagáveis, depois da negociação fica tudo pelo DOBRO dos meses anteriores, isso mesmo, 100% mais que a média dos últimos 12 meses, são safados, esse presidente do DAE é BODE expiatório, é pau mandado, faz o que determinam...
ResponderExcluirDAE, se DEUS quiser a SABESP vem aí pois pagar caro e sem ao menos tratamento de esgoto é melhor que venha a SABESP e que se dane o resto, aqueles que acham que pagar com ágio de 100% é normal.
New-Time
Caro New Time
ResponderExcluirNão confunda alhos com bugalhos, por favor...
Não consigo entender como aceitável a SABESP vir aqui e cobrar o valor alto que cobram em todas as cidades paulistas onde atuam e acharmos isso a coisa mais normal desse mundo.
Está fazendo uma séria inversão de conceito e valores.
O erro é diante de todas as altyernativas apresentadas no passado, nenhuma feita pela atual adminstração municipal e hoje caem nos braços da Sabesp como algo de valor.
Longe disso.
Precisamos ficar atentos e denunciar isso e não aceitar.
Existem muitas outras alternativas.
Se o preço da água está caro hoje imagine com eles atuando por aqui.
Não entre de gaiato no navio, nem coma gato por lebre.
Henrique - direto do mafuá
UM TANTO SUBVERSIVO ESSE SEU ESCRITO, NÃO?
ResponderExcluirACHA QUE A SOLUÇÃO PASSA POR ISSO?
B.
sei lá, falo pelo que escuto, não tenho uma idéia formada sobre esse assunto mas sei que PAGUEI a conta com 100% de aumento...mesmo depois que eles recalcularam o grande ERRO (ou foi proposital???)...
ResponderExcluirQuero água e esgoto tratado e pelo preço mais justo possível porém sem me sentir lesado pelo DAE como fomos neste mês passado... simplesmente TUNGARAM a população...
E até agora não se ouve mais falar disso, ficou como ficou e dane-se o POVO.
NEW TIME
Respondendo ao anônimo "B" e ao também anônimo "new time";
ResponderExcluirB
Subversivo? Não entendi, só estou incitando o povo para ir para as ruas e exigir os seus direitos. Exigir o cumprimento do que foi-lhe prometido na campanha política. Exigir que não lhe passem a perna. Os meios para conseguir esse intento são outros quinhentos. Somos de uma passividade bovina e isso me assusta. Só isso.
New Time
Não tocou no cerne da questão. Está sendo simplista ao querer somente a solução de um problema seu, sem que se busque a solução do todo, do conjunto da obra. A Sabesp, certamente, nos traria mais problemas dos que todos os que atualmente possímos e depois dela aqui instalada para se deletar é muito mais difícil. Por que não lutarmos nas ruas, todos unidos em busca do respeito ao prometido em campanha?
Henrique - direto do mafuá
Sr Henrique,
ResponderExcluirComo incentivador da postagem de comentários anônimos, reafirmo aqui a importância de de continuar mantendo um espaço com essa característica. Mesmo não concordando comigo, me deixe continuar escrevendo e aqui postando minhas idéias:
Pseudônimo (português europeu) ou pseudônimo (português brasileiro) (do grego antigo ψευδώνυμος, composto de ψευδο- "pseudo-" e ὄνομα "nome", ou seja, "nome falso"), é um nome fictício usado por um indivíduo como alternativa ao seu nome legal. Normalmente é um nome inventado por um escritor, um poeta, um jornalista ou artistas que não queira ou não possa assinar suas próprias obras. Nem sempre o pseudônimo é uma mudança total do nome, às vezes pode consistir na mudança de uma letra ou outra, freqüentemente porque o portador acha seu nome de batismo "difícil". Sob o aspecto jurídico, o pseudônimo é tutelado pela lei quando tenha adquirido a mesma importância no nome oficial, nas mesmas modalidades que defendem o direito ao nome.
B.
Caro Henrique, morro e não vejo tudo. ... B.: "Pseudônimo (português europeu) ou pseudônimo (português brasileiro) (do grego antigo ψευδώνυμος, composto de ψευδο- "pseudo-" e ὄνομα "nome", ou seja, "nome falso),..." PQP é pra cai o C da B. Usei pseudônimos do português brasileiro, que como bem esclareceu B. - "o pseudônimo é tutelado pela lei quando tenha adquirido a mesma importância no nome oficial, nas mesmas modalidades que defendem o direito ao nome." E acho que PutaQuePariu, Cu e Bunda adquiriram esta importância nas suas respectivas modalidades. Certo?
ResponderExcluirIsto posto, vamos ao que interessa:
Seu texto sempre pontual e bem escrito, é também (graças por isso) subversivo sim. Uma das definições de subversivo segundo o Aurélio é solapar o estado de coisas estabelecido. E não é exatamente contra este statu quo que nos encontramos, de promessas não cumpridas e falcatruas políticas que vc escreve e todos nós o lemos? Então, VIVA a sua e a nossa subversão! E que a mudança de tudo o que combatemos seja feita pela educação consciente, honesta e factual. Ou pela barbárie. A que vier primeiro. Mas que venha logo.
Meu caro e estimado Henrique
ResponderExcluirQue bela e valorosa subversão.
Voce sabe que estou aqui enfiado nas barrancas do Mato Grosso, longe de minha terra e de minha gente bauruense, mas antenado com muita coisa que acontece por aí. Ontem ao saber das coisas que reolam por aí decidi ouvir pela rádio Auri-Verde, na transmissão que fazem nas segundas à noite da sessão da Câmara e algo me foi bastante revelador. O vereador Amarildo de Oliveira, que não tem meu apreço, mostrou um vídeo antigo, gravado na época da campanha do então candidato a prefeito, o hoje prefeito Rodrigo, onde ele dizia com todas as letras que a Sabesp não entraba em Bauru nem que a vaca tossisse e que o tratamento de esgoto seria feito até o final de seu mandato, sem essa interesseira ajuda. Foi irônico e imagino a repercussão que tudo isso produz em Bauru hoje. E agora? Quem está certo e quem está errado? Isso tudo que está a ocorrer em Bauru merece ou não uma boa subversão da ordem. Iremos todos para as ruas como os estudantes chilenos e os que protestam diariamente nas ruas da Argentina? Somos bestiais e verdadeiramente uns bostas. Tenho uma vontade louca de ir para as ruas, mas temo ir só e onde encontrar as pessoas para ir comigo.
Paulo Lima
Henrique
ResponderExcluirEsse outdoor da D'Incao fincado lá na região do antigo Aeroporto, região nobre da cidade, onde os mais bastados circulam e fazem suas fezes, deve causar comoção generalizada, pois o papai Marx está no centro e isso não ocorreu de forma não intencional. Foi proposital e isso causa comichão nas bundas pensantes da maioria dos moradores dos Altos da Cidade. Merece aplausos e risos.
Aurora
HENRIQUE
ResponderExcluirVolto a escrever sobre o oudoor que vimos lá perto do Aeroporto, o original, o antigo, o que gostamos. Você certamente não circula com frequência pela Getúlio Vargas, pois sei gostar mais de outras andanças pela cidado do que aquelas bandas. Pois bem, lá es´tão espalhados outros outdoors e todos também iluminado, lindos à noite, com as pessoas citadas em destaque. Tem um só com o Marx. Deve ter gente que bate o carro no poste ao se im aginar adentrando Cuba e não uma consumista Bauru, mais inserida no contexto do que qualquer outra. Passe por lá e fotografe ao menos esse.
Aurora