sábado, 12 de novembro de 2011

MEUS TEXTOS NO BOM DIA JAÚ (04, 05 e 06) *
* Esclareço: Não sou de Jaú e sim, de Bauru. Porém, não alimento rixas, disputas e maledicências. Gosto das duas avenidas, a Rodrigues Alves do lado de cá e a Ana Claudina do lado de lá. E assim sendo, falo de ambas as cidades sem preconceitos e mesmo de Bauru, escrevo sobre Jaú.

JAUENSE ENTENDIDO DE “PORTUGUESA” – publicado BD Jaú, edição 30.10.2011
Com o retorno da Portuguesa de Desportos à Primeira Divisão do futebol nacional, antecipado com rodadas de antecedência, quero fazer aqui uma justa homenagem a um jauense envolvido com essa questão. Não pensem que renderei louros a algum dono de padaria, os tradicionais portugueses, que devem estar felizes da vida com sua “bestial Lusa”. Nesse momento, para os amantes do rádio no interior paulista, existe um personagem dos mais conhecidos na cidade e vivenciando pessoalmente muito do que esse clube representa no espírito do torcedor paulista, pois como é mais do que sabido, a Portuguesa continua sendo o segundo time de todos. Primeiro uma justa lembrança para o papel desempenhado pela Rádio Bandeirantes AM, que sempre adentrou o interior paulista e foi a mais escutada pelos amantes do radinho de pilha. Décadas e décadas aprendendo o nome de todos seus locutores e conhecendo sua programação na ponta da língua. As transmissões esportivas sempre foram sua coqueluche, sucesso sem precedentes. E hoje, no seu time de locutores, um deles, espécie de terceiro locutor da casa, escalado para as transmissões dos clubes paulistas envolvidos na Segunda Divisão do Brasileiro, jogos sempre as terças, sextas e sábados, plantonista em outras contendas, um jauense. Para os ouvintes da rádio, José Maia, um nome criado pela direção da emissora, talvez para facilitar a locução, mas para todos os jauenses, José Maria Contador, o de batismo. Voz inconfundível atuou em diferentes sintonias, versando sobre tudo, uma espécie de “consultor para assuntos aleatórios”, ao estilo do Derico no Programa do Jô. Em Jaú bate nas onze, joga em todas as posições, sempre como homem ligado às comunicações. Sua mais nova incursão no campo da radiofonia é na FM 87,9, usando o slogan “Essa é a nova onda!”. Sua vida deve ser uma rotina incessante pelas estradas, na maioria das vezes rodando um possante nas idas e vindas para a capital paulista. Começou cedo, se não me engano em Bauru, onde atuou em algumas emissoras, depois se fixou na sua Jaú, que nunca abandonou. Hoje, além de todos os conhecimentos adquiridos, mais esse. Querendo saber algo sobre a Portuguesa, perguntem ao Zé Maria, pois nesse quesito é “testemunha ocular da história”.

MINHA RELAÇÃO COM O AMARAL CARVALHO – publicado BD Jaú, edição de 06.11.2011
Eu tenho várias histórias com Jaú. Algumas muito boas, outras tristes. Conto uma, triste e ao mesmo tempo, uma que faço questão de repetir sempre que recebo ligações dessas entidades assistenciais solicitando ajuda financeira via telefone. A pessoa do outro lado, no sistema telemarketing explica os motivos da ligação, descreve com detalhes as necessidades da entidade e pede uma contribuição, que pode ser única ou mensal. Procuro não ser deselegante, mas como não acredito mais em tudo que ouço, diante de tanta esculhambação a ocorrer no quesito a envolver dinheiro, fico na retranca e conto minha história. É o momento da pessoa do lado de lá ouvir o meu relato. “Não posso doar para todas as entidades e fiz a minha escolha por uma, pela qual tenho ótimas referências e gratidão. Sou viúvo e minha esposa sofreu muito com um câncer na região frontal do peito. Viajava constantemente de Bauru para Jaú em busca de tratamento. Nessas viagens reconheci a importância da existência do Hospital Amaral Carvalho, excelência no que fazem. Todas as doações que faço hoje são para eles”, digo. Agradeço, trocamos mais algumas palavras e o diálogo é repetido em todas as outras ligações com o mesmo intuito. E não minto, trata-se da mais pura verdade. Viajo muito pela região e por algumas cidades distantes e em todas as vezes que o faço de ônibus ou via aérea, tanto nas viagens de ida ou retorno, algo me chama a atenção. Encontro sempre muitas pessoas que viajam para nossa região por dois motivos, fazer o tratamento médico com o Centrinho de Bauru ou com o Amaral Carvalho de Jaú. O primeiro especializado no trato lábio-palatal e o segundo no câncer. E nesses momentos reconheço a importância de ambas às instituições médicas, principalmente porque o fazem de forma gratuita para o paciente. Elas recebem verbas públicas para essa finalidade e as utilizam com sabedoria e sapiência. Em ambas outra curiosidade. Elas não amparam somente os pacientes, mas as famílias destes. Existem locais específicos para recepcionar todos, ampará-los e os circundarem com carinho e atenção, algo imprescindível nesses momentos. E num mundo cada vez mais insano, onde o ter parece ser mais importante do que o ser, notar e valorizar isso é uma preciosidade. Por isso, toda vez que passo diante do Amaral Carvalho, faço uma espécie de íntima reverência, explicada aqui nesse momento.

INCESSANTE AGITADOR MUSICAL DE JAÚ - deverá ser publicado BD Jaú, edição de amanhã, 13.11.2011
Alguém aqui em Jaú conhece um tal de Paulo Fernando Maciel? Poucos, talvez seus pais e amigos mais próximos. Agora se falarem do Gallo, todos saberão associar o apelido à bonachona pessoa, cuja vida está totalmente entrelaçada com bares, manifestações culturais e eventos musicais na cidade. Gallo é uma pessoa sui generis, pois os anos vão passando, vamos todos envelhecendo e ele permanece com a mesma postura de quando o conhecemos, um sujeito magro como uma tábua, sorriso aberto, bermudão como vestimenta e na maioria das vezes sem camisa. Mais, podem ter certeza, que ao seu lado a conversa terá que ser feita em altos decibéis, pois estará sempre escutando música da boa e em alto volume. Lembrei dele quando vi o tratamento dado aos estudantes da USP por esses dias. Faltou tato, jeito para compreender jovens com a testosterona aflorada e atuando coletivamente. Fiz um revival dos meus tempos de jovem rebelde, sem lenço e sem documento e a lembrança foi por um simples motivo: quantos de nós, não efetuamos nossas lutas no passado, querendo transformar o mundo e hoje, mudamos o foco, estamos em outra. Quantos conseguiram se manter com a mesma postura da juventude? Gallo é um desses, pois continua tudo como “dantes no quartel do Abrantes” para quem esbarra com ele pelas quebradas do mundaréu. Quem não se lembra do “Bier Sport Bar”, onde tudo começou por volta de 1996. Façam as contas, parece que foi ontem, mas lá se vão mais de quinze anos. Gallo fez e aconteceu, movimentou a cidade em todos os sentidos e direções, galgou os píncaros da glória e também conheceu o amargo gosto de ter que começar tudo de novo. Deu murros em ponta de faca, mas ao seu jeito, com galhardia e rebeldia, reinventa o que sabe fazer e não perde a mania de continuar tentando. Reencontrá-lo e constatar a alegria com que toca sua vida é um fortificante, um recarregador de baterias para alguns que desistem fácil dos seus sonhos. Gallo é a cara de sua Jaú e o próprio apelido diz tudo, jauense até na alcunha.

4 comentários:

  1. Olá querido AMIGO,JORNALISTA,PROF DE HISTÓRIA E BLOGUEIRO,tudo bem contigo?
    Obrigado pelos e-mails,sabe que me delicio com seus textos....rsrsrs,como sempre interessante,as vezes intrigantes,mas curto seu ecletismo na escrevinhação.Parabéns por estar fazendo parte do Jornal de Jaú,na formação de opinião.
    Vc está conquistando seu devido espaço,sucesso é o que te desejo.

    Abracitos

    Rosana

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  2. Henrique..Estou com voce..Tambem nao tenho saco pra ficar com picuinhas com os times da regiao. Sou fan da Radio Bandeirantes e gosto muito das transmissoes do Jose Maia. Realmente ele trabalhou em Bauru na Auriverde e Bandeirantes.Abracos

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  3. Boa noite!

    Seus artigos são muito bons e os leio sempre que possível.

    Como pedido, sugiro alguns temas:
    - A relação de João Batista Vilanova Artigas com Jaú, mando anexo uma dissertação de mestrado que pode servir como base;

    - Aproveitando o fato de ter escrito sobre o Zé Maria, acredito que seriam interessantes artigos sobre personalidades jauenses, vivas ou já falecidas. Pode ser um trabalho difícil, dada a escassez de informações em alguns casos. Hilda Hilst, Maria Dezzone Pacheco Fernandes, Dr. Amaral Carvalho, João Ribeiro de Barros, Zezinho Magalhães, Francisco Canhos, Jarbas Faracco, Sebastião Camargo, Niède Guidon, Saul Galvão... Não sei se é de seu perfil escrever artigos do gênero, mesmo assim fica a sugestão. Seria muito interessante, até como forma de homenagem, fazer conhecidas essas personalidades.

    - A "lenda" do Cano Torto, que com certeza muitos jauenses ainda não tem conhecimento.


    Atenciosamente,
    João Victor Mussi

    Esqueci do anexo, na verdade ele é muito grande. Portanto te enviei o link de onde fiz o download: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/16/16138/tde-02032010-101237/pt-br.php

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  4. Legal Henrique saber que a esquerda do Tietê tem uma pessoa como você e obrigado pelos artigos que tem publicado no BD JAÙ. Quanto ao Zé Maria, sou testemunha viva das seus primeiros passos, me lembro de um dia num campo de várzea, onde um moleque ainda emaranhado em um monte de fios, gravador ou maleta e microfone, sózinho se punha a narrar o jogo que estava acontecendo ali. Lembro-me de comentários das pessoas, uns elogiando a coragem do moleque em querer fazer oque fazia Fiori Giglioti, Mario Moraes, os campeões de audiencia na época, outros fazendo gozações. Mas o Zé venceu a tudo e a todos, alcançou seu objetivo e hoje curte os louros da vitória.
    Abraço

    José Ayres Ferracini
    Canão

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