quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

DROPS – HISTÓRIAS REALMENTE ACONTECIDAS (63)

A VENDEDORA DE SORVETE YOGURTADO E UMA ANTENADA JORNALEIRA
1. Percorro os corredores do Shopping e diante de tanta agitação natalina, nada mais me atrai do que um cartaz de uma loja de calçados a anunciar: GRAN CIRCO NACIONAL DE CUBA. Paro para uma foto.

2. Em Pederneiras paro para um sorvete, desses de carrinho, yogurtado, R$ 0,50 centavos a unidade. Calor de rachar mamona. Uma vendedora morena, simples e suando em bicas diante de poucos lugares arborizados para encostar seu instrumento de trabalho. Pergunto sobre as dificuldades do seu dia-a-dia e ele sorrindo, não se mostra vencida, nem humilhada com o que faz. “Trabalho e muito, rodo a cidade por todos os lados. Busco os saquinhos num lado da cidade e revendo noutro, mas vale a pena, pois ganho aproximadamente R$ 50 reais por dia. Batalho muito, mas onde ganharia isso num trabalho normal? E vejo as pessoas, converso, conheço gente nova a cada parada”, me diz, enquanto termino de lamber meu saquinho de yogurt e conto três carros parando junto ao meu só para tentarem se refrescar nesse abafado sertão paulista. Fabiana sobrevive e ri para todos, juntando moedas de R$ 0,50 centavos.

3. Jornaleiros sacam tudo. Uma aqui em Bauru me surpreende no domingo passado, 11/12, Banca Aeroporto, I.V. (eles não gostam de ser identificados), quando passo pela manhã para espiar a manchete dos jornais. Logo no expositor frontal dois montes de revistas semanais, uma ao lado de outra, a Veja denunciando algo sobre um suposto e requentado caso a envolver a sigla petista e a Carta Capital sobre o lançamento do livro a denunciar as maracutaias de Serra e do PSDB. Não me agüento e instigo para sentir o clima: “Uma a denunciar petistas e outra tucanos. Tudo igual”. Ela, sem pestanejar me diz: “Só que essa aqui (apontando para a Veja, claro) nunca fez nada para denunciar o que os tucanos fazem. Martelam os petistas e só os petistas e isso é o que de pior temos. Inescrupulosos. Fiz questão de expor uma ao lado da outra, para quando vierem me repetir algo sobre a denúncia da Veja, não deixarem de ler sobre a grandiosidade do que a Carta publica”. Ganhou meu abraço e eterna admiração pela percepção, além de desde já ter se tornado minha única e exclusiva jornaleira daqui para frente. Isso confirma minha tese, a de que o povo mais simples, sabe muito bem quem de fato são seus maiores algozes. Em Tempo: A Carta Capital esgotou sua edição nas bancas em três dias, a Veja até agora não.

4. Começo aqui e agora a falar quase que diariamente de um tema desse período festivo de final de ano. Fico de saco cheio desse negócio de Papai Noel para cá, Papai Noel para lá. Assim sendo lanço aqui nesse mafuento espaço uma campanha para trocarmos o símbolo do bom (sic) velhinho, com aquela vestimenta vermelha acolchoada, mangas compridas, barbas longas, toda desconfortável diante desse calor tropical vivido aqui. Sugiro algo mais com a nossa cara e assim sendo, publico aqui a primeira foto de alguém que poderia substituir muito bem o utilizado hoje. Com vestimenta mais adequada, a barba seria deixada de lado e um rabo de cavalo colocado em seu lugar. Mas quem seria essa figura? Tentem descobrir e aguardem os próximos escritos com mais detalhes.

5 comentários:

  1. enviado por Pasqual Macariello - RJ

    Um sucesso de vendas cercado por um muro de silêncio
    O livro "A Privataria Tucana", de Amaury Ribeiro Jr., foi lançado há quatro dias e já é um fenômeno de vendas cercado por um muro de silêncio. Produto de doze anos de trabalho - e, sem dúvida, a mais completa investigação jornalística feita sobre o submundo da política neste século -, o livro consegue mapear o esquema de corrupção e lavagem de dinheiro que teria sido montado em torno do tucano José Serra. De quebra, coloca o PT em duas saias justas. Ao atirar para os dois lados, o livro-bomba do jornalista acabou conseguindo a façanha de ser ignorado pela mídia tradicional, pelo PT e pelo PSDB.
    Maria Inês Nassif

    O livro "A Privataria Tucana", de Amaury Ribeiro Jr., foi lançado há quatro dias e já é um fenômeno de vendas cercado por um muro de silêncio. Produto de doze anos de trabalho - e, sem dúvida, a mais completa investigação jornalística feita sobre o submundo da política neste século -, o livro consegue mapear o esquema de corrupção e lavagem de dinheiro montado em torno do político tucano José Serra - ex-deputado, ex-senador, ex-ministro, ex-governador, ex-prefeito e candidato duas vezes derrotado à Presidência da República. De quebra, coloca o PT em duas saias justas. A primeira delas é a constatação de que o partido, no primeiro ano de governo Lula, "afinou" diante do potencial de estrago da CPMI do Banestado, que pegou a lavanderia de vários esquemas que, se atingiam os tucanos, poderiam também resvalar para figuras petistas. O segundo mal-estar com o PT é o ultimo capítulo do livro, quando o autor conta a "arapongagem" interna da campanha do PT, que teria sido montada para derrubar o grupo ligado ao mineiro Fernando Pimentel da campanha da candidata Dilma Rousseff. Amaury aponta (como ele já disse antes) para o presidente do partido, Rui Falcão. Falcão já moveu um processo contra o jornalista por conta disso. O jornalista mantém a acusação.

    Ao atirar para os dois lados, o livro-bomba do jornalista, um dos melhores repórteres investigativos do país, acabou conseguindo a façanha de ser ignorado pela mídia tradicional e igualmente pelo PT e pelo PSDB. O conteúdo de seu trabalho, todavia, continua sendo reproduzido fartamente por sites, blogs e redes sociais. Esgotado ontem nas livrarias, caminha para sua segunda edição. E já foi editado em e-book.

    Os personagens do PSDB são conhecidos. O ex-caixa de campanha de Serra e de FHC, Ricardo Sérgio de Oliveira, aparece como o "engenheiro" de um esquema que operou bilhões de dólares durante as privatizações e os dois governos de Fernando Henrique Cardoso. A mesma tecnologia financeira usada por Oliveira foi depois copiada pela filha de Serra, Verônica, e seu marido, Alexandre Burgeois. Gregório Marin Preciado surge também como membro atuante do esquema. Ele é casado com uma prima do tucano nascido na Móoca, ex-líder estudantil e cardeal tucano.

    Embora esteja concentrado nesse grupo específico do tucanato - o empresário Daniel Dantas só aparece quando opera para o mesmo esquema -, o livro não poupa gregos, nem troianos. A documentação da Comissão Parlamentar de Inquérito Mista (CPMI) do Banestado, que forneceu os primeiros documentos sobre lavagem de dinheiro obtido ilegalmente das privatizações, é o pontapé inicial do novelo que se desenrola até as eleições presidenciais do ano passado. A comissão, provocada por denúncias feitas pela revista Isto É, em matéria assinada pelo próprio Ribeiro Jr. e por Sônia Filgueiras, recebeu da promotoria de Nova York, e foi obrigada a repassá-lo à Justiça de São Paulo, um CD com a movimentação de dinheiro de brasileiros feita pelo MTB Bank, de NY, fechado por comprovação de que lavava dinheiro do narcotráfico, do terrorismo e da corrupção, por meio de contas de um condomínio de doleiros sul-americanos.

    continua...

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  2. continuação...

    O material era uma bomba, diz o jornalista, e provocou a "Operação Abafa" da comissão de inquérito, pelo seu potencial de constranger tanto tucanos, como petistas (a CPMI funcionou no primeiro ano do governo de Luiz Inácio Lula da Silva, em 2003).

    Amaury Ribeiro conta de forma simples intrincadas operações de esfria/esquenta dinheiro ilegal - e, de quebra, dá uma clara ideia de como operava a "arapongagem tucana" a mando de Serra. Até o livro, as acusações de que Serra fazia dossiês para chantagear inimigos internos (do PSDB) e externos eram só folclore. No livro, ganham nome, endereço e telefone.

    Nos próximo parágrafos, estão algumas das histórias contadas por Amaury Ribeiro Jr., com as fontes. Nada do que aponta deixa de ter uma comprovação documental, ou testemunhal. É um belo roteiro para a grande imprensa que, se não acusou até agora o lançamento do livro, poderia ao menos tomá-lo como exemplo para voltar a fazer jornalismo investigativo.

    1. A arapongagem da turma do José Serra (pág. 25) - Quando ministro da Saúde do governo FHC, José Serra montou um núcleo de inteligência dentro da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) (a Gerência Geral da Secretaria de Segurança da Anvisa). O núcleo era comandado pelo deputado Marcelo Itagiba (PSDB-RJ), também delegado. O grupo foi extinto quando a imprensa denunciou que o grupo bisbilhotava a vida dos funcionários. O funcionário da Agência Brasileira de Informações Luiz Fernandes Barcellos (agente Jardim) fazia parte do esquema. Também estava lá o delegado aposentado da Polícia Federal Onézimo de Graças Souza.

    Este núcleo, mesmo desmontado oficialmente, teria sido usado por Serra, quando governador, para investigar os "discretos roteiros sentimentais" do governador de Minas, Aécio Neves, no Rio de Janeiro. De posse do dossiê, Serra teria tentado chantagear Aécio para que o governador mineiro não disputasse com ele a legenda do PSDB para a Presidência da República. O agente Jardim, segundo apurou Amaury, fez o trabalho de campo contra Aécio. (Fontes: O agente da Cisa Idalísio dos Santos, o Dadá, conseguiu informações sobre o núcleo de arapongagem de Serra e teve a informação confirmada por outros agentes. Para a "arapongagem" contra Aécio, o próprio Palácio da Liberdade).

    2. O acordo entre Serra e Aécio (págs. 25 a 28) - Por conta própria, Ribeiro Jr., ainda no "Estado de Minas" e sem que sua apuração sobre a arapongagem de Serra tivesse sido publicada, retomou pauta iniciada quando ainda trabalhava no "Globo", sobre as privatizações feitas no governo FHC. Encontrou a primeira transação do ex-tesoureiro de campanha de FHC e Serra, Ricardo Sérgio de Oliveira: a empresa offshore Andover, com sede nas Ilhas Virgens Britânicas, que injetava dinheiro de fora para outra empresa sua, em São Paulo, a Westchester. (Fontes: cartórios de títulos e documentos e Juntas Comerciais de São Paulo e do Rio).

    Nos mesmos papéis, encontrou outro personagem que usava a mesma metodologia de Oliveira: o genro de Serra, Alexandre Bourgeois, casado com Verônica Serra. Logo após as privatizações das teles, Bourgeois abriu duas off-shores no mesmo paraíso fiscal - a Vex Capital e a Iconexa Inc, que operavam no mesmo escritório utilizado pelo ex-tesoureiro, o do Citco Building. (Fonte: 3° Cartório de Títulos e Documentos de São Paulo).

    Amaury ligou para assessoria de Serra no governo do Estado e se deu mal: as informações, das quais queria a versão do governador, serviram para que o tucano paulista ligasse para Aécio e ambos aparassem as arestas. O Estado de Minas não publicou o material.

    continua...

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  3. continuação...

    3. Ricardo Sérgio de Oliveira, Carlos Jereissati e a privatização das teles - O primeiro indício de que a privatização das teles encheu os cofres de tucanos apareceu no relatório sobre as movimentações financeiras do ex-caixa de campanha Ricardo Sérgio de Oliveira que transitou pela CPMI do Banestado. A operação comprova que Oliveira recebeu propina do empresário Carlos Jereissati, que adquiriu em leilão a Tele Norte Leste e passou a operar a telefonia de 16 Estados. A offshore Infinity Trading (de Jereissati) depositou US$ 410 mil em favor da Fanton Interprises (de Ricardo Sérgio) no MTB Bank, de Nova York.

    Comprovação do vínculo da Infinity Trading com Jereissati: Relatório 369 da Secretaria de Acompanhamento Econômico; documentos da CPMI do Banestado.

    Comprovação do vínculo de Oliveira com a Franton: declaração do próprio Oliveira, à Receita Federal, de uma doação à Franton, em 2008.

    4. Quando foi para a diretoria Internacional do Banco do Brasil, Ricardo Sérgio tinha duas empresas, a Planefin e a RCM. Passou a administração de ambas para a esposa, a desenhista Elizabeth, para assumir o cargo público. Em 1998, a RCM juntou-se à Ricci Engenharia (do seu sócio José Stefanes Ferreira Gringo), para construir apartamentos. Duas torres foram compradas pela Previ (gerida pelo seu amigo João Bosto Madeira da Costa) ainda na maquete. A Planefin entrou no negócio de Intenet recebeu líquido, por apenas um serviço, R$ 1,8 milhão do grupo La Fonte, de Carlos Jereissati, aquele cujo consórcio, a Telemar, comprou a Tele Norte Leste (com a ajuda de Ricardo Sérgio, que forneceu aval do BB e dinheiro da Previ à Telemar).

    5. Em julho de 1999, a Planefim comprou, por R$ 11 milhões, metade de um prédio de 13 andares no Rio, e outra metade de outro edifício em Belo Horizonte. As duas outras metades foram compradas pela Consultatum, do seu sócio Ronaldo de Souza, que morreu no ano passado. Quem vendeu o patrimônio foi a Petros, fundo de pensão dos funcionários da Petrobras, reduto tucano. O dinheiro para pagar a metade de Ricardo Sérgio nos imóveis veio da Citco Building, nas Ilhas Virgens Briânicas, a mesma "conta-ônibus" de doleiros que viria a lavar dinheiro sul-americano sujo, de várias procedências.

    Amanhã, a Carta Maior contará o que o livro de Amaury Ribeiro Jr. revela das operações feitas pela filha e genro de Serra, Verônica e Alexandre Bourgeois, e pelo primo Gregório Marín Preciato.http://www.cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=19196 http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=eyxQMpm

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  4. Seu Zé da Viola circulava pela cidade vendendo esses yogurtes. Não o vejo mais. Se parou é porque a música preencheu seu espaço e virou novamente sua fonte de sustentação. Seria ótimo ouvir a confirmação disso.

    Um abraço pelo seu livro. Ainda não comprei, mas irei comprar.

    André Ramos

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  5. Neste link, assistam à excelente entrevista do Amaury Jr, a respeito da "privataria Tucana" (só fazer um copiar-colar na barra de endereço).


    Um abraço


    Tristan


    http://noticias.r7.com/brasil/noticias/psdb-contesta-denuncias-de-livro-e-sai-em-defesa-das-privatizacoes-20111215.html

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