quinta-feira, 29 de março de 2012

DOCUMENTOS DO FUNDO DO BAÚ (35)

O FIM DO NUPHIS E A TRANSFERÊNCIA DOS ACERVOS - ATITUDE E AÇÃO
MATÉRIA 1: "História de mudança - Núcleo de documentação da USC inicia transferência para prédio menor e devolve parte do acervo", texto de João Pedro Feza, publicado no JC edição de ontem, 28.03:

"Iniciada em 1983, a história do Nuphis está com capítulos em aberto. E com certa dose de suspense: afinal, o Núcleo de Documentação e Pesquisa Histórica “Gabriel Ruiz Pelegrina” vai fechar? A resposta da USC (Universidade do Sagrado Coração), guardiã do acervo, é... “Não, não vai. O núcleo mantém o mesmo nome, inclusive. O que ocorre é um processo de mudança de um galpão maior, em área externa, à frente da universidade, para prédio menor que fica dentro da USC, mais seguro e arejado”, justifica o coordenador geral de extensão, Luiz Antonio Fernandes Fonseca. E a devolução de parte do acervo aos donos originais: é verdade? Sim. “De fato, estamos chamando algumas pessoas e instituições para acertar essa situação”. A mudança para antiga ala interna que abrigava a Edusc já começou nesta semana. É tida como inevitável porque a USC precisa de espaço para novos e complexos laboratórios de cursos. E o prédio do Nuphis, por ser térreo e espaçoso, cai como uma luva para isso.

Separam, embalam... - “Precisa ficar claro que ninguém vai colocar nada na calçada”, ressalta Luiz Fonseca. Mas que o Nuphis não será mais o mesmo, é fato. Além de ir para prédio menor, vai priorizar manutenção de acervo que conta a história dos 49 anos da USC, desde os tempos de Fafil (Faculdade de Filosofia). E qual a situação de momento? “O Nuphis tem três funcionários. Separam material, embalam... A mudança, em sua primeira fase, deve estar concluída até a primeira quinzena de abril.” - O que permanece, o que sai: Fotos, troféus, mapas, medalhas, livros, discos e documentos antigos sem qualquer relação com a trajetória da USC na comunidade deverão sair. Cartas de época, estantes e equipamentos obtidos ao longo dos anos, inclusive com apoio financeiro da Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo), continuam a serviço do Nuphis, segundo Luiz Fonseca. (JPF)

Câmara: ‘Vai ficar tudo encaixotado’ - O presidente da Câmara, Roberval Sakai, disse ontem que o acervo da Câmara que está no Nuphis voltará, sim, para o Legislativo. Mas, por enquanto, vai ficar tudo encaixotado. “Teremos uma sala para isso, conforme decidiu a mesa diretora. Só que ainda estamos comprando alguns arquivos, no processo de cotação de preços, para acomodar o material”. (JPF)

Associação mantém crítica à alteração - O presidente da Associação dos Amigos dos Museus de Bauru (AAMB), Henrique Perazzi de Aquino, alertava em carta ao JC, publicada em 17 de março, sobre “preocupações e apreensões” sobre as mudanças no Nuphis. “O mais importante agora é que a Prefeitura consiga acondicionar o material em local condizente à importância que tem”, disse ontem. Para ele, o fato de a municipalidade reassumir parte do material deve facilitar futuras cobranças de preservação, o que é dificultado no caso de uma entidade privada, como a USC, de acordo com Aquino. Conforme o JC já divulgou, cerca de 70% do material do Nuphis deverá voltar para municipalidade. Prefeitura: ‘Equipes fazem transferência’ - Segundo o secretário municipal de Cultura, Elson Reis, parte do acervo alocado no Jardim Brasil, onde fica a USC, vai começar a ser transferido até o final desta semana. São: cadastro imobiliário da prefeitura, objetos relativos à ferrovia, fotos, discos (LPs), etc. “As equipes da USC e da Secretaria da Cultura, envolvendo o Departamento de Proteção ao Patrimônio Cultural, estarão envolvidas. Vai haver conferência do material em sua saída e sua chegada”, informou o secretário. O acervo histórico será dividido entre os museus de Bauru, entre eles o Museu Histórico Municipal, o Museu Ferroviário e o Museu de Imagem e Som (MIS) – que ainda será construído ".

MATÉRIA 2: “Farmácia de Cabrália Paulista também deve deixar o Nuphis” – matéria do JC, caderno Cultura, edição de hoje, 29.03
"Um aparato completo de uma antiga farmácia, com mobiliário clássico de época, também integra acervo do Nuphis (Núcleo de Documentação e Pesquisa Histórica “Gabriel Ruiz Pelegrina”) da USC (Universidade do Sagrado Coração). E, assim como o acervo da Prefeitura e Câmara de Bauru, deve deixar a instituição. A diferença é que a farmácia foi doada por uma família de Cabrália Paulista, cujo contato já foi feito para que aceite a devolução. As devoluções, conforme o JC noticiou ontem, geram polêmica. Para preocupação da Associação dos Amigos dos Museus de Bauru, o Nuphis vai deixar o atual prédio, em frente à universidade, e passar para ala menor, dentro da universidade. A medida ocorre porque a USC precisa de mais espaço para seus novos laboratórios. Resultado: não cabe tudo na nova ala e parte do acervo volta, portanto, aos donos originais. “O problema é que vai ficar uma parte do acervo para um lado, outra parte para outro, e nunca mais teremos essa unificação física”, diz o presidente da associação, Henrique Perazzi de Aquino.

Volumes menores - O coordenador geral de extensão da USC, Luiz Antonio Fernandes Fonseca, garante que não se trata do fim do Nuphis, apenas uma adequação necessária. O processo de mudança já começou com pequenos volumes transferidos para prédio menor, no Jardim Brasil. Prefeitura e Câmara também se preparam para receber de volta documentos e objetos que, a partir de 1983, começaram a compor a parte “municipal” do Nuphis. A Polícia Militar também deverá ser chamada para tratar de recuperação de acervo de seu interesse.

MINHA OBSERVAÇÃO FINAL: Continuo tendo a certeza do irracionalismo na devolução do acervo para seus doadores, mais de dez anos após a doação. Sensatez, praticidade e agilidade, tudo junto, é disso que precisamos. A Prefeitura, por intermédio de Rodrigo Agostinho, Elson Reis, Neli Viotto, Orlando Alves e outros precisa ser rápida, audaciosa e impetuosa. Tem que arrebatar tudo para o acervo público e enfrentar todos os dragões com todas as armas disponíveis. Todos os interessados nessa questão precisam estar unidos e lutar pela unificação de todo esse acervo num mesmo lugar. Não existe outra solução e qualquer outra, além de paliativa é desastrosa. Urgentíssimo é a reunião com todos os atuais ocupantes das instalações anexas ao Museu Ferroviário (SESEF, Inventariança Rede e Clube Engenheiros Aposentados) e cada um ceder uma parte da área que ocupam, possibilitando o abrigo imediato, num local condizente com a importância do acervo. Se preciso for, precisamos criar um coletivo e ir um a um, nesses doadores que estão recebendo de volta seus acervos, num ato de conscientização de que tudo estará melhor guardado em instalações museológicas. Pois, que então façamos isso. O final de semana dos ligados à questão deve ser movido por isso. Já do ocorrido no Nuphis, prefiro ver primeiro tudo resolvido, depois vamos esclarecer tudinho.

9 comentários:

  1. Henrique

    Parabéns pela iniciativa, estamos juntos nessa luta!!!

    Eduardo Lopes
    White Martins Bauru

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  2. Caro Henrique,

    Caso tenha uma reunião, por favor, me avise pois quero participar.
    abraço
    célio losnak - Unesp Bauru

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  3. Bom dia Henrique.
    Acompanhei sua fala ontem e hoje pelo JC a respeito do Nuphis. É realmente uma pena.

    Outra questão é referente aos antigos processos. Quanta riqueza que vai para o esquecimento. Achei um processo de roubo onde meu avô materno Benedito Rodrigues Guerra era vitima - furto de animal. Até uma causa solucionada o inventário de João Baptista de Oliveira da década de 1920 hoje na 1ª Vara de Sucessões de Bauru (pelo menos esse está salvo).

    A gente sabe que essa estória de espaço para laboratórios é conversa fiada, o negócio é o mercenarismo das "irmãs". Pena que por uma questão ética pois a Marcia foi funcionária lá eu não possa me manifestar pela imprensa pois poderia parecer uma retaliação por ela não estar mais lá.

    Mas, é a ditadura chilena em Bauru. Outra coisa, não sei se você pode me ajudar, eu gostaria muito de conhecer por dentro a casa na quadra 2 da Rua 1º de agosto, que ficavam os diretores da NOB - "antes que acabe". Se a gente pudessa até fotografar por dentro? Pelo menos teriamos uma memória. Você sabe se essa casa foi tombada?
    Abços.
    Amilton Sobreira - SOS.

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  4. Henrique,
    Boa tarde,
    Seria mesmo muito bom se a prefeitura abrigasse o acervo do NIPHIS. Parabéns pelas declarações.
    Abraços
    Nilson Ghirardello

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  5. Henrique

    Eu não consigo entender como não existe lugar lá dentro da estrutura da USC para abrigar esse material. Eu estudei lá nos fundos, num espaço que continua fechadoi e que foi o Colégio da USC, quando o Darvino era o diretor e nunca mais foi realmente utilizado. Por que não transferiram o Núcleoi para aquele espaço? As justificativas dadas não colam, não existe liga e me parece mesmo que o que está ocorrendo é mais uma consequência danosa da passagem do ex-reitor Rocha, o cheileno, que implantou uma filosofia mais desumanizada e ela é a que vigorará daqui para frente. O que me espanta é as irmãs, antes tão humanas, assistirem a tudo caladas e sem emitirem nenhuma opinião.

    Aurora

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  6. Henrique.
    Eu estou boquiaberta!!!!!!!! Tudo isso parece brincadeira!!!!!!!!! Como guardar tudo isso se atéo museu histórico ainda tem coisas guardadas em caixas?????? e o MIS que ainda VAI SER CONSTRUÍDO??????? prá quando?????? acho que as traças não esperar tanto tempo.


    Sobre o mobiliário da farmácia de Cabrália, eu CONHECI pessoalmente, é linda! com certeza tomei algumas injeções que lá eram guardadas... me lembro dos frascos de " agua inglesa" e das pílulas de vitaminas que o Dr Clóvis preparava.... eu nasci naquela terra!!!


    até


    majô

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  7. Bom dia henrique!
    Achei muito sério essa atitude da USC,espero que cheguem num consenso, que pessoas ligadas ao poder público,viabilizem um lugar condizente e de maneira alguma deixem esse riquíssimo acervo ser devolvido aos antigos doadores.
    Concordo com sua idéia,se preciso for; fazer uma mobilização e até procurar reaver esse material, convencendo as pessoas da importância histórica e a unificação física desse acervo para nossa cidade e que o nome do "GABRIEL RUIZ PELLEGRINA",seja preservado nesse ou futuro espaço.


    VALÉRIA




    Obs. Meu amigo ,vc é um ATIVISTA nato,sempre em alerta pelas causas sociais.
    Te admiro muiiiiito, pela sua inteligência e dedicação como cidadão.As vezes com ideais eloquentes ,incompreendido ,mas sua determinação é notória ,não mede consequência para atingir seus objetivos.

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  8. Parece que a U$C cagou e não saiu da moita eim... "Conforme o JC tem divulgado, a USC precisa de espaço para novos e complexos laboratórios de cursos. E o prédio do Nuphis, por ser térreo e espaçoso, cai como uma luva para esse propósito". Quanta hipocrisia! ou melhor, a mesma hipocrisia de sempre.
    O espaço em que esta o arquivo é proprio para a acomodação dos documentos, climatizado etc... parece que eles só estão danso uma desculpinha pra sociedade e "pronto, amontoa esse monte de lixo ai em qualquer sala..." Se confirmam nossos temores de que o acervo será mesmo pulverizado.
    Lastima! Historia batida...depredação movida pelo capital

    http://www.jcnet.com.br/Cultura/2012/03/usc-reavaliara-mudancas-em-acervo.html"

    Tauan - Narciso do Tempo no facebook

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  9. Caro amigo Henrique ao ler a materia que vc carinhosamente entrevistou o senhor Gabriel, lembrei de um dado interessante um dia eu conversava com ele sobre a colonia do Leprosário de Bauru, Leprosário Aimorés, me dizia que tinha muitos dados sobre a história,do Nuphis que por muitotempo ocupaou um espaço desta conceituada Universidade, depois de uns tempo querem qcabar com a história que alí estava preservada graças ao trabalho do inscansável senhor Gabriel Pellegrina,aquilo era a vida deste patrimônio histórico de Bauru na juventude dos seus 90 anos de vivência na cidade sem limites.
    Estranho acabar com a história no Intituto Lauro de Souza Lima não é diferente digo isso com conhecimento da história como funcvionário servidor por mais de 36 anos nesta que é uma institutição genuinamente bauruense não tem dono é pública mas de repenet tem gente que se prontifica em cuidar e tranca o Museus proibindo assim a visitação pública, quem não conhece a história preferi fazer isso trancar e esuqcer que alí a história inicou em 25 de Setembro de 1927.
    Parabéns amigo Henrique pela oportuna entrevista.
    Jaime Prado: Mtb: 038076 - Preservando a história do antigo Asilo-Colonia Aimorés sem reconhecimento.

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