O QUE FAZER EM BAURU E NAS REDONDEZAS (11)
RESISTIR PROCURANDO ONDE RESIDE A BOA MÚSICA: KANANGA NA QUINTA E O PRETO BÁSICO AMANHÃ, DOMINGO
Bauru possui muitas opções musicais. Basta abrir nossos dois jornais e constar isso. Na maioria dos casos, uma programação passando ao largo do meu gosto e preferência. Existem as exceções e nelas mergulho com afinco e dedicação. Semana passada, na Banca do Carioca, compro um CD de “Altemar Dutra e Convidados”, que embala o que ouço no carro durante a semana. Podem me chamar de antiquadro, mas ouvir o falecido cantante ao lado de gente como Cauby, Miltinho, Joanna, Fagner, Nelson Gonçalves e outros muito me agrada. Cheguei a rivalizar numa das esquinas da cidade com um garotão a escutar sua preferida no mais agudo possível. Elevei o tom do que ouvia e assim como achei o som que saia do seu carro de péssimo gosto, ele, com certeza achou o mesmo do meu. Agora mesmo, manhã de sábado, após ouvir os noticiários pelas FMs, sempre escuto o Wellington Leite pela Veritas, mas resolvi procurar tangos pela internet e os encontro numa rádio de Buenos Aires, a http://www.radioam750.com.ar/ , clicando na linha superior à direita “Tanghetto em Nadar de Noche”.
Sou um assumido milongueiro. Conto outra, essa na noite da última quinta, 22/03, quando recebo um recado de Cleusa Madruga via e-mail como se fosse uma garrafa jogada ao mar em busca do encontro do destino (ou abrigo) seguro: “Venha ver o Kananga do Alemão hoje no Espetu’s Bar, rua Marcondes, entre a Antonio Alves e a Araújo Leite, 19h30 em diante. O Alemão quer te ver na plateia”. Cleusa é a esposa do Alemão, o capô do Kananga. Formam um belo e alegre casal e junto deles arrastam uma quantidade incrível de adeptos e adoradores da boa música. O Espetu’s é um lugar simples, acanhado, mas muito receptivo e encantador por acolher um grupo musical dos mais originais, autênticos e dos poucos hoje com um repertório onde é possível cantar (e dançar) tudo o que produzem. De milongueiro a seresteiro, num pulo.
Chovia a cântaros em Bauru no começo daquela noite, mas na primeira trégua para lá me dirijo e não me decepciono. A parte descoberta do bar estava interditada e na coberta um aglomerado de pessoas a presenciar uma espécie de presente oferecido ao público por Alemão e mais dois integrantes do grupo. Extasiante na acepção da palavra. Cantei e presenciei gente que não via há tempos. Uma delas, uma senhora, com setenta anos e lá vai fumaça, a mais altaneira da noite, com seu longo vestido, levantado por causa da chuva e a dançar sozinha no meio do bar flanando sob todos os presentes. “Negra”, seu apelido e assim todos a chamavam. Hipnotizado pelos passos certeiros e a animação de uma senhora que insiste em não permitir que a idade lhe assente a poeira. O som emanado pelo Kananga é propiciador disso tudo. Na quinta que vem tem mais e só não estarei se o motivo for de força maior. Deixo aqui uma amostra do que vi por lá:
Amanhã cedo, dia 25/03, 10h30, depois da passada obrigatória pela feira e Banca do Carioca, um show no palco armado na área quase externa da Oficina Cultural Glauco Pinto de Moraes, lá pelos lados da rua Amazonas, acima da Rondon. O grupo convidado é PRETO BÁSICO, que com esse nome ninguém ainda os conhecem, mas se disserem que é o ex-MONTE DE BOSSA, do vocalista JOÃO PAULO BIANO, o vozeirão do soul local, não há quem não os admire. Mudaram de nome, pois dizem, segundo texto de Luly Zonta no Bom Dia de hoje: "Mudamos o nome por causa do mercado. Muitos iam achando que iriam encontrar só bossa. Era um rolo só, até explicar piorava". Repertório dos mais afinados. Hoje estarão no Armazém Bar no Tributo a Raul Seixas e emendam amnhã, sem direito ao reparador sono, com o da Oficina, o de apresentação da nova nomenclatura, simplesmente "Preto Básico". Só não bato cartão nos dois, porque diferente deles, já não aguento mais ficar sem dormir tanto tempo assim.OBS FINAL: Amanhã aqui no mafuá o texto de minha lavra publicado na edição nas bancas da revista Carta Capital, sobre Arcôncio Silva, 96 anos, o falecimento do mais velho comunista de Bauru e algo do seu velório e enterro. Polêmicas à parte, o que foi visto ali é um fiel retrato do que acontece país afora, sem tirar nem por.
Henrique, sentimos sua falta no show do Preto Básico. Foi lindo! Beijão. Alíssia
ResponderExcluircara Alissia e turma amiga da Oficina Cultural:
ResponderExcluirQueria muito ter ido. Sabe que não gosto de perder essas boas e raras oportunidades, mas na manhã desse último domingo tive que priorizar outras coisas. Tinha uma viagem marcada para Curitiba, a trabalho e não tinha nada arrumado, além da confusão dominical, feira, tive que abdicar, mas continue me convidando para os p´roximos eventos. Só não vou por motivo de força maior. Me conte como foi...
Um abracito curitibano do Henrique
Querido Amigo
ResponderExcluirParabens pela reportagem, vc é um escritor nato, de alma e espirito puro, não só por ser nosso amigo mas sim por tudo que escreves, pois retrata o seu verdadeiro ëu¨.
Quanto a pessoa da foto, citada no seu texto, nossa amiga, o apelido dela é preta e não negrinha, é uma das nossas Kananguetes, tambem pessoa dotada de uma grande alma pura e simples que tem por lema "Que amigo tem que prestigiar o que é autentico".
Ah, quase que esqueço ela ,ela tem 52 anos e na Quinta -feira próxima ela estará no Espetinho e você a Ana terão a oportunidade de conversar pessoalmente. Uma excelente amiga.
Abraços
Cleusa e Alemão