terça-feira, 22 de maio de 2012

O QUE FAZER EM BAURU E NA REGIÃO (14)
DO QUE PRESENCIEI, MINHA PREFERÊNCIA NA VIRADA EM BAURU FOI...
Cada um faz suas escolhas de acordo com suas preferências. Eu tenho as minhas e foi dentro delas que busquei fazer meu roteiro e participar ativamente de mais uma edição da Virada Cultural, ocorrida em Bauru no último final de semana, 19 e 20/05. Algumas atividades no sábado e outras no domingo, mas uma me tocou mais do que as demais. Foi a que teve menos divulgação, pois nem constou do roteiro oficial distribuído pela cidade (ninguém me explicou dos motivos). Vamos a ela. Domingo pela manhã, 11h30 da manhã, área externa do SESC, palco montado ao ar livre, cadeiras espalhadas embaixo de árvores e um evento que contou com pouco mais de cinquenta pessoas. Muitos, sem modéstia, estavam lá porque os comuniquei ainda no sábado, pois nada sabiam dele. O SESC tem algo louvável (além, claro, da programação primorosa), cumprem o horário e quem chega depois do a constar na sua programação (com eles "vale o escrito", literalmente), perde parte da festa. Pouco mais do horário, alguns minutos, adentra o palco um grupo de sambistas de Araraquara (um dos melhores redutos de sambas de raiz do interior brasileiro), o Quartet Café (doze anos de muita história e samba do bom), com a fina-flor do samba e do choro. Tocam três músicas e chamam os convidados da manhã, nada menos que o monstro sagrado do trombone de vara, ZÉ DA VELHA e seu parceiro de quase duas décadas, o trombonista SILVÉRIO PONTES. Daí para frente foi um deleite para os presentes, algo a inebriar todos de tal maneira, que se tocassem a tarde inteira, com certeza ninguém arredaria pé (invadiram a hora do almoço de todos e ninguém reclamou). O grande personagem da manhã foi nada menos que Pixinguinha, motivo do último CD da dupla, o “Só Pixinguinha”, edição independente. Silvério mais bonachão brinca desse negócio de gravarem novos discos. “Temos um pronto, mas ninguém quer gravar a gente. Teremos que optar por fazer um trabalho independente ou colocar um brinco na orelha do Zé e tocar soul”. Dentre risadas, o Zé responde: “Me respeita, moleque”. E tocaram até cansar, pois sentem no ar, que quando tem plateia pequena é porque constituída na sua essência de fãs de verdade. Fizeram de tudo, solos, disputas, um completando o outro e com o quarteto uma sintonia dessas que o desavisado acha que ensaiaram a semana toda, mas na verdade não fizeram nenhum, pois encontraram-se ali, momentos antes de tudo comerçar. Já se conheciam de outros embates e tudo saiu maravilhosamente dentro do previsível. Só clássicos e para terminar, Bauru foi agraciada com algo fora do trivial. Zé da Velha toca que é uma maravilha, mas cantou um popurri para endoidecer gente sã. Festa mesmo foi papear com todos reunidos e sem pressa na descida do palco. O nosso maestro George Vidal estava com uma poça de baba debaixo de onde assistiu o show e assim sendo, eu, ele e os demais presentes (Bonelli - ex-gerente do SESC, Elizeth da Cultura e o marido Silvio Vieira, George e Célia Vidal, os músicos Binha e Borracha, PH o entendido de MPB entre outros) temos a certeza mais do que absoluta, éramos uns privilegiados, pois presenciamos o que de melhor passou por Bauru na Virada. E junto disso tudo, o belo espetáculo de dança proporcionado pelo mestre no ofício, o Geraldo Inhesta e a sua parceira de pista (conheceram-se ali, naquele momento), a professora da Unesp, Andressa. Só quando sai dali é que fui lembrar que o estomago roncava e estava com fome. Depois disso, só mesmo ver a beleza plástica do samba do Zé Renato na parte da tarde e mais uma vez a comprovação de que quem sabe mesmo fazer programação é o SESC. Bola mais do que dentro e eu estava lá e vi tudo.

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