CENA BAURUENSE (98)
ELES ESTÃO ENTRE NÓS, LATINOS, ANDINOS, PLATINOS, CATALÕES, AFRICANOS... SÓ POR ESSES DIAS
Continuo relembrando o que está sendo a passagem dessa trupe de estrangeiros nesta semana pela Bauru que ainda gosta de ver e ousar. Tudo está sendo oferecido gratuitamente, mas a chuva e um algo mais impediram que os locais estivessem transbordando de gente. Eu reservei algumas horas do meu dia e não perdi um dia sequer, de segunda até ontem, sábado (hoje volto à carga), estive no Teatro Municipal e nas ruas para presenciar algo inesquecível para mim, essa rica troca de experiências e vivências com gente de outros cantos. Abdicar de coisas corriqueiras e marcar presença é para mim algo mais do que normal, pois não os vereis mais já na próxima segunda, ESSE MEU LEMA, presenciar e extrair o máximo de aproveitamento.
Na sexta, após intenso contato com os três peruanos do grupo MADERO fui vê-los em ação na peça “El señor Del mar”. Uma bela encenação de algo folclórico desse país vizinho e a triste constatação de nada sabermos sobre nossos vizinhos, paredes meia com o Brasil e muita coisa inútil de países distantes, como da vida de fúteis estrelas cinematográficas dos EUA ou a culinária de países europeus e quase nenhuma peculiaridade de quem vive ao nosso lado. Vi encenada uma rainha dos mares e quando interpelei os atores sobre a nossa Iemanjá, disse-me: “São muito parecidas, cada lugar onde exista mar possui a sua”. E a conversa fluiu sempre para as experiências travadas por eles em suas comunidades, como é o momento vivido por seu país, a reviravolta nos sentimentos latinos. Além deles, Julieta Tabbusch e Miguel Nigro, ambos argentinos, ela do espetáculo “Cineamano” e ele do “Teatro de la Plaza” (hoje, domingo, 10/06, 17h, gratuito no Teatro Municipal) participam ativamente desse papo e fico conhecendo meandros ainda não vislumbrados dessa riqueza latina, tão desconhecida por nós brasileiros e tão apaixonante. Travo uma luta comigo mesmo para aprender cada vez mais um pouco desse idioma, tão próximo e tão distante de nós, pois aos 52 (faço dia 23/06) devo cuidar daqui para frente de algo mais latino, buscando uma aproximação maior com todos “los hermanos” de fato e de direito. Isso tudo toca uma vida e a transforma. É só querer e ir buscar.
Na sexta, após intenso contato com os três peruanos do grupo MADERO fui vê-los em ação na peça “El señor Del mar”. Uma bela encenação de algo folclórico desse país vizinho e a triste constatação de nada sabermos sobre nossos vizinhos, paredes meia com o Brasil e muita coisa inútil de países distantes, como da vida de fúteis estrelas cinematográficas dos EUA ou a culinária de países europeus e quase nenhuma peculiaridade de quem vive ao nosso lado. Vi encenada uma rainha dos mares e quando interpelei os atores sobre a nossa Iemanjá, disse-me: “São muito parecidas, cada lugar onde exista mar possui a sua”. E a conversa fluiu sempre para as experiências travadas por eles em suas comunidades, como é o momento vivido por seu país, a reviravolta nos sentimentos latinos. Além deles, Julieta Tabbusch e Miguel Nigro, ambos argentinos, ela do espetáculo “Cineamano” e ele do “Teatro de la Plaza” (hoje, domingo, 10/06, 17h, gratuito no Teatro Municipal) participam ativamente desse papo e fico conhecendo meandros ainda não vislumbrados dessa riqueza latina, tão desconhecida por nós brasileiros e tão apaixonante. Travo uma luta comigo mesmo para aprender cada vez mais um pouco desse idioma, tão próximo e tão distante de nós, pois aos 52 (faço dia 23/06) devo cuidar daqui para frente de algo mais latino, buscando uma aproximação maior com todos “los hermanos” de fato e de direito. Isso tudo toca uma vida e a transforma. É só querer e ir buscar.
Ontem, sábado, 09/06 a manhã foi contagiante com o Desfile de Bonecões pela rua Batista, a do Calçadão. O palhaço Biribinha deu oficinas de confecção dessa arte durante toda semana na Oficina Cultural e os colocou na rua, com um rico cortejo saindo da Praça Machado de Mello até a praça Rui Barbosa. Quase me enfiei dentro de um deles, pois contagiado pela emoção de ver duas pessoas, dessas que estiveram na lida pelo evento, já prontas para desfilar avenida afora, Kyn Jr, produtor do evento e Paulinho, manager da Oficina Cultural de Bauru. Faltou o secretário Elson Reis para completar a trinca do evento ( e do Vento), desses que se o fato ocorresse e fosse noticiado, poderia ser incluido naqueles que promovem, entendem e participam de ponta a ponta na realização de fatos dignificantes para uma comunidade. Vi o esforço de cada jovem, o empenho com que queriam desfilar com os bonecões e a alegria de Briribinha ao propiciar esse algo novo na vida de todos eles. Depois a praça e a peça da Família Briribinha, por volta das 11h30 com “As aventuras contra o Chupa-Cabra”. Algo bem popular, cheio de improvisos e algo mais vislumbrado por mim, a preocupação do artista com as falhas na aparelhagem e sem deixar transparecer isso ao público. Lá no seu interior ele demonstrava que poderia ter feito diferente, com tudo em cima da pinta. Coisas e ocorrências de quem faz ao vivo, sem repetições. Para o público tudo risos e alegria. Praça, povo, festa popular nas ruas e ajuntamentos que poderiam ser maiores e mais frequentes.
Continuo convivendo com todos esses forasteiros encantadores, como o pirotécnico Hélio Leites, que sempre tem novidade nova com suas miniaturas, como o cantante Simão Felix da Cunha, africano de Guiné Bissau, que num dos intervalos diz ao Kyn: “Esse calor humano brasileiro, de gente tocando em vários lugares, te pedindo cada vez mais eu não vejo e nem sinto na Europa. Voltarei para lá, mas me traga de volta para esse país. Quero mais disso”. Hoje, domingo, eles junto do catalão Toni Dalmau irão alegrar a manhã dos que ficaram sabendo pelo boca a boca de um show a unir África e Europa
Europa. Li umas poucas linhas disso num dos nossos dois jornais, nada mais, nem na TV, nem no rádio, mas acredito na força do boca a boca. De lá, 17hs, Teatro Municipal tem o encerramento do Festival com algo direto de Buenos Aires (argentinos, ou melhor, Messi 4 x 3 Brasil, ontem nos EUA), o espetáculo “Mágico por acaso”, com o Teatro de La Plaza. Deixo meu futebol na TV de lado e continuo minha via sacra ao lado de conhecimentos outros, latinos, platinos, andinos... Ontem, sábado, final da noite, bar do Aeroporto, após uma coletiva comilança, Kyn desaba numa cadeira e dorme num largado sono, o dos justos, dos que suaram a camisa ininterruptamente, sem descanso durante esses últimos sete dias. Mesmo cansado ele sabe que terá que continuar atento e muito bem acordado pelo domingo afora.
OBS FINAL: Esse texto é dedicado a dois andantes cavalheiros, falecidos por esses dias. Primeiro NELSON JACOBINA, parceiro de todas as horas e momentos de Jorge Mautner e um que tinha encruado em si a vida pela forma mais lúdica possível, depois um escrevinhador de redondas e refinadas letras, IVAN LESSA, que aprendi a gostar lendo-o n'O Pasquim, no "Gip-gip Nenho-nheco", com suas frases ferinas, cortantes e pulsantes.
Continuo convivendo com todos esses forasteiros encantadores, como o pirotécnico Hélio Leites, que sempre tem novidade nova com suas miniaturas, como o cantante Simão Felix da Cunha, africano de Guiné Bissau, que num dos intervalos diz ao Kyn: “Esse calor humano brasileiro, de gente tocando em vários lugares, te pedindo cada vez mais eu não vejo e nem sinto na Europa. Voltarei para lá, mas me traga de volta para esse país. Quero mais disso”. Hoje, domingo, eles junto do catalão Toni Dalmau irão alegrar a manhã dos que ficaram sabendo pelo boca a boca de um show a unir África e Europa
Europa. Li umas poucas linhas disso num dos nossos dois jornais, nada mais, nem na TV, nem no rádio, mas acredito na força do boca a boca. De lá, 17hs, Teatro Municipal tem o encerramento do Festival com algo direto de Buenos Aires (argentinos, ou melhor, Messi 4 x 3 Brasil, ontem nos EUA), o espetáculo “Mágico por acaso”, com o Teatro de La Plaza. Deixo meu futebol na TV de lado e continuo minha via sacra ao lado de conhecimentos outros, latinos, platinos, andinos... Ontem, sábado, final da noite, bar do Aeroporto, após uma coletiva comilança, Kyn desaba numa cadeira e dorme num largado sono, o dos justos, dos que suaram a camisa ininterruptamente, sem descanso durante esses últimos sete dias. Mesmo cansado ele sabe que terá que continuar atento e muito bem acordado pelo domingo afora.
OBS FINAL: Esse texto é dedicado a dois andantes cavalheiros, falecidos por esses dias. Primeiro NELSON JACOBINA, parceiro de todas as horas e momentos de Jorge Mautner e um que tinha encruado em si a vida pela forma mais lúdica possível, depois um escrevinhador de redondas e refinadas letras, IVAN LESSA, que aprendi a gostar lendo-o n'O Pasquim, no "Gip-gip Nenho-nheco", com suas frases ferinas, cortantes e pulsantes.
sem palavras !
ResponderExcluirSivaldo:
ResponderExcluirIsso é um rasgado elogio ou uma ácida crítica?
Ando apanhando como cachorro de rua aqui pelos lados bloguisticos. Ainda não me acostumei com as mudanças que o blogger fez e tudo não se encaixa como dantes. Eu posto e as imagens se desalinham, não entram no local que quero. Preciso de uma aula, pois do contrário darei um breque...
Um abraço meu caro e dileto amigo
Henrique - direto do mafuá
Gente amiga
ResponderExcluirBauru ainda não entendeu isso tudo que aconteceu aqui semana passada.
A ficha não caiu. Investidores preferem botar grana em merda a emporcalhar a mente humana do que em cultura de fato e de direito.
Aurora