domingo, 17 de junho de 2012

UM LUGAR POR AÍ (27)
A GLOBALIZADA CONCENTRAÇÃO POPULAR NA “BOQUERIA” EM BARCELONA
Nessa semana dei uma longa entrevista para uma aluna do Curso de Jornalismo da UNESP sobre um dos locais onde me sinto como se estivesse em casa, a FEIRA DO ROLO. Nem sei direito como tem pintado essas entrevistas, pois sou só um admirador do lugar, tenho poucos contatos lá dentro e percebo que aquilo tudo não tem uma liderança bem formatada (seria o anarquismo semplo implantando no país?). Como moro ali do lado, frequento aquilo como extensão de minha casa. Acredito que dessa vez foi uma ligação da aluna para alguém da Cultura Municipal e lá me indicaram. Talvez também por não parar de escrever sobre o local aqui no mafuá. Ou isso tudo junto, ou porque sou falador mesmo. É que gosto cada vez mais de lugares assim, onde o povo pode se reunir sem proibições e problemas outros. A Feira do Rolo é algo que vai além de mim, pois por onde ande tento ver e sentir as emoções de lugares onde prevaleça a aglomeração popular. Esses locais, de grande concentração de pessoas, não para o comércio convencional sempre me atraíram. E como tenho viajado um bocadinho, por onde passe, encontro tempo para conhecer novidades.
Na Espanha, mais especificamente em Barcelona perdi a oportunidade de conhecer uma feira popular realizada aos sábados, pertinho da avenida Diagonal, próxima do hotel onde fiquei hospedado e pelo único motivo de estar voltando para o Brasil justamente naquele dia. Da janela do táxi me transportei para aquele “furdunço” de gente e uma tristeza pela oportunidade perdida. Foram sete dias em Barcelona no final de abril e um dos locais que mais pisei foi na popular Las Ramblas, uma avenida com um canteiro central, onde regularmente a cidade se encontra. É lindo isso, A CIDADE SE ENCONTRA. Aos finais de semana muitas barracas expõem um pouco da cara escondida (para muitos, oculta) de Barcelona. O vai-e-vem desse lugar eu conto aqui qualquer dia, mas hoje minha escrita é sobre outro lugar, também marcante.
Descendo pela Las Ramblas, quase no final, pouco antes da praça com a estátua do Colombo, entrando à direita um local de congraçamento popular e gente do mundo inteiro esbarrando umas nas outras. É o Mercado Popular da BOQUERIA (http://www.boqueria.info/),  muito parecido com o Mercadão de São Paulo, com o Mercadão de Madureira e a Feira de São Cristovão no Rio, com o Mercado da Praça Osório e a da do Largo da Ordem, em Curitiba e tantos outros. Em Jaú e Marília, aqui pertinho existem mercados com essas características, antigas construções e algo mais além dos bares. Algo com essa cara existe espalhado por todo canto (Cairo, Instambul, Buenos Aires, Hong Kong, Paris, Londres...) Num dos quiosques algo bem nosso, só produtos brasileiros, desde cerveja, cereais e enlatados. Quem me deu a dica em primeiro lugar foi um taxista, e essa de Barcelona eu gamei de cara. Voltamos três vezes (Eu, Ana e sogra Darcy) e foi um dos lugares onde mais tirei fotos. Não pesquisei sobre a história do lugar, não parei para muitas indagações, mas comi algo e bebi sucos variados, além de me encantar com os coloridos balcões lotados de frutas (viaje pelo mapa do lugar: http://www.boqueriamap.com/). mineiro por sinal, que disse ir se abastecer por lá de produtos do Brasil. Conferindo, fiquei hipnotizado pelo lugar.
Acredito que as fotos dizem mais do que as palavras. Lugares assim são universais. Bauru teve um esboço de algo assim no passado, o Mercadão onde hoje está o Teatro Municipal. Resta na cidade nossas feiras em ruas e a babilônia já citada no começo do texto. Da Boqueria, como de todos os lugares com essas características, algo como um imã a me atrair. Por fim, uma confissão para encerrar o texto: Gosto muito de lugares  assim do que qualquer passeio por um shopping Center. Querendo ir além do visto aqui, com uma passadinha rápida pelo Google existe uma infinidade de opções de navegação para conhecer o lugar. Eu trouxe recordações visuais que nunca mais me sairão da memória. Viva La Boqueria e o Las Ramblas, e também a Catalunha (bandeirinha vermelha e amarela tremula pela cidade inteira – trouxe a minha), algo bem diferente do restante da Espanha. E voltando para a minha aldeia, viva a feira do Rolo, pois hoje é dia de bater cartão no seu chão de paralelepípedos.

3 comentários:

  1. Henrique

    Muito bom, aqui no Nordeste, onde estou tem feiras desse tipo espalhadas pela maioria das cidades e em todas, o mesmo que viu na Boqueria e vê aí na bauruense do Rolo, gente, muita gente. Quer coisa mais democrática que povo na rua?

    Nico

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  2. Conheço a Boqueria, mas achei meio forçada a comparação com a Feira do Rolo, pois uma é em local fechado e revende produtos, muitos deles de uma feira, mas na Feira do Rolo o negócio é outro. Que acha?

    Silvestre

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  3. caro Silvestre

    Forcei a comparação propositalmente. Essa foi a minha intenção. Uma é uma coisa e a outra é outra coisa, mas na junção das duas o algo que gosto de ver, presenciar e estar presente, a participação popular, o envolvimento popular e o congraçamento popular. Quiz mostrar isso e é isso que procuro.

    caro Nico
    É verdade, a maioria das cidades nordestinas são ricas em feiras no estilo da nossa Feira do Rolo. Gostaria imensamente de conhecer algumas delas e depois poder relatar aqui o vivenciado.

    Henrique - direto do mafuá

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