quarta-feira, 19 de setembro de 2012

CHARGE ESCOLHIDA A DEDO (59)

O QUE ESTARIA ACONTECENDO COM ALGUNS DOS SINDICATOS DE TRABALHADORES?
Vários fatos seguidos estão a atormentar a vida de alguns dos sindicatos dos trabalhadores em Bauru, preocupando filiados e alertando a todos sobre bastidores ainda não revelados. 
Primeiro o Sinserm, o dos funcionários da Prefeitura Municipal. Seus membros todos pertenciam ao PSTU, houve um racha e hoje estão sem filiação nem bandeira sindical e na eleição tiveram na disputa uma chapa composta por membros aliados à CUT. Um imbróglio danado de entender. Briga de foice, uns não querendo sair e outros querendo entrar. Me faz lembrar da música do Dominguinhos: “Isso aqui tá bom demais, quem tá fora quer entrar, mas quem tá dentro não sai”. Cédulas foram queimadas e a atual eleição, mesmo a eleição não tendo tido quórum se reempossaram para novo mandato. No mínimo, algo de estranho.

No segundo fato, uma paralisação relampado ocorre e os ônibus circulares de Bauru deixam de circular por duas horas numa manhã da semana passada. Os trabalhadores fizeram a paralisação sem que o sindicato da categoria, o dos Condutores tivessem conhecimento. O motivo apurado é dos mais justos e a alegação é que o sindicato não mais os representa dignamente, ou seja, não concordaria com o ato realizado. Quando algo dessa natureza ocorre, a primeira pergunta que se faz é se o papel do sindicato estaria sendo de fato cumprido. Algo de muito estranho sobre como age esse sindicato ainda necessita de uma ampla divulgação.

No terceiro, a presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Saúde (mais de um na cidade) destitui vários diretores sob suspeitas de irregularidades ainda não devidamente divulgadas e esclarecidas. Dentre os destituídos uma ex-presidente, hoje candidata a vereança e o advogado da entidade, há mais de 20 anos no cargo. Ontem teríamos uma entrevista coletiva da presidenta onde explicaria o ocorrido. Adiou tudo e deixa a todos ainda mais perplexos. Teria sido feita nova composição entre todos? Pressões, ameaças, o que de fato ocorre nas hostes desse sindicato? Precisamos saber.

Tem mais, mas nos últimos dias esses três fatos demarcam que algo não tão saudável está ocorrendo nos bastidores dos sindicatos que deveria estar defendendo os trabalhadores. O que será isso? O modelo atual estaria falido? Os representantes das categorias as representam de fato? As eleições são feitas dentro de normas aceitáveis? Não haveria muita gente encastelada dentro de muitos deles e não mais atuando na defesa de suas categorias? Por que não uma AUDIÊNCIA PÚBLICA para discussão desse tema? Tem gente que se diz uma coisa, mas já deixou de ser faz um tempão, vivem de feitos passados e não largam o osso por nada. Está aberta a discussão...

Décadas atrás o chargista LAERTE fez um livrinho muito utilizado por todos os sindicatos brasileiros, o “ILUSTRAÇÃO SINDICAL” (tenho um xerocado exemplar aqui no mafuá), onde desenhou várias situações de luta na defesa dos trabalhadores. A intenção era a de que eles copiassem aquilo tudo em seus informes. Durante muito tempo isso ocorreu e até hoje pipocam por aí os desenhos de Laerte. Ilustro esse meu escrito sobre sindicatos com alguns desses desenhos, como uma lembrança de algo marcante e que gostaria não tivesse se encerrado. Muitos dos sindicatos atuais já não podem se utilizar desses desenhos. Uns sim, outros não. Laerte fez história.

6 comentários:

  1. Henrique,
    Vc sabe o que acontece.
    Alguns estão injoperantes.
    Outros mudaram de lado.
    Tem aqueles que se acomodaram.
    Tem os que se encastelaram.
    Muitos não largam o osso.
    Uns se beneficiam e viram às costas para o trabalhador.
    Tem de tudo.
    Tem até os que continuam defendendo os interesses dos trabalhadores.
    Dá para separar o joio do trigo, mas em alguns casos está difícil.
    Paulo Lima

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  2. Oi Henrique,

    eu li estes dias, num dos informes da Agencia Nacional, que a CUT esta lutando por um fundo contra a rotatividade nos empregos..etc... seria este o motivo? Estariam vislumbrando que vem grana por aí igual aquela indústria do FAT há 10 anos atrás?

    Ah vc já scaneou as charges do Livrinho do Laerte? Eu gostaria de te-las. Eu tinha quando militei no Sindicato dos Eletricitários (década de 80 .....credo, to passando...kkkkk)

    Saudade

    Rosa Maria Morcelli


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  3. Oi Henrique!
    Legal essa matéria sobre os sindicatos. Eu mesmo queimo minhas pestanas pra saber o que acontece com os trabalhadores e os sindicatos. Muito já foi dito.
    Da minha parte, como radialista, percebo que a desmobilização é grande. A maioria quer o sindicato fornecendo serviços, sem que seja necessário reuniões, discussões, etc.
    Como, infelizmente, sem luta não há resultados muito satisfatórios, alguns se utilizam dessa inércia em proveito próprio.
    Como sindicalista que trabalha em duas empresas, estuda, cuida da família e na maioria das vezes gasta dinheiro do próprio bolso com atividades sindicais, muitas vezes me sinto só.
    Mas alguém tem que tentar organizar os colegas de trabalho em prol de algo maior. Quando a gente desiste a coisa piora.
    E há as coisas boas: conhecer gente nova, ajudar e orientar os que estão em situação difícil, aprender a ouvir os contrários, não ter medo de gritos e palavras rudes, pensar "macro", etc.
    Abração
    W.Leite

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  4. Sr Henrique

    Dá para separar o joio do trigo, fácil, fácil, mas não será eu que irei espezinhar a vida desses (as) caras. Se faço isso saem por aí dizendo que jogo contra a democracia, o trabalhador e ainda eu que sairei mal na fita.

    Paulão

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  5. Olá Henrique e frequentadores do Blog. Sou assessor sindical da Central Única dos Trabalhadores e acho que posso contribuir neste debate. Na minha opinião existem sindicatos inoperantes por duas razões. É uma ou outra ou as duas juntas. No caso mais comum,também em Bauru, prevalece o peleguismo mesmo. Dirigentes sindicais interessados em se encostar e sugar o maldido do Imposto Sindical. São sindicalistas que de uma hora pra outra assumem um padrão de vida muito superior aos trabalhadores de sua base. Se o indivíduo não acertou a loteria, nem recebeu herança alguma, de onde está vindo a grana para chácaras, carros de luxo, casas de alto padrão? A resposta é simples e só não vê quem não quer: Imposto Sindical e venda dos direitos dos trabalhadores nas negociações salariais. Nestes casos, a direção do sindicato não quer saber de associados, pois os considera uma pedra no sapato, principalmente em época das eleições da entidade. No Brasil existem mais de 23 mil sindicatos. Somente em Bauru beira uma centena. Quantos destes 100 sindicatos de Bauru lutam pela melhoria da qualidade de vida dos trabalhadores, por saúde pública de qualidade. Educação, mais e melhores empregos, qualidade do tranporte? Quantos desses se envolveram na luta pela recuperação do hospital de base, por exemplo? É triste, mas nem 10% das direções síndicais de Bauru lutam por algo. Outra situação é o despreparo dos dirigentes sindicais. Não precisa ser Doutor para ser sindicalista, mas precisa ter mente aberta, concepção de classe, entender o movimento sindical brasileiro, o que foi, o que é, pra onde vai. Precisa ter vocação para ser dirigente sindical, pois este cargo é de uma figura pública,que exige posicionamento sobre tudo. Recentemente perguntei para um dirigente sindical de outra Central sobre seu posicionamento nas eleições de Bauru. Ele me respoondeu que não iria votar em ninguém. Este cidadão não cumpre seu papel de dirigir. Imagino como deve ser em sua categoria, que é uma das mais sofridas. Acontece que o trabalhador tem o direito de saber qual a posição de seus dirigentes, de suas lideranças. Isso não implica em envolvar a entidade no processo político partidário, significa apenas que seus dirigentes assumem lado na disputa por uma sociedade mais justa com a classe trabalhadora. A CUT acredita que o fim do Imposto Sindical, que é uma arrecadação garantida e que ajuda da acomodação e encastelamento das direções, aliado à uma legislação que permita concorrência nos sindicatos (Liberdade e Autonomia Sindical) os sindicalistas brasileiros passem a contar com dois destinos: OU TRABALHA E DEFENDE A CLASSE TRABALHADORA OU FECHA AS PORTAS E DA LUGAR PARA QUEM O FAZ. Nos dois diagnósticos, alguns remédios: OPOSIÇÃO SINDICAL ORGANIZADA A PARTIR DA VONTADE DOS TRABALHADORES; GARANTIAS DE ELEIÇÕES DEMOCRÁTICAS; FORMAÇÃO SINDICAL E BERÇO. Isso mesmo. Berço. Porque se o dirigente não tiver honestidade e ética vindos de berço, como diz um grande dirigente sindical de Bauru, "abandona". Um forte abraço pra todos(as). João Andrade

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  6. Henrique, a eleição do Sinserm foi uma guerra...tenho em meu poder (e a Justiça também tem) um vídeo onde menbros da oposição, da CUT e infelizmente até assessores politicos invadiram mediante força física a sede do sindicato para roubar as urnas e atas e por fogo em tudo. Coisa de bandido mesmo. Aliás, a história de meu sindicato (que orgulhosamente digo que fundei, com o Grupo Primeiro de Maio) é marcada pela ingerência político-partidária. Não interessa a nenhum candidato a prefeito que ele funcione...difícil, viu. por conta disto, a atual diretoria afastou-se de qq orientação partidária. EU ESTOU COM ELES E NÃO ABRO! Informe-se direitinho...Abraços. Rosângela Maria Barrenha

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