O LIVRO DO MATTAR DE 1985 E A EFERVESCÊNCIA DA GRÁFICA DO FERNANDO
Na Feira do Rolo, domingo passado, 16/09 na passada habitual pela Banca do Carioca, meu livreiro de plantão ganho um presente: “Esse eu tenho certeza que você não tem”. E me entrega o “UM SEMBLANTE LATINO – AS VÍSCERAS DE TODOS – MANIFESTO PANFLETÁRIO DO ABSURDO”, de alguém que nem imagino onde possa estar nesse momento, o JOAQUIM MATTAR. Não tinha mesmo e já o vim lendo no caminho da feira em casa, tropeçando na xepa espalhada pela calçada. Ainda na capa um recadinho do que estaria encontrando nas páginas internas: “Pequeno ensaio social democrata de um cosmopolita de bar”. Disse para mim mesmo: Esse negócio parece muito comigo. Escrito no meio dos anos 80, precisamente em 1985, refletia as insatisfações de uma geração ansiosa por mudanças e clamando por uma América Latina livre de ditaduras e ditadores. Fiz uma reflexão olhando lá para trás, como muitos defendiam
naquele momento nossa libertação e hoje, a imensa maioria mudou de lado e estão ao lado do establishment ou quando muito, acomodados, preferindo não lutar por mais nada, nem para tirar a bunda da poltrona e mudar o canal da TV no próprio aparelho, preferindo fazer tudo pelo controle de mão.
O livro do Mattar (alguém poderia me dizer por onde ele anda?) tem frases muito boas e qualquer dia desses as reproduzo aqui, mas o que me motivou a escrever esse texto não foi esse livro em si, mas muitos outros. Na página 4, na de apresentação, lá está algo que me traz gratas recordações de tempos idos e ainda não totalmente registrados, resgatados e preservados: “Editôra: Fernando S/C Ltda – Rua Virgilio Malta, 3-10 – tel. 22-3329 – Bauru SP”. É a gráficaNa Feira do Rolo, domingo passado, 16/09 na passada habitual pela Banca do Carioca, meu livreiro de plantão ganho um presente: “Esse eu tenho certeza que você não tem”. E me entrega o “UM SEMBLANTE LATINO – AS VÍSCERAS DE TODOS – MANIFESTO PANFLETÁRIO DO ABSURDO”, de alguém que nem imagino onde possa estar nesse momento, o JOAQUIM MATTAR. Não tinha mesmo e já o vim lendo no caminho da feira em casa, tropeçando na xepa espalhada pela calçada. Ainda na capa um recadinho do que estaria encontrando nas páginas internas: “Pequeno ensaio social democrata de um cosmopolita de bar”. Disse para mim mesmo: Esse negócio parece muito comigo. Escrito no meio dos anos 80, precisamente em 1985, refletia as insatisfações de uma geração ansiosa por mudanças e clamando por uma América Latina livre de ditaduras e ditadores. Fiz uma reflexão olhando lá para trás, como muitos defendiam
Acredito tê-lo pego de surpresa, mas eu da mesma forma quando vi seu nome no livro, muita coisa me voltou à mente. Disse para mim mesmo: o Fernando ainda não teve o reconhecimento que merece por tudo o que fez pela cultura de uma geração de bauruenses que queria
e acreditava na exposição de idéias como forma de mudar o mundo. Ele abriu espaço para todos e me confessa: “Não levei nenhum calote de ninguém daquela turma. Todos já vinham até mim com uma programação definida, cheia de restrições, pouca grana. Rodei de tudo e funcionei até 1993. A maioria era rodado numa antiga máquina da IBM, uma Composer, mecânica, estilo manual. Assim de bate pronto lembro de ter rodado livros do Pereia, do Mattar, muita coisa para o Fuad, Vitor Martinello e tantos outros. Tinha um padeirinho, o Julio, que rodava um jornalzinho muito legal. E os seus jornais de mesa junto da Carminha, o Cá Entre Nós e depois o O que Diz o Vento, com o Turco. Outro dia reencontrei na rua um ex-funcionário, negão como eu e morremos juntos de saudade, quando lhe disse: Vamos começar tudo de novo?”.
É isso mesmo, o livro do Mattar foi um entre tantos outros. Fernando é tão gentil que ao paparicá-lo faz questão de me dizer: “Eu não fui o único que rodava para os malucos da época. O Altamiro, da Joarte deve ter rodado muito mais coisas que eu”. Os doidões éramos todos os que por lá circulavam, uns mais, outros menos,
Olá Henrique, boas lembranças, Joaquim Mattar mora em Dracena e é considerado uns dos melhores autores brasileiros de livros infanto-juvenis! Depois da volta na história, vou assentar as lembranças e comentar sua matéria!!! Parabéns!
ResponderExcluirCarminha Fortuna
Fernandão entendia a gente, emprestava o computador, dava o maior incentivo. Amigo de todas as horas e foi lá que tudo começou, o Cá entre nós, jornal de bar e a Cá entre nós Editora, bons e memoráveis tempos. Em que a memória viva fez transformar em saudosa lembrança. O tempo passou, os objetivos mudaram, mas o início, o incentivo e o "acreditar" são alguns dos pilares que nos fizeram chegar no "hoje". O livro do Joaquim Mattar e o texto do Henrique, meu primeiro sócio louco me levaram a uma viagem que posso garantir, valeu a pena!
ResponderExcluirAbraços, Fernando!
ResponderExcluirLuiz Vitor Martinello
Olá Henrique,
ResponderExcluirMuito feliz com seu achado. Agradeço-lhe profundamente suas belas palavras e um grande abraço no Fernandão! Grande lutador pela cultura e parceiro eterno em nossas buscas literárias. Hoje, continuo escrevendo, lutando como Dom Quixote e os Moinhos de Vento... kkkk! Conheça minha editora e meus trabalhos recentes. Um grande abraço e creia na minha estima e consideração.
Joaquim Mattar
http://www.editoraindie.com.br/
https://www.facebook.com/#!/pages/INDIE-EDITORA-LIVRARIA-LTDA/165479536841887
https://www.facebook.com/#!/LusofonoLuciferOFilme
Também me recordo mto dessa gráfica do Fernando, vivia por lá tbém. Livros de receita, livros de poesia, livros de todo tipo ... Gde Fernando , saudades , mto tempo que ñ o vejo .... mas pelas fotos continua o mesmo .... gde figura.
ResponderExcluirHelena Aquino
Caro Henrique
ResponderExcluirGrato pela mensagem e pelo comentário do MATTAR, nosso grande amigo.
Atualmente ele trabalha com difusão cultural e reside na Alta Paulista. Vou descobrir a cidade e o endereço para você.
Os pais dele moram na Rua Gerson França, ao lado do Bar do Leon, (SABOR DOS ALTOS), quadra l0.
Isaias Daibem
A leitura faz bem e aumenta os conhecimentos ainda mais se for históricos. abs JAIME PRADO
ResponderExcluirTenho o livro, Henrique, li e gostei! Também não sei por onde anda este cara! Muito bom o trabalho, sempre contando a história daqueles que fazem a história e nem sabem disto...abraços!
ResponderExcluirRose Barrenha