quinta-feira, 15 de novembro de 2012

CARTAS (93)

O TAL DO "NINGUÉM GOVERNA SOZINHO" - carta publicada na Tribuna do Leitor, Jornal da Cidade - Bauru SP, edição de 15/11/2012 (http://www.jcnet.com.br/editorias_noticias.php?codigo=226108) 
Li a entrevista com o prefeito eleito de Jaú, Rafael Agostini, concedida ao JC (http://www.jcnet.com.br/Regional/2012/11/prefeito-eleito-de-jau-afirma-que-transicao-de-governo-sera-tecnica.html), e nela percebo a preocupação do futuro chefe do executivo com as nomeações impostas pelos partidos de sua base de sustentação para preenchimento das vagas nos cargos de chefia, principalmente os do secretariado. Lá ele tentará contornar o problema trabalhando com uma lista tríplice, fornecida pelos partidos e daí sairá o nome a ser empossado. Na eventualidade de nenhum ser o mais recomendado, recairá sobre si a escolha de outro nome, esse com qualidades e virtudes para resolver os problemas advindos do cargo a ser ocupado. Mas essa hipótese será sempre a mais remota, praticamente impossível.

Esse o grande problema do atual sistema eleitoral brasileiro. Ouvi muito falar dele durante os dois governos de Lula. “Ninguém se elege sozinho”, apregoam os próceres partidários. Lula tentou duas vezes de forma isolada e tentaria outras tantas até descobrir precisar se unir a um leque de siglas, algumas delas não muito recomendadas para coligações. Dessa forma se elegeu por duas vezes seguidas e mesmo debaixo da saraivada de críticas, fez e muito por esse país. Mas faria muito mais se não fosse praticamente obrigado a manter desqualificados em alguns dos cargos chave de seu governo.

Desse mal não padeceu somente Lula. Todos os que hoje querem se eleger dentro do sistema vigente são obrigados a se vergarem a esse tipo de jogo. “Sem apoio não se governa”, diz outro preceito, quase bíblico. E assim todos vão se comprometendo com o lado mais nefasto do atual sistema, no que se transformou a política nas condições atuais. Em Bauru a coisa se repete e também como farsa, uma mancha a atravancar o aceleramento governamental. O governo do Rodrigo patina e em alguns casos não sair do lugar, sendo obrigado até a andar de marcha à ré por
 causa da obrigatoriedade da manutenção de ineptos e também dos que usando de força (quase física), perpetuam-se nos cargos. O DAE, a COHAB, algumas secretarias, como a da Saúde, a do Esporte, vivenciam isso na prática.
Não pensem que isso acontece somente com os partidos que se submetem ao jogo político vigente. Até o PSOL, elegendo pela primeira vez um prefeito numa capital, lá em Macapá e dos que apregoavam “dessa água não beberei” já está propondo (e praticamente sendo obrigado) alianças nunca dantes imaginadas e até com gente ligada ao senador e manda chuva Sarney. Tudo para que consiga a tal da governabilidade. Não seria isso tudo um imenso retrocesso? Sim, mas enquanto perdurar esse regime político não existe outra forma. E a isso instituíram a nomenclatura de “democracia”. 

Finge-se que está tudo bem e mesmo que os ocupantes de cargo sejam os mais inoperantes possíveis, nada produzem, possuem peso e isso é decisivo, o que vale. Para mim esse peso é o que segura, amarra, como uma estaca fincada no chão a atravancar tudo. Pior que isso, só a perpetuação da predominância do estilo neoliberal de governar, mas isso já é outra história, tão longa quanto essa. 

OUTRA COISA - UMA ADESÃO DESSE HPA - CARTÃO DE APRESENTAÇÃO DE BRIZOLISTA ADENTRANDO O CAMPO DE JOGO: "Sou um BRIZOLISTA de quatro costados. Viajo muito ao Rio, sempre a trabalho, décadas atrás frequentei a chamada Brizolândia lá na Cinelândia, num dos cantos do prédio da Câmara Municipal. Era lindo participar das discussões, sempre muito acaloradas. Tenho bem vivo na memória a imagem de várias pessoas, verdadeiros personagens da cena brizolista. Faziam uma defesa aguerrida do momento do então governador. Colecionei durante muitos anos e mantive aqui comigo os famosos tijolões, aqueles compridões textos que o Brizola mantinha com regularidade no Jornal do Brasil. Foi uma pena tê-los perdido ao longo dos anos. Hoje me seriam de grande utilidade, até para consulta. Será que não existe um livro no mercado reunindo aquilo tudo. Existindo me avisem, que compro na hora. Anos depois fiquei fã do Brizola Neto e do seu site Tijolaço, que li até o momento em que saiu do ar, quando ele se transformou em ministro. Considero muito ele enquanto seguidor dos passos do avô. O ideal de Brizola permanece aceso dentro de mim, pois igual a ele e depois dele, alguns poucos (cada vez menos) me tocam profundamente. Hoje começo aqui a participar desse grupo, cheio de esperança de trocar muitas experiências, relatos, bater papo com gente afinada com um ideal justo e igualitário. Estou à disposição de todos (as). Sou bauruense, jornalista, professor de História, pequeno comerciante, agitador cultural, corintiano, blogueiro (Mafuá do HPA -www.mafuadohpa.blogspot.com - um texto por dia no blog) e BRIZOLISTA convicto e inabalável. Um abracito bauruense a todos do HPA", convidado pelo Kaio Ruiz Cambará aderi ao grupo M.R.L.B. MOVIMENTO DE RESISTÊNCIA LEONEL BRIZOLA no facebook e hoje encerro esse comunicado com a publicação de um link para um vídeo recebido via grupo, do militante carioca Eduardo Homem da Costa, intitulado CICLO DA VIDA (youtube: http://www.youtube.com/watch?v=FNwJdsuWOOk&feature=share). Depois que um vereador de Marília, aqui pertinho de Bauru está sedo investigado por financiar um veículo e entregá-lo a dois pastores em troca de apoio eleitoral, o vídeo é dos mais oportunos. 

Um comentário:

  1. Muito bom esse CICLO DA VIDA!! Meu filho Eduardo também é que me manda heheh!! Recebi dele. Manda brasa aí no seu blog rsrsrs!!!
    Eduardo Homem da Costa

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