SIGNIFICATIVO DETALHE NA ABERTURA OFICIAL DOS JOGOS ABERTOS DO INTERIOR EM BAURU
Os jogos já começaram e isso é facilmente percebido numa rápida caminhada pela cidade, pois é praticamente impossível não trombar com algum dos seus participantes pelas ruas. Como todo evento oficial de grande porte, para dar vazão a uma infinidade de jogos e dar tempo de tudo terminar na data aprazada, algumas modalidades tem início antes da abertura oficial. Nesse não é diferente e desde quarta alguns locais já estão com movimentação acelerada e medalhas já foram entregues. Hoje, sexta, 16/11 a abertura oficial com todos os salamaleques de praxe, os discursos das autoridades, o desfile das delegações, o show com o Paralamas do Sucesso para aglutinar a massa, mas diante de tudo isso, no dia de hoje, lá no local desse evento, um algo mais me chama a atenção.
Algo simples, porém com um significado todo especial. Na abertura de eventos dessa magnitude, sempre uma coreografia especial a marcar o acontecimento. Três foram as escolhidas pelos organizadores locais. Sob a batuta da Secretaria Municipal de Cultura serão três as apresentações artísticas. Primeiro a Academia Garra de Tigre apresenta a Dança do Leão, depois o Grupo de Street Dance de Francine Manson e o motivo desse meu escrito, quando o diretor da Companhia Estável de Dança de Bauru, SIVALDO CAMARGO promoverá uma coreografia na pista, ensaiada com aproximadamente 70 alunos da EMEF Nacilda de Campos, da Vila Garcia/Jardim TV, com idade girando em torno dos 15 anos. Tudo foi montado em ensaios feitos no pátio da própria escola (um deles no local do evento, o Sambódromo) e feito em cima do Hino dos Jogos, criação do músico Jotha Luiz. A grandiosidade disso é o envolvimento de uma escola da periferia, toda motivada para a apresentação. Algo simples, como Sivaldo ressalta, saltando aos olhos ontem, num bate papo com ele foi a dissonância e a existência de várias Baurus convivendo no mesmo espaço físico. Num momento lá nos ensaios ele conversando com os alunos diz a eles sobre o show depois da apresentação, com os Paralamas e ouve deles o seguinte questionamento: “Mas quem são esses Paralamas que nunca ouvimos falar?”. O espanto, se existiu, reside no simples fato da massificação de cultura ser hoje quase padronizada com um tipo de cultura e o desconhecimento de todas as demais. E como conciliar isso tudo sem um agredir o outro? Trazer eles aos Jogos já é um bom começo, pois estarão sem aulas por duas semanas (as escolas estão sendo disponibilizadas como alojamento) e agora compreenderão melhor o que venha a ser isso tudo. E Siva (em duas fotos e na segunda, ele com sua mochila cheia de sapatilhas e buttons com temas de balett) tenta integrar esses nossos vários e diversificados mundos.
Aqui o link para ouvirem o hino, “Sem limites de superação (Jogos Abertos do Interior 2012)”, letra e música de Jotha Luiz: http://www.jogosabertosdebauru2012.com.br/JogosAbertos/Portugues/detJingles.php
JOGOS ABERTOS E FRANCOS – texto publicado BOM DIA Bauru em 17/11/2012
A cidade pulsa mais com a efervescência dos Jogos Abertos do Interior. Por onde se ande lá estão atletas e isso rejuvenesce a todos. Entro no clima e faço meu roteiro, pouco lá, pouco cá. O investimento na área esportiva é sempre salutar. Devemos ser contra os excessos, abusos e privilégios. De início fui contra a reforma da Panela de Pressão com recursos públicos, pois entendia que seria utilizada somente para o basquete privado. Constatando uma coletiva utilização, passei a ser defensor de carteirinha. Aplaudo e só aciono a lupa investigativa para enxergar de perto como são os gastos com isso tudo. No sistema político vigente misturar o público com o privado é algo quase natural. Eterna vigilância. A crítica é sempre para o investimento envolto em névoas. Pior quando nem é feito e muito do que já existia cai no degredo. Os distritais do Gasparini e do Mary Dota vivem dias de penúria, verdadeiras chagas a céu aberto. Reformando estes, não bastaria devolvê-los funcionando e continuar com a mesma estrutura atual, onde até os caseiros jogam contra o patrimônio. Sem integração com a comunidade e funcional o dinheiro continuará sendo jogado fora. O caso do Milagrão lá na Nova Esperança é tudo o que o atletismo clamava. O medo é ocorrer o mesmo destino do Ginásio de Ginástica Olímpica, onde a precariedade predomina. O depois é o que preocupa. Todos sabem o que ocorreu com os estádios sul-africanos utilizados na Copa do Mundo. Gastar os tubos, utilizar somente agora e depois, sem planejamento, relegar tudo a um segundo plano é jogar dinheiro pelo ralo. E não permitir a repetição de erros no estádio Luiz Edmundo Coube. Está tudo novamente lindo por lá e seria bom perdurar. O prefeito Rodrigo Agostinho sabe de tudo isso e precisa dispor de gente qualificada para responder à tão delicada demanda. Tudo começa com uma compra bem feita. É inadmissível um tabuleiro de xadrez ser comprado por quatro vezes o valor praticado pelo mercado. Quando tudo já começa errado, dá-se a entender que o descaso pode ocorrer no processo por inteiro.
OBS.: Ambas as duas fotos foram tiradas na noite de 17/11 no Sambódromo e por Ana Bia.
A cidade pulsa mais com a efervescência dos Jogos Abertos do Interior. Por onde se ande lá estão atletas e isso rejuvenesce a todos. Entro no clima e faço meu roteiro, pouco lá, pouco cá. O investimento na área esportiva é sempre salutar. Devemos ser contra os excessos, abusos e privilégios. De início fui contra a reforma da Panela de Pressão com recursos públicos, pois entendia que seria utilizada somente para o basquete privado. Constatando uma coletiva utilização, passei a ser defensor de carteirinha. Aplaudo e só aciono a lupa investigativa para enxergar de perto como são os gastos com isso tudo. No sistema político vigente misturar o público com o privado é algo quase natural. Eterna vigilância. A crítica é sempre para o investimento envolto em névoas. Pior quando nem é feito e muito do que já existia cai no degredo. Os distritais do Gasparini e do Mary Dota vivem dias de penúria, verdadeiras chagas a céu aberto. Reformando estes, não bastaria devolvê-los funcionando e continuar com a mesma estrutura atual, onde até os caseiros jogam contra o patrimônio. Sem integração com a comunidade e funcional o dinheiro continuará sendo jogado fora. O caso do Milagrão lá na Nova Esperança é tudo o que o atletismo clamava. O medo é ocorrer o mesmo destino do Ginásio de Ginástica Olímpica, onde a precariedade predomina. O depois é o que preocupa. Todos sabem o que ocorreu com os estádios sul-africanos utilizados na Copa do Mundo. Gastar os tubos, utilizar somente agora e depois, sem planejamento, relegar tudo a um segundo plano é jogar dinheiro pelo ralo. E não permitir a repetição de erros no estádio Luiz Edmundo Coube. Está tudo novamente lindo por lá e seria bom perdurar. O prefeito Rodrigo Agostinho sabe de tudo isso e precisa dispor de gente qualificada para responder à tão delicada demanda. Tudo começa com uma compra bem feita. É inadmissível um tabuleiro de xadrez ser comprado por quatro vezes o valor praticado pelo mercado. Quando tudo já começa errado, dá-se a entender que o descaso pode ocorrer no processo por inteiro.
OBS.: Ambas as duas fotos foram tiradas na noite de 17/11 no Sambódromo e por Ana Bia.
Henrique
ResponderExcluirSivaldo é sempre muito bom no que faz e agora, realizado na vida, fazerndo o que gosta e sabe, faz tudo muito bem feito e ao envolver a criançada na periferia na festa de abertura, simplesmente repete o que faz no seu dia a dia.
Quanto a foto de sua mochila, faltou tirar a foto de sua moto, que faz o maior sucesso na Cultura, sem contar seu Fusca ano Mil Novecentos e Bolinha.
Parabéns a eles todos... Seu questionamento é pertinente e necessário.
Leandro
Henrique
ResponderExcluirEssa geração que está surgindo aí e influenciada pelo que os meios de comunicação divulgam como entretenimento não conhecem nada além do que nós, de gerações passadas consideramos como "merdas". Estamos andando para trás e eles ficando cada vez mais vazios. É duro escrever isso e ter que aceitar que pouco podemos fazer para rebater isso. Sivaldo tenta fazer o que lhe compete e ainda pode. Resistir é preciso.
Aurora
HENRIQUE
ResponderExcluirDewscobri seu blog recentemente e por acaso. Sou de Jaú, tendo que vir para Bauru durante duas vezes por semana e sou amiga da Gil, que voce havia escrito sobre o que ela disse sobre o Niemeyer. Gostei do que fui lendo e com esse texto de hoje resolvi te escrever. Estrive ontem à noite lá assistindo o Paralamas no final da abertura da festa de abertura dos Jogos. é sobre isso que quero escrever.
Fiquei notando na fisionomia das pessoas e vi poucos com jeito de periferia mesmo, ao estilo do que havia escrito como os que desconhecem os Paralamas e tantos outros. Cheguei na minha conclusão e queria passar para ti. Acho que os que nãoconhecem mais essas bandas como o Paralamas, Legião são realmente os perifpéricos, os que moram nos bairros afastados e hojecurtem algo mais influenciado pelo que assistem na Tv e ouvem no rádio e muito pelo que passam entre si pela internet. Já essa moçada de classe média conhece sim, pois vi muitos que nasceram depois que as músicas foram lançadas e todos sabiam a letra de cor, cantavam tudo.
Deu parasentir o que escrevo. Existem duas gerações, não muito diferentes, pois ambas muito alienadas, mas uma conhecem gente como Paralamas e a outra nunca ouviu falar e já está adorando outra coisa. E como aproximar essas duas vertentes? Nem sei se isso é preciso e necessário.
O que juntei dessa observação é que nós, os mais velhos temos a percepção do país, dos erros e acertos e esses novos são mais alienados, tanto os que conhecem e cantam, como os que nunca ouviram falar.
Luito louco isso, não? É o máximoque consigo extrair lendo o que escreveu.
Anônimos pintam por todos os lados, contrários e também a favor. Talvez por isso continue sendo um dos únicos a permitir a publicação desses, vindos de onde vierem. A vida não foi feita só para os elogios, pois nas críticas aprendemos até mais. A crítica cala mais fundo e nos faz mudar. Mas também é muito bem receber elogios. Esse agora me envaidece. Escrevi algo sobre uma postura que não achei edificante e estive num fogo cruzado durante a semana, com gente me elogiando pela postura aqui nos comentários do blog e no meu facebook e do contrário, no facebook da pessoa cujas frases me doeram o cerebelo, levei uma saraivada de críticas. Elas devem ter servido para ambos os lados reverem algumas posturas e posicionamentos, ou no mínimo, como escrevemos nossos textos via internet. De tudo, recebo esse comentário acima, de alguém que saiu do grupo que me criticou, mas resolveu acompanhar o blog e acabou gostando. Só posso agradecer. Quanto ao escrito pela pessoa, também estive no show de ontem, junto da Ana Bia e posso afirmar que depois da observação feita, também enxerguei o notado por ela. Falta posicionamento ideológico hoje e existem mesmo várias divisões de gostos e preferências entre os que recebem produtos massificados pela mídia. O que falta em todos é um posicionamento político e social mais contundente, que antigamente existia. Hoje tudo é mais supérfluo, superficial e as preocupações estão mais pueris. E a mídia massifica o ruim em detrimento do que faz pensar, tornando nosso povo mais crítico. É mais fácil continuar tudo como está, massa de manobra fácil de ser conduzida. Dá para fazer um amplo debate sobre o tema. Penso nisso a seguir.
ResponderExcluirHenrique - direto do mafuá
HENRIQUE, concordo...
ResponderExcluirMuricy Domingues