DE UM LADO, MARCHA DA PERIFERIA E DO OUTRO, ENTENDENDO UM PAÍS PERIFÉRICO
Final de semana em Bauru respira Jogos Abertos do Interior. Porém, nem todos os caminhos levam a Roma, alguns atravessam o Rubicão e nos fazem viajar por caminhos pouco navegados. Vivo sendo instigado a conhecer e percorrer outros caminhos, seguir outras propostas, adotar posturas diversificadas e indico algo dentro desse perfil:
ONDE IR – “Para celebrar o dia da Consciência Negra, 20 de novembro, e o dia Internacional do Combate ao Machismo, 25 de novembro, diversos atos e manifestações serão realizaram pelo País. A Marcha da Periferia é um grande ato durante a Semana da Consciência Negra, realizado há seis anos no Maranhão, tendo à frente o Movimento Hip Hop Organizado Quilombo Urbano. Neste ato com o lema “Contra a Violência e a Criminalização da Pobreza” se juntam moradores da periferia, operários, estudantes, professores, movimentos negros e quilombolas, grupos de Hip Hop, sem tetos, sem terra e todos aqueles que desejam construir um Brasil sem desigualdade social, sem violência, sem discriminação de qualquer espécie, vítimas de machismo, homofobia, enfim, qualquer tipo de opressão. Precisamos descriminalizar a pobreza em nossa cidade, precisamos mostrar que a periferia também tem voz ativa, e que somos nós, os trabalhadores, independente de sexo, raça, cor, orientação sexual, somos nós que somos a força e a base da sociedade, e é nós que podemos mudar essa realidade de opressões!”, esse o enunciado de um CONVITE para a 1º MARCHA DA PERIFERIA DE BAURU. Sou convidado por GISELE COSTA, candidata a vice-prefeita pelo PSTU na última eleição municipal e vejo aí nesse ato uma possibilidade de congraçamento de idéias, ideais e posturas diante do que acontece à nossa volta. Será hoje, 17/11, 14h defronte à Câmara Municipal de Bauru e o percurso será até o Parque Vitória Régia.
OBS.: Cliquem em cima dos dois cartazes para os verem grandões diante dos seus olhos.
ONDE ESTAREI: Meu filho, HA, 18 anos presta amanhã seu segundo vestibular na vida (passou em Design ano passado, desistiu ainda no 1º Semestre do curso e agora presta para Letras, Unesp Araraquara). Nessa semana, devorando algumas leituras e num cursinho para tentar entender algo de Exatas (gosta mesmo é de Humanas, como o pai), confabulamos sobre a situação da VENEZUELA. Diz-me: “Pai, a Venezuela não é bem quista pela comunidade internacional e o Paraguai não a aceitava no Mercosul por esse motivo, não?”. Explico a meu modo: “Que comunidade internacional filho? Veja o interesse de quem se diz contrário a isso. Não leia nunca somente uma fonte de informação. O Paraguai, você sabe, teve seu governo derrubado por um golpe de estado e tanto seus legisladores, como o atual governo estão atrelados aos interesses norte-americanos, pregando abertamente uma dependência a eles. O Mercosul quer trilhar outros caminhos e padece por isso, inclusive com os interesses da mídia, contrários a isso. E analise também antes de um posicionamento o que era a Venezuela antes do Chávez e hoje, décadas depois, com ele no comando do país”. Ele retruca: “Mas as eleições com ele ocorreram sem fraudes?”. Minha resposta: “Sim, todas. O único senão de Chávez foi quando de sua entrada no cenário político numa tentativa frustrada de golpe, depois sua permanência no poder foram todas por eleições dentro da legalidade. Pesquise também sobre outro golpe, quando o destituíram e o povo inflamado nas ruas exigiu que o recolocassem no poder. A oligarquia venezuelana é muito cruel, insana, predatória, só pensa nela e o analfabetismo grassava no país. Compare, pesquise”. Passaram-se uns dias e ele voltou ao assunto: “Pai, fui pesquisar e constatei sobre a retirada do cárcere e recolocação no poder. Algo único na história. Quero ler mais sobre isso. Li também sobre como era a Venezuela antes dele e também sobre o papel cumprido pelo Paraguai no Mercosul, sobre os novos caminhos percorridos por alguns líderes latino-americanos e já não acho que a Venezuela é tão mal vista assim, ou seja, continuará sempre sendo mal vista pela parcela dos que exploram a população”. Indiquei a leitura de um livro que tenho aqui no mafuá, o “A Venezuela que se inventa”, do amigo bauruense Gilberto Maringoni, mas só o emprestarei a ele depois de terminado o vestibular de amanhã. Como já havia escrito aqui sobre o livro, cliquem a seguir e leiam algo mais: http://mafuadohpa.blogspot.com.br/search?q=a+venezuela+que+se+inventa
E amanhã, 18/11, 10h, estádio Alfredão, primeiro jogo da decisão do título da Copa Paulista, entre NOROESTE X AUDAX. Vamos ferver por lá e depois contar um bocadinho das histórias vividas por lá. E depois, no domingo seguinte, rever o estádio do Nacional, capital paulista, beirada dos trilhos, fazendo junto da torcida um tour por algo que fiz muito décadas atrás. Campeões e à procura de um novo direcionamento.
Henrique
ResponderExcluirNão te vi na Marcha. Estava lá ou não?
João Carlos
João
ResponderExcluirInfelizmente não fui nem naMarcha nem na Fanzinada, ambos motivos de emocionada escrevinhação aqui pelo blog. Compromissos outros me levaram para lados opostos. Da Fanzinada ainda espero ir no restante da programação, da Marcha, vou acompanhar hoje a repercussão pelos que lá estiveram. Infelizmente ainda um corpo não ocupa o mesmo lugar e ao mesmo tempo...
Henrique - direto do mafuá
1ª MARCHA DA PERIFERIA EM BAURU CONVERGE A LUTA DO POVO NEGRO COM A SOLIDARIEDADE AO POVO PALESTINO!
ResponderExcluirA 1ª Marcha da Periferia de Bauru foi marcada como um ato de vanguarda, nela reuniram-se diversos seguimentos sociais como a Esquerda Marxista/ PT, ativistas independentes, e em especial os movimentos sociais que hoje objetivam reorganizar o movimento sindical e popular no Brasil por meio do recorde de classe, independente dos patrões e dos governos. E como um povo oprimido se identifica com outro povo oprimido, a comunidade Islâmica da Região de Bauru se somou a luta do povo negro e pobre e denunciou os massacres que o Estado Sionista de Israel vem promovendo. Desse modo, a Marcha convocada pela CSP-CONLUTAS em unidade com a Anel, Sindicato dos Bancários, Oposição Trabalhadores em Luta/Oposição Sinserm, PSTU e Centro Comunitário Ouro Verde colocou cerca de 50 pessoas na principal Avenida da cidade, Avenida Rodrigues Alves, e pela dinâmica da luta de classe em âmbito nacional, mas também internacional logo a Marcha se tornou um movimento contra o racismo, contra criminalização da pobreza no Brasil, mas também em solidariedade ao povo palestino que nesse momento sofre ataques sistemáticos do cão de guarda do imperialismo ianque, o Estado artificial de Israel. Assim, durante toda a passeata os manifestantes, animados pela bateria da escola de Samba Ouro Verde, entoavam palavras de ordem como “ Quem luta não tá sozinho, sou negro e palestino!!” e “ Fora já, Fora já daqui Israel da Palestina e Dilma do Haiti”. Durante suas falas, os ativistas lembraram que ser negro e pobre no Brasil é como ser palestino em Gaza ou na Cisjordânia já que da mesma forma que a polícia militar massacra a juventude negra nas periferias do Brasil, tropas israelenses praticam limpeza étnica na Palestina, assim a luta de ambos os povos são convergentes e suas bandeiras são mais que legítimas, ressaltaram o não reconhecimento do Estado de Israel, bem como defenderam o fim da polícia militar no Brasil e a construção da auto-organização dos trabalhadores para a elaboração de um plano de segurança vinculado à mudança política, econômica e social. No final do ato, os manifestantes foram recebidos por mais de cem pessoas do movimento HIP-HOP na Praça Rui Barbosa que saudaram as bandeiras pelo fim do racismo e da criminalização da pobreza e prestaram solidariedade ao heroico povo palestino. Em nome da organização da 1ª Marcha da Periferia em Bauru, muito obrigada a todos os lutadores e lutadoras que hoje mostraram que a luta da classe trabalhadora, que inclui negros e brancos, em qualquer parte do mundo é uma só. Contra a opressão e contra a exploração.
Gisele Costa
A publicação do JC sobre a Marcha...
ResponderExcluirMARCHA DA PERIFERIA INCLUI CAUSA PALESTINA:
“Ser negro no Brasil é ser palestino na faixa de Gaza”. A frase foi proferida várias vezes ontem à tarde, durante a primeira Marcha da Periferia realizada em Bauru, que contou com o apoio de muçulmanos. Entre mulheres trajadas com véu, militantes do PSTU e integrantes da Comunidade do Jardim Ouro Verde, cerca de 20 pessoas participaram do evento organizado em frente à Câmara Municipal, no Centro.
Inicialmente, o ato faria especificamente um recorte de classe politizando o Dia da Consciência Negra, 20 de novembro. Seus organizadores, no entanto, foram procurados pela comunidade islâmica, em função da escalada da violência entre Israel e a Faixa de Gaza. Conforme toda a imprensa veiculou, pela primeira vez desde 1970, Jerusalém foi atacada.
Foguete lançado pelo Hamas atingiu assentamento ao sul da cidade sede do governo israelense, sem deixar vítimas. Israel cogita invasão por terra: até 75 mil soldados da reserva devem ser convocados e as principais estradas em torno de Gaza foram fechadas.
Opressão
“Esse ano não é mais um ato somente da Consciência Negra, mas dos oprimidos. Um ato de caráter internacional de solidariedade à Palestina. A situação de opressão e de exploração deles na faixa de Gaza não é muito diferente da de um negro na periferia, onde pelo simples fato de ter a pele negra o torna suspeito e vítima da violência policial e da do narcotráfico”, diz Gisele Costa, uma das organizadoras da marcha, idealizada em um coletivo da Conlutas, há seis anos, no Maranhão.
Enquanto ela falava ao microfone, militantes do PSTU entregavam panfletos informando que o ato também era contra o ataque aos direitos dos trabalhadores, a criminalização dos movimentos populares e sindical, as remoções violentas e a faxina étnica das comunidades negras e pobres. Simultaneamente, o protesto pedia paz pela voz da muçulmana Danielle Drohomereschi, que veio de Foz do Iguaçu, onde a comunidade é muito forte, para morar em Bauru com o marido.
Ela carregava cartaz com os dizeres “Quem luta não está sozinho, somos todos palestinos”. Ao lado dela estava Ziad Shahadeh, que fugiu do Iraque, após viver num campo de refugiados. “O brasileiro é receptivo, querido, mas não sabe o que está acontecendo fora do Brasil. Pedimos justiça”, concluiu.
Data de resistência
Ao politizar o 20 de novembro, a Marcha da Periferia quer consagrar a data como de resistência da população negra e de luta contra o racismo. “Da senzala para a periferia, eu sou negro e minha luta é todo dia”, afirmava Gisele Costa, uma das organizadoras.
Quando deixava o microfone, normalmente ouvia-se o som da bateria do Projeto Ouro Verde 100%. Neste caso, a percussão também veio em tom de protesto. “Tudo o que se diz aqui é verdade. A periferia é esquecida”, destacou Aloisio Almeida, coordenador do projeto ao referir-se também ao bairro.
A ideia do ato é a de denunciar a difícil situação dos trabalhadores e instigá-los a resistir tal qual Zumbi, no Quilombo dos Palmares, informam organizadores.
Neste sentido, também prestaram homenagem à luta dos Guaranis e Kaiowás.
enviado por Leandro Tessari