terça-feira, 11 de dezembro de 2012

INTERVENÇÃO DO SUPER-HERÓI BAURUENSE (48)

DOS QUE SAEM E DOS CHEGAM, EIS A CONCLUSÃO DO GUARDIÃO: “NADA MUDOU”
Algumas despedidas são lacônicas, angustiantes de cheias de dor. Um vereador bauruense, não conseguindo se reeleger e em clima de despedida anuncia sua aposentadoria política numa entrevista: “Eu quando cheguei na Câmara estava cheio de empolgação, tentei implantar algo novo por lá, novos procedimentos, postura edificante, mas com o passar do tempo fui me convencendo de que nada conseguiria. Saio frustrado e como esse final de mandato declaro-me aposentado politicamente”.

Declarações desse tipo são normais. O que não cola e Guardião, o super-herói de Bauru pega no pé de quem assim procede é pelo fato de muitos apregoarem algo da boca para fora, quando a prática é exatamente outra. “A grande maioria não vem para modificar nada. Chegam e saem com um discurso cheio de pompa e ao término do mandato são rapidamente esquecidos, substituídos por outros. Poucos se destacam. Piores os que usam da empáfia, se acham, acreditam piamente que tudo tem que necessariamente passar por eles, sabedoria acima da média, mas no frigir dos ovos votam igualzinho aos outros. Morro de dó desses, pensam que enganam”, alfineta Guardião.

Outro contando os dias para deixar o cargo, preconiza contra a utilização e prática do esquema do “Trem Bala”, a votação de forma rápida feita pela maioria, estilo vapt-vupt, usada para aprovações ao bel prazer. “Aconselho que não procedam dessa forma, pois do contrário poderão ter problemas. Seria melhor se votassem da seguinte forma...”, indicou como deveria ser a votação dos futuros parlamentares, mas não diz ter participado de algo de idêntico teor. Guardião não se aguenta nas pernas ao ouvir algo assim. “Esse votou em todos os projetos ao lado da elite local, beneficiou descaradamente o grupo de poder da cidade, esteve junto aos que uniram pela aprovação a toque de caixa da Fundação de Saúde e quando sai cutuca os que ainda nem chegaram”, diz.

“Final de ano, uma votação está a incomodar os nobres vereadores, a das áreas de ZICS (Zona de Comércio, Indústria e Serviço), determinando que 500 metros da pista de rodovias são reservadas para indústrias e só depois sejam construídas residências. Primeiro uma grande movimentação pela não aprovação de um condomínio de nome pomposo nessa área, o Alphaville, com o agravante do investidor ser de fora e isso fere interesses dos tais “donos da cidade”. Tudo é levado à Câmara, mas nesse interim, o investidor abre seu cofre, baixa a guarda. Tudo se reverte e do empreendimento que estaria fora da lei, legalizam-se todos e não se fala mais nisso. No meio aprovarão também áreas a beneficiar os menos favorecidos já instalados no local. E os vereadores, que não gostam de serem chamados de cartorários, se prestam a isso mais uma vez”, diz Guardião. E como conclusão desfere: “E se não aprovar esse ano, aprovarão ano que vem. Tudo já foi determinado extracampo”, prossegue o super-herói.

Esse jogo político é facilmente entendido pelo texto escrito pela jornalista Cristina Camargo e publicado no site da revista Carta Capital, sobre o jovem prefeito bauruense, 34 anos, “Em Bauru, todos têm o celular do prefeito” (http://www.cartacapital.com.br/politica/em-bauru-todos-tem-o-celular-do-prefeito/). “Se para alguns pareceu algo elogioso, ufanista, refuto, pois dá mostras exatas de como é exercida a política pela nova safra de jovens em postos eletivos. Muito interessante ler todos os comentários abaixo do texto. No texto uma amostragem da composição eleitoral que elegeu o prefeito e que sempre terá a maioria nas votações. E se não tivesse, venceriam do mesmo jeito porque os interesses deles são todos parecidos e no frigir dos ovos sempre estarão ocorrendo do mesmo jeito. Nada mudou com a nova composição”, conclui Guardião.

3 comentários:

  1. Henricão
    Não sei se fez a mesma comparação que vi com o seu texto e a capa da revista. No que escreveu muito do conservadorismo vigente e latente na maioria de nossos políticos, que não gostam de se assumirem como direitistas e na capa da revista a matéria "A velha cara da nova direita". É tudo a mesma coisa, não?
    Rosana

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  2. hENRIQUE

    Percebo um nítida ingresso de jovens no mundo político e uma grande parcela com viés conservador. SE mostrando cansados do esquerdismo, talvez influenciados pela contínua campanha que a mídia sempre fez, passaram a acreditar que o lado bom seja se perfilarem do lado aliado aos preceitos conservadores. A mídia não esconde ser conservadora e abominar os libertários. Lembra quando antigamente dizia-se que os jornalistas tinham viés de esquerda, mesmo seus patrões serem de direita. Foram épocas de confronto entre os que impunham e os que acabaram sendo vergados na marra. Não existe mais esquerdistas na grande imprensa, todos foram afastados e para trabalhar nos jornais de hoje é necessário ter comprovado uma pregação anti-esquerda. Esses novos políticos, sempre querendo se mostrarem novos, mas com idéias perversas, uma nova roupagem do populismo. Isso consegue bons resultados em Bauru. Rodrigo é assim. Já dos que saem e dos que entram, a grande maioria passa longe de pensamento e ação voltados para os anseios da luta popular. Buscam sucesso.

    Aurora

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  3. HENRIQUE

    Decifrei: Segalla e Marcelo Borges.

    Porém, meu caro, outros tanto ficaram e são até piores, como Renato Purini, o rei do fisiologismo.

    E tem uma turma chegando que BENZA DEUS!! Vade retro satanás!!

    Paulo Lima

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