Mafuá do HPA

DICAS (102) 

NOVIDADES DOMINGUEIRAS VISTAS Á DISTÂNCIA

Eu gosto de eventos simples, porém significativos. Um desses ocorre hoje em Bauru. Veja isso: “Após 20 anos de sua passagem por Bauru, e comemorando seus 45 anos de profissão, o fotógrafo Rui Zilnet retorna à cidade mostrando um pouco do seu trabalho, em um Varal Fotográfico, que acontecerá no próximo domingo (20), das 8 às 12 horas, na Feira Estação Arte, que ocorre todo 3º domingo do mês, no Museu da Imagem & Som, da Secretaria Municipal de Cultura de Bauru, localizado na antiga estação ferroviária da Fepasa, entre as ruas Agenor Meira e Rio Branco, no Centro de Bauru. Entrada Franca”. Mais disso aqui:

http://www.jcnet.com.br/Cultura/2013/01/feira-estacao-arte-tera-como-novidade-fotografias-em-museu.html . Ainda não conheci Rui pessoalmente, mas já somos amigos internéticos. Ele hoje vive com Cláudia Pinto, uma feliz bauruense (querendo virar carioca) e fiquei radiante outro dia ao papear com ele pelos meios que o computador nos disponibiliza sobre algo a nos unir, o América do Rio. Ver hoje essa exposição sobre um tema mais do que baurense, o motivo da cidade ser hoje o que é, sua ferrovia é algo inebriante. Eu não posso ir, pois estou fora, mas para quem pode, é imperdível. 

Outro dia ao papear com o amigo historiador, Oskar Sobrinho, um marrento (no bom sentido) professor de História, espécie de gerente do Geisel, ele me falava sobre uma excursão que pretende fazer com amigos ao Nordeste no final desse ano, ida de van, loucuras com as paradas, divertimento garantido. Minha resposta foi essa: “Vamos ver, mas antes preciso ver se estarei em pé até lá. Pensemos primeiro no Carnaval e que tal um Bloco de Carnaval, saindo na contramão da cidade, calçadão da Batista, coisa e tal”. Escrevi duas ou três vezes disso na internet e já acho tudo possível. Vingando, seria dia 09/02, sábado, 12h, concentração na praça Rui Barbosa, trajeto descendo o Calçadão da Batista e terminando na praça Machado de Mello, a da estação da NOB. Alguns nomes já pintaram, o Silvio Selva prometeu fazer a marchinha, Gonçález o desenho na camiseta, a bandinha poderia a Furiosa de Piratininga e a divulgação viria da imprensa e de quem fosse comprando a idéia. Teve gente que alertou que não pode ter nada de política partidária e Lázaro Carneiro veio com sua sapiência: “Já começa rachado”. O fato é que precisa ser irônico, jocoso, pegador de pé, bem humorado e sagaz. Acredito que virá e na lembrança, publiquei um esboço de camiseta que fiz para as “Viúvas do Batata”, um que tinha tudo pára sair, mas não o fez nem do papel. Articulando melhor esse sai... Interessados emeleiem para
mafuadohpa@gmail.com.    

Hoje são 30 anos sem Mané Garrincha, data triste para quem gosta de futebol, falecido em 1983. Conhecido como “Alegria do Povo”, sua trajetória pode ser revivida na forma diversificada e versátil dos que usam a arte para driblar os percalços da vida. Relembrando o mito Garrincha, reproduzo um trecho de Elza Soares, publicado n’O Globo de 13/01/2013: “A imagem que fica do Garrincha é a do futebol feliz, daquele homem alegre, que entrava em campo e acabava com qualquer tristeza. (...) Consigo hoje rever o Mané no Neymar, vejo ele querendo fazer um pouco do Mané. Tem que tomar conta do menino. Os jogadores de hoje não sabem quem ele foi. Nem citam. Quero que o Cristiano Ronaldo e o Messi conheçam o Mané”. Eu concluo, Mané não pode cair no esquecimento, pois foi imenso, incomensurável. Adoro, tanto Mané como Elza, dignos representantes de um Brasil que mergulho de cabeça. 

O Renascença por Zé – Conheci um Zé aqui pelo Rio, marido da Cláudia, amiga da companheira Ana, saímos juntos umas três vezes. O cara é desses que convence logo de cara e fui gostando do papo. Seu nome José Vaz de Souza Filho, 51 anos, gestor no Ministério do Planejamento, trabalhando hoje lotado na Cultura. Coordenou uma frente na construção da nova Lei do Direito Autoral do MinC, hoje atuando na Casa de Rui Barbosa. Vascaíno, especializado em História e Música, falou de Samba e Carnaval no Congresso Nacional de Samba. Uma delícia desfrutar de sua companhia (e da Cláudia Lucciola). Estivemos com ele na segunda passada 14/01, no Clube Renascença, Festa do Samba do Trabalhador, encontro musical capitaneado por Moacyr Luz. Um clube negro, encravado no coração da Zona Norte Carioca. Me explica, enquanto o samba em volta da mesa come solto: “Aqui é o melhor samba de roda que acontece no Rio nos dias atuais. A melhor concentração de gente que gosta do verdadeiro samba. Moacyr Luz traz a cada edição gente de peso, que canta junto dele e do grupo do dia, sempre com casa cheia e sem problemas. O Renascença nasceu da necessidade dos negros terem um espaço só seu, quando nos anos 60, iam sendo impedidos de tocar aqui e ali. O espaço nasceu pequeno, teve problemas de trajetória e se consolidou nisso que você está vendo, um reduto da nata do samba não só carioca, mas brasileiro”. Conferi e confirmo, com louvor.

Hoje, domingo, 20/01 é dia de São Sebastião, padroeiro da cidade do Rio de Janeiro, feriado por aqui e caindo num dia já de paradeira. Fico encantado de ver como o Carnaval já rola por aqui, blocos espalhados por todos os lugares, bairros variados e todos com camisetas, gente saindo pelo ladrão e em Bauru, quase nada além do programa que o Tuba e a Léia, produzem na Auri-Verde, o “Roda de Samba”, reverenciando tudo o que já foi feito e que estão querendo muito que seja revivido nos tempos atuais. Quero muito escrever de Paulo Neves por aqui e sua anual Mostra de Teatro, mas deixo para fazê-lo no dia em que estiver começando, próxima terça, 22/01.