sexta-feira, 5 de abril de 2013

CENA BAURUENSE (106)

A QUESTÃO DOS ÔNIBUS URBANOS: MOTORISTAS, COBRADORES E O REAJUSTE DA TARIFA

Na cidade do Rio de Janeiro um acidente com um ônibus coletivo choca a todos. Ele caiu de um viaduto matando sete pessoas. Um motorista alterado e depois, um universitário pulando a catraca e agredindo o condutor do coletivo. Resultado, trágico acidente. Como poderia ter sido evitado? Em primeiro lugar, com a presença de mais um personagem no local, esse primordial, um cobrador. Com a sua quase extinção, foram diminuídos postos de trabalho e aumentada a responsabilidade do motorista, sem que tenha nenhum ganho adicional por isso. Horários deixaram de ser cumpridos e a tensão tem aumentado, pois o motorista teve sua atenção triplicada, tendo que ter praticamente olhos e ouvidos para todos os lados e sentidos. Culpa de quem? Da insensibilidade do modelo acumulativo de capital, que antes de olhar para o ser humano, olha só e tão somente para o seu bolso, o seu lucro. O grande culpado, para mim e em primeiríssimo lugar é o SISTEMA EXCLUDENTE em que vivemos, dos quais os empresários são o elo da corrente.

Posto isso, vamos ao tópico seguinte. Em Porto Alegre a Prefeitura Municipal tentou promover um reajuste no valor das passagens e o povo se mobilizou indo às ruas, principalmente os estudantes. As imagens estão aí para quem quiser ver. Três dias atrás o vereador Roque Ferreira publicou isso no facebook: “MANOBRA INACEITÁVEL EM BAURU - A péssima qualidade do transporte urbano em Bauru é consenso entre seus usuários, e esta política vem sendo mantida e ampliada pelo prefeito Rodrigo Agostinho, consolidando a lógica de o município garantir os lucros das empresas privadas que atuam no setor”. Respondi a ele com um questionamento: “Que o exemplo vindo das ruas gaúchas nos sirvam de lição e aprendizado. Reagir é preciso”. Ele foi direto onde queria chegar: “Lá meu caro Henrique, os sindicatos, associações de bairro, entidades estudantis, religiosas se mobilizaram para colocar o povo na rua. Estas ações é que estão faltando em Bauru”. Por aqui, pelo que entendi sobre um suposto aumento em andamento, quem aprova ou não é o Conselho dos Usuários. O mesmo reuniu-se e não aprovou o reajuste. Depois deles, como são meramente consultivos (e não deliberativos), o prefeito, parece já ter decidido, inclusive com notas já plantadas na imprensa, com algo em torno de 10%.
O facebook em alguns momentos é bom para irmos comparando o que ocorre aqui com outras localidades. Carlos Eduardo Martins, ator e diretor teatral, que morou por aqui durante décadas, hoje em Ilhabela escreveu: “Aqui, em Ilhabela, era R$ 2,50. Antes das eleições o prefeito candidato à reeleição abaixou para R$ 2,20. Eleito, foi para R$ 2,90. E os ônibus não têm mais cobradores, o que tem feito com que estejam sempre atrasados”. Agora junto tudo. O reajuste pelo visto será inevitável, pelo menos se depender do prefeito, faltando decidir o valor e logo a seguir o tipo de reação que ocorrerá em Bauru. Das duas uma, ou teremos gente muito feliz pelas ruas, satisfeitas com as explicações dadas ou a insatisfação poderá fazer surgir uma movimento de resistência. Aposto nesse último. Hoje leio pelos jornais ter o prefeito afirmado que o projeto enviado por ele para a Câmara dos Vereadores, o que regulamentaria a Fundação Regional de Saúde saiu cheio de falhas e precisa ser totalmente revisto. Se errou nisso, pode muito bem estar errando e muito na aprovação das planilhas concedendo os reajustes das passagens. É o que veremos nos próximos dias e lances. RESISTÊNCIA JÁ!!!

3 comentários:

  1. Henrique

    Voce e o Roque escreveram tudo. Por aqui falta organização em todos os sentidos. Qual entidade de classe, tipo Associação de Moradores estaria organizada e pronta para ir às ruas nesse momento? NENHUMA.

    Não nos iludamos, para algo igual ao ocorrido em Porto Alegre se repetir por aqui em Bauru é a mesma probabilidade de um meteoro cair em cima do Palácio das Cerejeiras.

    Aqui em Bauru a organização é somente para todos se juntarem nas baladas. Aí lota e todos muito bem organizadinhos.

    Aurora

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  2. Henrique a culpa é dos sindicatos que não fazem nada em prol de seus ( trabalhadores ) filiados e contam sempre com a conivência do poder local ( prefeito e vereadores ).Em minha cidade tem disso. Já conversei muito a respeito com os profissionais da área. Em tempo, em minha cidade ( Guarulhos) ,o preço da passagem é de R$ 3.30, um das mais caras do Brasil.

    Fausto Bergocce

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  3. HENRIQUE

    JÁ ESTÁ DEFINIDO

    O VALOR EM BAURU PASSARÁ PARA R$ 2,90.

    NEM QUE ELES SE ESFORCEM MUITO, MAS MUITO MESMO, NÃO CONSEGUIRÃO EXPLICAR DOS REAIS MOTIVOS DO PREÇO SUBIR TANTO.

    A NÃO SER QUE VOLTEMOS PARA AS ELEIÇÕES, QUANDO AS EMPRESAS APOIARAM E AGORA QUEREM APOIO.

    ANDRÉ RAMOS

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