Mafuá do HPA

INTERVENÇÕES DO SUPER HERÓI BAURUENSE (52)

PANELEIROS A POSTOS, MOTIVOS PARA PROTESTO É O QUE NÃO FALTAM EM BAURU

Observando uma intensa movimentação de descontentes em Bauru e com o prefeito ainda não tendo se refeito do efeito dos seus 82% de aprovação, até Guardião, o super-herói de Bauru leva um susto e entra na roda dos paneleiros a protestar. “Mas e a aprovação que ele tinha?”, pergunta, mesmo imaginando qual seria a resposta. Eu, esse HPA e Gonçalez, o criador do personagem Guardião, temos a mesma resposta para esse questionamento: “Rodrigo Agostinho continua sendo o boa praça, de fácil papo, pessoa agradável, cumprimenta e é cumprimentado por todos, bonachão, verdadeiro meninão, mas hoje tem um diferencial e disso não pode fugir, é o prefeito e assim sendo, suscetível a chuvas e trovoadas. E isso ele precisa entender, virou telhado, ainda mais nessa época onde ele deixou irem se agravando problemas e mais problemas”.

A conversa ali e o ajuntamento não possuem um só motivo de críticas, são vários e pelas placas levantadas dá para se ter uma ideia de que nada é algo isolado, sem fundamento. A que o Bento segura versa sobre os eternos problemas da água em Bauru, ora faltando, ora nem pingando, tudo por causa de problemas insolúveis (nem água resolve). “É um tal de bomba estourar que não acaba mais, nunca vi tanta repetição dessa história, parece até coisa mandada”, diz o revoltado paneleiro. Ao seu lado quem segura outra é o engravatado Jorge: “Essa Fundação se mostra a grande vergonha da coroa, pois era para ter sido aprovada pela legislação passada e hoje, ao ser reenviada à Câmara o próprio prefeito assume que tinha problemas em sua redação. Ele confessa que queria aprovar na correria, passando por cima dos desvios de conduta, ou seja, dava liberdade demais para uns fazer dela o que bem entendessem. Tinha tudo para vir a ser mais uma AHB e insiste nisso como salvação da lavoura”.

Um dos mais revoltados é a Rosa, moça sempre cordial, mas virando bicho bravio diante das agruras do Sistema de Saúde Municipal. Captamos sua incontida ira: “Pra começo de conversa, não sei como o prefeito tolera um secretário imexível, um que viajou semana passada com ele no mesmo avião e o chefe nem sabia para onde o subordinado estava indo. Depois, para resolver o problema dos médicos, deram um aumento a esses e hoje ganham mais que o próprio prefeito, sem terem resolvido nada, só protelado. Esse secretário com carta branca merece mesmo é um cartão vermelho”. Imagina a cara da Marta diante das promessas que lhe foram feitas no bairro onde mora e até hoje descumpridas: “Eu já não aguento mais isso, ele vem aqui, marca data para resolver tudo, mas esquece de nós. Vai nos levando no papo. Chega!”.

O Tales vem com uma turma de jovens reivindicando o Passe Livre e mais que isso, quando levanta a voz: “O preço da passagem do circular vai a quase R$ 3 reais e uma planilha das mais furadas é apresentada como justificativa. Não aceita discutir e o que parece ficar é que faz a defesa dos interesses dos empresários e não da população necessitada de um serviço honesto e digno. Pelo visto não acredita na força de organização popular, isso sem falar na questão da volta do cobrador”. Miguelão não aceita os argumentos do prefeito para o problema crônico da Cohab e põe a boca no mundo: “Aqui outro imexível na administração e uma dívida que só aumenta. O que mais acontece lá são viagens de ida e volta para Brasília. Já não está mais do que na hora de uma discussão séria sobre decretar o fim de vez desse inesgotável sugador derecursos públicos municipais?”.

O panelaço se faz ouvir, o ajuntamento cresce a olhos vistos e juntam-se aos bravios paneleiros outros com reivindicações contra os problemas da dengue, os eternos buracos nas ruas e até um pedindo que o prefeito faça algo para criar um Mercadão Municipal. Gaiatos também não faltam e dá para ver até um levantando uma plaquinha protestando contra a Gal Costa não estar incluída no rol dos artistas em Bauru na Virada Cultural. Mas eis que de uma hora para outra, como costuma fazer, o prefeito aparece diante de todos com uma carinha de estar fazendo o possível, como se tivesse pouca coisa a ver com tudo aquilo. Guardião se antecipa e saca um vidrinho do bolso lhe oferecendo uma colherada de um famoso revitalizante, tônico mágico. “Para esses casos, nada melhor do que um bom e sempre útil SIMANCOL”.

Obs.: A obra aqui publicada hoje AINDA é mera ficção, servindo para alerta de que com a crescente onda de manifestações e descontentamentos, talvez algo nesse sentido possa vir a se tornar realidade. E em breve espaço de tempo.