Mafuá do HPA

DIÁRIO DE CUBA (61)

TEM GENTE COM MEDO DOS MÉDICOS CUBANOS ATUAREM NO BRASIL 

“Só em 2011, médicos cubanos recuperaram a visão gratuitamente de2 milhões de pessoas em 35 países. A virulenta reação do Conselho Federal de Medicina contra a vinda de 6 mil médicos cubanos para trabalhar em áreas absolutamente carentes do país é muito mais do que uma atitude corporativista: expõe o pavor que uma certa elite da classe médica tem diante dos êxitos inevitáveis do modelo adotado na ilha, que prioriza a prevenção e a educação para a saúde, reduzindo não apenas os índices de enfermidades, mas sobretudo a necessidade de atendimento e os custos com a saúde. Essa não é a primeira investida radical do CFM e da Associação Médica Brasileira contra a prática vitoriosa dos médicos cubanos entre nós. Em 2005, quando o governador de Tocantins não conseguia médicos para a maioria dos seus pequenos e afastados municípios, recorreu a um convênio com Cuba e viu o quadro de saúde mudar rapidamente com a presença de apenas uma centena de profissionais daquele país. A reação das entidades médicas de Tocantins, comprometidas com a baixa qualidade da medicina pública que favorece o atendimento privado, foi quase de desespero. Elas só descansaram quando obtiveram uma liminar de um juiz de primeira instância determinando em 2007 a imediata “expulsão” dos médicos cubanos”, dessa forma o blogueiro Pedro Porfírio descreve a urticária a dominar a classe médica brasileira diante de um anúncio da presidente Dilma, somente ainda cogitando trazê-los , diante da impossibilidade de assegurar a presença de profissionais brasileiros em mais de um mil municípios, mesmo com a oferta de vencimentos bem superiores aos pagos nos grandes centros urbanos. Seria ótimo a concretização disso, pois mostraria a todos como a medicina de hoje no país é mercantilista, elitista e serve a uns poucos, não a maioria da população.

Sintam como está sendo a reação de alguns bauruenses. “Até os anos 60, o serviço médico oferecido pelo governo atendia perfeitamente a toda a população. Porém após esses anos, os hospitais começaram a receber menos investimentos e foi PRIORIZADO o investimento em clínicas particulares criadas por médicos políticos ou seus parentes, e hoje é o que assistimos, estenderam-se e não oferecem bons atendimentos”, Lourdes Sampaio. “Os médicos virão para cobrir as lacunas que os formados em escolas elitistas das capitais e regiões ricas deixaram, recusando-se a atender os pobres do SUS em regiões mais afastadas, os chamados grotões. Os nossos médicos elitistas só querem atender por planos de saúde e em regiões ricas. Se os médicos brasileiros não querem atender nas regiões mais pobres e afastadas, por que não colocar médicos de fora? Não é só o Brasil que está importando médicos: o Canadá, a Austrália e vários outros países estão fazendo o mesmo”, João Ranazzi. “Uma enfermeira amiga minha disse que trabalha no Hospital Estadual de Bauru há dez anos e, nesses dez anos conheceu APENAS DOIS MÉDICOS, verdadeiramente comprometidos com a medicina e com a saúde pública. APENAS DOIS EM 10 ANOS! Os demais, ou são carniceiros, ou estão médicos pelo dinheiro, ou estão médicos porque a família assim exigiu, ou simplesmente pelo STATUS. Compromisso que é bom... NADA!!! O que dizem disto, os que bravejam contra a vinda de médicos de Cuba para o Brasil?”, Duílio Duka. ”A maioria dos médicos brasileiros são avarentos e só gostam de atender quem tem muita condição financeira!!!”, Luiz de Brito Cavalcante. “Formam-se às nossas custas (em escolas públicas) e depois negam atendimento ao povo ou, fazem pior, recebendo salários e não cumprindo suas jornadas. Tem gente que se diz grande no meio que cansou de fazer isso... Mas não precisava trazer os cubanos. Bastaria exigir (e fiscalizar uma contrapartida) daqueles que se formam em escolas públicas ou com bolsas de estudo. Exigir que eles trabalhem durante um determinado tempo nos postos de tempo nos postos de medicina publica que possuem gargalo... Mas, isso, talvez, não atendesse ao viés ideológico que f... esse país há décadas...”, Jair Aceituno.