CENA BAURUENSE (110)

ALGUMAS NOTAS SOBRE A SAÚDE MUNICIPAL NO RETORNO À BAURU – PARA QUEM DÁ TIRO NO PRÓPRIO PÉ

“Eu voltei, agora para ficar...”, diz a letra do samba e após permanecer exatos 14 dias fora de Bauru encontro a seguinte situação rondando a Saúde Municipal. Uma grave de servidores da FAMESP, mais exatamente no Hospital Regional expressa bem como o seu maior mantenedor procede nas negociações com a categoria profissional: esperando a decisão de instância superior. Dias atrás o deputado Pedro Tobias disse em entrevista para o grupo Bauru Acordou!, no aeroporto Bauru/Arealva e na presença do governador Alckmin, que existe muito dinheiro com a Famesp e ela teria como resolver isso. Agora espera juízes decidirem a questão. Quem falta com a verdade, o deputado ou a direção da Famesp?

Enquanto isso, trabalhadores padecem e recebem poucos apoios. Insensibilidade verificada também na distribuição dos leitos da cidade, onde até em macas do SAMU estão abrigados gente à espera de internação na cidade. Afinal, como é o processo de internação vigente no Hospital de Base, hoje também administrado pela FAMESP? O que era para ser solução, pelo visto piorou.

O que parece ter melhorado foi a decisão da Justiça em começar a culpabilizar os que lesaram os cofres da AHB – Associação Hospitalar de Bauru, no considerado Mensalão Bauruense. Queremos não só citação dos nomes, mas uma investigação abrangente, com os nomes de quem comandava o esquema. Se nossa imprensa quiser ter um pouco só de empenho isso se esclarece antes do tempo e bem antes da Justiça. Não enxergo mais esse poder investigativo na imprensa hoje, apesar de ler que a revista mensal AZ está preparando uma matéria onde não deixará pedra sobre pedra. Ver par crer.

O programa Mais Médicos do Governo Federal parece incomodar a classe médica, que força para a não contratação de médicos estrangeiros, mas faz descaso com a situação caótica provocada pelo recuse dos médicos brasileiros em trabalhar em plantões atendendo a população carente. Vergonhosa a solução encontrada pela Secretária Municipal de Saúde, conseguindo aprovar o pagamento de valores estratosféricos para os plantões e horas extras, essa única condição para nossos médicos trabalharem. Viraram os barões da folha salarial dentro da municipalidade e não resolveram o problema do atendimento.

Mudando de assunto: Mal chego e nas manchetes a cassação de três vereadores por campanhas vinculadas à igreja e com votos ditos de cabresto. Pera lá, só esses e só com católicos? Desconheço evangélico que não peça voto dessa forma e com falação no púlpito. Seria bom também dar uma verificada em todos os processos de eleitos e com pendengas na Lei de Ficha Limpa, que pelo visto não suja ninguém. A limpa se for mesmo feita, terá que ser ampla, geral e irrestrita, do contrário, fica parecendo perseguição a um só segmento.