MEU ÚNICO FILHO E UM PAPO SÉRIO POR MAIS DE HORA E MEIA - TIVE QUE
INTERROMPER
PARTE 1 - Deixa eu falar de minha cria, a única até o
momento. Meu celular toca ontem quase 17h40, era meu filho de dentro da Livraria Jalovi
e me pedindo para ser rápido, pois em vinte minutos a livraria estaria fechando
as portas. Sabia do que se tratava. Havia escolhido dois livros e queria minha
presença para pagar a conta. Corri, deu tempo e ele sai de lá com mais um
pacotinho de algo a
preencher-lhe os dias. Íamos sair ontem a noite, um cinema, mas preferiu ler.
Essa foto foi tirada lá na Jalovi, ele cheio de contentamento por levar mais
dois filhotes para casa. Hoje almoçamos junto, passeamos pela feira e depois embarcou para Araraquara, para sua quitinete estudantil. Um
dos meus maiores orgulhos é a ótima cabeça desse meninão. Sou um confesso pai coruja quando o assunto é meu filho. Está se transformando num grande homem e hoje ao ler um texto seu, uma resenha sobre um conto do Saramago, constato algo muito simples, ele já escreve e analisa textos melhor do que eu. Acabei sendo superado.PARTE 2 - Hoje é domingo, comecei escrevendo sobre meu filho e termino também com ele. Dia desses, um sábado, acho que final de agosto, fui almoçar com ele e meu pai no Azora, um restaurante simples, simpático e com a comida que ele mais gosta, a japonesa, ali na rua Rio Branco, entre a Ezequiel e a 1º de Agosto. Encontramos na porta de entrada o professor RUBENS COLACINO, ministrando aulas de Português, Letras até hoje pelas escolas bauruenses e um empedernido divulgador do Esperanto e da religião que professa, a Espírita. Rubens é meu amigo e o apresentei a meu filho. Uma ótima pessoa, dessas que te encontra pela aí, onde seja o lugar e te cerca por todos os lados. Inexiste um jeito de abandonar o papo com o Colacino, ele te agarra pelo braço se for necessário. Nesse dia foi assim. Acabamos todos entrando juntos ao restaurante e o papo acabou se prolongando por todo o tempo em que lá estivemos.
E sabem qual era a discussão? Falávamos sobre ABORTO e Rubens defendia com unhas e dentes que qualquer coisa feita nesse sentido era a decretação de algo impensável, a morte de um ser humano. Usou de todos os artifícios religiosos, respeitados por nós, mas refutados por um simples e único motivo. “Quem somos nós machos para decidir sobre o corpo das mulheres? Não acha injusto nós, homens ficarmos aqui numa mesa decidindo sobre se é certo ou não o que elas fazem com o seu próprio corpo? Elas é quem devem decidir sobre algo que lhes dizem respeito, não nós, HOMENS”, foi o que eu e o filho mais ou menos lhe dissemos. Não houve jeito, o negócio foi longe, rendeu longa conversa, repetitiva em alguns momentos, pois os argumentos, acredito eu, foram usados à exaustão por ambas as partes. O argumento religioso não aceita a interrupção da gravidez em nenhuma hipóteses, pois segundo ele, uma vida já existe e a partir daí, o que está sendo gerado não mais pertence a mulher.
A discussão como devem imaginar não teve fim. Ninguém foi convencido do argumento do oponente. Eu e meu pai ao terminarmos o almoço saímos para buscar o carro no estacionamento e deixamos o Rubens e o filho na porta do restaurante. Voltamos, fiquei a buzinar na frente e nada deles findarem a conversa. Deve ter sido mais uns dez minutos e eu ali, acabei dando duas voltas no quarteirão e tive que descer e empurrar meu filho para dentro do carro, pois um fiscal azulzinho estava pronto para me multar, já de talão da mão e não tolerando mais minhas desculpas por continuar esperando alguém que não queria entrar no carro. Rubens é assim quando o assunto são esses, meu filho estava gostando da argumentação, porém acho que o imbróglio deve ter durado desde o seu início até o momento em que o enfiei dentro do carro, bem uma hora e meia de muita saliva gasta de ambos os lados. Impedi o Rubens de entrar no carro, pois não sabia onde aquilo podia terminar.
Não me furto dessas discussões, porém, essa fui obrigado a interromper. A cada semana entro em algo parecido, nessa enfiei meu filho. Porém, com Rubens um papo sem agressões, só argumentos, entre amigos que pensam e agem diferentes em alguns pontos. Em alguns outros, baixaria, agressões e pasmem, algumas amizades perdidas no facebook. É a vida.
parece que gostam do meu filhão, olhem os comentários:
ResponderExcluirVelca Cavalcante Parabéns Henrique pelo seu filho!
Ontem às 09:47 · Curtir (desfazer) · 1
Jussara Lanzellotti ...o paisão & o filhão!! Muito legal! Parabéns pela união ...e o amor que há em vocês! beijos amigo! Jú
Ontem às 10:05 · Curtir (desfazer) · 1
Jussara Lanzellotti ....ele é a sua cara!
Ontem às 10:05 · Curtir (desfazer) · 1
Luís Victorelli Filho de peixe é peixinho neh rss
Ontem às 10:52 · Curtir (desfazer) · 1
Roberta Mathias Nossa Henrique, como ele está moço, lindo. Parabéns! lembro dele na Secrê. Um menino muito bacana.
Ontem às 11:01 · Curtir (desfazer) · 1
Henrique Perazzi de Aquino Bem, se ele é a minha cara, quer dizer que ainda tenho resquícios de boniteza?
Ontem às 11:08 · Curtir · 1
Sarah Fernandes filho de peixe peixinho he
Ontem às 11:26 · Curtir (desfazer) · 1
Ana Rebello Livros são uma perdição...e uma salvação.
Ontem às 11:48 · Curtir (desfazer) · 1
José Eduardo Avila ki legal valeu mestre...
Ontem às 12:14 · Curtir (desfazer) · 1
Tatiana Calmon nao tem jeito, todo vez que o vejo, lembro da carinha suja de molho de macarrão.....
Ontem às 13:28 · Curtir (desfazer) · 1
Cristina Camargo Encontrei com ele outro dia no sebo da praça Rui Barbosa, Henrique Perazzi de Aquino. Minha filha é assim também, louca por livros, o que é ótimo.
há 23 horas · Curtir (desfazer) · 2
Helio Maffei Beleza Henrique, pra mim também leitura é o maior passatempo.
há 22 horas · Curtir (desfazer) · 1
Vera Ranal Parabéns papai!!! Tenho também uma gotinha de felicidade nesse oceano, pois tive o prazer de ser professora dele na infância. Excelente aluno. A semente já havia germinado bem!!!!
há 20 horas · Curtir (desfazer) · 1
Marcia Zamarioli tal pai...tal filho
há 19 horas · Curtir (desfazer) · 1
Helena Aquino Ele é raro ...... essa paixão pelos livros tbém tenho .... lindoooo
há 18 horas · Curtir
Neli Maria Fonseca Viotto Filho de peixe, peixinho é,,,rsrrsrs sou fã do seu filhote...
há 18 horas · Curtir · 1
Henricão
ResponderExcluirConheço o professor Rubens, foi meu professor e sempre foi assim, uma pessoa das mais falantes e sempre com papeizinhos sobre espiritismo e esperanto nas mãos. Uma boníssima pessoa, que gruda na gente quando quer falar algo e não solta mais. Gosto dele e acho que seu filho sentiu isso na conversa que tiveram. AFINAL, TE DIGO, CONVERSAR FAZ UM BEM DANADO.
Valéria