PALANQUE - USE SEU MEGAFONE (47)

QUANDO EU BATO TRÊS ESCRITOS NO MESMO LIQUIDIFICADOR

BATIDA Nº 1 - “HARLEY - La presidenta de Brasil, Dilma Rousseff, quiere aprender a manejar para tener su propia moto. De acuerdo con Folha de São Paulo, después de pasear de incógnito el 4 de agosto pasado junto al secretario ejecutivo del Ministerio de Seguridad Social, Carlos Gabas, a bordo de una poderosa Harley-Davidson, la presidenta afirmó: “Quiero aprender a manejar”. Acompañada discretamente por su seguridad, la presidenta paseó por las calles de Brasilia mientras escuchaba en su casco a AC/DC, Black Sabbath, U2 y Coldplay”. ESSA UMA DAS NOTÍCIAS DE HOJE DO PÁGINA 12 ARGENTINO (outra é a visita de Lula a Buenos Aires hoje). TENHAM TODOS (AS) UMA ÓTIMA SEMANA, PASSEANDO PELAS CALLES E OUVINDO O SOM QUE MELHOR LHE APROUVER... e por falar nisso qual o meio de locomoção dos nossos políticos e qual som ouvem?

BATIDA Nº 2 - TEM PESSOAS QUE GOSTAM DA GENTE ASSIM DE GRAÇA. Sou grato a alguns desses, que mesmo no pouco contato nutrem simpatia, respeitam a opinião alheia e enaltecem nos seus espaços o sentimento pelos demais à sua volta. Ontem na Coluna Em Confiança, caderno de esportes do JC, recebo um afago do seu escrevinhador, o jornalista LEONARDO DE BRITO, um nordestino quase carioca (também mais do que bauruense), que muito me envaidece. Também gosto do Leonardo assim de graça, pois nos conhecemos pouco, papos mais de bares (os melhores da cidade, Jeribá, ex-Saudosa Maloca...) e nos campos de futebol, mas quando nos revemos mostra-se sempre dos mais agradáveis. Um jornalista de ótima cabeça, aberto ao franco diálogo e assim como eu, noroestino de quatro costados. Bom observador, vê tudo, enxerga tudo e diferente de mim, pois obrigado a segurar as pontas e não dizer tudo em alguns casos, consegue assim mesmo, opinar de forma consistente e precisa. Eu renovando minha carga diária de pieguice, deixo aqui meu recado aos que me elogiam: Receber afagos é tudo de bom, ainda mais vindo de quem veio, de um velho esgrimista e assim como eu, quixotesco, lutando contra inexpugnáveis moinhos e dragões. A reciproca no caso dele é sempre verdadeira. E assim o HPA se derrete em sentidas lágrimas para começar mais uma semana.

BATIDA N° 3 - DONA EURIDES E O SUCESSO DE SEU NEGÓCIO LÁ NA POUSADA

Por menos machistas que queiramos ser, ainda causa estranheza ver uma mulher no comando de alguns negócios. Natural, diriam alguns, afinal somos latinos e machistas por osmose (ou por natureza). Nada disso, o fato é que elas estão aí e assumindo cada vez mais muitos dos papéis antes exclusivamente masculinos. Estão por todos os lugares, motoristas, pedreiras, na Marinha e na Aeronáutica (falta só o Exército), coletoras de lixo, policiais, etc e etc. Uma lindeza e em alguns casos, muitas ocupam a posição de lastro financeiro da casa e os maridos, esses permanecem no recluso do lar nas atividades domésticas. Nada contra. Veja só uma história recolhida por mim no sábado e em cujo desfecho o homem é ainda quem decide por detrás dos panos o algo mais da relação.

DONA EURIDES é uma distinta senhora, moradora da Pousada da Esperança, bairro entre o Gasparini e a vila São Paulo. Coisa de vinte anos atrás montou junto do marido uma lojinha de sucesso por lá, uma de material de construção. Sentiram um bom nicho de mercado e abriram uma porta na frente da casa onde moram. Deu certo e na placa lá está, EURIDES MATERIAS PARA CONSTRUÇÃO. Vendem de tudo para o ramo e atendem num diferencial, abrem também nos finais de semana, feriados e até em horários outros, bastando um toque em sua campainha. São a cara do típico comércio de bairro, acolhedor e resolutivo. Sobre a dificuldade em entender do riscado, me diz: “No começo foi difícil, hoje não, já domino tudo, inclusive essas medidas todas de canos, metragens e texturas dos materiais”. O casal continua mais do que unido no comando do pequeno negócio, mas quem fica mesmo atrás do balcão é Eurides (o marido faz os pedidos dos materiais), uma senhora de origem nordestina, boa de negociação e um dos únicos negócios abertos na quadra de sua casa/negócio, a ainda de terra batida João Bastos Pereira. O único senão foi quando lhe pedi permissão para tirar uma foto e falar dela por aqui. Primeiro me disse assim de bate pronto: “Não preciso lhe pagar nada por isso, né?”, depois para encerrar o assunto, negou e usou como justificativa um: “Meu marido pode não gostar. Deixa sem foto mesmo”. O fato é que sua loja é um sucesso e muito bem surtida, mantendo assídua clientela, com gente até de longe (como eu), que num dia de feriado no sábado só foi encontrar porta aberta para produto de última hora em seu estabelecimento. Os pequenos nos salvam nesses momentos de aperto, nunca os grandes.