quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

DOCUMENTOS DO FUNDO DO BAÚ (62)


LI E GOSTEI: PAZ ENTRE NÓS, GUERRA AOS SENHORES!
Eu quero continuar acreditando ser possível a união de gente com os mesmos interesses, unificando uma luta contra um mal maior, mas em alguns momentos ela se torna fraticida entre justamente aqueles que poderiam estar se entendendo. Hoje pela manhã, dando uma espiada no que os amigos postaram durante a noite leio uma curta frase vinda do Gilberto Maringoni: “TUDO IGUAL - Ainda me pauto por um velho verso: "Paz entre nós, guerra aos senhores". Diante de tudo o quer estou vendo acontecer, estou louquinho de pedra, querendo muito guerrear, tirar o armamento todo do armário, colocar meus tanques de guerra no asfalto, mas não aguento mais essa disputinha besta e sem sentido, primeiro entre os mais próximos, os que poderiam estar na mesma trincheira, mas nem isso acontece. Infelizmente, noto a cada novo dia raiando aqui pelos lados do mafuá que, desunidos como estamos, uns espetando e espezinhando primeiro os próximos e só depois os verdadeiros inimigos, não chegaremos nunca a um lugar comum. Mas eu continuo acreditando nisso.

Percebo isso nas pequenas coisas. Hoje abro os jornais e sabe qual o texto que mais me sensibiliza no Jornal da Cidade. Foi uma missiva encaminhada para a Tribuna do Leitor pelo amigão dos salões de dança, das rodas boêmias bauruense, o agente penitenciário e professor emérito de dança GERALDO INHESTA. Seu texto tem por título SUPERFICIAL: “Em resposta ao comentário do jornalista Arnaldo Jabor, no site da CBN, com o título “Vote na Dilma”, tenho a dizer que admiro um jornalista do naipe deste ser tão superficial assim - esses políticos já passaram por todos os partidos que foi poder - inclusive Collor foi cria da tv Globo e a única proposta do Collor era caçar marajá, ou seja, a tv Globo fez dele um playboy político - o neoliberalismo afundou até os países desenvolvidos - e não tem mais significado em falar em comunista depois que a Rússia e metade da Europa se rendeu ao capitalismo - indiretamente você tá falando que o povo não sabe votar. Até parece que a corrupção nasceu com o PT. E tem mais: se você tiver um pouco de inteligência, sabe que para reduzir a corrupção só com uma reforma política e financiamento público de campanha. Na Bolívia o Evo Morales representa a etnia boliviana pela primeira vez, ou seja, só etnia europeia que dominava o País, ele rompeu com oligarquia boliviana. Os outros países a que você se refere não se ajoelharam para o neoliberalismo – os países mais desenvolvidos há muito tempo já realizaram sua reformas agrárias”.

Amei meu amigo Geraldão e quero logo reencontrá-lo para dizer isso pessoalmente a ele, dar-lhe um justo abraço e conversar mais sobre esses assuntos com ele. Hoje queria reverenciar gente que ainda consegue refletir e não fica no batidão, aquele de doer os ouvidos e olhos, com a repetição adoentada, cada vez mais voltada para um pensamento neoliberal catastrófico, entreguista e anti-nação. Geraldão disse tudo em poucas linhas. Só etnias dominantes vigoravam até agora por quase todos os países latino-americanos e quando alguns deles saem disso, os que estão acostumados a ver os países na eterna dependência, criticam as mudanças. Estamos buscando nossas próprias saídas e isso é tão altaneiro, que chego a me arrepiar só de pensar numa América Latina toda unida, liberta e trilhando uma luta em conjunto. As forças do contra, muitas delas se manifestando aqui do nosso lado (isso está bem explícito em muitas cartas na mesma Tribuna do Leitor), demonstram o quanto deveríamos nos unir mais, pois se as mudanças ocorridas foram tão mínimas e já provocaram uma reação tão estapafúrdia, imagina se viesse da forma como deveria de fato ocorrer. Desunidos, patinaremos sempre e sempre. Geraldão e Maringoni mostraram que sabem muito bem disso. E nós? Vamos continuar brigando entre nós e deixando o lado de lá crescer e crescer? Mas que essa paz não seja entre nós atados. Precisamos desatar os nós entre os pensam mais ou menos parecido e unidos enfrentar o mal maior. Ou isso é uma grande besteira e sou mesmo um boboca.

OBS.: HOJE, DE HOJE NÃO ESCAPO - Hoje minha audiência de conciliação em Agudos, num processo movido contra mim por três membros da família Octaviani, a que domina a vizinha cidade, por ter denominado de cruéis alguns dos atos lá ocorridos e amplamente divulgados pela imprensa (juntei esse calhamaço todo). Criticar esses e todos os outros, principalmente os ocupando cargos de poder, de mando, para que não se eternizem no poder, não achem a coisa mais natural desse mundo irem se reelegendo, uma ora um tio, noutra o sobrinho, depois o irmão, o avô, a neta e assim por diante, tudo com o mesmo sobrenome. Ser contra isso e se posicionar a respeito é algo tão natural como dois e dois são cinco. Epa! Dois e dois não são cinco. Daí e por causa disso vou comparecer lá na vizinha Agudos hoje para me explicar e responder a processo por danos morais (sic). Estou nos preparos e conto com o apoio dos amigos (as), pois lutar contra as injustiças é uma luta coletiva. Acredito não estar só nessa caminhada. O Sindicato dos Jornalistas do Estado de SP emitiu uma Nota de Repúdio sobre o tema e pode ser lida a seguir: http://www.sjsp.org.br/index.php?option=com_content&view=article&id=4756%3Anota-de-repudio-liberdade-de-expressao-e-direto-da-profissao

3 comentários:

  1. Henrique

    Obrigado amigo pela divulgação.

    Geraldo Inhesta

    ResponderExcluir
  2. DOM QUIXOTE FOI E SERÁ SEMPRE UMA PROPOSTA VÁLIDA. É PRECISO LUTAR CONTRA OS MOINHOS, SEJAM ELES QUAIS FOREM.
    JOSÉ LUIZ SCHUBERT

    ResponderExcluir