sábado, 10 de maio de 2014

ALGO DA INTERNET (84)


REDE LATINAMERICA, TUDO DA AMÉRICA DE BOLÍVAR NUM BLOG, SONHO MEU
Sou num todo apaixonado pelos temas envolvendo a América Latina, a mesma que décadas atrás envergava o nome nada pomposo de “América Latrina” ou também “quintal dos Estados Unidos da América do Norte”. Deixou de ser essas duas coisas e isso incomoda e açoda ânimos dos que gostam de nos ver dependentes, de pires na mão e sempre clamando favores aos irmãos ricos lá do Norte. Estamos em outra, graças aos ventos soprados pelos lados sulistas, bafejados ao modo e jeito “bolivariano” e que, felizmente levaram alguns desses países a caminhos nunca dante navegados. Imagina como estaríamos se hoje estivéssemos atrelados à Alca, talvez na penúria de um México. Viver ao lado, parede meia com o irmão (sic) rico não deve ser nada fácil, afinal esse quer tudo para ele e quando sobram, migalhas para o “brother” falando em castelhano. E os temas dessa América toda me contagiam, desde que décadas atrás li o “Veias Abertas da América Latina”, o imortal obra do uruguaio Eduardo Galeano, um que hoje não a renega, mas a entende com os olhos de hoje.

Como é gostoso ver o Uruguai vivendo o bom momento de hoje, um presidente bonachão, autêntico e simples, mas um país altaneiro, soberano e todo pimpão. O Chile novamente nas mãos de alguém que sabe tudo o que precisa ser feito por lá, começando por uma ampla reforma educacional. O Equador seguindo com segurança, passos firmes e precisos. A Cuba não entregando os pontos, sendo o baluarte de esperança, aquela certeza deque se lá foi possível, também poderá ser em qualquer outra instância. Basta querer, acreditar e “botar o bloco na rua”. A Colômbia de hoje, mas amena, dialogando com as FARCs e tentando algo duradouro. A Argentina conseguindo implantar um Plano de Médios de fazer inveja ao resto do continente, enquadrando dentro da lei barões de uma ultrapassada mídia a enxergar somente o próprio umbigo. A Venezuela de Chávez deixando saudades e tentando escapar da gana de golpistas inescrupulosos, que para chegar ao poder, desdizem de métodos ditos democráticos. Esse vale tudo derrubou Lugo no Paraguai, mas não o fez entregar os pontos. A luta continua lá, aqui, no Peru, no Panamá, El Salvador, Haiti e por essa América Latina toda.

Eu me encanto com esse povo, nós latinos e nossas histórias, tanto que um dos livros que mais me emociona é a trilogia do Galeano com aquelas historinhas curtas de acontecimentos desse continente explorado e saqueado. Aquilo, quando li pela primeira vez, calou fundo em mim. A partir daí sempre tive uma vontade muito grande de poder continuar aquilo que um dia o Galeano começou. Acalentava isso, sonhava e cheguei a esboçar um grande site ou mesmo blog com informações diárias, notas sobre acontecimentos aqui e acolá de todos esses países, lá da Patagônia até o México. E semana passada ao abrir o site da melhor revista semanal brasileira veja lá que eles criaram um blog lincado dentro do site da revista, a “Rede LatinAmerica” (www.redelatinamerica.cartacapital.com.br), com o subtítulo “Política, Economia e Cultura na terra de Bolívar”. Três conceituados jornalistas e textos pontuais sobre algo ocorrendo em algum ponto dessa América disforme, buscando uma uniformidade liberta. Era mais ou menos o que tinha intenção de criar. Estou acompanhando e gostei do nível dos textos. Indico para outros, que como eu, gostem demais da conta dessa AL.

De lá, para começar, indico a leitura de algo que descobri lá, um filme PARAGUAIO de 2012, passando nesse momento no circuito brasileiro (São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília). Trata-se do emocionante e bem latino “7 CAIXAS” (assistam o trailer: https://www.youtube.com/watch?v=I3KOBY53nXc) e o texto “Vitor só queria aparecer na televisão” (cliquem a seguir: http://redelatinamerica.cartacapital.com.br/paraguai/victor-so-queria-aparecer-na-televisao/). Não é a nossa cara e com certeza um dos melhores filmes desse ano. Pelo trailer fiquei babando de vontade de assistir. É de coisas assim que quero escrever a cada dia, coisas bem com a nossa cara, escancarada identidade latina. É com esses que eu vou. É com esses que estou.

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