PERGUNTAR NÃO OFENDE ou QUE SAUDADE DE ERNESTO VARELA (87)

A SITUAÇÃO DOS MÉDICOS VISTA POR UMA VERTENTE POUCO ANALISADA...

Continuo muito indignado com a situação da SAÚDE PÚBLICA em Bauru. Nunca nos esqueçamos de que tudo se complicou por causa de uma ‘thurma” que lesou descaradamente o Hospital de Base, em algo considerado na cidade como verdadeiro e original ‘mensalão’, pois mês a mês uma dinheirama era arrecadada para fins ilícitos. Tudo bem que o Governo Estadual ficou com a administração do Base, mas isso não pode ser impeditivo para desvendar que fim foi dado a essa grana e punir os larápios. Dito isso, tem mais. A situação está mesmo caótica e ontem na sessão da Câmara ouvi que algumas unidades da UPA poderão, mesmo prontas, permanecer de portas fechadas, por causa da falta de médicos. Mais foi dito pelo médico vereador Raul, versando sobre novas formas de atração dos médicos para o serviço público (mais ainda?), lugar onde já ganham, segundo ele mesmo, até R$ 16 mil mês. Ouço e leio tudo sobre dos motivos dessa falta de médicos no atendimento público bauruense. Muito já foi discutido sobre o tem. “Eles ganham muito”, “São insensíveis”, “Não querem mais saber de trabalhar no serviço público”, “O serviço público não paga o que queremos”, etc e etc. Queria enfocar tudo isso por outra vertente e a faço me utilizando de um post do meu amigo DUÍLIO DUKA, feito ontem pelo seu facebook:

“- NO QUE VOCÊ ESTÁ PENSANDO?
- Como expressar a minha INDIGNAÇÃO pelo descaso da Classe Médica e das Autoridades de Bauru e de outras Cidades com a Saúde Pública (com o povo). Então resolvi demonstrar através de algumas imagens pinçadas do Google. E deixo uma pergunta: se os PROFESSORES trabalham com o salário que ganham numa JORNADA de 40 horas, porque os MÉDICOS NÃO PODEM TRABALHAR com o salário 4 VEZES mais, numa JORNADA 4 VEZES menor que a dos Professores? Isso tem que acabar!!!”, Duílio Duka de Souza, direto de Botucatu (cidade que ao instalarem o letreiro do novo shopping com o nome da cidade, lá ficou Bocutatu).

E aí ficam outras perguntas, essa de minha lavra e que, poderiam ser muito bem feitas pelo intrépido Ernesto Varela, um audaz jornalista que não mais existe dentro do atual jornalismo brasileiro:
- Por que os demais servidores são obrigados a atuarem com salários muito menores e os médicos não se satisfazem nem com R$ 16 mil/mês? Seriam esses os tais “melhores que todos”, acima de tudo e de todos? Dentro da estrutura funcional o médico vale mais que um professor, lixeiro, contabilista ou até mesmo dos próprios prefeitos? Quem iniciou isso? E por que isso é mantido? Não estaria na hora de dar um fim nesses absurdos privilégios? Por que a classe médica se escusa de discutir o tema por essa vertente? O que diz suas entidades de classe? Essa diferenciação não gera um desconforto ético entre eles? Qual o critério usado para eles ganharem mais que todos, não estarem satisfeitos e não aceitarem ficar no mesmo patamar que os demais? Na continuidade disso, os médicos não poderiam ser considerados elitistas e só pensando no próprio umbigo?

Junte-se a isso a indignação de outro amigo, o advogado GILBERTO TRUIJO, em texto postado hoje na rede social: “ABSURDO ESSA NOTA NO JORNAL DA CIDADE.. ESSA VEREADORA DEVERIA ERA LUTAR POR MAIS MÉDICOS E NÃO FECHAR AS UPAS”. Em outra nota, outro amigo PEDRO VALENTIM escreve: “FECHAMENTO DAS UPAS -Causa espanto ver vereadores e vereadora sugestionar que se feche duas UPAS em Bauru. Oras porque aprovaram a Fundação Regional de Saúde? Não era para resolver a falta de médicos e de funcionários para nosso atendimento hospitalar? Fechar UPAS é a mesma coisa que matar o paciente para curar a doença...Sugestão muito infeliz essa dada ontem na Câmara Municipal de Bauru !”. ROQUE FERREIRA - PT, também se posiciona com algo muito interessante:

"Os problemas com a falta de funcionários e médicos para atenderem nas UPAs e UBS poderia ter sido resolvido em 2010. Porém, o executivo gastou todas suas energias para aprovar a tal fundação de saúde, e se recusou a criar a carreira de médico socorrista que vinha defendendo, alterando o Plano de Cargos e Salários. Tenho insistido e cobrado do executivo que adote esta medida, porém a recusa permanece. Propor o fechamento das UPAs, é como propor "cortar os pés" de quem reclama que não tem sapato. As UPAs foram uma conquista importante, e todos nós temos que combater para que elas funcionem de forma adequada com todas as equipes multidisciplinares. Ocorre, que o executivo movido por uma ideia fixa de "terceirizar via fundação", não fez aquilo que era sua obrigação de fazer".

Ajudem-me a responder e entender tudo isso. Como deve ser o procedimento para que a população não fique com a impressão de que toda classe médica brasileira pensa e age como nas ilustrações desse texto?

OBS.: Todas as ilustrações foram gileteadas do post do amigo Duílio, versando sobre o mesmo tema.