quarta-feira, 2 de julho de 2014
FRASES (120)
COM MUITA ESPADA DE SÃO JORGE E AFINS PODEMOS CHEGAR LÁ
Essa Copa do Mundo mostra ao mundo que não é só o selecionado brasileiro o único que passa sufocos e ganha seus jogos na denominada “bacia das almas”. A imensa maioria, senão todas as seleções estão mais ou menos na mesma situação. A tira de MIGUEL REP no Página 12 argentino, edição de hoje expõe isso como um mantra: Não seria esse negócio de ser salvo pela trave algo bem ao estilo latino-americano? (judamericano?) Fica o questionamento. Eu, como meu amigo do peito, SILVIO SELVA, não sou dado a recaídas religiosas, mas não descreio de tudo de louvar ao além. Estive em seu portão ontem, junto do filho (numa consultoria para assuntos aleatórios) e vejo ali uma bela plantação de espada de São Jorge, Alecrim, Arruda e Comigo Ninguém Pode. Tudo junto e misturado para espantar o péssimo olhado dos que ali aportam carregados de coisas ruins. Já espanta isso tudo ali na entrada e se adentram o portão, estarão mais leves. Nossa torcida (e a de todos os latinos) precisa levar isso em consideração. Além do choro, que todos os jogadores fazem ao final dos jogos (choram pela derrota, outros pela vitória), nada como um bom galhinho de arruda e dedinhos mais que cruzados. Já que na bola não está dando, o melhor é agir como meu aforista de plantão (não seria desaforista?), o Silvio corpo fechado Selva.
Mais duas coisas da Copa. Duas frases recolhidas pelas ondas do rádio. Na primeira, segundo ouvi foi também dita pelo craque DIEGO MARADONA no seu programa de TV na Telesur. Ouviu de um menino de rua algo mais do que intrigante: “QUANDO EU CRESCER QUERO SER TURISTA”. Essa frase se dita por um menino de rua e diante de todas as gritantes contradições de nosso sistema político é algo para um trabalho científico. Sobre ela eu divago, viajo, saio do prumo, choro e continuo crendo que a saída só virá da educação, o dito outro mundo ainda possível. E pela educação, uma transformação com alguma mudança só ocorre com no mínimo uns trinta anos de plena injeção de recursos, financeiros e de muito esmero. Na segunda frase, essa ouvida no programa esportivo da 87FM (suplantou o da outra rádio pelo clima alegre e descontraído da equipe, menos pessimista), final da tarde, pelo locutor esportivo, JOSÉ CARLOS GONÇALVES, que num rompante filosófico repete muitas vezes algo construído após muitos anos observando tudo atentamente: “O DINHEIRO ACABOU COM O FUTEBOL ARTE”. Sim, o futebol virou um grande e megalomaníaco negócio, onde tudo são cifras e números. O negócio futebol passou por cima da esperança, do jogar por querência, por amor aos dribles e hoje fincou estacas em algo que todos praticam, tornarem-se estrelas e milionários. Na junção disso com a necessidade de vencer, a arte do negócio é cada vez menos possibilitada.
Reflito sobre isso tudo e aguardo sexta chegar e com ela os jogos das quartas de final da dita “melhor Copa do Mundo de todos os tempos”, uma que me parece deu um sonoro soco no baixo abdômen dos pessimistas de sempre, os que torcem pelo quanto pior melhor, tudo para virarem o país do avesso e retomarem o poder com mais crueldade e insanidade. Pelo menos até agora (toc toc toc) estão perdendo a contenda, mas o jogo ainda não terminou. A queda de braço continua...
Eu também quero ser turista, eternamente.
ResponderExcluirLuciana Franzolin