domingo, 31 de agosto de 2014
MEUS TEXTOS NO BOM DIA BAURU (291, 292 e 293) e PORTAL PARTICIPI
E SE ELE ACIONAR O BOTÃO? – texto nº 293 publicado no Bom Dia Bauru e no semanário O Alfinete de 31/08/2014 e no Portal Participi de 01/09/2014. Outro dia ouvi de um amigo a melhor explicação até agora dos reais motivos da cruel elite brasileira não tolerar Lula, o PT e tudo o mais junto deles. É sabido que o atual Governo produziu benesses mil aos banqueiros e ao dito mercado. Nunca ganharam tanto como hoje, mas isso parece não ser o suficiente, pois mesmo assim continuam descendo o cacete no sapo barbudo. Mas por quê? Na explicação ouvida, algo me satisfez. Não é só pelo fato dele ter vindo do meio operário, metalúrgico, nordestino e pobre. Isso também (muitos outros vieram e se renderam), mas tem um algo mais. É sabido que o PT chegou ao Governo, mas não ao Poder. Daí, esse Governo atual possui algo abominado pelo atual Poder constituído, o povo por detrás dele. Sim, o Poder (também com P maiúsculo) abomina povo. Lula e o PT decepcionaram parcela da população pelo fato da esperança nas transformações sociais não terem ocorrido a contento. Ficaram pelo meio do caminho. Reside aí o problema, a transformação tendo a força popular por detrás de si, essa que derruba tudo, desde muros, cercas, oligarquias estabelecidas e diminuem todas as diferenças sociais, essa não ocorreu. Daí, os poderosos de plantão, mesmo beneficiados e favorecidos enxergam no Lula e no que o cerca o cara com poderes para a qualquer momento acionar esse botãozinho e explodir o mundinho onde vivem. O vêem como o cara que está aqui hoje, rezando na cartilha do deus dinheiro, mas mantendo o pé enfiado do outro lado. O medo de um dia ele se encher disso tudo e acionar o botão, pondo fim aos privilégios dos que oprimem e exploram o povão deixa esses em permanente estado de alerta. Daí, Lula e os seus nunca serem aceitos e a saraivada de críticas ocorrerem sem dó e piedade só aos seus e tudo ser amainado aos demais, os imensamente piores. Concordei com tudo, mesmo acreditando cada vez menos na possibilidade de Lula se impor diante de tanto Poder reunido. Ele e Dilma esboçaram algo, mas se sujeitaram às imposições das alianças que os levaram ao Governo e a uma tal de governabilidade, os mantendo sob curto cabresto. A possibilidade existe, tanto que o medo do lado de lá é explícito, demonstrado pela forma como são tratados pelos grandões, os beneficiados pela atual política pública. Por outro lado, continuo me perguntando: E se não for Lula quem acionará esse botão, quem o fará? Existem outras alternativas? Como será feito? Quais as condições e os interesses? Inegável o país hoje ter avançado na comparação de doze anos atrás, mas reformas são sempre reformas, mudam pouco e o país demonstra estar ficando intolerante só com elas. O algo novo e transformador vai muito além disso e aí são outros quinhentos. O povão não vai aguentar mais quinhentos anos de espera.
CADÊ O CONHECIMENTO AMPLIADO? - texto nº 292 publicado no Bom Dia Bauru e no semanário O Alfinete de 23/08/2014 e no Portal Participi de 26/09/2014. Nesses tempos de pouca interlocução e muita imposição esbravejativa, o que me seduz mesmo é prosear com meu filho, o HA, 21 anos, estudante de Letras e uma boa cabeça em plena formação (ou seria formatação?). Dia desses me puxou a orelha, tudo por causa de ficar apregoando por aqui, que no mundo de hoje se lê pouco, como se o mundinho onde me encontro fosse uma redoma de impolutos. Disse acertadamente que não posso fazer isso, pois na comparação com remotos tempos, a nossa é a maior média. “Nunca tantos livros são vendidos mundo afora”. Sim, concordo, porém, o instigo: “Livros do que, hem?”. Bem, após isso ele me deu outra aula, também assimilada por mim. Foi assim. Vivemos hoje num mundo onde as pessoas acabam se especializando cada vez mais num só segmento. Todos contentinhos com somente uma área de conhecimento. O amor pela ampliação do conhecimento multifacetado tem diminuído muito. É mesmo uma maravilha isso do sujeito ter um conhecimento variado e múltiplo. No frigir dos ovos o meninão me encurralou afirmando: “É por isso que os grandes pensadores têm sumido, está tudo muito limitado”. Fui pensar cá com meus botões e percebo que é isso mesmo. O caso dos médicos formados hoje no país é um dos mais gritantes. São especializados em pedaços do corpo e não mais no geral. Daí ele pegou uma caneta e rabiscou num pedaço de jornal o mapa de uma famosa universidade brasileira, a UNICAMP e me pergunta: “Sabe o seu significado?”. Não sabia. Ele me explica: “Pai, hoje temos no Brasil meras faculdades e não universidades de verdade, dessas verdadeiramente funcionando com o intuito de universalizar o conhecimento. No real significado de faculdade o conhecimento é de apenas uma área do conhecimento e na universidade isso é o mais amplo possível”. Concordei, mas ainda não tinha me explicado o caso do mapa da UNICAMP. Chegou lá. “O círculo central é o da unidade, o ponto de encontro de pessoas em busca do conhecimento advindo das áreas de Ciências, Exatas e Humanidades. Todas irradiando conhecimento umas com as outras para a coletividade e cumprindo a grande missão: ensino, pesquisa e extensão”. Isso veio da cabeça de seu criador, Zeferino Vaz, um verdadeiro e original pensador olhando muito para o lado social do ser humano. Foi-se com o tempo. Daí, eu e o filho ficamos a divagar sobre onde hoje isso ocorre. Nem na UNICAMP, nem em nenhum outro lugar. “Tá tudo dominado de conhecimento específico e o mapa, portanto, sem sentido. O sistema quantitativo faz com que os saberes não se integrem”. A junção dos saberes está se perdendo e como seria bom ver esse conhecimento ampliado em todas suas possibilidades.
SAIA DA CONFORMIDADE E DA VIDA AMORFA - texto nº 291 publicado no Bom Dia Bauru e no semanário O Alfinete de 16/08/2014 e no Portal Participi de 18/09/2014. Snowden nos mostrou que a aliança entre Estado e empresas de tecnologia sempre terão conseqüências desastrosas na vida das pessoas. Foi quando percebeu estar fazendo parte de uma organização fazendo muito mais mal do que bem. Botou a boca no mundo deixando implícito ao mundo que é sempre muito melhor fazermos nós mesmos as nossas escolhas, inclusive as erradas, do que terceirizar isso a governos, empresas e algo escabroso a nos dominar e controlar a cada nova clicada na internet. Daí começando a vicejar uma parcela de gente mais do que desconfiada, evitando mídias sociais e smartphones. Primeiro porque com isso, como todos sabemos muito bem, existe o medo da dependência, o vício em ficar plugado o dia todo e obtendo informação só por esse meio. Algo semelhando à dependência do crack e com acúmulo de muitos penduricalhos desnecessários, o supérfluo do supérfluo. Se quero continuar produzindo algo de útil, o saber ocupar meu tempo disponível é salutar, enfim, não tenho como ficar plugado e tragado por horas ininterruptas verificando emails, visitas a blogs, sites, twitter e o indefectível facebook. Existe, por outro lado, muita gente que já substituiu a leitura de obras fundamentais pelas fofocas circulando na rede mundial de computadores. Confesso estar sendo cada vez mais difícil deixar de vasculhar o que circula na rede e mergulhar num bom livro. E quanto mais fofoco pelo internet mais os donos da informação sabem tudo a meu respeito. Entregamos tudo de bandeja para os dragões da maldade, que vendem essas informações e nos vigiam. Quer preguiça maior do que o jornalista dos tempos atuais, que não mais levanta a bunda da cadeira e escreve tudo sem botar o bloco na rua, ou seja, sem tirar os pés de sua casa. Ficou tudo muito insosso, inodoro e insípido, sem aquele sal de quem foi lá e escarafunchou a verdade verdadeira dos fatos. Tudo é filtrado e entregue de bandeja para ser consumido e estamos aceitando isso como verdade única, pronta e estabelecida. Quem se informa só pelo facebook padece do mesmo mal. Daí eu junto tudo no mesmo balaio, desde o bem que Snowdem propiciou a tudo e todos, até essa conformação generalizada. Eu ainda sou daqueles que gosta de ver a coisa onde estiver acontecendo (detesto sexo virtual, sou do tempo do contato ao vivo e a cores), dai não gostar nem um pouco de ver as coisas antes tratadas como importantes e pelas quais muitas até morreram lutando por elas, hoje não valerem nem mais um centavo. Para entender a realidade é necessário ler de tudo, ver muito, circular por aí e não cair no conto de que a terceirização de nossas escolhas já são favas contadas.
sábado, 30 de agosto de 2014
ALGO DA INTERNET (89)
OLHA O QUE ESTÁ PINTANDO POR AQUI DE HOJE PARA AMANHÃ
COISA 1
AMANHÃ MAIS UMAPARADA EM BAURU - Existe nesse mundo alguém com maior representatividade, com maior cabedal para divulgar a próxima Parada da Diversidade, uma que se realiza em Bauru no próximo domingo, dia 31/08, do que a Maria Ines Faneco... Com certeza, NÃO. Tanto que ela já repintou seu muro com os dizeres da festa e como a cidade inteira passa li diante de sua casa, impossível não tomar conhecimento. Da festa, tenho estado em quase todas (só não vou naquelas quando não me encontro na cidade, como nesse próximo domingo), o gostoso mesmo é além da festança dos reencontros todos possibilitados ali na avenida, ir bebericando algo do carrinho que a Faneco monta e desce junto dos foliões. Ela é a cara da própria festa e se existem pessoas a serem homenageadas pelos organizadores, uma que não pode ser esquecida em nenhuma lista de gente que faz e acontece o ano todo pela causa contra a discriminação e o preconceito, essa é a nossa sempre pipoqueira (não pipoca nunca). Seu muro é a cara da diversidade que precisamos ter, manter e perpetuar. Viva a Faneco e Viva a Diversidade!!! Essa mulher não merece só uma placa de reconhecimento, pois ela é a própria placa, os emplacadores, os emplacamentos e os emplacados. Ela é tudo isso e muito mais.
COISA 2 O CQC não é nenhuma ilha de idoneidade (não consigo mais assistir programas com esse tipo de sádico humor), mas o deputado bauruense PEDRO TOBIAS é exatamente isso aí mostrado no vídeo, uma pessoa sem preparo, intempestiva e com reações exatamente desse tipo. Que o diga meu amigo, Duílio Duka, que já experimentou isso, a intempestividade e a agressividade de alguém que, quando não consegue responder a contento, parte para a agressão. E tem gente que vota nele assim sem mais nem menos. E tem a AHB e agora tem o Centrinho que irá passar para os desígnios estaduais. Políticos assim denigrem cada vez mais a imagem já tão desgastada da política brasileira. Onde mesmo aperto o botão de deletar, hem!!!!!!!!!!!!!! Bom final se semana para tudo, todas e todos, são os votos desse HPA. Cliquem a seguir e assistam como é a reação desse deputado: https://www.facebook.com/video.php?v=821077081277187&set=vb.100001247083052&type=2&theater
COISA 3 UMA MOÇA LENDO NO VAGÃO DE UM TREM E UMA IDEIA... - Essa foto da moça lendo num vagão de trem, que me chega pelas mãos da Ana Bia é instigante. Tempos atrás queria montar algo parecido com o que vi em Buenos Aires, um blog de um cara de lá só com fotos de gente lendo nas ruas, em bares, coletivos, bancos de praças, lugares mais insólitos. Ele deve manter isso até hoje e depois, no meu caso desisti por não encontrar muita gente lendo por aqui. Abortei a ideia (ou o plágio), mas hoje ao ver a foto acabei por me lembrar de tudo aquilo. Confesso que toda vez que vejo alguém lendo em algum lugar público me dá uma incontida vontade de fotografar e depois publicar a foto. Tenho que me segurar para não sair clicando fotos de gente com revistas, jornais, livros, bulas de remédio, papéis variados, apostilas, tratados, recortes, etc. Obriado, Ana... Beijos mil do HPA
sexta-feira, 29 de agosto de 2014
INTERVENÇÕES DO SUPER-HERÓI BAURUENSE (74)
FALIRAM A UNICAMP, UNESP E USP E AGORA TUDO NO SEU ENTORNO – CENTRINHO COM OS DIAS CONTADOS
A manchete caiu como uma bomba não só para o pessoal de Bauru, mas principalmente para todos os que necessitam de atendimento do Centrinho, o famoso Centro de Excelência em Tratamento Lábio Palatal. “Conselho aprova transferência do centrinho para governo estadual”, apregoa a manchete do JC de 27/08/2014. Hoje em dia qualquer tipo de viagem de ida ou volta para Bauru e por qualquer meio de transporte, seja avião, ônibus, trem (ai que saudade), balsa, lotação, encontram-se famílias inteiras em busca de tratamento lábio palatais. Elas são todas tratadas, independente da classe social, com o devido respeito e tudo de ponta, desde a recepção, não somente ao paciente, mas também aos familiares. “Não existe economia nesse tratamento. A fama de Bauru em relação ao Centrinho é devido ao todo, ao conjunto da obra, ou seja, não são medidos esforços para que todo um procedimento de bom atendimento ocorra. E isso só funciona porque não existe restrições, muito menos algo feito com conotação de meia boca. Agora, vejam o que se sucede, a USP – Universidade de São Paulo, mantenedora do Centrinho, passando por imensa crise devido desmandos diretivos, enfia goela abaixo de todos, assim sem mais nem menos, sem ao menos uma mera vaselina, a transferência do primor até agora conhecido para um órgão novo criado pelo mesmo governo estadual, mas aos moldes de algo igual ao que controla, por exemplo, o Hospital Estadual de Bauru, a sempre incógnita FAMESP. Prevejo tempos nebulosos pela frente”, vaticina Guardião, o super-herói bauruense analisando friamente a rapidez da aprovação do certo pelo duvidoso.
“De algo que ninguém sabe direito suas conseqüências, o que dá para transparecer assim num primeiro plano é como esse governo estadual decide tudo de cima para baixo e impõe a seco, a fórceps, sem nenhuma discussão prévia, coercitivamente e praticamente obrigando esse tal de Conselho Universitário da USP a aprovar tudo a toque de caixa. Esse o estilo, vai ser assim e assim terá que ser. Sem nenhuma outra crível opção. Diálogo, nem pensar. Aceita quem quiser permanecer com seus cargos intactos ou do contrário, no mínimo a perda da alta remuneração. É assim que as decisões são tomadas no governo Alckmin. Primeiro eles quebraram todas as universidades públicas, sucateando-as até não mais poder, tudo em preparação para futura privatização, já ventilada. Depois, na seqüência, com orçamentos estrangulados, classe trabalhadora em frangalhos, o decreto final, como uma estaca no coração do paciente, eliminando qualquer tipo de reação. Crueldade é pouco. Dane-se o que era feito, como era feito. Inviabilizaram a USP, a deixaram sem poder de reação e agora vão minando tudo à sua volta”, eis como Guardião enxerga o que está ocorrendo nesse forçada transferência.
A cidade por enquanto só observa. Os dirigentes atuais do centrinho, praticamente estão sendo obrigados a emitirem pareceres favoráveis. No primeiro dia a reação foi de espanto, mas dois dias depois, alguns já começam a se pronunciar com algo do tipo: “É, pode até ser bom”, “Talvez melhore, né!”, ou o que está na edição de ontem do JC, em fala da presidente do Conselho Deliberativo do Centrinho, Maria Aparecida Machado: “É necessário para garantir que a unidade não seja sucateada”. Guardião engoliu isso, ou melhor tudo ficou entalado em sua garganta. “Não seria de bom alvitre primeiro criminalizar o pessoal diretivo, de reitor a governador, encostando todos na parede e exigindo prestação de contas decente do rombo, para depois soltarmos pérolas desse tipo. Ninguém cogita de algo ser feito para salvar a USC, né? De tudo, algo está ficando claro: os dias daquilo que Bauru tanto se orgulhava, a excelência do seu hospital lábio palatal, sua boa fama em toda América Latina findou-se nesse momento. Isso não mais será possível com algo no estilo de uma FAMESP no comando. Esqueça tudo e caíamos na real: Gente do seu Alckmin, esse que praticamente está reeleito, escolhida por ele, fumbecou com a UNICAMP, UNESP, USP e agora tudo à sua volta está sendo colocado por terra. O sucateamento é eminente, assim como tudo ser privatizado em breve. Se nem o hospital ao lado, um que está de frente para a Nações e com fama de “Torre de Babel que Nunca Termina” consegue ser inaugurado a contento, o destino reservado para o Centrinho é o mesmo do que ocorre com as tais Municipalizações da Saúde, o caos estabelecido como norma e regra”, conclui um revoltado Guardião, pronto para movimentar a cidade contra mais esse desmando do político conhecido por todos como picolé de chuchu.
quinta-feira, 28 de agosto de 2014
CARTAS (127)
Leio numa enraivecida missiva no JC de ontem, um coordenador de campanha revoltado contra o sumiço de alguns dos seus cavaletes de campanha eleitoral. Faço alusão à caçada aos malfeitores (quem os seriam de fato?), “bandidos urbanos”, como apregoa o texto com um belo livro do saudoso Jorge Amado, “O Sumiço da Santa”. Some-se com tanta coisa, algumas até para o nosso bem, como vejo ocorrendo na cidade com os tais cavaletes, que além de enfeiarem o espaço público, fazem parte de uma arcaica maneira de fazer política. Sumir é também louvável em algumas circunstancias. No caso dos cavaletes, nada como abduzi-los para o bem de todos e felicidade geral da já prejudicada visão.
Tenho comigo que, quanto mais vejo a carinha de um gajo desses estampada repetidas vezes num cavalete, mais fujo dele. Primeiro, pela ostentação, pelo gasto incomensurável e sendo disposto em lugares impróprios, beiradas de calçadas, obstruindo o caminhar, contribuindo decididamente para deixar mais tétrico o cenário de nossas vias públicas. A primeira pergunta que sempre faço a quem faz uso de placas é pelo fato de ter muito para gastar, e tendo muito, de onde veio isso, quem o banca, daí sei que sua atuação será primeiro para pagar a conta de quem o financiou e só depois a do interesse popular.
Subindo a XV de Novembro hoje (ontem), no final da manhã, esquina com a Virgílio Malta, vejo um distinto senhor, o militar reformado Darcy Rodrigues, rodeado de carros de polícia e querendo meter os pés num desses monstrengos sendo fixados na esquina de sua casa, restringindo o espaço já da pequena calçada. Paro e vou assuntar. Que bela demonstração de cidadania até conseguir expulsar os vendilhões da calçada alheia pra bem longe dos seus olhos e dos seus vizinhos. A polícia não queria prendê-lo, o distribuidor da geringonça queria forçar a barra e Darcy já nos preparos para fazer voar a peça que de publicitária não tem nada. Tem é muito de atentado ao pudor e ao bom visual das cidades. O bom senso prevaleceu, mas se saiu dali, com certeza deve estar enfeiando outra esquina.
Nem tudo está devidamente perdido, pois tomo conhecimento de um grupo que não rouba, nem expropria, muito menos subtrai placas, eles simplesmente a salvam, guardando-as em lugar seguro, para finalidades mais alvissareiras. Quem quiser tomar conhecimento basta adentrar o grupo Cavaletes Parade Bauru, no www.facebook.com/events/283261465195361/?fref=ts e aderir conseguindo garimpar placas indesejadas e posicionadas em lugares impróprios e inoportunos, possibilitando algo de realmente útil para tão degradante finalidade. Quando alguns estão pondo o mundo a perder, eis que uns outros se insurgem e mostram que nem tudo está devidamente perdido.
Até o seu Pontes lá da missiva para o JC vai entender que existem outras e melhores maneiras de ele fazer chegar sua mensagem ao cansado eleitor. Precisamos é desmascarar quem suja a cidade e agir contra os vândalos do mau gosto, afinal, se ao menos o candidato fosse bonitão, mas a maioria peca até nisso. Lembra-se do “um cavalete incomoda muita gente, dois cavaletes incomodam muito mais...”. Sim, estamos incomodados. Abaixo a cavaleteragem e o desrespeitoso cavalitismo!
Henrique Perazzi de Aquino, jornalista e professor de História (www.mafuadohpa.blogspot.com).
quarta-feira, 27 de agosto de 2014
COMENTÁRIO QUALQUER (130)
1 – Na propaganda eleitoral ouço o Alckmin elogiando um dos seus piores adversários (ou seria inimigo?), o José Serra, candidato ao Senado da República. Ela saca isso na sua fala: “Serra é um sujeito trabalhador...”. A voz era recheada de muita ironia, pois tanto ele como até as pedras do reino mineral sabem muito bem que Serra gosta mesmo é de acordar só lá por volta do meio dia. Esse é o tipo de ajuda que põe tudo a perder. Eles que são “tucanos”, que se entendam.
2 – Não pude ir ontem à noite na entrega do Prêmio “Eu Faço a Diferença”, dentro da Semana da Diversidade de Bauru, evento realizado no salão principal da Câmara dos Vereadores. Vejo as fotos hoje publicadas na internet e dentre todos os agraciados quero externar meu sincero reconhecimento pela acertada escolha do amigo GIBI, o Valdir Ferreira de Souza, como um dos agraciados. Gibi é um sujeito muito simples, porém incansável batalhador, persistente na luta sem tréguas pelo fim do preconceitos, ocorra onde ocorrer. Vê-lo todo pomposo no meio de tantos outros é a certeza de que esses prêmios também acertam, escolhendo não somente os notáveis, os colunáveis, os que estão na mídia e os que são citados para tudo. Gibi faz a luta certa, de maneira quase anônima, sem buscar reconhecimento, ou seja, faz por achar que é assim mesmo que tem que ser feito, sua vida é dedicada a ações desse tipo. Quem vive discriminado, luta desbragadamente pelo fim da discriminação. Viva Gibi!
3 – Espiando essa nova pesquisa Ibope, vejo Marina crescendo e isso me entristece, pois a vi sempre como a ala mais perigosa dentro do PT, enquanto lá esteve, a ala mais direitista. De seu antológico entrevero com Dilma, extraio só uma coisa: ela saiu do ministério por defender a internacionalização da Amazônia, ou seja, queria nossa mata sob supervisão da ONU e daí tudo sob o comando dos EUA. Dilma queria a mata sob soberania brasileira e venceu a queda de braço. Confesso algo aqui e posso estar errado, mas Aécio, mesmo com tudo o que está embutido e por detrás de sua candidatura, me parece um sujeito mais palatável, pois gosta de umas farras, conhece as coisas da noite e não discrimina minorias, já Marina é mais do que uma incógnita. Dentre tudo isso, claro que voto em Dilma, pois se não está bom, algo foi feito pelo social e como não torço pelo retrocesso, queria algo para a frente, nunca para trás. E Marina sempre esteve associada a eminentes perigos, principalmente nas questões de soberania, essa ainda sob nosso aparente comando. O país pode piorar e isso será ruim para todos nós.
4 – Convivo 24h do dia com uma acadêmica, a professora de universidade pública, Ana Bia e vou, sem me meter em seus assuntos, só assuntando sobre a quantas anda esse negócio do “campo científico” nos dias de hoje. Discuto pouco com ela sobre o tema, pois sei que enfronhada que está no meio de uma interminável greve (USP, INICAMP e UNESP paralisadas), vive momentos angustiantes e não quero ficar botando mais lenha nessa fogueira. Do padecimento que todos, ela e seus colegas sofrem, acabo de ler um belo artigo de Thomaz Wood Jr, a “A Academia Tropical”, que acredito todos do seu metiê deveriam não só ler, como levar o assunto para a frente, pois os vejo cada vez enfiados num emaranhado meio que sem sentido, tudo capitaneado, claro, por uma elite que diz pensante e dirige os destinos da educação como se todos não passassem de meros números. E reproduzo o texto, motivado por outra coisa. Meu filho, Há, 21 anos, me diz dia desses algo perturbador, diante de uma vida toda pela frente concluindo seu curso: “Pai, decididamente não é esse tipo de vida acadêmica que quero levar. Nisso aí eu não vou entrar de jeito nenhum”. Leiam o texto:http://blog.cev.org.br/laercio/2014/a-academia-tropical-e-a-embromacao-da-monografia/
5 – Ganhei ontem do amigo Roque Ferreira mais um livrinho, dessa vez o ‘Introdução ao Estudo do Método de Marx’, do professor José Paulo Netto, editora Expressão Popular, 2011. Vejo cada vez menos pessoas dedicadas a estudar (e entender) de fato o que vem a ser o Marxismo. Muitos gostam de apregoar bestialidades sobre ele, mas quando questionados nada sabem sobre a teoria. Cagadores de regra temos aos borbotões, defensores do que de pior temos, o deus dinheiro, o neoliberalismo desenfreado e o servilismo aos poderosos de plantão. Coloco o livrinho na cabeceira de minha cama e o começo com afinco e dedicação, tentando entender sua essência, bem distante de uma antiga frase proferida por nada menos que Marilyn Monroe numa de suas biografias: “Nikita Kruschev era um gordo feio, com verrugas na cara e resmungava. Com um presidente desses, quem vai querer ser comunista?”. Ah, se fossemos estudar teorias e fazer a prática diária de luta sob o comando só dos bonitões, hem? O marxismo pode ser o reverso da moeda, pão bolorento por fora, mas bela viola por dentro. Seu encanto e magia persistem.
terça-feira, 26 de agosto de 2014
DICAS (126)
Hoje, 26/08, se vivo fosse JULIO CORTÁZAR estaria completando cem anos (nasceu em 26/08/1914), sendo que em 12 de fevereiro foram 30 anos de sua morte (1984). Esse argentino é um escritor pra lá do convencional, do trivial e do abusado, inovando na arte e desejo constante de se rebelar contra a monotonia mundana. Produzia textos curtos, contos minúsculos e para mim esteve à frente de outro argentino, Jorge Luis Borges (1899/1986). Foi a nova forma de fazer literatura o sedutor naquilo que produzia, tanto que outro latino, Pablo Neruda (1904/1973) escreveu dele certo dia: “Qualquer um que não leia Cortázar está condenado; não lê-lo é um doença grave e invisível que, com o tempo, pode ter terríveis conseqüências”. Foram 43 livros publicados entre poesia, ficção, ensaio crítico, além de alguns títulos póstumos. De sua picardia o mais gosto é a revelação do que há de fantástico e raro na vida cotidiana, pois sempre esteve empenhado na redescoberta do sentido humano, esse mesmo sentido hoje perdido nesse contraditório mundo, caótico e perturbador. “O Jogo da Amarelinha”, “Final do Jogo”, “Um tal Lucas” e um que tenho aqui até hoje no mafuá, o difícil “História de Cronópios e de Famas”, levando sete anos para ficar pronto, enigmático demais, releitura por várias vezes até seu entendimento (outros sete anos), pois foge completamente das formas habituais. Aliás, ele foge completamente também em vida dessas formas habituais. Para mim um dos grandes escritores de nossa América, um que nunca deixou de ser cult e nunca sairá de minha prateleira.
Em 17 de agosto, quem completou 80 anos, vivinho da silva é JOÃO DONATO, considerado por muitos entendidos um dos maiores artífeces da bossa nova, esse gênero musical que quase conquistou o Brasil, mas chegou a balançar os alicerces do mundo. Por tudo o que fez, faz e continua fazendo o considero como um agente modernizador de nossa música popular. Acreano, foi reprovado num curso para pilotar avião, seu sonho, por ser daltônico e daí caiu de boca na música, onde fez de tudo. Exímio acordeonista, trombonista e pianista, possui algo sui generis, um suingado molejo, malemolência pura no tocar, toque inconfundível, que seduziu gente daqui e de fora. Rodou o mundo e é um daqueles considerados essenciais quando citamos coletâneas dos melhores disso e daquilo. Quer ouvir algo dele? Abra o youtube e clique seu nome, tudo o que vier estará de bom tamanho para demonstrar o quanto é bom, pois só fez coisa boa. Ouço sempre e sempre. Cada vez mais e mais.
Daí, quando ontem entrei numa boba discussão pelo facebook de uns dizendo que tal político bebe, que bêbado não pode isso e aquilo, só para espezinhar uma determinada pessoa. Percebo o quanto esse reducionismo está mesmo nos conduzindo a estreitamentos preconceituosos e cheios de muita baboseira, aquela coisa gosmenta pingando da boca de alguns, eivada de um cagamento de regras improdutivo e cerceador. Esses dois aqui retratados beberam muito bem, o que podiam e o que não podiam e produziram obras primordiais. Quem não bebe nada e fica cagando regra, ou “é maluco da idéia ou doente do pé”. A chatice quer tomar conta do mundo e é bem capaz desses enxergarem nos barbudos algo de ruim, distúrbios nos que gostam de usar alpargatas, devaneios nos que gostam do vermelho, problema naqueles que abominam o deus dinheiro e continuam a pregar que um outro mundo ainda é possível. E olha quem nem bebo muito (a dibetes não me permite), mas sou ABSOLUTamente contra os que cagam regras contra os que o fazem, simplesmente por terem a obrigariedade de escrever todo dia algo de ruim sobre um político. Como tem xaropistas no mundo de hoje, longe disso, ô meu!.
segunda-feira, 25 de agosto de 2014
RETRATOS DE BAURU (161)
DARCY RODRIGUES está hoje reformado e recebendo seu soldo, após anos de luta em prol do reconhecimento por ter pegado em armas para defender o país. Esse avaiense (daí o quase bauruense) servia o Exército ao lado do capitão Lamarca, no quartel de Quitaúna, região de Osasco, quando esse fugiu com armas para defender seu ideal e lutar por ele. Militavam no grupo armado VPR – Vanguarda Popular Revolucionária e participou de uma famosa guerrilha no Vale do Ribeira, 200 km de São Paulo, quando foi detido, torturado e daí acabou exilado. Hoje se descobre que até armas químicas foram utilizadas para desbaratar um grupo de pouco mais de dez homens, verdadeiro genocídio. Viveu em Cuba, teve filhos nascidos lá e após a anistia voltou para Bauru. Acabou secretário do ex-prefeito Izzo, atuou muito tempo nas hostes da Prefeitura, sem nunca deixar de lado a militância política e a reverência ao seu passado de luta. Um baixinho invocado, durão na queda, turrão, mas boníssimo com os próximos e sem nenhum tiquinho de arrependimento por tudo o que fez na vida, quando em luta. Vida tranqüila, segue altaneiro, vibrando com as causas de sempre e em paz consigo mesmo. Entrevistas deu aos borbotões sobre tudo, desde o famoso assalto ao cofre do Ademar, da vida cubana, de Lamarca e dos desdobramentos disso tudo até os dias de hoje. Numa famosa ao cineasta Sílvio Tendler está com seu nome inscrito no panteão dos utópicos no “Utopia e Bárbarie”. Se existe alguém por aqui a merecer o título de Testemunha Ocular da História, esse alguém é Darcy. Vê-lo de novo numa nova matéria é a renovação de que fez história com sangue, suor e lágrimas. Semana passada ri de algo, ao passar diante de onde mora, num prédio no centro da cidade, vi pichado na parede do mesmo a frase "Lamarca Vive!". Será que o autor sabe que ali mora alguém muito próximo de Lamarca?
domingo, 24 de agosto de 2014
FRASES DE UM LIVRO LIDO (83)
É DA FEIRA, INSPIRADO NO “PMC” E TAMBÉM NA MENINA INTERESSADA EM LIVROS
Todo domingo é difícil quando não saio da Feira do Rolo, da Banca do Carioca com um bom livrinho debaixo do braço. Hoje mais um (e dois CDs), o "QUATRO HISTÓRIAS DE LADRÃO E OUTRAS CRÔNICAS”, do mineiro PAULO MENDES CAMPOS, mais um que aprendi a ler da escola d’O Pasquim, dos tempos que esse jornal formou uma geração de gente interessada em proposituras e não em conformismo. Peguei o livrinho na mão e ao meu lado uma menina, que deve ser menor de idade (e já se interessando por essas coisas de leitura) e fuçando com um gosto pra lá de interesseiro todos os livros dispostos em cima do mequetréfico balcão na feira. Ela parecida não ver mais nada ao seu lado e eu, confesso, acabei me distraindo no que procurava (não era nada não, só fuçando mesmo) e fiquei prestando atenção nos seus gestos. Lindo ver alguém nessa idade olhando título por título, abrindo as páginas, lendo trechos, separando uns de lado, anotando coisas de outros e fazendo contas com o dinheirinho que possuia. Fui do outro lado da banca e me pus a fotografar seu interesse. Ela parlando com o Carioca, com o meu filho, que nessa manhã me acompanhava e por fim, ela se foi, não deu nem tempo de perguntar seu nome, o que mais gostava de ler, essas coisas. Ficaram as fotos e a boa lembrança de meninas e meninos que acordam cedo (não devia ser 9h da manhã) e já saem em busca de algo para ler.
Daí pego no livro que havia escolhido e na contracapa lá está isso, o deslumbre do poeta com uma moça que ele acabara de ver numa praia carioca. Assim como ele não se conteve e escreveu uma linda crônica para aquela desconhecida, acredito que no parágrafo acima tentei fazer o mesmo (ao meu modo e jeito). O poeta foi muito mais preciso, sintam o que viu na moça: “Vimos a aparição candente caminhando em direção contrária à nossa. Três pares de olhos ficaram vendo. Devia ter dezesseis para dezessete anos. Alta. Loura. Olhos claros. Bela. Terrivelmente bela. O maiô era cor de laranja. A pele, de um dourado irrepreensível, talvez indicasse a mistura de uma raça nórdica com outra morena. Os sapatos altos a faziam mais alta e, contraditoriamente, íntima e hierática. As formas eram coisa de Deus. E como não é mais possível existir hoje em dia uma criatura tão definitivamente bela, sem que os meios de comunicação espalhem pelos quatro cantos do mundo a sua imagem, era de supor-se que, menina-moça, ao deitar-se na noite anterior, havia desabrochado mulher, sem perceber que inaugurava um mundo novo ao sair para a praia de manhã. Pois a displicência com que conduzia seu corpo musical era absurda e a tornava ainda mais espetacular. Nós víamos. Nós não éramos cegos”.
Esse texto do PMC faz parte de uma antologia de pequenas crônicas, algo de boêmia da cidade que escolheu morar, o Rio de Janeiro. Acabou se transformando num dos porta-vozes de tempos menos neuróticos que os atuais e de personagens simples, que sob sua visão acabaram se eternizando daquele jeito que só os poetas fazem fazer, ou seja, colocando poesia no meio da coisinha mais simples e delas fazendo uma imensidão. O gostoso de ler coisas desse tipo é porque falam de tudo, da francesa que fez uma macumba na praia, do curió do almirante, a tentativa de assalto na casa do Vinicius, o roubo de um cobertor, o homem que tentava vencer o vento na rua deserta, a procissão de banhistas de volta para suas casas no final do dia, a beata atrás de uma aparição e até da mocinha cujo texto copiei um trecho, muito parecido com a imagem que tive dessa outra escolhendo livros na banca da feira numa manhã dominical. Tudo tem uma desmedida importância para quem observa o mundo com outros olhos. É o que procuro fazer e depois na saída da feira, eu e meu filho, ele também com três livros ali comprados (tudo por R$ 15), discutíamos sobre essas coisas todas, muito importantes para nós. E nem deu tempo de saber que livros a mocinha havia comprado, qual o seu interesse literário, pois já havia sumido de há muito na curva da esquina. Fiquei com o livrinho do mineiro e com as fotos registrando que, pelo menos, mentiroso eu não sou, ela existe de fato.
Obs.: Vi hoje na banca do Carioca um título do Vladimir Nabokov, o famoso "Lolita", que peço a todos não compararem com o que escrevi. Meu encanto dominical foi outro, entendam, por favor. As possibilidades de um livro são mesmo divagantes e me fazem delirar em escritos variados e múltiplos. Bom domingo para tudo, todas e todos.
Todo domingo é difícil quando não saio da Feira do Rolo, da Banca do Carioca com um bom livrinho debaixo do braço. Hoje mais um (e dois CDs), o "QUATRO HISTÓRIAS DE LADRÃO E OUTRAS CRÔNICAS”, do mineiro PAULO MENDES CAMPOS, mais um que aprendi a ler da escola d’O Pasquim, dos tempos que esse jornal formou uma geração de gente interessada em proposituras e não em conformismo. Peguei o livrinho na mão e ao meu lado uma menina, que deve ser menor de idade (e já se interessando por essas coisas de leitura) e fuçando com um gosto pra lá de interesseiro todos os livros dispostos em cima do mequetréfico balcão na feira. Ela parecida não ver mais nada ao seu lado e eu, confesso, acabei me distraindo no que procurava (não era nada não, só fuçando mesmo) e fiquei prestando atenção nos seus gestos. Lindo ver alguém nessa idade olhando título por título, abrindo as páginas, lendo trechos, separando uns de lado, anotando coisas de outros e fazendo contas com o dinheirinho que possuia. Fui do outro lado da banca e me pus a fotografar seu interesse. Ela parlando com o Carioca, com o meu filho, que nessa manhã me acompanhava e por fim, ela se foi, não deu nem tempo de perguntar seu nome, o que mais gostava de ler, essas coisas. Ficaram as fotos e a boa lembrança de meninas e meninos que acordam cedo (não devia ser 9h da manhã) e já saem em busca de algo para ler.
Daí pego no livro que havia escolhido e na contracapa lá está isso, o deslumbre do poeta com uma moça que ele acabara de ver numa praia carioca. Assim como ele não se conteve e escreveu uma linda crônica para aquela desconhecida, acredito que no parágrafo acima tentei fazer o mesmo (ao meu modo e jeito). O poeta foi muito mais preciso, sintam o que viu na moça: “Vimos a aparição candente caminhando em direção contrária à nossa. Três pares de olhos ficaram vendo. Devia ter dezesseis para dezessete anos. Alta. Loura. Olhos claros. Bela. Terrivelmente bela. O maiô era cor de laranja. A pele, de um dourado irrepreensível, talvez indicasse a mistura de uma raça nórdica com outra morena. Os sapatos altos a faziam mais alta e, contraditoriamente, íntima e hierática. As formas eram coisa de Deus. E como não é mais possível existir hoje em dia uma criatura tão definitivamente bela, sem que os meios de comunicação espalhem pelos quatro cantos do mundo a sua imagem, era de supor-se que, menina-moça, ao deitar-se na noite anterior, havia desabrochado mulher, sem perceber que inaugurava um mundo novo ao sair para a praia de manhã. Pois a displicência com que conduzia seu corpo musical era absurda e a tornava ainda mais espetacular. Nós víamos. Nós não éramos cegos”.
Esse texto do PMC faz parte de uma antologia de pequenas crônicas, algo de boêmia da cidade que escolheu morar, o Rio de Janeiro. Acabou se transformando num dos porta-vozes de tempos menos neuróticos que os atuais e de personagens simples, que sob sua visão acabaram se eternizando daquele jeito que só os poetas fazem fazer, ou seja, colocando poesia no meio da coisinha mais simples e delas fazendo uma imensidão. O gostoso de ler coisas desse tipo é porque falam de tudo, da francesa que fez uma macumba na praia, do curió do almirante, a tentativa de assalto na casa do Vinicius, o roubo de um cobertor, o homem que tentava vencer o vento na rua deserta, a procissão de banhistas de volta para suas casas no final do dia, a beata atrás de uma aparição e até da mocinha cujo texto copiei um trecho, muito parecido com a imagem que tive dessa outra escolhendo livros na banca da feira numa manhã dominical. Tudo tem uma desmedida importância para quem observa o mundo com outros olhos. É o que procuro fazer e depois na saída da feira, eu e meu filho, ele também com três livros ali comprados (tudo por R$ 15), discutíamos sobre essas coisas todas, muito importantes para nós. E nem deu tempo de saber que livros a mocinha havia comprado, qual o seu interesse literário, pois já havia sumido de há muito na curva da esquina. Fiquei com o livrinho do mineiro e com as fotos registrando que, pelo menos, mentiroso eu não sou, ela existe de fato.
Obs.: Vi hoje na banca do Carioca um título do Vladimir Nabokov, o famoso "Lolita", que peço a todos não compararem com o que escrevi. Meu encanto dominical foi outro, entendam, por favor. As possibilidades de um livro são mesmo divagantes e me fazem delirar em escritos variados e múltiplos. Bom domingo para tudo, todas e todos.
sábado, 23 de agosto de 2014
O QUE FAZER EM BAURU E NAS REDONDEZAS (50)
Hoje no Jornal da Cidade tem uma foto minha junto do Chicão Monteiro e do João Andrade, ambos da CUT Bauru, na divulgação de algo grandioso o ocorrer nos próximos dias, a propositura da reforma política no Brasil através de um plebiscito. A matéria REFORMA POLÍTICA MOBILIZA PLEBISCITO – DE INICIATIVA POPULAR, MOVIMENTO NÃO TEM VALIDADE LEGAL, MAS QUER PRESSIONAR O CONGRESSO NACIONAL EM PROL DE UMA CONSTITUINTE EXCLUSIVA pode ser lida clicando a seguir:http://www.jcnet.com.br/Politica/2014/08/reforma-politica-mobiliza-plebiscito.html. Para um melhor entendimento do que venha a ser a luta em prol de uma CONSTITUINTE POPULAR, nada melhor do que dar uma espiada, tim tim por tim tim no site a seguir:http://www.plebiscitoconstituinte.org.br/. Ali todos os objetivos dessa grande luta por mudança de rumo na forma de praticar política no país, algo mais do que necessário, diria, urgente urgentíssimo, pois do jeito que as coisas estão, cada vez mais uma máquina de fazer doido e beneficiarndo os mais endinheirados do país e os interesses somente desses. No Brasil, como até as pedras do reino mineral sabem, a única forma de se conseguir algo é mediante a pressão e com uma ampla participação popular isso pode ser alcançado, do contrário esse Congresso Nacional que aí está nada fará e tudo continuará como dantes. Daí me verem engajado também nessa luta.
Junto a isso e envolvendo também João Andrade (o mais recém intitulado mestre de cerimônias oficial dos atos sindicais na cidade) e o Chicão Monteiro, conto algo de uma posse sindical e de um importante ato político ocorrido ontem na cidade. Todos tomamos conhecimento do acirramento de posições entre alas da CUT em Bauru quando da eleição do SIND LUZ. Mesma central sindical e uma disputa acirradíssima entre dois lados. Por fim, o do Chicão venceu e ontem a festa da posse, com a presença de importantes lideranças sindicais do setor elétrico e do meio sindical paulista e brasileiro. Casa cheia e o GREB borbulhando de gente falando e fazendo política a cada instante. Revi pessoas queridas, abracei outras tantas, desviei de outras e assuntei com o devido interesse a maioria dos discursos ali proferidos. A efervescência política em época eleitoral é conhecida de todos, mas dentre tudo o que ouvi, ressalto aqui um dos objetivos, o maior deles, da chapa vencedora e ontem empossada.
Alguém aí já ouviu falar de uma posse num sindicato, com a equipe que assume ter como objetivo fechar o sindicato? Pois é exatamente isso que irá acontecer com o SIND LUZ. Antes existia para defender os interesses dos trabalhadores só o Sindicato dos Eletricitários, com sede em Campinas e Bauru sendo uma de suas mais importantes sub-sedes. Com o passar dos anos foi criado o SIND LUZ e uma parte dos trabalhadores passou a ser comandada por esses. Uma clara contradição. O que é preferível, um sindicato com a força de mais de 5 mil pessoas ou um local com meros 200? Daí a fala do Chicão e sua missão terem uma importância crucial para a continuidade da luta sindical. Ele entrou na disputa, ganhou e na posse assume o compromisso de fechar o sindicato, transferindo seus filiados para o antigo núcleo, objetivo a ser alcançado durante a vigência do seu mandato. Algo único, feito com devida sensatez e com o respaldo das maiores lideranças sindicais. Ontem por lá, sindicalistas de todas as hostes e em todos vislumbrei que o passo dado é realmente inovador e arrojado. Uma verdadeira luz no final do túnel, o envolvimento de todos pela Constituinte Popular e pela busca de um novo momento sindical no cenário nacional. Quero crer que tudo isso ocorra de fato.
sexta-feira, 22 de agosto de 2014
PERGUNTAR NÃO OFENDE ou QUE SAUDADE DE ERNESTO VARELA (89)
De vez em sempre estou eu por aqui remoendo fatos sobre esse arraigado (enraizado também) conservadorismo do povo paulista, hoje, para mim, o mais conservador da federação brasileira. Irrefutável isso. São tantas e tantas coisas, tudo começado bem lá atrás, até antes daquela tal de Revolução de 32, quando instigamos pela elite queríamos nos desvencilhar do restante do país. Isso se reflete em muitas outras coisas e uma delas, besta para muitos é a que tento explicar ao meu modo e jeito nas linhas seguintes.
Em tempos idos o brasileiro (mais o paulista) possuíamos uma variedade infinita de cores nos nossos meios de locomoção, os veículos. Anos 70, 80, era um tal de verde, vermelho, amarelo (quem não se lembra da Brasília amarela?), marron, azul e hoje não mais. O predomínio é pelas cores PRATA e BRANCO, poucos. E por que isso? Como chegamos a isso? A explicação que mais ouço por aí diz respeito da facilidade de revenda do carro nessa cor, suja menos, essas coisas. Eu vejo inconvenientes e o principal deles é das vezes que estacionei o meu PRATEADO (sim, também tenho um) por aí e depois fico a procurá-lo sem saber qual deles é o meu dentre aquele mar de carros prateados estacionados em fila rua afora.
Hoje quando se vê um carro de cor diferente pelas ruas ocorre o espanto e fica-se à procura do seu proprietário, até para descobrir dos motivos do mesmo não ter um igualzinho ao de todo mundo. Que coisa maluca isso, não? Sei que hoje o sujeito que quer comprar um carro novo, sendo prata leva na hora e sendo de outra cor, tem que esperar certo tempo. As revendas não possuem mais nenhum estoque de outras cores. Só por encomenda. O mundo colorido, cheio de muitas possibilidades é muito mais instigante e versátil do que o mundo opaco, restrito dos que vivem dentro das limitações de tudo ter que ser feito conforme o estabelecido. O que nos levou a isso? Não seria pelo fato dos tempos também serem mais sombrios? Estaríamos mais conformados e aceitando tudo quase sem nenhuma contestação? Isso é coisa só de paulista? São perguntas que gostaria de dividir com mais cabeças. Vamos pensar coletivamente e descobrir se isso é coisa só daqui ou se já está dissimulado pelo país todo. Um bom tema para divagar numa sexta...
Um vermelhinho é raridade difícil de ser encontrado hoje em dia.
quinta-feira, 21 de agosto de 2014
INTERVENÇÕES DO SUPER-HERÓI BAURUENSE (73)
OS MÉDICOS RECEBERAM NOVA PROPOSTA Sim, o caso da falta deles nos plantões das UPAs e PAs continuam gerando bafafá, falatório, disse não disse e as repercussões são as piores possíveis. Na coluna Entrelinha, do Jornal da Cidade, edição de ontem, 20/08, mais um capítulo da novela (boa de audiência essa, hem?), desde que dias atrás o prefeito Rodrigo Agostinho, após mais uma reunião (outra???) com os interessados (faltou o povão) e na divulgação a informação de que teria ocorrido uma NOVA PROPOSTA PARA A CLASSE MÉDICA. Leiam a nota do jornal: “Sem resposta - Mais de uma semana após o governo ter oferecido excelentes propostas de melhorias salariais e vantagens em jornadas de trabalho, a categoria médica sequer respondeu se aceita ou não as condições para colaborar com o objetivo de estancar a crise no atendimento das UPAs. As vítimas de todo o impasse e descaso, ao contrário do que devem pensar alguns profissionais, não são o prefeito Rodrigo Agostinho (PMDB) ou o secretário Fernando Monti, mas sim bauruenses pobres, como ocorreu ontem na unidade da Bela Vista”.
Guardião, o super-herói bauruense, sempre presente nas horas mais amargas da vida bauruense, diante do imbróglio sem solução, resolve dar seu pitaco e sugerir o que poderia ser feito CONCRETAMENTE como proposta para a classe médica pública e resolver de vez a pendenga. Eis alguns dos itens recolhidos por ele dentre populares e alguns por iniciativa dele mesmo:
- O salário do próprio prefeito, acrescido de todas as benesses provenientes do mesmo para ser dividido entre os tais insurgentes;
- Levar todos para um passeio na Disneylândia, com tudo pago e com direito a um acompanhante;
- Uma vaquinha entre os servidores municipais da Saúde, que entendendo a gravidade da situação estariam dispostos a dar o seu quinhão e ajudar os menos desprovidos de salário, no caso os de jaleco branco;
- Deixarem que os médicos escolham entre eles alguém para ocupar de imediato a Secretária das Finanças do município, daí fazendo que quiserem com seus proventos;
- Instituir por decreto que a partir de hoje nas contas de água pagas venha um valor destinado aos médicos públicos, servidores injustamente renegados no quesito salarial;
- Início de uma campanha junto ao funcionalismo municipal para que doem no mínimo R$ 1 real e no máximo R$ 50 mensal do seu salário para que se possa complementar o dos médicos e
- Do provável reajuste do transporte coletivo (toc toc toc), que passaria para R$ 3,00, que fosse cobrado R$ 1 real a mais de cada passagem, tudo para o que médico trabalhando nas hostes municipais fique um pouco mais contentinho e atue a contento.
E assim, dessa forma, com o pleno entendimento entre as partes, tudo voltaria a mais absoluta normalidade dentro do quadro funcional dos médicos lotados junto à Prefeitura Municipal. Depois não venham nos dizer que Guardião não é mesmo um bom conciliador entre as partes, hem!?! Êta solução porreta de boa, sô!
- Levar todos para um passeio na Disneylândia, com tudo pago e com direito a um acompanhante;
- Uma vaquinha entre os servidores municipais da Saúde, que entendendo a gravidade da situação estariam dispostos a dar o seu quinhão e ajudar os menos desprovidos de salário, no caso os de jaleco branco;
- Deixarem que os médicos escolham entre eles alguém para ocupar de imediato a Secretária das Finanças do município, daí fazendo que quiserem com seus proventos;
- Instituir por decreto que a partir de hoje nas contas de água pagas venha um valor destinado aos médicos públicos, servidores injustamente renegados no quesito salarial;
- Início de uma campanha junto ao funcionalismo municipal para que doem no mínimo R$ 1 real e no máximo R$ 50 mensal do seu salário para que se possa complementar o dos médicos e
- Do provável reajuste do transporte coletivo (toc toc toc), que passaria para R$ 3,00, que fosse cobrado R$ 1 real a mais de cada passagem, tudo para o que médico trabalhando nas hostes municipais fique um pouco mais contentinho e atue a contento.
E assim, dessa forma, com o pleno entendimento entre as partes, tudo voltaria a mais absoluta normalidade dentro do quadro funcional dos médicos lotados junto à Prefeitura Municipal. Depois não venham nos dizer que Guardião não é mesmo um bom conciliador entre as partes, hem!?! Êta solução porreta de boa, sô!
quarta-feira, 20 de agosto de 2014
DROPS - HISTÓRIAS REALMENTE ACONTECIDAS(106)
UMA EXPLICAÇÃO NADA NECESSÁRIA:
Ganhei do candidato Roque Ferreira um adesivo para colar em meu meio de locomoção, mas achei-o grande demais da conta, ocupando toda a parte traseira do vidro. Sei que não me taparia a visão, pois são feitos com material possibilitando a visão sob os mesmos, mas como sempre procedo, antes de colar no vidro fiz algumas alterações básicas e o mesmo já se encontra coladinho da forma como achei mais correta. Dessa forma contribuo com meu outdoor particular para a campanho do amigo. Já da camiseta, informo que já a uso, pois gosto de ambos, do Roque e do Rock, como pode ser comprovado pela foto de minha estréia a envergando no Festival Gastronomico do último domingo. Até a vitória, com QUERO UM DEPUTADO MARXISTA - LUTA FEDERAL NAS RUAS. Do ROQUE eu fiz um QUERO...
Poderia brincar mais, pois dentro da palavra DEPUTADO tem outra boa para essas ocasiões, a PUTA e assim por diante, mas não era minha intenção brincar com a candidatura do Roque, uma das poucas ainda sérias e ele também muito sério. Daí o motivo de pegar leve e só fazer um recorte, mantendo a tradição da montagem. Mas as possibilidades são muitas quando diante de um baita adesivão e com muitas palavras aguardando serem juntadas, besuntadas e divididas. Caindo em minhas aguçadas mãos outros de candidaturas outras, menos comprometidas com a seriedade, faço um estrago bem maior. Portanto, aviso dado, não me entreguem assim de bandeja adesivo de candidatos, pois posso por a cuca para funcionar e dar uma básica aprontadinha.
Esse negócio de alterar os adesivos das campanhas eleitorais não é novo, novidade nenhuma, portanto. Vejo isso sendo feito com muita criatividade por aí, país afora. Uma forma hilária, brincalhona e irreverente de disfarçar a seriedade da coisa e de apoiar o que deve ser apoiado, mas de uma forma mais jocosa. Acho que tudo para mim começou tempos atrás, numa antiga eleição, quando trabalhando numa cidade por aí e o ex-governador COVAS era candidato para algo e um gaiato fez uso do seu adesivo, com o nome todo pomposo, cortando-o ao meio e colando no vidro no carro assim: VASCO. Foi por causa de futebol, um jogo onde o adversário do torcedor era o dito Vasco, daí a sacada. Daí por diante peguei gosto pela coisa e toda eleição faço isso ao meu modo e jeito.
QUEM CIRCULA PELAS RUAS VÊ SEMPRE INUSITADAS COISAS Ontem mais uma delas. Descendo a rua Araujo Leite, mas precisamente na sua quadra 15, eis que colado na parede de uma casa algo feito à mão e ali fixado numa espécie de cartaz, para ser lido e todos por ali transitando tomarem mesmo conhecimento de algo ocorrido no local. Uma velha casa, pelo visto com despejo de seus moradores já concretizado e ao lado outras, demolidas recentemente. Não quero e nem devo me ater aos fatos que originaram uma ou outra coisa. O motivo do post é o registro de como as pessoas procedem em casos onde querem divulgar algo. Cada um faz ao seu modo e jeito, age de acordo com seus meios, maneiras distintas de botar a boca no mundo, de alardear injustiças, propagar ideias, exaltar feitos, etc. O desse ex-morador foi colando um cartaz na antiga moradia. Muitos, assim como eu, acabam se deparando com muito disso pelas ruas da cidade. Puras demonstrações bem pessoais, formas de expressão diferenciadas. Isso sempre me instigou e ao registrar isso, abro a discussão sobre esses procedimentos. Vale o registro.
DECLARAÇÃO DE VOTO - Na montagem feita pelo Tales e divulgada pelo pessoal da candidatura de Roque Ferreira, eis ao lado o HPA não escondendo o jogo.
O CIRO GOMES é uma pessoa polêmica por natureza. Não concordo com tudo o que diz, nem professa. Muito menos o sigo, mas gosto de ouvi-lo em alguns momentos. Sabe por que? Uma autêntica pessoa. É de uma vertente de pessoas que diz o que quer, com embasamento e com tino, humor, ironia, galhardia. Tem uma boa cabeça pensante e expõe o que pensa jocosamente. Poucos o sabem ainda fazer com a devida sapiência. Podemos não concordar com tudo, mas nunca criticar sem antes ouví-lo. Uma boa discussão. Ele fala um pouco sobre o que representa e o que é de fato a MARINA SILVA e também sobre o VAZIO DAS PROPOSTAS nessa campanha presidencial, algo que poucos o fazem, preferindo a briguinha entre os lados oponentes no verdadeiro e na original ringue armado para o pleito. Gostei do que ouvi. Vejam e ouçam com a mente liberada de partidarismos e outros tantos ismos... O Ciro tem o poder e a qualidade de revelar algumas verdades que quase ninguém tem coragem de expor porque têm medo de serem retaliados de volta.
Ele fala sobre a verdadeira face da Marina Silva e sobre o quadro de sucessão para 2014. Site com a entrevista completa. Este trecho está na Parte 2.
http://www.redetv.com.br/Video.aspx?113%2C24%2C357829%2Cjornalismo%2Credetvi-noticias%2Cciro-gomes-ex-ministro-da-fazenda-e-ex-governador-do-ce
O CIRO GOMES é uma pessoa polêmica por natureza. Não concordo com tudo o que diz, nem professa. Muito menos o sigo, mas gosto de ouvi-lo em alguns momentos. Sabe por que? Uma autêntica pessoa. É de uma vertente de pessoas que diz o que quer, com embasamento e com tino, humor, ironia, galhardia. Tem uma boa cabeça pensante e expõe o que pensa jocosamente. Poucos o sabem ainda fazer com a devida sapiência. Podemos não concordar com tudo, mas nunca criticar sem antes ouví-lo. Uma boa discussão. Ele fala um pouco sobre o que representa e o que é de fato a MARINA SILVA e também sobre o VAZIO DAS PROPOSTAS nessa campanha presidencial, algo que poucos o fazem, preferindo a briguinha entre os lados oponentes no verdadeiro e na original ringue armado para o pleito. Gostei do que ouvi. Vejam e ouçam com a mente liberada de partidarismos e outros tantos ismos... O Ciro tem o poder e a qualidade de revelar algumas verdades que quase ninguém tem coragem de expor porque têm medo de serem retaliados de volta.
Ele fala sobre a verdadeira face da Marina Silva e sobre o quadro de sucessão para 2014. Site com a entrevista completa. Este trecho está na Parte 2.
http://www.redetv.com.br/Video.aspx?113%2C24%2C357829%2Cjornalismo%2Credetvi-noticias%2Cciro-gomes-ex-ministro-da-fazenda-e-ex-governador-do-ce
terça-feira, 19 de agosto de 2014
CHARGE ESCOLHIDA A DEDO (84)
ALGO QUE VEIO DA CABEÇA DESSE HPA - UMA ENTREVISTA
Acho que por causado blog Mafuá do HPA e de minhas posições aqui no facebook sou procurado de vez em quando para algumas entrevistas. Ontem respondi algumas perguntas para uma revista. Eis as perguntas e respostas. Nelas um pouco de mim e do momento vivido. Preferi omitir o nome da revista e da jornalista, saindo aqui em destaque a minha opinião:
“Boa tarde! Como vai? (...)Estamos trabalhando em uma edição sobre política e gostaria de entrevistá-lo sobre sua opinião a respeito do governo Federal e Estadual. A princípio, as perguntas são as seguintes:
1 - Em relação ao governo federal, você se posiciona como situação ou oposição? Por quê? Do que é contra ou a favor?
2 - E em relação ao governo estadual, qual sua opinião?
3 - Com qual (quais) bauruense (s) você não concorda?
Desde já agradeço e aguardo o retorno”.
Eis minhas respostas:
“Cara ..., desculpe pela demora e se ainda der tempo, eis as respostas do que me solicitou:
1 - Não sou nem situação, nem oposição, mas o que sei fazer e faço é reconhecer que o país de hoje é bem diferente e para melhor, daquele herdado por Lula e Dilma. Somos mais independentes, pagamos nossa dívida externa, temos posição clara em política internacional, as classe C, D e E estão inseridas no processo e os projetos sociais ocorreram em auxílio dos mais necessitados. Inegável isso e algo que muitos desmerecem e não reconhecem. Sou contra a corrupção, mas não só a de um lado, a de todos os lados, modos e jeitos. Muito fácil, por exemplo, falarmos da corrupção de Brasília e nada da daqui. E o mensalão petista é infinitamente menor do que o lesado pelos tucanos. E por que devo eu acentuar um e isentar outro? Isso não faço, ou todos ou me coloquem fora dessa. Não quero trocar seis por meia dúzia. Muito menos tirar do governo o ruim e lá colocar um ainda pior.
2 - O governo estadual já deu o que tinha que dar. Em 20 anos nos tornamos o estado mais conservador da federação. Antes isso de voto de cabresto era coisa dos coronéis do Nordeste, hoje não mais por lá, mas sim em SP. O interior paulista faz vista grossa para todos os desmandos vindos de governos tucanos e enfia a faca até o cabo nos petistas. Não vejo ninguém santo, afinal todos o são do pau oco. Basta de comprarmos gato por lebre e de uma mídia que encobre a corruptela tucana e expõe só a petista. Ambos são parte de algo hoje inerente ao país e que precisa ser combatido, a ação do modelo escolhido e há muito tempo falido. Luto não pela troca de um pelo outro partido, mas pela mudança e troca do capitalismo, que já provou ser injusto e insano, por outro modelo, onde a população num toda possa ser atendida. Vejo no socialismo essa real possibilidade.
3 - Veja nossa Câmara de Vereadores. De todos por lá, vejo somente um totalmente confiável e trabalhando em prol dos menos favorecidos e pelo fim dos oligopólios, das mutretas, dos conchavos, dos acordos de bastidores, das negociatas e proclamando que o que ocorre nos bastidores do transporte público, da construção civil, da saúde municipal são desmandos. Só um dentre todos. Votamos mal, por conveniência, por amizade ou até mesmo porque não queremos mudar nada e do jeito que está está bom. Eu fico inquieto com tanta injustiça social. Cansei de viver num mundo onde uns poucos possuem muito e a grande maioria da população possui quase nada, migalhas. A luta é para que cada vez mais isso tudo que temos no país possa ser compartilhado, dividido e daí a felicidade geral de todos e não de uns poucos. Veja outra coisa. Fala-se tanto que bauruense deve votar em bauruense, mas eles irão mudar algo? Quais estão se candidatando para mudar algo ou para chegar lá e fazer os mesmos acordos que os de hoje fazem? Voto em quem de fato e de direito está na luta e nas ruas envolvido com algo transformador, propondo uma mudança total de atitude e de comportamento. Estou cheio de políticos que dizem algo e praticam outra coisa. Como alguém pode querer estar ao lado do povo, se para fazer sua campanha política arrecada de 5 a 6 milhões, doados por alguém que depois, quando eleito irá cobrar e querer que esteja ao lado dos seus interesses e não nos do povo e da cidade? Bauru está cheio de políticos fazendo o jogo da minoria e dando as costas para a maioria depois de eleitos. Desses eu serei contra sempre. E só voto nos que estão concretamente e comprovadamente na defesa dos interesses dos menos favorecidos.
Espero ter contribuído e ajudado. Um baita abracito e precisando de um algo mais me contate por aqui. Pode cortar e editar o texto, pois sei escrevi demais para o espaço que deve ter na revista. HPA”.
OBS.: As duas ilustrações são de dois amigos, Maringoni e Latuff.