terça-feira, 30 de setembro de 2014
PRECONCEITO AO SAPO BARBUDO (79)
ESCRITOS ANTERIORES À ELEIÇÃO (01)*
*Sim, vou tentar ir produzindo textos curtos sobre como vejo o processo eleitoral do próximo domingo, 05/10. Esse o primeiro de uma série.
CADÊ A MILITÂNCIA? CADÊ A PARTICIPAÇÃO DOS QUE SEMPRE ESTIVERAM NAS RUAS? Circulando de carro ontem pelo centro de Bauru, descendo a Gustavo Maciel quase cruzamento com a Antonio Alves eis que na esquina uma antiga militante distribuindo corajosamente e sozinha, ela e os seus papéis debaixo do braço, num ato pouco visto nos últimos tempos. A indagação foi inevitável. Cadê os antigos militantes, os que antes não saiam das ruas? Cadê esses todos que antes levantavam bandeiras, rebatendo todos os afrontes que vinham do outro lado? Cadê? Cadê? Majô apareceu e está lá pondo a cara para bater. Não estou me espelhando nela, na figura da ex-vereadora para escrever esse texto, mas para chamar na chincha uma pá de gloriosos, eternos, dignos, bravos militantes, um tanto sumidos das ruas e das lutas (olha eu usando o slogan do Roque!). Por que fizemos (me incluo no rol dos sumidos) isso? Por que deixamos de reagir a tudo o que fizeram com o pensamento e ação esquerdista nesse país? São tantas as perguntas, mas o que chama mesmo a atenção é esse distanciamento. Muitos voltaram para as ruas nesse momento, crucial para definir o próximo pleito, mas outro tanto permanece em casa ou só opinando pelas redes sociais. Isso basta?
Outro dia um militante me disse nas ruas que não entendia como pudemos deixar que alguém como o ex-presidente do STF, o Joaquim Barbosa chegasse a fazer o teve coragem de fazer, sem que não houvesse reação nas ruas. “Por muito menos fizemos muito mais e hoje não conseguimos nem mais rebater e se manifestar dignamente com o rol de bestialidades e atos até contra a própria Justiça. O que está acontecendo? Teríamos colocado pra correr um cara desses anos atrás e nada fizemos”, me perguntou. Será que perdemos o sentido da coisa? Será que não mais existe uma razão para lutarmos por tudo aquilo que nos motivou a vida toda? Não busco culpados, mesmo eles existindo, mas o fato é que nos mobilizamos cada vez menos. Se marcarmos um ato de repúdio coletivo hoje contra qualquer dessas imbecilidades produzidas pelo capitalismo, quantos estariam dispostos a ir para a rua? Quantos, pensem bem? E por que agora, nas vésperas da eleição, alguns saem às ruas e outros não mais?
Abro meu jornal preferido, edição de hoje, o Página 12 argentino e lá uma charge de Daniel Paz, sobre algo que não bate mais no dia a dia do compromisso da militância mundo afora, a TEORIA está um tanto distante da PRÁTICA. Por favor, não confundam a charge com a sigla do PT, pois foi feita na Argentina e diz respeito a esse distanciamento também questionado por mim nesse texto. O PT tem lá suas culpas, mas não é o único (não vamos fazer o mesmo que a revista veja - minúscula mesmo). O fato, lamentável, diga-se de passagem, e ocorrendo por tudo quanto é lugar é o dessa dissonância cada vez maior entre o discurso e o que fazemos de fato no dia a dia. Não dá mais para manter um discurso apregoando algo e o sol ser tapado com a peneira, com a prática indo na direção oposta. Hoje tem militante de esquerda, dentro de partido com nome socialista apoiando Alckmin, por exemplo e mantendo o antigo discurso. Outros fazendo tudo o que antes criticava, como se isso fosse a coisa mais natural desse mundo. É claro que ninguém quer o retrocesso, mas tem algo de errado nisso tudo. Daí uns se omitindo de tirar a bunda da poltrona, outros ainda tentando fazê-lo e outros iludindo a si mesmo ainda se dizendo esquerdistas.
Para os que ainda botam o bloco nas ruas, eis algo para uma boa discussão. Ainda é tempo de sairmos às ruas, dirimirmos arestas, levantando bandeiras coletivas de luta ou fazer isso é pura perda de tempo? "Eu acredito é na rapaziada", e você?
Das ruas e do do combate nunca saímos. Para muitos a cabeça foi pensando por onde os pés foram pisando.
ResponderExcluirROQUE FERREIRA
Henrique
ResponderExcluirNão tenho sabedoria politica, nem humildade suficiente para conviver com inimigos no mesmo partido, me desencantei com nosso projeto de nação quando a globo manipulou o debate com o collor e o companheiro não saiu nas ruas para nos liderar ao menos para um protesto que fosse.
Lázaro Carneiro
Lazaro Carneiro, foram feitos muitos protestos contra a edição do debate que ajudou a eleger Collor, mas o ultimo, foi às vésperas da eleição. As vezes, no meu entender, sempre, precisamos reagir contra as injustiças sem esperar um líder que nos indique o caminho. Abs
ResponderExcluirTatiana Calmon
HENRIQUE
ResponderExcluirA militãncia envelçheceu, outros perderam o foco, outros desencantaram, outros assim como eu, apenas observa e se limita a algunscomentários.
Tudo tem seu tempo e momento.Até que surjam novas referências.
Parabenizo o companheiro Roque, que em meio a crise política interna, mantém seus princípios de luta e serve de referência para novas gerações, pois sabemos que eterno é só as lutas que nunca irão findar.
João Neto
Sabe Henrique as vezes penso será culpa da gente que envelhecemos e não deixamos outro no lugar ou a politica mudou mesmo que mesmo tendo as injustiça a gente não se reune mais e você sabe que ninguém faz nada sózinho me dói ver a Majô sózinha numa esquina fazendo esse trabalho que eram de muitos também penso que é a comunicação mas hoje é tão facil o celular computador tá tudo ai para que os mais novos entre cena eles tem que ter conciência e partir para a luta há muito o que fazer.
ResponderExcluirEliza Carulo
Ficou difícil defender tantos desmandos, precisamos nos amar novamente como na época da UC e do MR8 e levar para o paredão "companheiros" que fizeram a revolução bancária tiraram do mensalão e da Petrobras e revolucionariamente depositaram nas próprias contas!
ResponderExcluirLuiz Augusto Alves
Sou, por natureza, Henrique, avesso ao saudosismo pessimista. Temos que mirar o futuro. E o Brasil de hoje, não obstante todos os bolsões de atraso, inclusive das marcas do racismo de três séculos de escravidão, é o melhor de todos os tempos, é o que o nosso povo, sempre alijado do poder pelas classes dominantes, pôde construir. Com a ascensão social do povo, vai melhorar, disto não tenho dúvida. Por isto, no domingo, estarei com a Dilma. Abração
ResponderExcluirArthur José Poerner - Rio RJ