quarta-feira, 15 de outubro de 2014

INTERVENÇÕES DO SUPER-HERÓI BAURUENSE (76)


O MELHOR CANDIDATO PARA OCUPAR VAGA DE DIRETOR GERAL DA FUNDAÇÃO REGIONAL DE SAÚDE – NOME JÁ DEFINIDO
A FUNDAÇÃO (que já foi chamada de aFundação) foi finalmente sacramentada (ufa!). Começou meio que na contramão e a falta de consenso era a demonstração de que algo não estava lá muito bem encaminhado, mas mesmo assim os vereadores bauruenses viram nela o canto da sereia para fazer dinheiro e resolver os problemas da Saúde Municipal, daqui e das cidades vizinhas. “Pera lá! Resolver quais problemas da Saúde? Seja claro, ó ignóbil cronista”, me cobra GUARDIÃO, o super-herói bauruense, intrépido defensor dos fracos e oprimidos (também dos deprimidos e comprimidos). Fico meio sem jeito e ele, muito mais escolado vai logo na veia (não na veia, viu!). “A grande sacada disso tudo era resolver como fazer para que os médicos lotados nos serviços públicos municipais trabalhassem sem causar problemas para as devidas Prefeituras. Foi tentado de tudo, porém nada resolveu a questão. Eles sempre queriam mais e mais, tudo facilitado por estarem com a faca e o queijo na mão. Parando tudo, o caos estaria sacramentado, decretado e oficializado. A Fundação nada mais é do que um jeitão (bem melhor do que jeitinho) de burlar as limitações dos prefeitos em pagar salários, gratificações e outras benesses aos médicos em valores acima do permitido pela lei vigente. Com o advento Fundação, essa recebe e administra as bufunfas provenientes dos repasses e sem maiores delongas, fiscalizações, auditorias e pegações no pé, repassam logo tudo o que os descontentes (sic) querem e não se fala mais nisso. Dessa forma sem problemas para os administradores municipais”, explica Guardião.

Tento argumentar: “Então é isso, tanta coisa só para isso?”. Sem fazer caras e bocas, assim na lata, GUARDIÃO desfere a tacada final da sua embasada e incontornável argumentação. “O barulho hoje na imprensa é porque após a aprovação, precisam de alguém para assinar os papéis, botar seu nome nos repasses e muitos já pensam duas vezes nisso. Dentro do grupo gestor deve existir divergências. O nome tem que ser de alguém que só diga amém e faça tudo como a conveniência requisitar ou impor. Quem vai querer isso? No futuro tudo pode explodir no seu colo. Por outro, se o nome do tal Direto Mor da Fundação for alguém independente, outro problemão, pois esse vai querer analisar melhor os repasses. Currículos circulam de um lado a outro, afinal são R$ 4 mil reais mês para quatro horas trabalhadas dia (baixo para uns, alto ou até conveniente para outros), porém o imbróglio não é tão fácil assim de ser solucionado. Esse impasse trava o passo seguinte. Afinal, quem poderia ser esse gestor, nome ilibado e convergente, pronto para o que der e vier”, resume GUARDIÃO. Eu, galhofamente dou meu pitaco decisivo (e incisivo) para resolver de vez a questão e sugiro um nome acima do bem e do mal: “Só você, meu caro super-herói para chegar e já começar fazendo o que de fato precisa ser feito nessa Fundação, ou seja, não deixar ela tomar rumos incontornáveis. Só alguém com pulso firme, acima do bem e do mal pode fazer isso. Do contrário, o gestor será um mero assinador de cheques ou tudo quanto é papel que lhe for colocando na mesa, pois pelo que se percebe já existe alguém querendo meio que na encolha assumir um papel como aquele do cara lá de Agudos, que deixou de ser prefeito, mas criou o cargo de Gerente da Cidade, só para continuar dando as cartas. Não existe outro, essa pessoa, inquebrantável e com moral e força (sic) para se impor, só tu, ó Brutus!”.

Ele não demonstrando algo nem pelo sim, nem pelo não, saiu numa desabalada carreira em mais uma revoada cidade afora, mas da rua se ouviam os apupos de uma galera confirmando ser ele mesmo o nome do momento. Os próximos capítulos serão emocionantes e eu, o mentor disso tudo, já preparo o currículo do dito cujo e o enviarei para quem de direito (quem mesmo?). Mas agora me surge essa dúvida de última hora: Onde entrego o currículo? Endereçado a quem? Já sei, “quem pariu Mateus que o embale”, sim, é lá que levarei. Será que me protocolarão o recebimento do documento?

3 comentários:

  1. Boa tarde Henrique Perazzi de Aquino, lá venho eu mais uma vez fazer uma correção no seu texto. Quando escrevemos sobre fatos concretos é necessário conhecer bem a situação. Nem todos os vereadores caíram no canto da sereia da Fundação, ao contrário. Desde a entrada do Projeto na Câmara de forma firme travei todos os combates necessários procurando demonstrar que tal fundação pavimentava o caminho para a terceirização/quarterização/privatização/precarização da saúde pública em Bauru. Nesta luta, registro também o empenho do vereador Fabiano Mariano que combateu ombro a ombro conosco. Utilizamos de todos os recursos disponíveis no parlamento r com apoio de vários setores organizados da sociedade para barrar a "coisa". Votamos contra a criação da Fundação, e também contra seu Estatuto. De fato a maioria votou a favor, mas fiel aos nossos compromissos, aos nossos princípios, combatemos até fim. Luto e defendo como ação prioritária o estabelecimento de um Sistema Universal de Saúde Público, Federal, Gratuito, de Qualidade para todos os cidadãos brasileiros.

    A Saúde deve ser pública, gratuita e para todos em todos os níveis!

    Apesar de já existir o SUS (Sistema Único de Saúde) – que foi uma conquista por propiciar o atendimento médico gratuito para qualquer brasileiro – é desumano que aqueles que têm dinheiro possam ser atendidos nos melhores hospitais privados do Brasil enquanto milhões de brasileiros pobres têm que se sujeitar às filas de pronto-socorros públicos com poucos médicos onde muitos pacientes são atendidos nos corredores ou morrem nas filas, sem sequer ser atendidos.

    contionua

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  2. continuação...

    Existe dinheiro para prover um sistema público de saúde com hospitais e médicos suficientes para atender toda a população com a mesma qualidade dos melhores hospitais privados de hoje. Mas para isso é necessário que o Governo Federal e o Congresso Nacional destinem o dinheiro público para a saúde e não para os banqueiros que nos saqueiam com o pretexto da dívida pública. Todos os anos quase metade do orçamento da União é destinado para pagar essa dívida que não foi o povo que fez – e que já foi paga há muito tempo. Enquanto isso, a saúde pública recebe sempre cerca de 4% do orçamento. Isso tem que mudar!

    Além disso, mecanismos como a DRU (Desvinculação de Receitas da União – que retira anualmente 20% de recursos da saúde para o pagamento da dívida pública) e a LRF (Lei de Responsabilidade Fiscal – que condiciona o orçamento de estados e municípios ao pagamento da dívida com a União) diminuem ainda mais os recursos para a Saúde.

    Tudo isso serve ao capital financeiro internacional que, além de investir cada vez mais em títulos da dívida pública brasileira, ainda lucra com os planos de saúde privados. Afinal, com um sistema público de saúde tão ruim, muitos trabalhadores acabam se esforçando para pagar um convênio privado. Entretanto, os convênios mais baratos, ou menos caros – que o trabalhador consegue pagar – dão direito a atendimento em hospitais privados superlotados, onde as filas chegam perto de se igualar às dos hospitais públicos!

    Como se isso não bastasse, em 1998 – apenas dez anos após a criação do SUS – FHC iniciou a privatização do sistema público de saúde, ao criar uma Lei que permite que instituições privadas conhecidas como OSs (Organizações Sociais) administrem hospitais públicos.

    Hoje, no estado de São Paulo, por exemplo, quase todos os 40 Hospitais Públicos são administrados pelas OSs. Essas organizações privadas contratam todo tipo de serviços sem controle público, o que inevitavelmente leva à corrupção e a saúde torna-se mercadoria, como tudo sob as relações capitalistas.

    Mais do que reverter essa privatização, é necessário estancar o desvio de dinheiro do povo para o pagamento da dívida pública e colocá-lo a serviço da saúde do povo brasileiro. Se o SUS tiver o investimento que precisa ninguém mais precisará pagar planos de saúde privados; ninguém mais morrerá nas filas.

    Em Cuba e na Venezuela, por exemplo, onde os Governos deram prioridade para a saúde, não só todos têm acesso gratuito a consultas, atendimento e medicamentos, como há programas de medicina familiar onde médicos visitam os domicílios nas comunidades para tratar e prevenir problemas de saúde, reduzindo a mortalidade infantil e erradicando doenças curáveis. Se é possível em países muito mais pobres que o nosso também é possível no Brasil! Basta parar de dar dinheiro aos banqueiros e investir nos serviços públicos!

    O mundo não para e não acaba em eleições. Continuamos o combate e organizando a Campanha Nacional “Público, Gratuito e Para Todos: Transporte, Saúde, Educação! Abaixo a Repressão!”, cujo manifesto diz:

    “Não podemos aceitar que sigam as mortes nas filas de hospitais públicos, por falta de médicos e leitos. Chega de esperar horas nas filas para depois esperar semanas para uma consulta e depois mais semanas para um exame. Não podemos aceitar que doenças de fácil prevenção continuem a assolar o povo brasileiro. Queremos “Mais Médicos” sim, mas também queremos mais leitos, mais hospitais, mais postos de saúde, mais remédios, mais aparelhos e estrutura. Queremos todos os medicamentos e exames gratuitos! Não podemos aceitar que para conseguir ter um atendimento médico minimamente necessário sejamos obrigados a pagar algum convênio médico privado! Atendimento de saúde gratuito e abundante para todos!”

    Nas Ruas e Nas Lutas é que arrancaremos aquilo que é direito da maioria. Abraços fraternos.
    Roque Ferreira

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  3. Adorei caro Roque Ferreira (também Fabiano Mariano). Quando te provoco saem essas peças maravilhosas. Agradecido pela complementação ao meu texto.
    Henrique - direto do mafuá

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