segunda-feira, 3 de novembro de 2014

MEUS TEXTOS NO BOM DIA BAURU (299, 300, 301 E 302)


O INFERNO SÃO OS OUTROS publicado em 11/10/2014 no BOM DIA BAURU e n’O ALFINETE, de Pirajuí e em 09/10/2014 no Portal PARTICIPI:
A campanha midiática no 2º turno começou tão logo ocorre a confirmação de Aécio como o adversário da presidenta Dilma. No noticiário das TVs a divulgação das primeiras pesquisas eleitorais lado a lado com a despropositada divulgação de como deveriam ser os depoimentos “secretos e sigilosos” do cara lá da Petrobras, sob estado de delação premiada. Evidente a parcialidade e a proposital colocação de uma matéria ao lado da outra, tudo para favorecer o candidato escancaradamente preferido pela mídia nativa, Aécio. “O derrame de dinheiro público, isso não te diz nada?”, me perguntam. Respondo curto e grosso: “Quais deles, pois existem muitos pairando no ar?”. A pergunta ainda não feita e a mim questionada por uma sempre atenta jornaleira bauruense é essa: “Seu Henrique, como pode o cara fazer um depoimento sigiloso e tudo ser divulgado no noticiário da noite? A delação premiada não é sigilosa?”. Ela já me havia feito o mesmo questionamento semanas atrás quando a manchete da revista Veja publicava com exclusividade o depoimento em caráter totalmente sigiloso do mesmo réu. “Mas se a revista publicou, ela também não nos deve uma explicação? Como conseguiu saber o que o cara depôs assim tão rapidamente? O cara é sabidamente propineiro, mas a revista não teria usado de ilícitos meios para obter a exclusividade? Seu Henrique, por que ninguém fala disso?”, me diz.
A TV agora incorre no mesmo erro, mas quando o fato é para favorecer o escancarado candidato que ela quer ver eleito, tudo parece ser permitido. Evidente que todo o ocorrido na Petrobras, ocorreu no metrô paulistano, nos aeroportos mineiros, mas um está na mídia e os outros não. E tão corrupto quanto esse réu, deveria estar todos os demais propineiros, como também quem consegue, não se sabe como, os seus pronunciamentos e os divulga país afora com absoluta exclusividade. Tudo virou um grande espetáculo, previamente montado, capítulo por capítulos. Tudo devidamente ensaiado com o único intuito de comover os babões do lado de cá. Os babões somos nós, acostumados a comprar gato por lebre. Muito além dessa disseminação de ódio vigente, uma máxima dita pelo filósofo existencialista Jean Paul Sartre, a “o inferno são os outros”, cai como uma luva e demonstra como são as entranhas da sacanagem midiática. Assim como na peça sartreana, “Entre Quatro Paredes”, o recomendável para definir quem lesou ou fez mais na velha polarização PT x PSDB, seria colocar ambos numa sala vazia, fechada, sem espelhos e deixá-los ali, cada um tendo que se ver pelo olhar do outro. Condenados à convivência. Quando confrontados, no quesito corrupção o páreo seria duro, pau a pau, mas no realizações e no que ainda existe de possibilidades de avanços importantes para o país continuar caminhando livre e soberano, Dilma nadaria de braçada. Quem mais se aproxima da esperança a favor da igualdade, para mim questão central nisso tudo é Dilma. Mas o partido da mídia aposta todas suas fichas em demonstrar o contrário. Páreo duro.

IRONIA ALIADA AO CINISMOpublicado em 18/10/214 no BOM DIA BAURU e n’O ALFINETE, de Pirajuí e em 20/10/2014 no Portal PARTICIPI:
A ironia é necessária em muitos momentos da vida humana. Quando diante de situações onde o poder estabelecido é duro, inflexível, autoritário, do tipo se postando como senhor de tudo e de todos, único e desses aprontando muito, mas se postando como santificado, daí impossível não agir assim com esses, até para demonstrar o quanto são ridículos. Latuff, um cartunista de fama mundial, certa vez aqui em Bauru me deu a dica numa palestra: “Meu trabalho demonstra isso, eu permaneço o tempo todo a demonstrar o quanto são ridículos os donos do poder mundial”. Ele age numa instância onde isso é mais do que necessário, além da resposta no mesmo tom, o algo mais, o jeito malemolente, mordaz e ferino de contra atacar. Esse tipo de ação, além de plenamente aceitável é a mais recomendada, até para expor e deixar o “rei nu”. Deixar poderosos em situação de ridículo é no mínimo usar a arma que se tem e, mesmo diante do poderio do oponente, nivelar as coisas de uma maneira muito sutil. Já a prática do candidato à presidência Aécio Neves foge desse convencionalismo e beira as raias do insulto à inteligência humana. Ele sim é do exato tipo merecedor da crítica irônica e quando nos debates tendo à frente Dilma, fazendo uso exagerado de caras e bocas, tom jocoso de superioridade, demonstra exatamente o contrário do que prega o bom senso nessas ocasiões.
Para começo de conversa, cínico que é, denomina Dilma dessa forma, muito ciente de tudo o que faz, mas jogando com a falta de compreensão de quem o assiste. Insulta a capacidade de percepção do brasileiro, daí o lado mais pernicioso de sua ação. Trata-se de um rastaqüera jogador, desses tarimbado em mesas de carteado, acostumado a blefar, conhecedor profundo dos meandros desses embates, onde o praticante das piores jogadas e artimanhas usam exageradamente da retórica. Além de desprezíveis são perigosos, pois sempre existirá uma carta a mais escondida sob a manga da camisa. O exato termo do “lobo em pele de cordeiro”. Matreiros, perspicazes, rápidos, até lépidos e fagueiros, porém fazendo uso disso tudo com o intuito de engambelar, de enganar, de passar a perna no oponente. Diferente do jogado de carta, que só faz uso daquela matreirice ali. A esperteza quando utilizada de forma exagerada depõe contra a pessoa, ela fica enjoativa, pedante e não consegue mais esconder sua safadeza, até deslealdade. Aquele sorriso até então maroto passa a ter conotação de superioridade sobre os demais e o tiro acaba saindo pela culatra. O Brasil perderá e feio se o jogo de cartas marcadas praticado pelo Aécio vencer a contenda.

DESESPERO DE CAUSA E A VOZ DAS RUAS publicado em 25/10/2014 no BOM DIA BAURU e n’O ALFINETE, de Pirajuí e dia 27/10/2014 no Portal Participi:
Na capa da mais nefasta revista semanal brasileira uma provável alegação do doleiro preso ter acusado Lula e Dilma, por saberem de tudo o que ocorreu na Petrobras nos últimos tempos. Rebato dessa forma: Uma falácia desmentida assim de bate pronto pelo próprio advogado do cara que fez um depoimento sigiloso e algo disso sai na revista mais sórdida da nação, de forma deturpada e dois dias antes do pleito. Um conhecido me interpela dessa forma: “O Papai Noel também passa em sua casa no Natal? Acredita nele não é?”. Respondo dessa forma e jeito: “Não acredito em Papai Noel, mas saco uma sacanagem de um provável depoimento feito na terça e sendo divulgado só agora, véspera do pleito, dois dias antes do povo votar, quando Dilma alcança quase 10% de dianteira e algo feito em sigilo saindo numa revista que é contra a reforma social do país e por fim, um depoimento sendo reproduzido como se verdade fosse e logo a seguir desmentido pelo próprio advogado do réu. Tá na cara que tem gato nessa tuba. Desespero de causa tucano elevado à quinta potência, só isso”. Não contente, ele retruca: “E acredita nos institutos de pesquisa também?”. Minha resposta: “Não, mas percebo pela reação das ruas que a dita cuja cresceu e engoliu Aécio, Marina, pastor Everaldo, PV, PSB, conservadorismo, criacionismo e tudo o mais, pois existe consistência no que tem de feito de bom país afora.
Dando uma volta pela periferia aqui mesmo de Bauru me diga se existia antes essa enormidade de casas populares como hoje presenciado? Nunca. O povo quer mais disso, quer ser valorizado e não rejeitado. Sabe reconhecer quem lhe fez algo de bom e faz sua escolha. Vá em qualquer aeroporto e sinta quem viaja ao seu lado no banco vizinho e se isso ocorria antes. Isso tem nome, inclusão social. Vá em qualquer bairro periférico e veja se o tratamento e atendimento ambulatorial não mudou com a chegada dos ditos médicos cubanos. Sim, mudou e para melhor, pois além de tudo foi humanizado. Como você quer que o povo vote contra isso? Não existe como”. Ele quer mais, outros me espezinham o dia inteiro. Perderia o dia inteiro num pueril debate, onde nenhum dos lados vai ceder. Tomei uma decisão e de hoje até a eleição, tiro a bunda dessa cadeira e vou pra rua responder diretamente os questionamentos, mas junto da periferia. É ela que vai decidir isso tudo e é lá que quero estar.

IMPEACHMENT PARA INTOLERÂNCIA
publicado em 01/11/2014 no BOM DIA BAURU e n’O ALFINETE, de Pirajuí e dia 03/11/2014 no Portal do PARTICIPI:
“Vamos ver seu primeiro discurso, quero ver a cara da vaca” e “Vamos dividir o país. (...) Quem votou na vaca fica com ela e quero ver quem vai pagar a conta”. Essas duas frases estão publicadas no facebook de famoso empresário bauruense e expressa como pensa e age parcela significativa do eleitorado paulista. Postadas no dia 26/10, momentos depois de saber da derrota de Aécio para Dilma. Dias depois outro, esse ainda mais representativo, publica embutido dentro de artigo num jornal: “Como somos muito religiosos, podemos rezar para algum avião cair, mas com as pessoas certas, e não Eduardo Campos, etc...”. O que esperar de gente assim? Sabe o que? Eles agora já sacam algo mais além da verborragia e baixaria, bem no clima do reinante ódio. Pregam a recontagem dos votos, a colocação de um muro dividindo o Sul Maravilha ao Nordeste, execram os nordestinos como iletrados e vivendo somente às custas de programas sociais e por tudo isso junto, dizem só existir mesmo um jeito, o impeachment da presidente legalmente eleita. São os que, considero, pegam até em fio desencapado para fazer valer suas idéias. Esse povo não gosta de ser contrariado e quando o é, faz e acontece, bate o pezinho, queixinho empinado, vocifera como animais ferozes, mas no fundo, no fundo mesmo são é mal amados. Fizeram de tudo (e mais um pouco) em todas as últimas eleições. Espalharam boatos e mais boatos, inverteram verdades, criaram uma rede de defesa do indefensável, mas como nada disso deu certo. O negócio mesmo é ir atrás do que de pior existe e pregar até um execrável Golpe de Estado. Para esses, os fins sempre justificaram os meios.
Não sabendo pra que lado atirar, se apegam a toda e qualquer possibilidade. “Uma auditoria na votação” é a bola da vez. “O país está um inferno de Dante. Tudo ruim, inflação galopante, mercado incomodado, dólar disparou, juros excessivos, indústria falida...”, tudo sendo despejado diariamente pela mídia e passados somente alguns dias da eleição, a realidade se mostra bem outra. Uma calmaria de dar gosto e as “cassandras” do apocalipse se vêem perdidas e necessitando de novas justificativas para pegar de qualquer jeito a tal da presidenta e o sapo barbudo. O depoimento do doleiro Youssef já se mostra inoperante, pois não atingiu as expectativas criadas. Era fogo de palha. Até foto de improvável amante da presidente espalham nas redes sociais. São capazes de tudo, mas tudo mesmo. Apostam na instabilidade política, administrativa e no caos social. Deixaram de pensar o país e cegos por um visceral ódio hoje são os perceptíveis zumbis internéticos, com fogo nas ventas e despropósito na ponta da língua. Um perigo, pois da continuidade na repetição do baú de maldades, mente já atrofiada, desamparados pelo não atendimento do acalentado sonho neoliberal, vagueiam a esmo e estão prontinhos para fazer uma “merda” qualquer. Fiquemos atentos, pois a limpeza dessa sujeira sempre sobra para nós.

Obs.: Todos os textos sairam publicados no mês de outubro 2014, portanto, dentro do período do 2º turno eleitoral, que reelegeu Dilma presidenta e as fotos publicadas são do Baile do Saci, realizado na Casa da Capoeira, em 31/10/2014, em contraponto à data de um tal de Hollowen.

Um comentário:

  1. COMENTÁRIOS DO TEXTO SOBRE INTOLERÂNCIA VIA FACEBOOK:

    Claudia Lucciola Aulas de História e Democracia, urgentes!!!!!!!!
    3 de novembro às 11:12 · Descurtir · 2

    Juliana Barbosa Muito bom Henrique!
    3 de novembro às 11:36 · Descurtir · 3

    Carlos Eduardo Martins José Carlos Bimbatte Junior · São Paulo
    Conclamar a ditadura é o mesmo que conclamar o nazismo!...Ver mais
    3 de novembro às 11:41 · Descurtir · 2

    Marlene Urquisa Pois é, né Henrique Perazzi de Aquino esses que pedem a volta da Ditadura ou estão loucos ou são mal informados. Imagina esse povo usando essas palavras na Ditadura, já tinham tudo "ido pro saco", af!
    3 de novembro às 11:51 · Descurtir · 2

    Cacau Galvão Ditadura nunca mais....... PT já chega...... O momento é muito delicado e perigoso !
    3 de novembro às 11:58 · Curtir

    Edson Alves Ditadura do PSDB nunca mais...Fora PSDB, não ficara pedra sobre pedra que não seja derribado,assim disse o Senhor todo poderoso de Israel.
    3 de novembro às 12:39 · Editado · Curtir · 1

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