terça-feira, 28 de abril de 2015

ALGO DA INTERNET (101) e PARTICIPI


A INSENSIBILIDADE GRASSA PELO MUNDO E POR AQUI TAMBÉM ou PAREM O MUNDO QUE EU QUERO DESCER*

*Meu texto semanal e com exclusividade para o portal PARTICIPI:
A insensatez hoje é praga mundial. Pensam que é só por aqui onde viceja uns desdizendo dos programas sociais e ajudas humanitárias? Não, “tá tudo dominado”, como apregoa um vereador bauruense que não gosta de frequentar a tribuna da Câmara dos Vereadores. Diante da catástrofe onde mais de 1750 migrantes morreram em 111 dias nos mares no entorno da Europa a colunista belga Katie Hopkins solta seu pum: “Barcos de resgate? Eu usaria canhoneiras para parar os imigrantes”. A Sheherazade lá deles disse mais: "Não se enganem, esses migrantes são como baratas”. Nazistas usavam esses termos e no genocídio de Ruanda, acredito a última vez que vi sua utilização na qualificação do extermínio de seres humanos.

Quando vejo os termos pelos quais aqui no Brasil alguns desqualificam todos os programas sociais existentes, taxando-os como mero assistencialismo, penso no ataque feito pelo partido Forza Itália, de Silvio Berlusconi dias atrás: “Férias na Itália. 35 euros por dia para alojamento, alimentação, crédito para chamadas e cigarros”. E mais, pedem a destruição pura e simples das embarcações cruzando os mares em busca de um solo seguro para viver. Não levam em consideração que, principalmente com a Líbia, impossível continuar sobrevivendo por lá depois do que fizeram ao país. O desespero dos de lá não é o mesmo (ainda) dos desesperados de cá, mas segundo alguns de cá, programa social só onera os cofres e presta ajuda para “desqualificados”. Para esses, preferível deixá-los ao deus dará, aliás, como lá. Pobre que se vire, esse o lema, afinal, “quem mandou ser pobre”.

Vejo na pauta da discussão europeia alegações de que as operações de resgate no mar devem ser suspensas e reduzidas, pois essa uma forma de dissuadir os migrantes a fazerem a travessia. Fazem de tudo para não incentivar a migração e quase nada para resolver o baita imbróglio criado pelos aproveitadores, que entregaram de bandeja a Líbia e boa parte do Oriente Médio para radicais muçulmanos, tudo por causa da facilitação nos aumentos dos lucros petrolíferos. Em outro patamar, a mesma coisa se dá aqui e essa discussão não ocorre. As políticas ocidentais são as grandes responsáveis pela maior parte da miséria e marginalização dos que hoje tentam a todo custo entrar na Europa e aqui no Brasil, guardadas as devidas proporções, idem. E quando algum projeto existe e fez algo para minimizar a situação da miserabilidade, pau nele.

Os aproveitadores da miséria africana não estão nos bancos dos réus e acredito, nem estarão (nem os daqui). Seus negócios são permitidos. Morrem os refugiados pela fome e violência em seus países e tudo continua como dantes. O mundo ocidental, a meu ver, passa por uma séria crise em sua concepção na forma de encarar a vida do semelhante. Antes existia uma preocupação maior com o outro, hoje cada vez mais predomina o individualismo. Deveria sim, existir o dever moral de socorro a esses povos e países. Aqui no Brasil, a mesma coisa. Quando passo nos bairros e vejo os muitos prédios do Minha Casa Minha Vida inconclusos, obras paralisadas, mato crescendo no seu entorno e repasses bloqueados, vejo que pioramos.

A grita nas ruas deve incluir essa pauta: os programas sociais não podem ser interrompidos. O país precisa urgentemente voltar a pensar na solidariedade como seu principal modus operandi. Insustentável a hipocrisia do que vejo hoje, essa bestial defesa da liberdade mundial do comércio e de capitais, enquanto muitos fenecem de fome, sem assistência, perdendo direitos trabalhistas e sendo encurralados mais e mais.

Esse mundo atual está ficando ruim demais da conta. Pare que eu quero descer. Porém, nem sei em qual estação desço nesse problemático momento. Em qual mesmo?
Obs.: Gracias pela idéia Antonio Luiz M.C.Cota.

3 comentários:

  1. henrique, eu nao sei se esta pior, acho que hj existe uma reacao dos setores que antes mamavam com exclusividade no estado tendo que dividir com os mais pobres, mas reacao me parece a mesma no aeroporto, no ingresso nas facudades, etc,,, ja o valor humano no capitalismo corresponde ao seu capital acumulado assim "Eu quero é que se exploda a periferia toda,,, Mas se o assalto é em moema
    O assassinato é no "jardins"
    A filha do executivo é estuprada até o fim
    Ai a mídia manifesta a sua opinião regressa
    De implantar pena de morte, ou reduzir a idade penal
    E eu que sou bem informado concordo e faço passeata"max gonzaga

    claudio lago

    ResponderExcluir
  2. Exatamente isso.

    Henrique - direto do mafuá

    ResponderExcluir
  3. Combate-se o pobre e nao se combate a pobreza. Gente curta.
    Márcia Nuriah

    ResponderExcluir