domingo, 5 de julho de 2015
FRASES (132)
UMA FRASE E INCAUTOS CAINDO A TODO INSTANTE - ALGO MAIS DAS REDES SOCIAIS
Mino Carta, um dos melhores jornalistas ainda em ação no Brasil repete sempre frase atribuída ao jurista Raimundo Faoro: “Não abuse da ironia, que as pessoas não vão entender”. E isso se repete a todo instante via redes sociais. Em muito do que é postado, aquilo que gravita entre o sério, o irônico, o inconcebível e até o impraticável, para mim, duas possibilidades. Na primeira a jocosidade, a ironia e deslavada brincadeira, tão necessária, principalmente em tempos quando todos estão mais do que sisudos, chatos e muitos até prepotentes. Na segunda possibilidade, a tentativa explícita de enganar incautos. Num mundinho onde estamos cada vez mais emburrecidos, pois lemos menos, nos informamos cada vez menos (mesmo com a quantidade nunca vista de informação disponível), alguns tentam passar como verdade aberrações, tudo propositalmente para aumentar o pânico. Na primeira hipótese, a frase do Mino cai como uma luva, na segunda, inegável a existência de cada vez mais gente acreditando que elefante voa (mas o Dumbo não voava?).
Escrevo primeiro dos que postam para engambelar uma malta de descuidados. Não é o caso dos escritos do “Grupo Sensacionalista”, pois o que fazem é usar da picardia. Gosto muito, dou sonoras risadas, mas sei que muitos acreditam piamente no que escrevem. Essa do deputado João Wyllys (sempre com ele) propor uma lei impedindo que evangélico se case com evangélico é o uó do borogodó. Muitos devem ter caído na escrachada piada. Um deles o colega historiador Ricardo Volpe, destacado em post do também colega Almir ribeiro com um: “Para quem acha que livros de história bastam, taí, fresquinha, a postagem de um licenciado em História e agente de cultura". Pegou mal. Precisamos ter mais atenção nessas coisas. Algo idêntico ocorreu coisa de um mês atrás com outro post também cheio de picardia, quando diziam que Wyllys estava apresentando Projeto de Lei propondo alteração em trechos da Bíblia. Não sabia se ria ou chorava, mas a coisa foi entendida como séria por alguns e o pau, como sempre, comeu solto e sempre sobrando para o Wyllys.
Daí discuto a maldade e até a frase do Mino/Faoro. Num país como o nosso, onde a educação está perdendo feio para a deseducação, estaria ficando perigoso brincar? E a brincadeira poderia também contribuir para aumentar o clima de ódio reinante? São questões que não consigo discutir assim a grosso modo e rapidamente. São questões para se entender um pouco do que vai na cabeça das pessoas que estão propondo o algo novo para o país. Tem muita gente acreditando em tudo, caindo no conto do vigário e daí a grande pergunta: Não estaríamos todos sendo também ludibriados pelas informações repassadas pela mídia hoje? Ela brinca com nós, ironiza ou menospreza nossa inteligência com a produção jornalística atual? Será que ela, ciente de que do lado de cá o entendimento das coisas anda meia boca não nos passa tudo distorcido e querendo que compremos gato por lebre, ou seja, os interesses deles prevalecendo sobre os do povo? Isso tudo é bem diferente de quem espalha mentira deslavada pelas redes sociais. Esses abomino e se possível DENUNCIO, pois possuem um lado (qual seja ele) e tendo um propósito, maléfico por sinal, são uma das escórias do mundo virtual.
Puxa, dá para discutir tanta coisa em cima de fatos como esse, mas hoje é domingo, está frio de rachar mamona, tenho uma trabalheira inclonclusa de Mestrado aqui sob minha mesa e o Balaio de Sinhá vai se apresentar daqui a pouco lá nos jardins do Museu Ferroviário. Peço ajuda a tudo, todas e todos para destrinchar melhor isso tudo? Topam?
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