quinta-feira, 24 de setembro de 2015

CENA BAURUENSE (139)


ALGUNS IMÓVEIS, TOMBADOS OU NÃO E OUTROS SENDO REQUERIDOS E REOCUPADOS – ESCREVO DISSO HOJE


CASO 1 – AUTOMÓVEL CLUBE E A OFICINA CULTURAL


No governo Tuga Angerami (2005/2008) a associação cultural mantenedora do Automóvel Clube estava com uma inadimplência de elevado valor para com a Prefeitura Municipal. Não sabiam mais como quitar suas dívidas e a solução encontrada foi o repasse do imóvel para utilização da Prefeitura e em troca disso esse valor ia sendo abatido até sua quitação. Lá foram instalados de forma magistral a Banda e Orquestra Municipal, decisão das mais acertadas. Quem passa por ali nos últimos tempos presencia o maravilhamento da música saindo por todos os poros daquele lugar que, outrora foi o lugar de reunião e convescote dos endinheirados da cidade. O tempo passou e do acordo feito lá se vão mais de oito anos. Pelo que ouvi a tal dívida para com a Prefeitura já foi devidamente quitada e os remanescentes dessa Associação querem dispor do imóvel, ou seja, vendê-lo. Estão requisitando a devolução do mesmo e consequente desocupação. A solução caída do céus e já na boca de todos, sendo devidamente discutida é das mais simples e se tudo der certo, a Prefeitura pode ser considerada sortuda.
O prédio lá onde antes funcionava a hoje não mais existente Oficina Cultural, rua Amazonas, por uma dessas coincidências do destino estava passando por ampla reforma quando veio a decisão do governador de fechar a Oficina. A reforma continuou e hoje quase pronta. Lindo local. Mas o que seria ali instalado? Nada por parte do Governo do Estado. Se o pessoal da Banda e Orquestra saírem mesmo do Automóvel, nada melhor do que tudo ser transferido para lá. Seria o uó do borogodó. Seis que sérias discussões já existem nesse sentido. Como estão as negociações de tudo o que envolve a questão, desde a retomada do imóvel da praça Rui Barbosa e o aceite na mudança dos prováveis desalojados para novo prédio? Com a palavra os negociadores do imbróglio? Seria a melhor solucionática para tudo. Aliás, linda solução.

CASO 2 – HOTEL ESTORIL E UMA CASA DOS ARTISTAS
Esse imóvel tombado pelo CODEPAC em Bauru pode ser considerado um dos seus primos pobres. Mas o que seria isso? Explico. Bauru possui mais de 40 tombamentos históricos e dentre esses uns mais grandiloquentes, outros menos expressivos, tudo junto e misturado. Na quadra dois da avenida Rodrigues Alves três dos velhos hotéis bauruenses, na esquina de baixo, no começo da Pedro de Toledo, a parte alta do Cariani, tendo na parte inferior acho que ainda uma loja de móveis. Na outra esquina, a da Monsenhor Claro, o Milanezi, esse grandioso e cheio de possibilidades mil, com uma escada de arrepiar e projeto feitos por estudantes no passado, anexados ao processo de tombamento, com uma utilização mais do que visionária (infelizmente não vingou). O Cariane sobrevive ao seu modo e jeito e o Milanezi padece por inenarráveis questiúnculas, invasões e hoje com sua porta central lacrada. Mas quero escrever do hotel que está localizado bem no meio do quarteirão, o primo pobre dos três. Primeiro conto uma história só minha. Fui conhecer certa vez lá no Rio de Janeiro o Retiro dos Artistas, uma casa abrigando os artistas sem condições de se manterem nesse tresloucado e endinheirizado mundão véio e sem porteira. Vidrei no que era aquilo, um lúdico lugar onde os arteiros desprovidos são abrigados e provisionados.
E por que não fazer o mesmo em Bauru? Sei que temos outro tanto de necessidades mais urgentes, mas ouvi assim de soslaio uma possibilidade do hoje mais do que abandonado ex-hotel Estoril (Rodrigues Alves, 2-41), que já foi e nem sei se é mais propriedade da Beneficência Portuguesa, tantas vezes invadido e hoje tão ultrajado, poderia ser repassado para a ATB – Associação de Teatro de Bauru e ali ser a sede deles, a criação de algo aos moldes do Retiro dos Artistas e até pouso para outros de passagem pela cidade. Uma boa utilização. Na minha modesta opinião, vejo que tudo poderia ser acelerado, pois tempos atrás quase o mesmo ocorreu com o também imóvel tombado, o da Sociedade Beneficente 19 de Junho (Rua Sete de Setembro 4-46) e quando a ATB ia tomar posse do imóvel, mendigos lá alocados atearam acidentalmente fogo no prédio e tudo se perdeu. Evitando que o mesmo possa ocorrer agora, o que precisa ser feito para apressar essa transferência? Instigo isso com esse texto.

CASO 3 – A DIAS MARTINS E O SHOPPING ESTAÇÃO DO PEREIRÃO
A Dias Martins lá na praça Machado de Mello foi uma loja histórica de Bauru, armazém ao velho estilo, anterior aos supermercados, com aquelas brutas prateleiras até o teto. Fechou e tempos depois quem ocupou o imóvel foi a Igreja Universal. Sem comentários. Com a construção do templo novo saíram dali definitivamente e ele permaneceu fechado por um bom tempo. Quem passa por lá hoje vê algo rejuvenescedor para o local. Está nascendo no lugar, ocupando boa parte do quarteirão, algo acompanhando a transformação que tem ocorrido na Estação da NOB e suas possibilidades culturais. Trata-se do Shopping Nova Estação, abrigando uma imensa loja do Pereirão, já famoso pela intensa movimentação na Ezequiel esquina com Rio Branco, vendendo quase tudo a R$ 1 real. No folder que vejo além do imenso lojão, lanchonete, restaurante e espaço para muitas lojas. A inauguração será em breve e para os que acham estranho estar aqui promovendo um comércio da cidade, explico. O empresário por detrás do Pereirão (nome dado por causa de uma personagem de uma novela) investe em tempos ditos de crise e numa região até então dessas onde todos fugiam e queriam manter distância. Ele faz exatamente o contrário e já no título demonstra acreditar nas possibilidades do lugar e mais, pelo que ouvi está também muito interessado em tudo o que ocorre ali na estação. Demonstra querer contribuir para que não só ele, mas tudo à sua volta viceje mais e mais. Vi, gostei e vejo que o Pereirão é um empreendimento sem medo de ser feliz. Arregaça as mangas e vai à luta, acreditando e apostando em lugares onde muitos se recusam até a passar. Torcendo para um novo boom para o centro velho de Bauru. Dizem também que o Sampaio também já foi alugado e em breve mais novidades por ali.

3 comentários:

  1. VIA FACEBOOK AO CASO 1:

    Silvio Selva Por fora, bela viola. Por mais que as pessoas achem maravilhoso o prédio do Automóvel Clube, não o é: falhas estruturais, sem saídas de emergência ou acessibilidade, e ficou um local pequeno para o porte dessas fantásticas corporações. Quanto ao prédio da oficina cultural, vejo com carinho que o pessoal do D.A.C. em SP está trabalhando com o município para que ele tenha uma destinação de interesse para a cidade.
    Descurtir · Responder · 3 · 24 de setembro às 10:23
    Fernando Lima
    Fernando Lima O PRÉDIO DA ANTIGA OFICINA CULTURAL, ESTÁ FICANDO REALMENTE LINDO.......AINDA EM REFORMA.....QUE APARENTEMENTE ESTÁ QUASE PRONTA.
    Descurtir · Responder · 3 · 24 de setembro às 11:06
    Lazaro Carneiro Carneiro
    Lazaro Carneiro Carneiro lá pelos lados da Bela Vista existe um outro elefante branco que o governo abandonou é o C.S.U, hoje sub utilizado depauperado pelo tempo e abandono
    Descurtir · Responder · 1 · 24 de setembro às 11:14
    Henrique Perazzi de Aquino
    Henrique Perazzi de Aquino Vejo esses lugares todos abandonados e aqui do lado de casa sofro com o que acontece, por exemplo com a associação que cuida dos aidéticos, a Sapab Bauru, mais uma vez assaltada no último domingo, clamando por lugar para reinstalar, recriar e realocar tanta gente desassistida. Por que não começarmos a repensar esses lugares todos e ir direcionando e possibilitando algo novo. São ideias.
    Curtir · Responder · 4 · 24 de setembro às 11:51
    Rodrigo Agostinho
    Rodrigo Agostinho O CSU pertence ao Estado. Já cansei de pedir a doação deste espaço para a Prefeitura. O prédio da Oficina pode ser que seja transferido ao Município para se transformar em um Centro Cultural que poderá sim receber a Orquestra, a Banda e o Projeto Guri, além de tantos outros projetos. E o prédio do Automóvel Clube como não tem acessibilidade terá dificuldade em ser vendido. E já vou avisando: a Prefeitura não tem interesse em comprar este prédio.
    Descurtir · Responder · 6 · 24 de setembro às 13:09
    Lazaro Carneiro Carneiro
    Lazaro Carneiro Carneiro O sistema s poderia assumir o csu e contemplar aquela região
    Descurtir · Responder · 1 · 24 de setembro às 16:41
    Silvio Selva
    Silvio Selva Apoiado Rodrigo!!!
    Curtir · Responder · 24 de setembro às 17:16
    Henrique Perazzi de Aquino

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    André Zambelo
    André Zambelo Curto e direto Rodrigo gostei kkkk
    Curtir · Responder · 1 · 24 de setembro às 13:48
    José Eduardo Avila
    José Eduardo Avila o CSU ja teve seus dias de glorias, hoje pelas manifestações de varios internautas virou elefante branco porem existe pessoas que circulam e trabalham naquele local, se alguem puder nos informar, que tipo de trabalho é executado ali e a qual secretaria de estado pertence ?...
    Curtir · Responder · 1 · 24 de setembro às 13:55
    Carlos Eduardo Martins
    Carlos Eduardo Martins aqui em ilhabela, quem deve imposto tem o imóvel tomado pela prefeitura, muito mais justo, não acha?
    Curtir · Responder · 1 · 24 de setembro às 17:08
    André Zambelo
    André Zambelo Boa ideia Carlos....abraços amigo
    Curtir · Responder · 24 de setembro às 17:25
    Lazaro Carneiro Carneiro
    Lazaro Carneiro Carneiro aqui rico não paga e nem o nome é divulgado
    Descurtir · Responder · 1 · 24 de setembro às 17:26

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  2. RESPOSTAS VIA FACEBOOK AO CASO Nº 2:

    Silvio Selva acho muito bacana este prédio ser ocupado pela ATB, entidade séria e que tem o meu total respeito. Porém, o Retiro Dos Artistas foi inspirado na Associação de Auxílio Mútuo de Artistas Dramáticos., da França. E foi criado no período pós Primeira Guerra para dar apoio a artistas idosos e ou sem condições para se manter. Então, penso que primeiro deve-se conseguir a a sede, depois estruturar, depois ter uma entidade jurídica, depois ser dclarada de utilidade pública, depois conseguir se manter e depois sim, dar apoio a desamparados....
    Descurtir · Responder · 3 · 24 de setembro às 13:13
    Henrique Perazzi de Aquino
    Henrique Perazzi de Aquino Sim, tudo etapas a serem vencidas...
    Curtir · Responder · 1 · 24 de setembro às 13:14
    André Zambelo
    André Zambelo Grande Silvio sempre certeiro em seus argumentos....realmente o caminho é longo e desafiador mais concordo com o Henrique é preciso começar
    Descurtir · Responder · 2 · 24 de setembro às 13:58
    Henrique Perazzi de Aquino
    Henrique Perazzi de Aquino E se nada for feito, nada requisitado, nada sugerido, aquilo tudo continuará por lá abandonado e sem nenhuma utilização prática.
    Curtir · Responder · 3 · 24 de setembro às 16:49
    Kyn Junior
    Kyn Junior Atb Gestão Kyn Junior
    Curtir · Responder · 24 de setembro às 17:37
    Mariza Basso Formas Animadas
    Mariza Basso Formas Animadas Silvio Selva sabe que também temos por você o mais sincero carinho e respeito e ficamos gratos pela credibilidade que dá à Atb Gestão Kyn Junior; claro obviamente o caminho é esse mesmo, não tem como não ser, não seria possível acolher pessoas sem nenhuma estrutura e de forma irresponsável.
    Essa discussão de Casa para artistas começou há alguns anos atrás, pois víamos (e continuamos vendo) alguns amigos envelhecerem sem se preocupar com o futuro, alguns podem contar ainda com os pais, enquanto os tem. Essa discussão voltou a tona quando estávamos no calçadão e fomos abordados por um artista em situação de risco pedindo ajuda, estava morando na rua, havia sido assaltado, todo seu material de trabalho foi roubado, não tinha nem roupas para vestir, não podia mais dormir no albergue pois já havia ficado lá por vários dias e ainda estava doente e não conseguia tirar o cartão do SUS pois precisava de comprovante de residência (coisa que ele não tinha), a aparência dele era de um mendigo. Claro não podíamos virar as costas pra um artista nessa situação, tudo foi providenciado, filiamos ele na ATB, demos nosso endereço pra que ele conseguisse o cartão do SUS, providenciamos a volta dele pro albergue e conseguimos um figurino pra que retomasse seu trabalho.
    Após três dias ele saiu do albergue se instalou em um hotel, voltou ao trabalho e já não mais parecia um morador de rua, sua dignidade foi completamente restaurada. Essa história foi relatada a um agente cultural tão visionário como a gente e iniciou-se novamente essa discussão da Casa do Artista, com isso a sugestão do referido Hotel e essa possibilidade está sendo estudada com todo rigor e responsabilidade.
    Descurtir · Responder · 5 · 23 h
    Renato Magú
    Renato Magú Podem contar com o Ponto de Cultura Acesso Hip Hop e a Casa do Hip Hop Bauru... Apoiamos a criação da Casa dos Artistas....
    Descurtir · Responder · 4 · 22 h
    Mariza Basso Formas Animadas
    Mariza Basso Formas Animadas Obrigada Renato Magú
    Curtir · Responder · 2 · 22 h

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  3. RESPOSTAS VIA FACEBOOK AO CASO 3:

    Lazaro Carneiro Carneiro nem tudo está perdido isso vai arrastar outras coisas boas.
    Curtir · Responder · 24 de setembro às 20:25

    Jair Aceituno Muito bom. A iniciativa privada dando o tom que o poder público não consegue dar...
    Curtir · Responder · 24 de setembro às 21:02

    Jair Fontao Odria Com a ocupação das várias salas da antiga estação da NOB, e agora com o Pereirão, a revitalização daquela área está se iniciando e logo logo outras empresas virão e o sonho de todos será realizado.
    Curtir · Responder · 24 de setembro às 22:38

    Renato Magú Dizem as boas linguas, que a antiga Sampaio, dara lugar a um Bom Prato... Vou adorar, comida a 1 real, bem na frente do trabalho... kkkk... Maravilhosa a transformação que o centro velho esta sofrendo... Mais prazeroso ainda, é poder fazer parte disso tudo...
    Curtir · Responder · 24 de setembro às 22:43

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