sábado, 31 de outubro de 2015
COMENDO PELAS BEIRADAS (07)
EM BRASÍLIA DF, SALVO POR UM TAL DE “PAULICÉIA” Brasília, a capital federal é uma terra sui generis. Viver por lá não deve ser nada fácil. Todas as vezes que passei por lá, senti uma grande dificuldade de locomoção, tudo muito distante, acessos praticamente impossíveis a pé. Uma cidade toda pensada para o bicho carro. Aqueles imensos conjuntos, tudo devidamente divididinho, juntados de forma separada (sic), ou seja, não misturando as bagunças todas existentes em todos os demais lugares país afora. Aquela sisudez, anexa ao ar seco, calor intenso, torna a cidade pesada, mas quando acrescida do fato político, daí atinge índices estratosféricos de inapetência, falta de ar, muito além do rarefeito. A grosso modo, principalmente para o visitante que vem pela primeira vez ou passa curtos períodos, uma cidade de difícil trato.
Mas qual a saída? Como amenizar isso? Conto uma, ou melhor, duas. Primeiro que, Brasília não é só ela, pois suas cidades satélites são bem diferentes daquela organização que, pensada lá atrás, deu certo só em partes. Nas demais cidades da Grande Brasília, a cara mais permeável do Brasil misturado, temperado e malemolente. Mas quando centro o foco somente nela, o perímetro urbano por ela delimitado, escarafuço a existência de saídas além daquelas amplas avenidas. Algumas conhecidas. Sempre ouvi dizer maravilhas de seus bares. Acredito serem eles a válvula de escape daquele negócio com as engrenagens meio travadas. A vida humana na sua essência pulsa nas transversais da cidade, nos cantinhos mais inesperados, em espécies de oásis embutidos no seu intestino, feito um imenso armário e nele algumas gavetas cheias de maravilhamentos. É isso que salva uma cidade.
Em setembro passei alguns dias por lá num congresso acadêmico. Na escolha do hotel, da rede Bittar, o Grand Bittar Hotel, na SHS qd5 DLA, numa área só com hotéis, nada de bares, um shopping ao fundo e um posto de combustível com uma loja de conveniência de gosto discutível. Mas como se safar disso? Tivemos sorte (eu e Ana Bia, minha companhia na maioria das andanças mundo afora). Na chegada, por pura sorte, demos de cara com uma convenção de reciclagem do programa Mais Médicos e circulando pelo hotel, em dias alternados, quase todos os cubanos trabalhando no país. Foi o que nos fez encarar o entorno com maior leniência, afinal, o bom mesmo estava no hotel. Conviver com os cubanos foi algo pra lá de bom. Trago excelentes recordações deles todos.
Mas o que fazer além do programa acadêmico? Afinal, ninguém vai para um Congresso só para somente se ater ao roteiro do mesmo. Respirar é preciso. Bebericar algo, idem. Famoso em Brasília e com histórias correndo país afora o fato da cidade receber o justo título de Cidade do Choro. Conhecido de todos o fato da grande concentração de músicos chorões e nesse quesito, nada melhor do que conhecer, botar os pés no lugar onde a referência está melhor representada, o Clube do Choro. Como ir lá e não conhecer o tal lugar? Seria o mesmo que ir a Roma e não ir espiar a janelinha do papa. Fomos numa noite de segunda, casa não tão cheia, inscrições musicais por todos os lugares, gente tocando já no hall de entrada, uma escola de choro e um grupo da cidade se apresentando a partir das 21h.
Lugar para esquecer que do lado de fora está a tal Brasília, tendo que conviver com gente como os Eduardos Cunhas, hoje, infelizmente, predominando por tudo quanto é lado. Ali vi poucos desses, pois acredito que esses mais abilolados nem gostem de música de qualidade, muito menos de cevada (ainda bem). A fina flor musical no palco, mas cervejinha só em long neck e um tanto cara. O show acaba, estava numa segunda e tudo se finda. Um lugar difícil de chegar e mais difícil de sair, ainda mais depois das 22h, localizado no Setor Divulgação Cultural Bloco G, Eixo Monumental, para mim incerto e não sabido, mais desencontrado que encontrado. Só de carro, no nosso caso de táxi . Não queríamos ainda ir para o hotel. Lembramos de uma dica dada pela moça que nos vendeu o ingresso do show. Quando lhe perguntamos de um lugar mais maneiro, um verdadeiro botequim candango, ela nos disse algo assim: “Vou dar uma dica, é do meu namorado, o Raul Filho, chama-se Paulicéia, botequim mesmo e na Asa Sul 123. Acho que vão gostar”.
Pronto foi o suficiente. O táxi no deixou na porta. Ao descer o achava com cara de restaurante meia boa, mas ao adentrar espiei as paredes e nela vi quadros e inscrições variadas e um jovem barbudo detrás do balcão, o tal Raul e lá no fundo um quintal. E nesse quintal, mesas debaixo de árvores e quase aos fundos de um dos conjuntos residenciais. Achamos o que queríamos. Foram dois dias (noites, viu!), num com três pessoas e noutro com seis. Veja o que achei deles numa resenha gastronômica: “A memória afetiva de muitos brasilienses encontra abrigo na parte de trás do Paulicéia, onde mesas de plástico são protegidas pelas sombras de árvores. Neste bar, aberto em 1966, o clima descontraído faz com que o cliente se sinta em casa e dê pouca importância à simplicidade do lugar. Quem contribui para esse astral é o português Raul Cautela, no comando do endereço desde a inauguração. Prestes a comemorar cinquenta anos, o boteco mantém como trunfo a deliciosa picanha assada na brasa (R$ 75,00 o quilo) e a feijoada servida aos sábados (R$ 38,50 o quilo). Para gelar a garganta, nada como um copo de Original, Heineken ou Serramalte (R$ 8,50 cada uma).”.
O Paulicéia virou nossa embaixada na sisuda e quente Brasília. Lá o papo fluia gostoso, num dos dias o jogo do Botafogo rolava numa TV e noutro um do Vasco, dois cariocas, um ganhando e outro perdendo. Nas mesas, uns choravam e outros riam, tudo em voz alta e com o churrasqueiro com seus apetrechos no meio do descampado e atendendo pedidos mil de churrasquinhos aos estilo “gato”. Provamos alguns e com cevada, todos aprovados. No blog candango “Nós dois – Comida, cerveja e viagem”, um algo mais deles: “Pessoas, que o Paulicéia tem a melhor picanha na brasa da cidade a gente já sabia. Daí, bastou uma referência a mais para marcamos um encontro por lá. A idéia era simples: bater papo, comer picanha e beber Original. (...) A picanha realmente é de comer de joelhos. Não é barata, verdade seja dita, mas é muito, muito boa e eu já quero voltar com mais frequência. A peça custa R$ 28,00, serve bem, como petisco, 2 a 3 pessoas chega na mesa ao ponto, macia, suculenta e acaba com uma velocidade incrível. (...)Comemos também queijo coalho, por R$ 3,00, e a Linguiça de Formiga, por R$ 18,00. O Paulicéia é também famoso pela feijoada, aos sábados, e pela comida nordestina pesada, tipo dobradinha, rabada... tem para todos os gostos. (...) Gostei muito! Bom para ir de turma, sentar lá fora embaixo das árvores, bater papo, beber e comer muito bem. Recomendo!”.
Os caras, o Raul pai e o Raul filho estão no facebook e podem ser espiados clicando a seguir:https://www.facebook.com/PauliceiaBareRestaurante/?fref=ts. Raul veio falar conosco várias vezes, assim como o churrasqueiro e os garçons, todos simpáticos. Conhecemos também o Raul pai, o que abriu o negócio, um pequeno botequim e ele foi se firmando ao longo dos anos, com mais e mais clientela. Deu para perceber que, saem do trivial do barzinho todo arrumadinho, desses com tudo no devido lugar, mas com flatulência no quesito principal, o de sacar como deve ser isso de botequim. Ali tudo em cima. Olhar os recortes de jornais, textos já publicados, frases copiadas e emolduradas, tudo junto dá a bela cara desse lugar, escolhido por nós como um oásis por lá. Dessa forma, recomendamos. Quando tudo estiver pra lá de bravo, clima de fim de mundo, situação insustentável, difícil de ser vergado, nada como uma passadinha no Paulicéia para o devido recarregar de baterias.
São lugares assim que salvam uma viagem...
sexta-feira, 30 de outubro de 2015
DIÁRIO DE CUBA (76)
MEDICINA FUTURISTA DE STAR TREK, SÉCULOS XX E XXIV – E BAURU, OS MÉDICOS CUBANOS? O AVANÇO É PARA QUEM??? Trabalhei a segunda passada inteira com a TV ligada. Um olho no gato, o trabalho, outro no peixe, a sessão da Câmara dos Vereadores. Por lá três médicos bauruenses. Inevitável ao vê-los e ouvi-los falando a lembrança de um velho e imprescindível filme, o “STAR TREK IV – DE VOLTA PARA CASA”, do cineasta Leonard Nimoy, 1986. Como todos da série, uma futurista saga com a nave Entreprise, dessa vez voltando para a Terra. Essa nave por si só é, em primeiro lugar, um mundo á parte. Lá algo, ainda totalmente impossível nesse aqui do lado de fora, a verdadeira democratização (sic) do planeta e integração dos povos. Todas as raças ali representadas e vivendo em harmonia, auxilio mútuo e deliberado. O melhor de uma sendo juntado ao de outra e tudo para felicitar o planeta. É de causar inveja. Babo de ver. E não me canso.
Mas o que teria a ver o ‘tu’ a ver com as calças, ou seja, onde entra a alusão aos médicos com o filme, a própria medicina e coisa e tal? Conto já. O médico da Enterprise se chama Mc’Coy. Trata-se de um senhor de fino trato, humanista, desses seguindo à risca o tal juramento da profissão. O filme se passa no século XXIV e por um motivo lá deles se vêem obrigados a regressar ao ano de 1986. Imaginem a cena. Tchekov, outro tripulante, com forte sotaque russo perguntando sobre tecnologia nuclear em pleno EUA e tempos de declarada guerra Fria. Delatado, tenta fugir, ferido gravemente é detido e hospitalizado. Os tripulantes da nave ao saberem do fato montam esquema para o resgate no hospital, onde será submetido a cirurgia. Mc’Coy e Kirk, o comandante da nave definem um local dentro do hospital para se encontrarem, todos com disfarces de médicos. O médico se atrasa, pois no caminho, corredor lotado de pacientes, ele vai atendendo a todos. Diante de uma mulher deitada numa maca, horas ali esperando pelo atendimento, dor intensa e aguardando hemodiálise. Faz exames ali mesmo e lhe entrega alguns comprimidos. Ainda tenta sem jeito lhe dizer que se tiver problemas lhe ligasse, mas o máximo que tem é um sinal de frequência. Na cena seguinte ela refeita, saindo feliz sob os olhares perplexos dos médicos, rins renovados. “O dr me deu algumas pílulas e cresceu um rim novo”.
Ficção é ficção, filme é filme e impossível também querer comparar as tecnologias do século XX com as prováveis do século XXIV. Cruel foi constatar como realíssimo o trato com o ser humano ali escancarado na tela. Isso uma coisa. Teve outra e essa me chamou mais a atenção. Nunca me esqueço dessa cena. Mc’Coy e Kirk descem por um elevador, disfarçados de médicos e ouvindo a conversa de dois ali do hospital e conversando sobre os procedimentos da época, forma como atuam, métodos, essas coisas. O desdém deixa Mc’Coy possesso, logo ele, acostumado a tratar de nativos em distantes planetas, todos com a mesma dedicação. Levo em conta que, segundo o filme no século XXIV o dinheiro como conhecemos hoje já foi abolido e pelo menos na nave prevalece algo além disso. Dirige-se aos dois: “Vocês deveriam se envergonhar, parecem estar na própria Inquisição Espanhola”. Um deles ainda lhe responde: “Você tem alguma outra opinião, caro dr?”.
A cena é essa e com ela comparo atitudes de médicos materialistas e humanistas. Só isso, nada mais. Algo marcante de um velho filme. Olho para Mc’Coy e tento compará-lo com médicos reais de 1986 e de 2015. O bicho pega. Ele, infelizmente é personagem de pura ficção cinematográfica, portanto, fora da realidade. É tão adorado por legião de fãs mundo afora, chegando a receber homenagem desses em forma de uma música, a “Dr Mc’Coy Song”( https://www.youtube.com/watch?v=UkMsF_H8rws). Trata-se de um personagem que gosto demais da conta, mas sei, ele não é de carne e osso. Tão longe, tão impalpável.
Será que está muito longe esse tal de século XXIV? Enterprise venha a até nós, por favor.
quinta-feira, 29 de outubro de 2015
INTERVENÇÕES DO SUPER-HERÓI BAURUENSE (88)
GUARDIÃO LEVANTANDO TAMPAS... Algo movimenta o intestino da vida política da cidade. Dois agentes públicos, mais precisamente, dois vereadores e na plenitude de seus mandatos são gravados negociando valores para agilizarem um negócio financeiro. Tudo muito além do permitido pela função exercida. Dizem que as tratativas foram gravadas dentro do gabinete de outro edil. Esse o disque-disque, uma fita sendo enviado para uma terceira pessoa, com o intuito de que esse fizesse o estardalhaço e esse encaminha para averiguação, com data de anúncio previamente estabelecido para divulgação, exatamente hoje, 29/10/2015, quinta.
Guardião, o super-herói bauruense, sempre atento aos desmandos das entranhas dessa cidade, decididamente “sem limites”, se vê obrigado a comentar os últimos acontecimentos. “O estrago já está feito. Impossível em algo dessa natureza não vazar os nomes. Esses já circulam de boca em boca. Uma semana para divulga-los, tempo demais e excelente terreno para especulações variadas. Hoje, ao abrir o Jornal da Cidade, justamente na tal data marcada para abertura da caixa preta, para ser destampada a tal da tampa a encobrir uma ainda oculta Catacumba de Negociatas na cidade, numa notinha curta, lacônica, o que se espera não seja o encerramento da questiúncula: ‘a perícia da gravação ainda não foi concluída’. Devemos esperar por mais quanto tempo? Estamos às vésperas de um prolongado feriado, consumado com o de Finados, na próxima segunda. Diante dele questiono: Devemos desde já enterrar a denúncia? Se assim o desejam, acredito que devemos fazer um com certa pompa e justamente no feriado de Finados”.
O momento se mostra oportuno para abrir as tais CATACUMBAS DAS NEGOCIATAS em curso em Bauru, esse o pensamento de Guardião e de parcela significativa da cidade. Os próprios vereadores cogitam, segundo a Entrelinhas do JC, interpelar o denunciante judicialmente, pois “toda classe está sob suspeição”. Pedro Valentim recebeu a fita e estava tomando as medidas apropriadas, mas ao encaminhá-la para averiguação de autenticidade e com tudo vazando, as proporções escaparam da sua vontade de divulgar ou não. “Cabe a quem agora essa divulgação? Ao Ministério Público? À imprensa? À Câmara? À Pedro Valentim? Assim como o assunto vazou, os nomes dos veradores já estão na boca do povo. E agora? Fica o dito pelo não dito será inaceitável. Muitas perguntas no ar: Quem gravou? Onde gravou? Quem editou? Quais as empresas em questão? A quanto tempo ocorre algo dessa natureza? Que setor público é afetado? Como se posiciona a Prefeitura Municipal? E os nomes circulando de boca em boca, esses nada dizem?”, são perguntas levantadas por Guardião.
Dias atrás, Cláudio Lembo, ex-governador paulista, fundador do PSDB em entrevista ao jornal Valor Econômico afirma algo interessante sobre abertura de tampas e catacumbas: “A burguesia não quer que tampas sejam levantadas. Basta a Petrobras”. Simples assim e Guardião comenta o que entende disso tudo: “O poder nesse país é mesmo envolvente, alguns entram de boca, caem de língua e quando se veem já estão a praticar tudo aquilo que antes denunciavam como atrocidades. As tampas das atrocidades cometidas pelas elites, todos sabemos, não são facilmente levantadas, vide a criminalização dos responsáveis pelos desvios na AHB e os nomes dos maiores devedores na cidade. Quanto a outros negócios, talvez esses de agora sejam entregues e paguem pelos seus erros, enfim, não fazem parte da tal elite e sempre é melhor nesses e na maioria dos casos, entregar os anéis para não colocar o todo em risco. Já de levantar as demais tampas, as forças contrárias, não só as daqui de Bauru, mas de todos os lugares, elas são muito fortes, quase intransponíveis. Uma a uma podem ir caindo, ou de podre, de cansaço ou mesmo por descuidos e excessos, mas chegará o dia de cada uma delas”.
Obs.: Guardião é criação do artista Leandro Gonçalez (http://www.desenhogoncalez.blogspot.com.br/), com pitacos consistentes desse mafuento escrevinhador.
quarta-feira, 28 de outubro de 2015
UMA MÚSICA (129)
A DENÚNCIA QUE NÃO PODE SER VAZIA... – AS GRAVAÇÕES EM BAURU Décadas atrás Aldir Blanc escreveu e João Bosco musicou sobre essa tal de Denúncia Vazia. Lindo rever a letra abaixo e no clique a seguir um vídeo do youtube na voz de nana Caymmi: https://www.youtube.com/watch?v=-j32VxuyVCo
"Esquecer você/ Mas o correio traz as cartas/ Uma é sua/ Guardo sem abrir/ O telefone me assusta/ Deve ser você.../ Não/ Outro engano feito o nosso/ Me visto e saio/ O porteiro tem recado/ É teu!/ Não/ Aumentou o condomínio/ É melhor beber/ Um carro freia/ Alguém buzina/ Eu nem olho/ Voltam a insistir/ Meu deus, a marca/ O mesmo ano/ Tem de ser você/ Não/ Outro engano feito o nosso/ No bar, um par abraçadinho/ Mas não pode ser/ É!/ Quem mandou não ler a carta?".
Hoje aqui em Bauru a coisa é bem outra. O militante e jornalista Pedro Valentim recebe gravações anônimas incriminando agentes públicos. Propinas, barganhas e negociações espúrias em questão. A informação vaza e causa estardalhaço. Será vazia? Será cheia? Tempos atrás proliferou na cidade o que foi denominado de Império das Gravações. Um amigo foi pego em uma e perdeu seu cargo. Falo de Nelson Fio. E o que gravava tudo e todos continuou ileso, intacto.
Nesse algo novo no ar e pela forma como vejo sendo tratada a coisa, perigos no seu desdobramento. Alguém muito perto do denunciado gravou algo e enviou para Pedro, com o explícito interesse de jogar merda no ventilador. Não existe mais a mínima possibilidade disso ser abafado ou ocorrer impedimentos para sua divulgação. Essa semana, entre o anúncio da existência de uma fita com data pré-estabelecida para sua divulgação, muita coisa no ar e amplo recheio especulativo. Sete longos dias onde tudo pode ocorrer. Pedro diz que seu fone não para de tocar. Diferente da música, ele atende, além de todos os recados recebidos. O Correio deve estar uma loucura, gente inquieta e até sem dormir.
Na Denúncia Vazia da música, ela tarda, mas não falha. Um amor encerrado e o não querer nem mais abrir cartas e atender ligações. Quando o faz, tarde demais, a desocupação do imóvel é inevitável. Demorou demais. Quem mandou não ler a carta? Aqui, pelo que sei, a cidade toda está querendo ler a tal carta, ou seja, saber do conteúdo da gravação. No dito pelo não dito, não existe outra alternativa: esquecer jamais! Outro engano feito o ocorrido no passado. Não. O dia é amanhã e se passar disso, uma grande possibilidade da denúncia ir se tornando vazia. Pedro não deve deixar isso ocorrer. Aguardo e passo o tempo ouvindo a música: “Esquecer você/ Jamais...”.
A SACANAGEM EXPLÍCITA - SÓ NÃO ENTENDE QUEM NÃO QUER - MAS ISSO SÓ NÃO BASTA...
O tal do fechamento das escolas é FECHAMENTO mesmo e nada de readequação, transferência objetivada em consenso e estudos preliminares, essas baboseiras onde caem quem quer, incautos e aceitam os que só sabem dizer amém para Alckmin e seus asseclas. Estão diminuindo drasticamente a carga de gastos com a Educação e repassando tudo para os municípios. Fazem qualquer negócio. No momento em curso algo mais cruel. Vejam só. Todos os prédios das escolas fechadas se solicitadas pelos municípios podem ser repassadas a esses e sem custo. Dão de graça. Nada é de graça. Embutido todas as despesas futuras. E ninguém vai fazer nada contra esse governador???
Tenho aprendido algo mais nas minhas aulas de mestrado. Algo que todos sabemos, mas dificilmente colocamos em prática. Não basta esse tipo de REPÚDIO feito aqui pelas redes sociais. Isso representa muito pouco, quase nada. Achar que um mero posicionamento contrário postado aqui é suficiente e depois volto para minha rotina e tudo continua como dantes e saio como se tivesse feito algo é muito COMODISMO. Nada é igual a ação concreta. Ação concreta pode ser feita por uma, duas, três, quatro ou quantas pessoas comparecerem, mas precisa ser retomada e já. Transformação pelas redes sociais é isso, eu me posiciono, muito pouca gente lê e tudo continua como dantes. Enquanto não formos para a rua e enfrentarmos esse touro a unha nada vai ser transformado. Eles se sentem muito a vontade para continuar fazendo tudo o que fazem. Portanto, isso que faço aqui é muito bonitinho, demonstra o que penso, mas não passa disso. Ação concreta e transformadora, revolucionária é outra coisa completamente diferente. E essa, nem eu, nem tu e nem o rabo do tatu estamos mais fazendo. Precisamos é botar o bloco na rua, isso sim transforma a situação.
Tenho aprendido algo mais nas minhas aulas de mestrado. Algo que todos sabemos, mas dificilmente colocamos em prática. Não basta esse tipo de REPÚDIO feito aqui pelas redes sociais. Isso representa muito pouco, quase nada. Achar que um mero posicionamento contrário postado aqui é suficiente e depois volto para minha rotina e tudo continua como dantes e saio como se tivesse feito algo é muito COMODISMO. Nada é igual a ação concreta. Ação concreta pode ser feita por uma, duas, três, quatro ou quantas pessoas comparecerem, mas precisa ser retomada e já. Transformação pelas redes sociais é isso, eu me posiciono, muito pouca gente lê e tudo continua como dantes. Enquanto não formos para a rua e enfrentarmos esse touro a unha nada vai ser transformado. Eles se sentem muito a vontade para continuar fazendo tudo o que fazem. Portanto, isso que faço aqui é muito bonitinho, demonstra o que penso, mas não passa disso. Ação concreta e transformadora, revolucionária é outra coisa completamente diferente. E essa, nem eu, nem tu e nem o rabo do tatu estamos mais fazendo. Precisamos é botar o bloco na rua, isso sim transforma a situação.
terça-feira, 27 de outubro de 2015
RETRATOS DE BAURU (178)
ADHAM É MAIS QUE CORINGA, BATE UM BOLÃO NAS ONZE
O mundo é mesmo cruel e insano. Não existe nada mais encantador do que ver jovens sempre bem dispostos, lúcidos, prontos para aprender e também cheios de gás, entusiastas em tudo que fazem. Alguns sempre despontam mais que os demais, isso natural em tudo nessa vida. Aquela vontade interior de ser, fazer e acontecer, aliada ao saber fazer e estar nos lugares certos, adequados, torna a pessoa um ser cheio de luz mais que própria. A crueldade do mundo é quando uma dessas pessoas, uma das mais dispostas é colocada à prova, algo para fazê-la pisar no freio, mas ela não o faz. Aí é que acelera. Quando vejo esse valente e bravo guerreiro acelerando, imquebrantável disposição, percebo que tenho que acelerar também. Ele impulsiona muitos pelo caminho. Eu um deles.
ADHAM FELIPE MARIN é um meninão na flor da idade, tão jovem, tão cheio de acertadas realizações em tão poucos anos e já com algumas provações pela frente. A vida nem sempre nos é doce, mas nem por isso devemos esmorecer, entregar os pontos, abaixar a cabeça e se resignar. Esse jovem e abnegado realizador já fez quase de tudo em sua vida e mesmo assim não para de continuar fazendo. Está com o diploma de Jornalista fresquinho, um experiente foca, sempre com muita garra, essa para dar e vender. Não para de marcar presença nas mais diferentes ações sociais cidade afora. Num dia está metido debaixo de uma ponte, vendo como pode arrumar passagens para retirar mais um dos moradores da rua, no outro está distribuído brinquedos numa favela, noutro cantando no coro das missas do padre Beto e pode também muito bem estar pintado e cantando para doentes nos mais diferentes hospitais. Adham tem disposição de ferro, desses que devem quando conseguindo deitar, dormir o sono dos justos, tal a intensidade vibratória com que atravessa os dias. Não o convidem para mais nada, por favor, pois ele não sabe dizer não e vai e vai, sai de um lugar e já aporta em outro. Num tratamento de saúde perdeu os cabelos, mas isso não é motivo para vê-lo escondido, muito pelo contrário, ele agora parece botar mais e mais o bloco na rua. Sua vida não é nada rotineira, cheia de boas atribulações, dessas que recarregam a existência humana. Para os que se cansam só de vê-lo em ação, ele continua pela aí, fazendo e acontecendo, sapeca, arteiro, atrevido, audaz, lépido e fagueiro. Ele é tudo isso e muito mais, ou seja, definições não lhe grudam assim tão facilmente, pois se hoje é uma coisa, amanhã certamente é outra. E sempre do lado do bem. Danado.
segunda-feira, 26 de outubro de 2015
O QUE FAZER EM BAURU E NAS REDONDEZAS (69)
GOLPISTA PASSOU POR BAURU E RECEBEU GUARIDA – CAVALEIRO DA TRISTE FIGURA ÀS AVESSAS
Toda vez que me deparo com a imagem desse nada ilustre senador por São Paulo, ALOYSIO NUNES FERREIRA, a imediata lembrança é de Plínio de Arruda Sampaio. Esse último, ilustre nas atitudes de uma vida inteira integra e dentro do bom senso, certa vez foi inquerido por ter saído da direita e ter ingressado na esquerda, como se isso contivesse algum demérito. Do alto de sua sapiência tascou algo que o imortalizou: “Fui salvo. Imagine o contrário, saindo da esquerda e adentrando a direita, daí sim estaria irremediavelmente sem salvação”. Aloysio, que ontem passou por Bauru é desses irremediavelmente perdido, um ser sem salvação vagando no mundo das assombrações. Triste sina, bofes sempre pra fora, cansativo discurso excludente, renegando seu passado e ao lado de tudo o que possa por as asinhas para fora de conservadorismo, pedantismo e inutilidade política.
Abro o Jornal da Cidade de hoje e vejo sua triste figura com foto ilustrando pequeno pedaço da primeira página. O discurso não muda, desde que aderiu de mala e cuia para o que de pior temos dentro do atual momento brasileiro. Conspira a favor do golpe, mas alega tudo ser feito com embasamento, fundamentado pelos próceres do atraso e do andar para trás. Na sua mais contundente frase, eis o querer demonstrar uma coisa e na prática fazer exatamente o contrário. Disse o gajo: “O Brasil precisa de definição sobre impeachment para sair da crise”. A definição já está dada e em mais de uma vez, ou seja, impraticável o impedimento da presidenta nas atuais circunstâncias, isso já referendado pelo STF. Só que pessoas como ele e todo o pessoal do seu partido insistem, batem de novo na mesma tecla, refazem o pedido várias vezes, ou seja, até agora não aceitam terem perdido as eleições. Espumam pelo canto da boca e até xingam seus oponentes, tudo quando lhes faltam argumentos convincentes. E faltam sempre.
Esse “cavaleiro da triste figura” às avessas (Don Quixote tudo de bom, sua versão ao contrário, tudo de ruim) é um ser vagando por onde passa, beirando não só o ridículo, como algo perigoso, propagador de golpes múltiplos e variados, tudo para favorecer sua linhagem política, a mais entreguista dentre todas as que hoje infelicitam o país. Por onde passe, o melhor mesmo é jogar uma pesada carga de sal grosso, para desanuviar o mau agouro provocado por tão insensata pessoa. Já vai tarde...
Querem conhecer Aloysio Nunes Ferreira, não o de décadas atrás, mas o de hoje, cliquem a seguir: https://www.youtube.com/watch?v=yuO6wPidF7I
Chico Buarque de Hollanda, meu eterno maestro das boas letras faz o sinal que todos os sensatos poderiam ter feito ao vetusto senador da República na saída de seu convescote na USC. Estaria muito bem sinalizado.
Tempos atrás éramos muito mais impertinentes com nossos algozes, hoje nem tanto...
O RESULTADO DA ELEIÇÃO DE ONTEM NA ARGENTINA NÃO ME SURPREENDE - JÁ VI ESSE FILME, IGUALZINHO AQUI - DOIS PAÍSES DENTRO DO MESMO ESPAÇO FÍSICO, LÁ E AQUI - AMBOS MAIS QUE DIVIDIDOS
Foi exatamente essa divisão, esse país dividido o que gerou em Aécio ele não aceitar sua derrota e tentar seguidos impedimentos arbitrários. O segundo turno argentino vai ser pegado, pau a pau, exatamente como foi aqui. As consequências disso aqui foi que Dilma, mesmo vitoriosa no pleito se viu enfraquecida quando se isolou e não buscou o apoio nas ruas de quem a elegeu, algo que, presumo, não deva acontecer na Argentina. Aliás, esse o diferencial deles, as massas são chamadas para as "calles" e aqui são mantidas afastadas das "ruas". O pau come lá e cá, mas nem tudo está perdido. Vai ser um segundo turno de arrasar quarteirão. Duvido que Macri, perdendo no segundo turno aceitará o resultado das urnas de forma pacifica e clamará pela mesmo ajuda que vejo Aécio clamando aos céus até hoje.
http://www.pagina12.com.ar/…/elpais/1-284701-2015-10-26.html
ISSO ME FAZ RECORDAR UM TEXTO QUE PUBLIQUEI NO BLOG TEMPOS ATRÁS, 15/07/2011, FITO PÁEZ E A METADE. Releia clicando a seguir:
http://mafuadohpa.blogspot.com.br/search?q=FITO+P%C3%81EZ,+UM+ARTISTA+QUE+N%C3%83O+PERDE+O+BONDE+DA+HIST%C3%93RIA
Foi exatamente essa divisão, esse país dividido o que gerou em Aécio ele não aceitar sua derrota e tentar seguidos impedimentos arbitrários. O segundo turno argentino vai ser pegado, pau a pau, exatamente como foi aqui. As consequências disso aqui foi que Dilma, mesmo vitoriosa no pleito se viu enfraquecida quando se isolou e não buscou o apoio nas ruas de quem a elegeu, algo que, presumo, não deva acontecer na Argentina. Aliás, esse o diferencial deles, as massas são chamadas para as "calles" e aqui são mantidas afastadas das "ruas". O pau come lá e cá, mas nem tudo está perdido. Vai ser um segundo turno de arrasar quarteirão. Duvido que Macri, perdendo no segundo turno aceitará o resultado das urnas de forma pacifica e clamará pela mesmo ajuda que vejo Aécio clamando aos céus até hoje.
http://www.pagina12.com.ar/…/elpais/1-284701-2015-10-26.html
ISSO ME FAZ RECORDAR UM TEXTO QUE PUBLIQUEI NO BLOG TEMPOS ATRÁS, 15/07/2011, FITO PÁEZ E A METADE. Releia clicando a seguir:
http://mafuadohpa.blogspot.com.br/search?q=FITO+P%C3%81EZ,+UM+ARTISTA+QUE+N%C3%83O+PERDE+O+BONDE+DA+HIST%C3%93RIA
domingo, 25 de outubro de 2015
MEMÓRIA ORAL (188)
A SUBIDA PARA A SÉRIE AIII DE 2016*
* Escritos rápidos dessa HPA, produzidos de uma só sentada, logo após a contenda Noroeste 2 x 2 Fernandópolis, hoje 10h, estádio Alfredo de Castilho, Bauru SP, quando o centenário Esporte Clube Noroeste saiu da Série A4 e voltou para a A3 do Paulistão:
A contenda foi hoje e a emoção não me sai do corpo desde então. O jogo começo às 10h e acabou exatamente 12h, mas a tremedeira ainda não cessou. Por mais que um noroestino diga estar, quando lá no campo de jogo o negócio pega e sabíamos que o bicho hoje seria feio, jogo duro de roer. Frente a frente um time que sempre se mostrou melhor que o nosso, mas tínhamos que enfrentar esse touro a unha. E assim foi feito. O campo lotou e as mais de oito mil pessoas que lá compareceram acreditavam que seria possível chegar lá.
Difícil foi já estacionar o carro. Tudo lotado e olha que cheguei meia hora antes do jogo. Parei num posto de combustível na Wenceslau Brás, quase 1 km distante do estádio. Quiz ir só, pois foi minha intenção fotografar livremente as pessoas, os amigos, os noroestinos lá presentes. Comprei meu ingresso no posto defronte o estádio com o Zé Marcelo Corrales, que junto de uns amigos bebericavam uma cevada antes das 10h. Hoje, todo mundo por lá começou cedo e acredito que até alguns tenham emendado. Engarrafamento para chegar ao estádio. Quer melhor coisa para demonstrar o amor que esse povo tem pelo time de sua aldeia. É um amor meio que adormecido, mas quando instigado, ele floresce, como hoje. Ambulantes por todos os lugares. Gente aos borbotões.
Hoje, por incrível que pareça ingresso tinha aos montes lá fora e não vi gente tentando vender mais caro do que o combinado, os tais R$ 10 reais. O que demorou um pouco foi para entrar em campo. A imensa fila era para entrar no campo e mesmo afunilada, sem reclamações, todos entraram e de uma forma um tanto rápida. E tudo aberto, não existia hoje, como não existiu nesse campeonato inteiro, nenhum lugar especial. Em todos os jogos todos os lugares estavam, disponíveis para tudo e todos. Tanto que a Sangue, que antes se reunia debaixo dos eucaliptos, desde o começo desse campeonato mudou de lugar e agora, está na parte debaixo das grades da arquibancada central. A Falange escolheu outro lugar e fica do lado direito, fora das arquibancadas.
Bonito ver os moradores das casas defronte o estádio todas devidamente integradas ao espírito do jogo. Muitas delas viraram bares e comercializavam bebidas e comidinhas. Júlio César Penariol, da TV Unesp estava de prontidão do lado de fora e gravando um especial sobre a contenda, como me lembro bem, fez do último jogo do ano passado, o do rebaixamento. Ele me entrevistou naquele dia e hoje disse querer fazê-lo novamente, mas tinha tanta gente que, não foi mais possível esbarara nele durante o jogo todo. Mas ele deve ter feito belas entrevistas, pois mesmo com a tensão gerada pela emocionante partida, no final todos puderam estravazar a contento.
Não me atrevi a querer sentar hoje nas arquibancadas, mesmo liberadas, pois estavam abarrotadas de gente. Fui para o lado dos eucaliptos e lá, algo maravilhoso a recordar os velhos tempos. Na escolha dos lados, coube ao Fernandópolis atacar para esse lado e muitos como eu se levantaram e fomos correndo para o outro lado, como fizemos uma vida inteira. Fazia um bom tempo que não corria para pegar um lugar do outro lado e hoje fiz isso novamente. E o jogo começa e nos primeiros minutos o Noroeste parece que irá fazer uma bela partida. tenta enfrentar seu adversário de igual para igual. Com menos de dez minutos dá para perceber que o bicho vai pegar. O time deles joga redondinho, não pensa duas vezes para dar um chutão para os lados em caso de apertos. Não pipocam, chutam logo para os lados, enquanto vejo jogadores do Noroeste querer sair jogando em momentos de aperto. Sufoco.
O gol deles numa bobeira e o cara fica livre diante do nosso goleiro que nada pode fazer. Foi uma ducha de água fria, mas como o jogo estava começando, não vi ninguém gritando e reclamando. Todos estavam entendendo das dificuldades, mas acreditando ser possível. O empate veio naturalemnte, num belo gol de cabeça do artilheiro do time, um que fez gol esse ano até em pensamento. A virbração foi contagiante e esse número 11, não deve mesmo permanecer num time pequeno por muito tempo. O cara sabe fazer gol. A alegria durou pouco e o desempate deles veio de falta, com três ameaçando chutar e deixando para o último, que nem bateu forte, nem distante do goleiro, mas na movimentação dos batedores deve ter se distraído. Viraram em 2x1.
Apreensão geral. Fui andar pelo estádio. José Eduardo Zé Loca Gol estava roendo as unhas e dizendo: "O bicho pegou...". é sempre bom reencontrar gente conhecida e amigos no estádiuo. Fiz questão da foto do belo casal de amigos aposentados ambos lá dos Correios. ELes me encorajaram: "Vamos virar". Desci e fui ficar junto do pessoal da Sangue e de quem estivesse por ali. Muitas fotos e um pouco de tensão no ar, pouca conversa e a maioria um tanto cabisbaixo. Muita gente, desses que faziam tempo que não iam ao campo. Siva Tiba me encontra na escada e me chama de professor: "Vai dar, professor, acredite...".
Começo o segundo tempo tentando ver o jogo lá dos lados dos eucaliptos, o lado que o Noroeste estava atacando. Abraço o Brás do Quintal, converso com Pedro Valentim Benedito, ando de uma lado para outro e não consigo me sentar. Quando deu uns vinte minutos e nada de gol, não aguentei, desci rente ao alambrado e fui caminhando até o lugar onde estava a Sangue. Queria sentir o clima lá com eles. Lá pelos 35', quando saiu o gol de empate do Gustavo Henrique, vi pelo menos tr~es pessoas chorando e os cito,Jose Roberto Pavanello Silva, Sinuhe Preto e o irmão doPaulo Sergio Pavanelli (faltou a Helena Pavanelo, que deve estar chorando lá no Rio, como o Reynaldo em New Jersey). Foi muita alegria.
Depender de outro jogo e precisar vencer ou ao menos empatar e o resultado embaçando diante dos olhos é algo para matar qualquer um do coração. A explosão de alegria foi demais da conta e passei a fotografar alguns nesse estado de extase e contentamento. Deu para perceber que para o fernandópolis tudo estava nos conformes, pois com o empate estava chegando á final do campeonato, nós conseguimos subir e a Inter de bebedouro que precisava fazer uma diferença de seis gols para ficar no nosso lugar, só fez 4 de diferença. A vaga era nossa. Voltamos para a Terceira. Ufa! Daí começa uma festa dentro do campo, pois a do lado de fora estava de arrepiar. Numa faixa algo do retorno, dirigentes se abraçam e por fim, Victor Hugo vem até o alambrado abraçar os torcedores.
Tinha jogador até de cueca dentro do campo. Alguns pereferiram se isolar, numa demonstraçã ode descontração, de alívio e uma boa parte não queria arredar pé. Fui fotografando uns na saída, como Bruno Mestrinelli, o pessoal de Presidente Alves, as crianças brincando com a cavalaria, o Chiquinho Saes da Tradição e o pessoal indo caminhando pelas ruas ainda bloqueadas para acesso de carros. No caminho um adesivo num carro chama a atenção e penso eu: "Quero um". Tá na hora de alguém mandar fazere adesivos para carros do Noroeste, hem! Passo em frente a Torcida Sangue Rubro e vou buscar meu carro, ainda encontrando com o jornalista Sergio Bento, que veio lá de Cafelândia só para assistir ao jogo e arrebanhou contigo o João Pedro Fezalá do JC. Desci a Wenceslau tentando dirigir e fotografar nas paradas os torcedores com camisas e bandeiras para fora dos carros.
Dispersei de todos e quase uma hroa depois, quando ia almoçar com o pai e Ana Bia Andrade, eis que o inesperado se apresenta diante de nós. Uma carreata com os jogadoresem cima de um trio elétrico e seguimos junto deles, seguindo muitos carros, pela avenida Rodrigues Alves e depois Nações Unidas. Eles estavam indo no Graal, mas acabei indo no sentido oposto. No restaurante Barão onde fui almoçar havia pelo menos uns quatro trajando a camisa noroestina e fomos abordados por todos os presente. Todos queriam saber do resultado. A cidade estava interessada nos destinos do Noreoste. Um deles, senhor de uns 60 anos, na despedida do restaurante me disse: "Minha camisa estava cheirando mofo, tirei do fundo da gaveta, mas estou de alma lavada". Eu também e todos os demais, as oito mil pessoas que estavam no campo hoje pela manhã.
Foi isso. Poderia passar horas aqui escrevendo sobre essa contenda e as pessoas, o que vi por lá, mas fico por aqui. Ano que vem tem mais. Um na saida dizia que o Mandaliti, da Concilig vai investir no Noroeste ano que vem. Tomara. Agora, nesse ano, antes das despedidas temos que agradecer efusivamente para o Ferroviária de Araraquara, pois sem ela nã oestaríamnos todos pimpões, alegres e felizes. Eles foram DEZ. Chegamos lá e agora me pergunto: Tdudo bem, estamos na AII, mas essa A4 movimenta os times quase o ano todo e na AIII voltaremos a ter jogos somente uns três meses por ano. Esse é o ruim da coisa.
Viva o Noroeste!!!
Abracitos do HPA para tudo, todas e todos...
A contenda foi hoje e a emoção não me sai do corpo desde então. O jogo começo às 10h e acabou exatamente 12h, mas a tremedeira ainda não cessou. Por mais que um noroestino diga estar, quando lá no campo de jogo o negócio pega e sabíamos que o bicho hoje seria feio, jogo duro de roer. Frente a frente um time que sempre se mostrou melhor que o nosso, mas tínhamos que enfrentar esse touro a unha. E assim foi feito. O campo lotou e as mais de oito mil pessoas que lá compareceram acreditavam que seria possível chegar lá.
Difícil foi já estacionar o carro. Tudo lotado e olha que cheguei meia hora antes do jogo. Parei num posto de combustível na Wenceslau Brás, quase 1 km distante do estádio. Quiz ir só, pois foi minha intenção fotografar livremente as pessoas, os amigos, os noroestinos lá presentes. Comprei meu ingresso no posto defronte o estádio com o Zé Marcelo Corrales, que junto de uns amigos bebericavam uma cevada antes das 10h. Hoje, todo mundo por lá começou cedo e acredito que até alguns tenham emendado. Engarrafamento para chegar ao estádio. Quer melhor coisa para demonstrar o amor que esse povo tem pelo time de sua aldeia. É um amor meio que adormecido, mas quando instigado, ele floresce, como hoje. Ambulantes por todos os lugares. Gente aos borbotões.
Hoje, por incrível que pareça ingresso tinha aos montes lá fora e não vi gente tentando vender mais caro do que o combinado, os tais R$ 10 reais. O que demorou um pouco foi para entrar em campo. A imensa fila era para entrar no campo e mesmo afunilada, sem reclamações, todos entraram e de uma forma um tanto rápida. E tudo aberto, não existia hoje, como não existiu nesse campeonato inteiro, nenhum lugar especial. Em todos os jogos todos os lugares estavam, disponíveis para tudo e todos. Tanto que a Sangue, que antes se reunia debaixo dos eucaliptos, desde o começo desse campeonato mudou de lugar e agora, está na parte debaixo das grades da arquibancada central. A Falange escolheu outro lugar e fica do lado direito, fora das arquibancadas.
Bonito ver os moradores das casas defronte o estádio todas devidamente integradas ao espírito do jogo. Muitas delas viraram bares e comercializavam bebidas e comidinhas. Júlio César Penariol, da TV Unesp estava de prontidão do lado de fora e gravando um especial sobre a contenda, como me lembro bem, fez do último jogo do ano passado, o do rebaixamento. Ele me entrevistou naquele dia e hoje disse querer fazê-lo novamente, mas tinha tanta gente que, não foi mais possível esbarara nele durante o jogo todo. Mas ele deve ter feito belas entrevistas, pois mesmo com a tensão gerada pela emocionante partida, no final todos puderam estravazar a contento.
Não me atrevi a querer sentar hoje nas arquibancadas, mesmo liberadas, pois estavam abarrotadas de gente. Fui para o lado dos eucaliptos e lá, algo maravilhoso a recordar os velhos tempos. Na escolha dos lados, coube ao Fernandópolis atacar para esse lado e muitos como eu se levantaram e fomos correndo para o outro lado, como fizemos uma vida inteira. Fazia um bom tempo que não corria para pegar um lugar do outro lado e hoje fiz isso novamente. E o jogo começa e nos primeiros minutos o Noroeste parece que irá fazer uma bela partida. tenta enfrentar seu adversário de igual para igual. Com menos de dez minutos dá para perceber que o bicho vai pegar. O time deles joga redondinho, não pensa duas vezes para dar um chutão para os lados em caso de apertos. Não pipocam, chutam logo para os lados, enquanto vejo jogadores do Noroeste querer sair jogando em momentos de aperto. Sufoco.
O gol deles numa bobeira e o cara fica livre diante do nosso goleiro que nada pode fazer. Foi uma ducha de água fria, mas como o jogo estava começando, não vi ninguém gritando e reclamando. Todos estavam entendendo das dificuldades, mas acreditando ser possível. O empate veio naturalemnte, num belo gol de cabeça do artilheiro do time, um que fez gol esse ano até em pensamento. A virbração foi contagiante e esse número 11, não deve mesmo permanecer num time pequeno por muito tempo. O cara sabe fazer gol. A alegria durou pouco e o desempate deles veio de falta, com três ameaçando chutar e deixando para o último, que nem bateu forte, nem distante do goleiro, mas na movimentação dos batedores deve ter se distraído. Viraram em 2x1.
Apreensão geral. Fui andar pelo estádio. José Eduardo Zé Loca Gol estava roendo as unhas e dizendo: "O bicho pegou...". é sempre bom reencontrar gente conhecida e amigos no estádiuo. Fiz questão da foto do belo casal de amigos aposentados ambos lá dos Correios. ELes me encorajaram: "Vamos virar". Desci e fui ficar junto do pessoal da Sangue e de quem estivesse por ali. Muitas fotos e um pouco de tensão no ar, pouca conversa e a maioria um tanto cabisbaixo. Muita gente, desses que faziam tempo que não iam ao campo. Siva Tiba me encontra na escada e me chama de professor: "Vai dar, professor, acredite...".
Começo o segundo tempo tentando ver o jogo lá dos lados dos eucaliptos, o lado que o Noroeste estava atacando. Abraço o Brás do Quintal, converso com Pedro Valentim Benedito, ando de uma lado para outro e não consigo me sentar. Quando deu uns vinte minutos e nada de gol, não aguentei, desci rente ao alambrado e fui caminhando até o lugar onde estava a Sangue. Queria sentir o clima lá com eles. Lá pelos 35', quando saiu o gol de empate do Gustavo Henrique, vi pelo menos tr~es pessoas chorando e os cito,Jose Roberto Pavanello Silva, Sinuhe Preto e o irmão doPaulo Sergio Pavanelli (faltou a Helena Pavanelo, que deve estar chorando lá no Rio, como o Reynaldo em New Jersey). Foi muita alegria.
Depender de outro jogo e precisar vencer ou ao menos empatar e o resultado embaçando diante dos olhos é algo para matar qualquer um do coração. A explosão de alegria foi demais da conta e passei a fotografar alguns nesse estado de extase e contentamento. Deu para perceber que para o fernandópolis tudo estava nos conformes, pois com o empate estava chegando á final do campeonato, nós conseguimos subir e a Inter de bebedouro que precisava fazer uma diferença de seis gols para ficar no nosso lugar, só fez 4 de diferença. A vaga era nossa. Voltamos para a Terceira. Ufa! Daí começa uma festa dentro do campo, pois a do lado de fora estava de arrepiar. Numa faixa algo do retorno, dirigentes se abraçam e por fim, Victor Hugo vem até o alambrado abraçar os torcedores.
Tinha jogador até de cueca dentro do campo. Alguns pereferiram se isolar, numa demonstraçã ode descontração, de alívio e uma boa parte não queria arredar pé. Fui fotografando uns na saída, como Bruno Mestrinelli, o pessoal de Presidente Alves, as crianças brincando com a cavalaria, o Chiquinho Saes da Tradição e o pessoal indo caminhando pelas ruas ainda bloqueadas para acesso de carros. No caminho um adesivo num carro chama a atenção e penso eu: "Quero um". Tá na hora de alguém mandar fazere adesivos para carros do Noroeste, hem! Passo em frente a Torcida Sangue Rubro e vou buscar meu carro, ainda encontrando com o jornalista Sergio Bento, que veio lá de Cafelândia só para assistir ao jogo e arrebanhou contigo o João Pedro Fezalá do JC. Desci a Wenceslau tentando dirigir e fotografar nas paradas os torcedores com camisas e bandeiras para fora dos carros.
Dispersei de todos e quase uma hroa depois, quando ia almoçar com o pai e Ana Bia Andrade, eis que o inesperado se apresenta diante de nós. Uma carreata com os jogadoresem cima de um trio elétrico e seguimos junto deles, seguindo muitos carros, pela avenida Rodrigues Alves e depois Nações Unidas. Eles estavam indo no Graal, mas acabei indo no sentido oposto. No restaurante Barão onde fui almoçar havia pelo menos uns quatro trajando a camisa noroestina e fomos abordados por todos os presente. Todos queriam saber do resultado. A cidade estava interessada nos destinos do Noreoste. Um deles, senhor de uns 60 anos, na despedida do restaurante me disse: "Minha camisa estava cheirando mofo, tirei do fundo da gaveta, mas estou de alma lavada". Eu também e todos os demais, as oito mil pessoas que estavam no campo hoje pela manhã.
Foi isso. Poderia passar horas aqui escrevendo sobre essa contenda e as pessoas, o que vi por lá, mas fico por aqui. Ano que vem tem mais. Um na saida dizia que o Mandaliti, da Concilig vai investir no Noroeste ano que vem. Tomara. Agora, nesse ano, antes das despedidas temos que agradecer efusivamente para o Ferroviária de Araraquara, pois sem ela nã oestaríamnos todos pimpões, alegres e felizes. Eles foram DEZ. Chegamos lá e agora me pergunto: Tdudo bem, estamos na AII, mas essa A4 movimenta os times quase o ano todo e na AIII voltaremos a ter jogos somente uns três meses por ano. Esse é o ruim da coisa.
Viva o Noroeste!!!
Abracitos do HPA para tudo, todas e todos...
sábado, 24 de outubro de 2015
ALFINETADA (138)
MEUS TEXTOS N’O ALFINETE DE PIRAJUÍ – JUNHO/JULHO 2003
Relembrar é preciso. Pensando assim, estou postando textos de minha lavra e responsabilidade publicados n’o Alfinete, o semanário da vizinha Pirajuí. Sete a cada mês, vou disponibilizando tudo o que produzi para eles. Nesse mês os escritos de 12 anos atrás:
Edição 223 – nº 155 – Quando é mesmo o próximo feriado? – publicado em 07/06/2003 Edição 224 – nº 156 – Três histórias sobre honestidade – publicado em 14/06/2003 Edição 225 – nº 157 – Eles não sabem com quem estão mexendo – publicado em 21/06/2003 Edição 226 – nº 158 – Baixaria na TV – publicado em 28/06/2003 Edição 227 – nº 159 – A fala e a escrita nossa de cada dia - publicado em 05/07/2003 Edição 228 – nº 160 – Teologia da Libertação – publicado em 12/07/2003 Edição 229 – nº 161 – A devolução de uma linha de telefone – publicado em 19/07/2003
sexta-feira, 23 de outubro de 2015
PRECONCEITO AO SAPO BARBUDO (95)
DESABAFO DE SEXTA - DESISTINDO DO BRASIL
Dá vontade... Ouço por onde vou da tal corrupção petista. Sim, ela existe, algo concreto, palpável e amplamente divulgada, perseguida e com muita gente já até pagando pelos seus erros. Isso um fato concreto, palpável. O mensalão não existiu como de fato apregoado, mas seus próceres todos estão devidamente, ou enjaulados ou penalizados, perseguidos diuturnamente. Ruim isso? Não. Ótimo, pois se algo de fato foi feito, que sejam mesmo levados aos tribunais e paguem pelo que fizeram. Isso uma coisa, mas só isso não basta. O clima de ódio criado em torno do PT e mantido sem tréguas, pelo visto ad eternum é algo surreal na história desse país. Tudo está sendo feito como se esses fossem os piores, os maiores ladrões, os maiores malversadores que já tivemos, a execração em formato de carne e osso.
Porém, a isenção de todos os demais já passou de todos os limites de qualquer tolerância. Tudo foi conduzido desde a prisão do Zé e dos demais para só eles pagarem por tudo. A mídia vende essa ideia a todo instante. Tudo o que ocorreu judicialmente ao PT ainda não ocorreu e pelo visto sem pressão não vai ocorrer aos demais. Algo muito pior que o dito Mensalão Petista foram outros tantos, inclusive um aqui em Bauru, o da AHB. E para esses, nada? Nada. O Judiciário se mostra aliado do que apregoa a mídia e faz vista grossa para enquadrar os demais escândalos. Foi assim em todos os demais. No caso HSBC nomes dos maiores sonegadores brasileiros, valores estratosféricos, todos empresários de muito quilates e todos escapuliram ilesos. No Lava Jato só petistas e uns poucos outros gatos pingados. Nada dos escândalos envolvendo gente de partidos como o PSDB. Por que isso? Por muito menos a mulher do tesoureiro do PT, o barbudo Vaccari foi presa e até agora a esposa do presidente da Câmara dos Deputados, o Eduardo Cunha, que comprovadamente assinou mundaréu de documentos lesando os cofres públicos nem sequer é mencionada de ser ouvida. Que avacalhação é essa?
Conseguimos extraditar um foragido da Itália e isso volta a comover a nação, mas ninguém move uma palha e tudo continua como dantes lá com o Cunha presidindo a Câmara. Perdemos a noção do certo e do errado. Criou-se um clima tão adverso ao PT que a simples menção do seu nome já é motivo de escárnio, mas outros tantos que fizeram e continuam a fazer muito pior continuam no bem bom como se nada fosse com eles. Aliás, alguns sabem de antemão que nada lhes acontecerá. A certeza da impunidade desses é como uma risada na cara de tudo e todos. É dessa forma que querem salvar o país da corrupção? Cunha, pelo visto, como serve aos interesses desses, mesmo comprovado corrupto, pode continuar no cargo. Por muito menos fomos para a rua e barbarizamos com alguns políticos e nada fazemos com gente dessa laia hoje conduzindo SP, esses acobertados por um povo bestificado e bestializado por uma ação cada vez mais predatório da mídia. Ou estão esses todos mais do que amortecidos, abobalhados ou fazem parte da sem-vergonhice em curso. Não dá mais acreditar nem mais na Justiça, hoje pendendo vergonhosamente para um dos lados em litígio. Mais e mais a bancada evangélica aprovando o que quer, excluindo algo duramente conquistado ao longo dos anos e todos batendo palmas. Onde vai dar isso? Muitos estão desistindo do Brasil, tal a safadeza embutida e agindo descaradamente por todos os lados. De que lado você está, ô meu?
HPA
O CRIME COMETIDO POR ALGUMAS IGREJAS NO BRASIL
Avacalharam já faz tempo essa tal de questão da fé. Virou caso de polícia e assim deve ser tratado a questão da proliferação desmedida dos que abusam da fé pública e exploram o semelhante. Quadros como esse do Zorra escancaram a questão. É exatamente isso, ou até pior o que acontece país afora e tudo impune. Todo vem, sabemos de tudo, a cena se repete e nã osei dos motivos até agora de tudo não ter virado um grande caso de polícia. Até quando? Se o país precisa ser passado a limpo a questão da isenção de impostos para cultos precisa ser revista e os que lesam o semelhante serem todos enquadrados e devidamente presos.
Cliquem a seguir e vejam como o programa ZORRA retratou a explícita sacanagem das igrejas com caixa registradora no púlpito: https://www.facebook.com/caipiradacidade2014/videos/1674785562753703/?pnref=story
Cliquem a seguir e vejam como o programa ZORRA retratou a explícita sacanagem das igrejas com caixa registradora no púlpito: https://www.facebook.com/caipiradacidade2014/videos/1674785562753703/?pnref=story
quinta-feira, 22 de outubro de 2015
BAURU POR AÍ (119)
CONFISSÕES DO HPA – “ÁLBUM DAS PUNHETAS”, O DO ALDIR E O MEU, ESSE LEMBRADO POR CAUSA DE YONÁ MAGALHÃES
Semana passada li um belo texto sobre o Aldir Blanc, meu poeta maior, na Folha SP, o “O excêntrico sr Normal...” (http://www1.folha.uol.com.br/…/101182-o-excentrico-sr-norma…) e lá uma citação de algo a me trazer recordações inesquecíveis dos meus tempos de moleque, um tal de Álbum das Punhetas. No texto a citação está assim: “É uma reprodução impagável do ‘Álbum das Punhetas’, caderno artesanal com mulheres que saiam em trajes menores em revistas e jornais, e que era alugado por dias para adolescentes e menores”. Impagável recordação de minha adolescência tive ao ler isso, pois assim como Aldir, tive um desses. Ele bem antes de mim, diga-se de passagem. Mas o que era isso? Simples. Naqueles tempos (no meu caso, entre 13 e 15 anos, 1975 por aí), não era fácil ver mulheres nuas em revistas e colecionava fotos delas de maiôs, pernas de fora e amostras de peitos quase ocultos por majestosos decotes. Juntava tudo, colava num caderno, que me lembro, tinha a capa dura e azul. Que fim terá tido meu caderno?, hoje me pergunto. Era o caderno das justas homenagens, quando me trancava em banheiros e no quarto, ou mesmo no fundo do quintal e prestava tributo e reverência às beldades da época. Tempos que não voltam mais. Um dia meu pai se deparou com o tal caderno e bravo, querendo destrui-lo me perguntou: "Mas o que é isso aqui?". Foi um barraco. Nada mais do que demonstração do machismo latino? Não sei, pode ser. Sei que tive o tal caderno.
Semana passada já fui me lembrar do tal caderno ao ler sobre o Aldir e ontem, bateu outra bruta saudade do mesmo ao tomar conhecimento da morte da atriz Yoná Magalhães, 80 anos. Foi uma deusa nos meus tempos do tal caderno. Hoje não sei se confesso isso entre arrependimento e vergonha, mas reforço para não pensarem que continuo mantendo algo similar aqui pelos lados do mafuá. Abdiquei desse tipo de caderno já faz um tempo e acredito poucos ainda os façam nos dias de hoje, onde as peladonas abundam pela internet. Para encerrar e aguçar a curiosidade dos que me criticam por essas libidinosas lembranças de antanho, informo que, tinha uma de minha preferência, Alcione Mazzeo. Era uma foto tão singela, ela de pernas de fora numa telenovela da Contigo, roubada de minha irmã e com a foto recortada, ilustrava o alto de uma das páginas mais visitadas. Só as pernas, nada mais que me lembre, mas o suficiente para me fazer subir nas paredes. E, literalmente, subia, descia e subi incontáveis vezes. Contei isso para Ana, minha companheira de todas as horas, tempos atrás e após o estupefato inicial, me confessou: “Pegou bem. Alcione era dez!”. Yoná também, Betty Faria e tantas outras bonds e "Certinhas do Lalau" (lembram disso?). Mas o que a gente faz quando nossas principais figurinhas resolvem assim, sem nos avisar, irem abandonando o campo de jogo? Estou desolado.
Quem nunca teve algo parecido que atire a primeira pedra...
Obs. 1: Quando a gente precisa de muitas explicações para as coisas que fez ou faz, não é bom sinal, mas faço essa. Levem em consideração meus 15 anos da época e não tentem fazer comparações com os 55 de hoje. Parei tudo o que estava fazendo no momento, a trabalheira de infinitas leituras mestradinas que me cerca só para prestar essa justa homenagem a algumas que movimentaram e muito minha libido. Saudades eternas!
Obs. 2: Na foto que abre esse texto, a reprodução de página do livro “Aldir Blanc – Resposta ao Tempo”, do jornalista Luiz Fernando Vianna (Casa da Palavra RJ, 2013), onde ele expõe o que seria o tal álbum. O tal livro não só tenho aqui no mafuá, como é de cabeceira.
NEM TUDO ESTÁ DEVIDAMENTE PERDIDO – A MELHOR SOLUÇÃO PARA R$ 50 MIL ENCONTRADOS NA RUA A boa notícia vinda lá do Rio de Janeiro, tarde de ontem, repassada a mim por amigos diletos na beirada do mar, mais precisamente de Copacabana, Galeria dos Antiquários, lugar tradicional de todo tipo de negócios e afins. Uma conhecida mendiga circulando sempre pelo local se depara com um envelope perdido bem no meio do seu caminho, jogado ao léu, pedindo para ser alcançado pelas mãos de alguém. Quando o abre, lá estão R$ 50 mil reais, bufunfa em espécie. Mas o que fazer com o dinheiro encontrado? Simples, sua solução foi a mais sensata e a melhor desse mundo. Reúne todos seus amigos na praça mais próxima e comunica que estará dividindo entre eles o que encontrou, uma pequena quantia para cada, algo para suprir uma necessidade imediata, afinal são muitos. Mais que isso. Uma parte, a maior dela reservou para irem todos comer num restaurante da moda, uma famosa churrascaria do bairro. Todos reunidos, mostram o dinheiro na portaria, conseguem com algum custo vergar a inicial resistência e todos se esbaldam com o devido glamour. Dizem que estiveram em mais de um lugar, causando frisson, caras viradas e também demonstrações de extrema simpatia por estarem todos muito felizes da vida. Foi a melhor forma encontrada nesse mundo para dar cabo de quantia, que ficando com ela isoladamente certamente lhe causaria tamanha dor de cabeça, que talvez nem mais estivesse entre nós. Quando vi a solução dada por tão nobre pessoa para problema tão sui generis, resolvi escrever esse curto texto e fazer chegar até às mãos da nossa presidenta, pois como nosso atual ministro da Economia, jogo duplo do Levy, aquele não sabendo se joga de um lado ou do outro, nada melhor do que ser substituído por alguém que conhece dos apertos dessa vida e quando diante de algum a mais, não teria dúvidas, tomaria a decisão mais adequada, sensata e do agrado geral. Ótima pessoa para atuar em momentos de crise como dizem ser a nossa. Tendo mais detalhes lá dos amigos de Copacabana que me passaram a história, divulgo o nome daquela que gostaria de ver como futura ministra e ajudo a reforçar o pedido para melhor aproveitamento dela em cargo decisório, do qual estamos meio deficitários no momento. Alguém teria solução melhor para dar cabo do encontrado?
quarta-feira, 21 de outubro de 2015
BEIRA DE ESTRADA (54)
TRICOTAR SEMPRE FOI O MELHOR NEGÓCIO* * Texto mensal de minha lavra e responsabilidade saindo agorinha mesmo na edição de Outubro, a de nº 30, da excelente revista bauruense, a AZ, comprovadamente com 10 mil exemplares circulando cidade afora (e adentro). Escrevi isso esse mês:
A conjugação do verbo tricotar é cheio de possibilidades e na melhor delas, algo extrapolando o que sai de forma fria e transposta para o papel. O tricotar tem muitas vertentes, uma é a própria execução das peças manuais de tricô, feita com a habilidade de mãos ágeis e versáteis. Dá gosto de ver gente tricotando. Uma repetitiva atividade, sendo passada de geração em geração, por século e séculos, amém. Aliado a isso, existe o tricotar enxergado por outra vertente, que nada mais é do que o exercício de jogar conversa fora. Nesses tempos onde velhas amizades se desmancham no ar por causa de pensamentos díspares, nada melhor do que o exercício do tricotar para aquecer as mentes e despavimentar desavenças.
Aqui em Bauru um intrépido grupo de inquietas mulheres se apossou do nome e criaram um grupo que dá o que falar, as Tricoteiras do Face – Tecendo Solidariedade. Foi uma forma despojada de fazerem algo na contramão do desagrupamento dos tempos atuais, pois na proposta inicial, o tecer coletivo e depois juntar tudo, todas e todos saindo vestindo cidade afora arvores com cores variadas e múltiplas. O negócio pegou, frutificou e se multiplicou. Virou um encanto de movimento. É que o negócio delas não é só vestir árvores, mas pessoas e cada uma foi criando peças, promovendo o seu tricotar pessoal e depois, na junção de tudo, o mais lindo de tudo, o espalhar. Virou algo de benfazejo coletivo.
O grupo foi se ampliando, saiu desde o nascedouro de ser um Clube da Luluzinha e agregou a amplitude total e absoluta de membros. O importante era chegar desarmado, prontos para o que der e vier. E não parou mais de chegar gente vinda de todos os cantos. A Tatiana Calmon, uma espécie de menestrel da folia ambulante é quem agrega os converses todos pelas vias internéticas e os multiplica. A resposta é praticamente imediata e espontânea. Uma solidária corrente que não quebra e vai vicejando com muito amor e carinho, regada pelo melhor que cada um trás consigo. Elas botam o bloco nas ruas, praças e podem muito bem vestir um busto numa praça, como deixar de vestir outro, por terem a certeza de não ser merecedor da honraria.
Ficaria deselegante citar alguns nomes aqui e deixar de citar outros. Faço com uma e assim homenageio todas. Explico dos motivos. Edi Perazzi, 78 anos faleceu em 01/10/2015 e incorporou o espírito da bagunça desde o início da contenda. Incansável tricoteira em seu lar, produzia peças por amor à causa, a de depois poder espalhá-las ao vento. Fez isso até os estertores de sua vida e assim como ela, brota nas sarjetas bauruenses esse sonho de compartilhar, dialogar, sorrir e sair do casulo individual, produzindo um belo sonho coletivo. As tricoteiras bauruenses dão um grande exemplo para os que se juntam guiados por bordões de ódio e de retrocesso. Elas buscam um modelo a ser construído e não copiado.
HENRIQUE PERAZZI DE AQUINO – jornalista e professor de História (www.mafuadohpa.blogspot.com).
OBS.: Ainda na mesma edição da revista sou citado em matéria da excelente jornalista (fino texto) Amanda Rocha, "Histórico de Poeira", sobre as condições dos prédios tombados pelo poder público municipal, através do órgão CODEPAC. Mais especificamente az cvitação é sobre alguns projetos feitos no passado por estudantes, os tais TCCs e com boas ideias do que poderia ser feito em alguns deles. As ideias permanecem arquivadas e bem guardadinhas, sem nenhuma solução de continuidade.
CARTAS (148)
CARTA ABERTA AO SECRETÁRIO SIDNEI RODRIGUES*
* Publicada na edição de ontem, terça-feira, 20/10/2015 do Jornal da Cidade, Tribuna do Leitor:
Como ficar alterado com um sujeito tão boa praça? Sidnei Rodrigues, Secretário Municipal de Obras é o típico bom sujeito, desses que só de bater os olhos e mesmo não o conhecendo já dá para saber ser daqueles que só atravessa o sinal na faixa. Ele está hoje ocupando uma das mais complicadas secretarias municipais e, pelo visto, o prefeito o mantém ali exatamente por causa disso, profundo conhecimento de causa. O homem certo no lugar certo. Enquanto uns torcem o nariz, ele faz. Funcionário de carreira, personifica o funcionário público que cumpre o prometido: trabalha. Vive com os pés, mãos e membros atolados nas mais diversas obras municipais.
Do lado de fora de minha janela vejo tudo de pernas para o ar, a cidade (quase) pegando fogo, problemas insolúveis, caos buraquista exacerbado, desordem monetária, crise de gestão agravada pela falta generalizada de dinheiro nos cofres municipais e o Sidnei lá suando a camisa, tentando explicar o inexplicável, dando a cara para bater e ninguém com coragem de descer o cano em sua cabeça. Pudera! Como vou querer destratar alguém assim? Fico até sem jeito.
É o próprio matuto, no que esse tem de melhor. Na fala lembra o próprio. Preparado, foge da pompa do cargo e atende a todos com o mesmo jeitão, cheio de dados convincentes, desses que até retrai o sujeito que vai preparado para o confronto. Calça com a barra dobrada, camiseta por baixo da camisa de manga longa, tudo cheio de carrapicho e no canto da boca, mascando um fiapo de mato. O vejo assim e isso não o deprecia em nada, aliás, enaltece. Quando abre a boca, pelo jeito de falar, pronto, dobra a todos pela explícita matutice. No conjunto da obra, um belo exemplo de ser humano na melhor acepção da palavra.
Diante de tanta coisa ‘braba’ para tomar decisão e executar, como querer cobrar dele algo no varejo, se o atacado pede tanto, tudo aí para ser resolvido? Beira meio inconveniente. Constrangido, mesmo assim lembro de algo. Certa feita, final do ano passado, sua turma de trabalho, em conjunto com a da Emdurb vieram tentar resolver um problemão nas enchentes que assolam a quadra um da Gustavo Maciel. Trocaram a tubulação e com o serviço concluído, cobriram os tubos com asfalto, encurtando a largura da rua e aumentando a da calçada. Sim, tínhamos calçada, ela foi aumentada, mas não foi refeita. Num programa de rádio dialogamos e ele prometeu: “Me dê uns meses e resolvo tudo”. Nunca mais cobrei nada e já estamos chegando em novembro. O DAE fez um buraco aqui em frente, tapou com terra e só veio repor o asfalto quase 40 dias depois. Sabia que viriam, esperamos. Em dez minutos resolveram tudo, eficiência a toda prova.
O caso da calçada aqui da Gustavo é mais uma obrinha no meio de uma perdição de obronas mais urgentes e o povo daqui sabe disso. O secretário passa todo dia por aqui, rua de passagem e ao rever a situação da quadra, deve pensar: “Falta isso”. Com certeza, deve estar agendado em sua lista mental de pendências. Ouço entrevista dele no rádio e me certifico de que o danado está enrolado até o pescoço, mas fazendo de tudo (e mais um pouco) para sanar a falta disso, daquilo e nem por isso deixando de executar. Deve ser um dos mais cobrados secretários e também um dos mais simpáticos. Pequenos reparos iguais os daqui, ele sabe, um dia precisarão ser executados. O povo daqui sabe esperar e o de Bauru também.
Só não podemos deixar acabar essa gestão, pois daí muda tudo e talvez com algum engravatado no lugar, nem vai saber do que se trata. A gente imagina e torce para que o Sidnei dê conta disso tudo sob o seu tacão. Querer a gente sabe que ele quer. Fazer a gente o vê fazendo. Esquecer, nem pensar. Ele é daqueles que nem deve dormir direito enquanto não riscar do seu caderninho mais uma missão cumprida. Fico até sem jeito de cobra-lo, sei que vai entender, pois pelo que dá para saber assim dele, deve levar muito a sério isso de promessa feita. Com gente igual a ele por lá, a cidade está sabendo esperar. Brigar com ele nem pensar, esperamos. Mas não demora muito não, viu, Sidnei!
Henrique Perazzi de Aquino, jornalista e professor de História (www.mafuadohpa.blogspot.com)