sexta-feira, 30 de outubro de 2015
DIÁRIO DE CUBA (76)
MEDICINA FUTURISTA DE STAR TREK, SÉCULOS XX E XXIV – E BAURU, OS MÉDICOS CUBANOS? O AVANÇO É PARA QUEM??? Trabalhei a segunda passada inteira com a TV ligada. Um olho no gato, o trabalho, outro no peixe, a sessão da Câmara dos Vereadores. Por lá três médicos bauruenses. Inevitável ao vê-los e ouvi-los falando a lembrança de um velho e imprescindível filme, o “STAR TREK IV – DE VOLTA PARA CASA”, do cineasta Leonard Nimoy, 1986. Como todos da série, uma futurista saga com a nave Entreprise, dessa vez voltando para a Terra. Essa nave por si só é, em primeiro lugar, um mundo á parte. Lá algo, ainda totalmente impossível nesse aqui do lado de fora, a verdadeira democratização (sic) do planeta e integração dos povos. Todas as raças ali representadas e vivendo em harmonia, auxilio mútuo e deliberado. O melhor de uma sendo juntado ao de outra e tudo para felicitar o planeta. É de causar inveja. Babo de ver. E não me canso.
Mas o que teria a ver o ‘tu’ a ver com as calças, ou seja, onde entra a alusão aos médicos com o filme, a própria medicina e coisa e tal? Conto já. O médico da Enterprise se chama Mc’Coy. Trata-se de um senhor de fino trato, humanista, desses seguindo à risca o tal juramento da profissão. O filme se passa no século XXIV e por um motivo lá deles se vêem obrigados a regressar ao ano de 1986. Imaginem a cena. Tchekov, outro tripulante, com forte sotaque russo perguntando sobre tecnologia nuclear em pleno EUA e tempos de declarada guerra Fria. Delatado, tenta fugir, ferido gravemente é detido e hospitalizado. Os tripulantes da nave ao saberem do fato montam esquema para o resgate no hospital, onde será submetido a cirurgia. Mc’Coy e Kirk, o comandante da nave definem um local dentro do hospital para se encontrarem, todos com disfarces de médicos. O médico se atrasa, pois no caminho, corredor lotado de pacientes, ele vai atendendo a todos. Diante de uma mulher deitada numa maca, horas ali esperando pelo atendimento, dor intensa e aguardando hemodiálise. Faz exames ali mesmo e lhe entrega alguns comprimidos. Ainda tenta sem jeito lhe dizer que se tiver problemas lhe ligasse, mas o máximo que tem é um sinal de frequência. Na cena seguinte ela refeita, saindo feliz sob os olhares perplexos dos médicos, rins renovados. “O dr me deu algumas pílulas e cresceu um rim novo”.
Ficção é ficção, filme é filme e impossível também querer comparar as tecnologias do século XX com as prováveis do século XXIV. Cruel foi constatar como realíssimo o trato com o ser humano ali escancarado na tela. Isso uma coisa. Teve outra e essa me chamou mais a atenção. Nunca me esqueço dessa cena. Mc’Coy e Kirk descem por um elevador, disfarçados de médicos e ouvindo a conversa de dois ali do hospital e conversando sobre os procedimentos da época, forma como atuam, métodos, essas coisas. O desdém deixa Mc’Coy possesso, logo ele, acostumado a tratar de nativos em distantes planetas, todos com a mesma dedicação. Levo em conta que, segundo o filme no século XXIV o dinheiro como conhecemos hoje já foi abolido e pelo menos na nave prevalece algo além disso. Dirige-se aos dois: “Vocês deveriam se envergonhar, parecem estar na própria Inquisição Espanhola”. Um deles ainda lhe responde: “Você tem alguma outra opinião, caro dr?”.
A cena é essa e com ela comparo atitudes de médicos materialistas e humanistas. Só isso, nada mais. Algo marcante de um velho filme. Olho para Mc’Coy e tento compará-lo com médicos reais de 1986 e de 2015. O bicho pega. Ele, infelizmente é personagem de pura ficção cinematográfica, portanto, fora da realidade. É tão adorado por legião de fãs mundo afora, chegando a receber homenagem desses em forma de uma música, a “Dr Mc’Coy Song”( https://www.youtube.com/watch?v=UkMsF_H8rws). Trata-se de um personagem que gosto demais da conta, mas sei, ele não é de carne e osso. Tão longe, tão impalpável.
Será que está muito longe esse tal de século XXIV? Enterprise venha a até nós, por favor.
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