sexta-feira, 18 de dezembro de 2015

DOCUMENTOS DO FUNDO DO BAÚ (86)


OS ABANDONADOS DO CENTRO DA CIDADE
Não falo dos menores, muito menos dos maiores abandonados ao deus dará, muito menos dos tantos animais, mas de uns espigões, uns prédios que, após anos de utilização encontram-se hoje abandonados e sem serventia urbana a não ser a de fazer sombra para transeuntes. Numa rápida passada pelo centro da cidade muitos deles são facilmente identificáveis. Enumero aqui só alguns deles, mas num rápido exercício coletivo iremos relacionar outro tanto e em cada um alguma peculiaridade. Vamos aos fotografados por mim:

1 - Edifício Residencial na Rodrigues Alves – Localizado entre as ruas Treze de Maio e Agenor Meira, esse edifício é o ‘fantasmão” do centro da cidade. Seus proprietários (quem seriam eles, hem?), pelo visto se desinteressaram em fazer uma reforma e quando o último morador deixou o mesmo, tudo foi lacrado e assim permanece até hoje. Lembro do dia da saída desses últimos remanescentes, um pessoal muito conhecido do centro, trabalhando com tatuagens. Acredito que as instalações já estavam com interdição judicial, mas de lá para cá (lá se vão pelo menos uns oito/dez anos), tudo continua como dantes e o mesmo permanece ali se deteriorando a olhos vistos, sem que nada ocorra para alterar o macabro quadro. Quando alguém necessitar de passar alguns momentos de inebriante tensão, basta empurrar suas portas e adentrar seus corredores e escadarias. O abandono provoca sempre algo tétrico nas pessoas. Seus proprietários poderiam até cobrar ingresso para os interessados em algo mais caliente?

2 – Prédio Estacionamento na esquina da Treze de Maio com Bandeirantes – Essa aqui é hilário se não fosse trágico. Construído para desafogar a caótica situação dos regulares estacionamentos do centro da cidade, o até então primeiro estacionamento edifício garagem da cidade nunca foi inaugurado e já padece do mal do viaduto inacabado. Se tudo continuar como sendo vislumbrado, deve bater o record do viaduto. A disputa é ferrenha e ambos possuem boas peculiaridades quando observados o imedatismo de se levantar a coisa e depois, com o passar do tempo, a constatação de ser aquilo realmente últil ou não. Daí, Inês já é morta. Construído por um dos mais famosos donos de propriedades do centro, acabou por se transformar no maior elefante branco da cidade e até hoje ninguém consegue explicar dos reais motivos desse edifício garagem não ter sido nem sequer inaugurado. Nunca um veículo subiu até seu andar mais alto. Virou moradia de cuidadores do lugar, com muitas toalhas estendidas no saguão superior e paraíso dos que querem observar a cidade das alturas sem perturbações outras.

3 – Andares superiores do prédio do INSS, esquina da Ezequiel Ramos com Azarias Leite, beirada do viaduto Juscelino Kubitscheck – O prédio do INSS acredito nunca foi utilizado em sua totalidade. O instituto possui muitas outras edificações na cidade, essa hoje tem só seu térreo com utilização e tudo o mais em abandono, juntando poeira. Muitos anos atrás lá no seu andar superior funcionou uma entidade de amparo à Terceira Idade e depois que se foram, nada mais. Muita coisa já se ventilou para ali ser instalado (até a sede do escritório do Minha Casa Minha Vida), mas nada vingou e por ser prédio pertencente ao Governo Federal, qualquer coisa que se pense em fazer ali precisará contar com a anuência da Diretoria Regional que, pelo que sei, até adoraria ouvir propostas convincentes para uma efetiva e concreta utilização daquelas centrais instalações. Por enquanto (e isso já faz tempo), nada é pensado para o lugar e se, o andar térreo é um primor, os de cima primam pela cor desbotada e opaca do abandono.

4 – Dois andares em cima de prédio de banco, esquina da Treze de Maio com Primeiro de Agosto – Na parte térrea, a da esquina ali sempre funcionou agências bancárias, como o antigo Banespa e depois o seu sucessor, o Santander e agora nesse momento, sendo aberta uma agência do Mercantil do Brasil (fechou a da Rodrigues com Araujo e passou para ali). Na parte superior, entrada pela Treze, décadas atrás funcionava um hotel e até hoje um toldo dele ainda por lá permanece com seu nome na inscrição. De lá para cá, não sei se por medidas de segurança (por causa do bancos), nada mais funcionou e os dois valorizados andares permaneceram com portas encadeadas e lacradas. Região de grande movimentação, ponto de circulação de milhares de pessoas todos os dias, esse é só mais um dos tantos prédios fechados e relegados ao esquecimento no centro da cidade de Bauru, verdadeiros elefantes brancos, inservíveis e esquecidos. Lembrados vez ou outra quando bate uma saudade disso ou daquilo ou quando, como o faço nesse momento, passo diante de um deles e constato: Mas por que mesmo está fechado até agora?

Falemos deles todos e de outros tantos. Quantos mais estão na mesma situação? E vamos espiar o que a legislação municipal diz sobre prédios nessa situação.

Um comentário:

  1. COMENTÁRIOS VIA FACEBOOK:

    Adilson Jorge Henrique Perazzi de Aquino fora os trocentos predios começados pela tal de ENCOL e ficados sem terminar que estao esparramados pela cidade inteira.Seria essa uma cidade fantasma!!!????? BUUUUUUUUUUUUUUUUU kkkkkkkkkk

    Henrique Perazzi de Aquino Sim, eles nos atormentam, mas acho que chegou a hora de alguém vislumbrar utilizações outras para isso tudo diante de tanta gente sem moradia fixa. Que acha?

    Gilberto Truijo ÓTIMA IDEIA Henrique Perazzi de Aquino. O PROB. SÃO NOSSOS ADMINISTRADORES DA CIDADE. HORRIVEL AMIGO. BAURU TERRA DO NUNCA.

    Roque Ferreira Henrique Perazzi de Aquino, apresentei juntamente com o ex- vereador Segalla, projeto de lei que foi aprovado pela Câmara , instituindo o IPTU PROGRESSIVO NO TEMPO, para dar conta desta situação . O executivo, mesmo com as cobranças que realizamos se recusa a aplicar a lei.

    Almir Cardoso E só começarem a invadir ai VC vai ver como aparecem os donos
    Só assim pra ir pra frente
    Vamos pegar os srn terra se existirem e mandar invadir

    Jaime Prado Bem são tantos prédios abandonado que daria um Longa Metragem de Terror na Cidade Sem Limites, recentemente refomaram a Praça Centenária a Rui Barbosa e o elógio marca dois horários vergonhoso.Jaime Prado

    Jaime Prado Bauru a História do Abandono

    José L R Schubert O EXECUTIVO SE RECUSA A FAZER O QUE DEVE SER FEITO E FAZ O QUE NÃO DEVE (NOMEAR PARA CARGOS IMPORTANTES PESSOAS QUE FORAM INDICADAS POLITICAMENTE E QUE NEM SEMPRE POSSUEM AS QUALIFICAÇÕES NECESSÁRIAS. NO LUGAR DESSAS NOMEAÇÕES O CIRRETO TERIA SIDO ABRIR CONCURSO PARA QUE "TODOS" DA POPULAÇÃO (DESDE QUE QUALIFICADOS) TIVESSEM A MESMA CHANCE DE DISPUTAR ESSAS ÓTIMAS VAGAS...

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