sábado, 19 de dezembro de 2015

O QUE FAZER EM BAURU E NAS REDONDEZAS (71)


FESTA PRA LÁ DO BALACOBACO
Foi a nossa no dia de ontem, oficializando que o farsesco, burlesco e em alguns momentos também carnavalesco bloco BAURU SEM TOMATÉ É MIXTO resiste, renasce das cinzas, se renova, troca de pele, mas não sai do ritmo, nem muda de lado, muito menos adere a modismos, convenções e se junta a grupos pedindo mudanças que nada mudam. Somos o que somos, a verdadeira cara desse país, um que batalha e muito a cada instante da caminhada. A revoada de ontem a noite foi uma amostra de nossas possibilidades de aglutinação, reunindo gente de uma laia que adora botar não só o bloco na rua, como gritar em alto e bom som suas preferências. Esse será nosso tom (ou nunca deixou de ser), alegre, jovial, unido e coeso e festando quando tem que festar, mas sendo também sisudo e cara fechada quando o tema requer algo nesse sentido.

A festança de ontem foi lá no Restaurante Barracão, lá no Geisel, mais conhecido como Bar do Baiano, um lugar afrodisíaco, fechado com a aposentadoria de seus proprietários, mas não desativado e cedido para diletos amigos vez ou outra. Ontem foi a nossa vez e nos esbaldamos pela receptividade do casal, o Baiano e a Cidinha. No mais uma festa linda, com o Kananga Do Alemão sempre surpreendendo, pois quando constatamos a Cleusa Madruga pedimos a ele algo simples, talvez a presença do Alemão e mais uns dois músicos, pois não podíamos pagar muito (sempre pagamos). Eles chegam com um time mais que completo e mais alguns para dar palhinhas durante a apresentação. Foi um som de entornar o caldo, tanto que nossa oficial puxadora do samba, convocada que estava para cantarolar somente alguns sambas, quando se viu diante do grupo, cantou até não mais poder, gastou a voz, a garganta e a sola da sandália. Relembramos nossos três hinos, as marchinhas que cantamos nos anos passado.

Como fizemos nos dois últimos anos apresentamos a MUSA do Bloco para 2016. Ano retrasado foi Esso Maciel, presente e festando como criança, filmando tudo e sempre dizendo que o próximo desfile será o último, mas sabemos que o último de todos nós será quando batermos com a dez, do contrário, continuaremos na ativa (ops). No segundo ano escolhemos a Maria Ines Faneco, rainha não só da pipoca, mas da solidariedade humana e da beleza do congraçamento entre os seres ditos pensantes. Ela não foi na festa ontem, pois estava trampando pela aí, ralando antes do Natal e juntando caraminguás. Dessa forma está mais do que desculpada. Pois bem, a escolhida esse ano foi nada menos que a rainha do Mary Dota e do Carnaval de rua bauruense, a cabeleireira Sarah Fernandes, um baluarte de toda movimentação LGBT na cidade e região. Por tudo o que representa, pela experiência de vida e pela abnegação a sempre continuar autêntica, única, exclusiva, uma digna representante do Lado B de nossa cidade, ela vai ser esse ano paparicada por todos nós e o grande feito foi convencê-la a descer a Batista em pleno meio dia de Carnaval. Só pediu algo: "Não farei de salto alto, pois chegarei lá embaixo desmontada e alquebrada, mas vou mesmo com o sol derretendo minha maquiagem e vocês me fazendo desfilar de dia. São mesmo uns capetinhas".

Uma festa assim só é possível com a união de tudo, todas e todos. Cada uma dá o seu quinhão. Dessa forma conseguimos ontem saldar uns caraminguás ainda do Carnaval desse ano e ufa, ficar com algum saldinho em conta para começa ra pensar nas camisetas do Carnaval para 2016. Atrasados como sempre soubemos ser e acredito, nunca com alguma possibilidade de conserto, estamos cheios de ideias para compor a letra da marchinha do bloco pra ano que vem. Silvio Selva já maquinando algo, Tatiana Calmon mais alguma coisa e todos juntos pensando e instigando com os grandes temas da cidade nesse ano: as propinas para liberação de àreas públicas, a dinheirama enterrada na praça e ela sendo devolvida para utilização quase como antes, uma Nações alagando até com mijo de cachorro, as já fraticidas disputas pelo Executivo no próximo pleito, o monopólio hospitalar todo nas mãos de um só grupo, assim como o do transporte público, as denúncias gravadas que nunca aparecem ("gravou, gravou, mas ninguém viu, ninguém ouviu") e muito mais. Assunto não nos falta.

Por enquanto um bocadinho da festa. No inicio fotos de minha lavra e responsabilidade e depois, outras de vários tomateiros, em algo que fui juntando de publicações pelas redes sociais na manhã de hoje. Na fisionomia de todos os presentes, estampado algo bem peculiar, a alegria. O bate papo fluindo gostoso, em forma de desabafo, de lavagem da alma foi algo bem peculiar do encontro e na hora da cantoria, com muito os fazendo a pleno pulmões, botando não só os bofes para fora, mas com aquilo tudo entalado na garganta e pronto para explodir. A festa serviu para isso tudo e a Comissão desorganizadora do Bloco já pensa na possibilidade de atender aos clamores e realizar algo ainda em janeiro 2016, com duas opções na pauta: a 2ª Festa Bolivariana ou a 2ª Festa preparatória do Carnaval, ou ainda, tudo isso junto e misturado. O fato é que o reencontro foi contagiante e serviu mais uma vez para reforçar algo sempre muito repetido entre nós: precisamos cada vez mais disso, de reencontros onde faremos sempre festa, mas colocaremos as conversas em dia e vamos trocando ideias para nos embalar nos embates todos que as ruas estão sugerindo e clamando. Vamos juntos nos próximos?

Falei muito. Fiquem com as fotos e adentremos 2016 com essa união demonstrada entre todos os presentes. Junte-se a nós.

RUFEM OS TAMBORES - SAIU A FUMACINHA DA CHAMINÉ DO BLOCO CARNAVALESCO BAURU SEM TOMATE É MISTO E FOI FINALMENTE ESCOLHIDA A SUA MUSA DO CARNAVAL 2016:
Depois de Esso Maciel em 2014 e Maria Inês Faneco em 2015, a escolhida para 2016 é

Sarah Fernandes - Detalhes e um extenso dossiê sobre a escolhida você terá nos próximos capítulos. Uma carnavalesca de mão cheia, das mais despojadas, irreverentes e montadas de toda Bauru. Vai abrilhantar nosso desfile no sábado de Carnaval com o cetro e coroa dos tomateiros na cabeça.
Sarah e um dos seus melhores amigos, Gê Maciel.

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