domingo, 29 de maio de 2016

COMENDO PELAS BEIRADAS (19)


UMA FESTA DE ANIVERSÁRIO NA FEIRA – A FESTA SE FAZ É NA RUA
O palco da contenda...

Domingo quente, mas nem tanto, uma chuva que caiu a madrugada toda e insistiu em tentar afastar os convidados para uma inusitada festa de aniversário. O quente é por causa da possibilidade do congraçamento humano a ocorrer no meio da feira dominical da rua Gustavo Maciel, a maior da cidade e misturando-se com a Feira do Rolo, um dos maiores “mercado de pulgas” do interior paulista. Enquanto pululam pelos jornais indicações de festas variadas em locais ditos como points, tendo também sido inaugurado uma franquia com uma casa de eventos com a marca Xuxa, uma penca de intrépidos marca uma festa no meio da feira, numa choperia das mais improvisadas

Conto algo disso nas linhas seguintes.

Foi hoje, o dia todo, com tudo começando por volta das 11h, lá na choperia do Barba, ou também conhecido com Sanfoneiro, na esquina entre a Feira do Rolo, rua Julio Prestes e o começo da feira da Gustavo. Choveu e garoou até pouco antes desse horário e depois, quando o pessoal começou a chegar não mais, daí o tempo estiou de vez. Muitos desistiram de sair da toca, mas o que enfrentaram as intempéries com fervor acabaram se dando bem, pois a alegria reinou.
A esquina do chopp na feira.

Queríamos comemorar o aniversário da "Bonita, Desbocada e do Bar" (esse slogan foi dado pela própria aniversariante em oposição ao da esposa do golpista Michel Temer, que foi tachada pela revista Veja como “Bonita, Recatada e do Lar), nossa querida Fatima Brasilia Faria e num lugar diferente. Juntou-se o útil ao agradável, pois como ela queria conhecer um lugar já muito comentado, uma choperia no meio da feira, marcamos dela conhecer e quando chegar iria percebe que, uma festa estava montada para ali acontecer, não na parte interior do lugar, mas em plena esquina, com a feira rolando solta e era a dela.

Tento descrever o lugar. Barba é sanfoneiro, pessoa vivida e acabou indo morar ali no barracão na já famosa esquina. Descolou um canto só seu no lugar e fez do resto um ponto de encontro de pessoas descoladas. Por fim, apareceu a Germania e ali acabou, ao seu modo e jeito se transformando numa choperia artesanal, foi pegando o jeito da feira e acabou se transformando em uma de suas atrações, com sucos naturais, cerveja e o chopp, também com opção do tal chopp de vinho. Eu circulo sempre que posso e a cada retorno levo mais amigos e amigas. Semana passada assim se deu, Fatima ficou interessada em conhecer e como fez anos no sábado, sem que ela percebesse marcamos algo com alguns mais diletos.
O sanfoneiro alegrou a fuzarca.

A chuva atrapalhou um pouco, pois mais de 50 ali passariam, mas com a estiada, pelo menos uns 30 por ali deram o ar da graça. Foi chegando gente e só não vieram mais, pelo simples motivo de serem um cagões e terem medo de chuva. Até um bolo apareceu e num certo momento o dono do estabelecimento aparece com sua sanfona e toca o Parabéns, além de forró e até uma daquelas caprichadas gaúchas. Depois até o samba enredo da Coroa Imperial foi tocado na sanfona e tudo isso em plena feira, com uns tirando outros para dançarem. O choop da Germânia é dos melhores, sempre servido geladinho, no ponto, preço convidativo e o pessoal da casa recebendo muito bem os forasteiros.

Como todos os presentes eram contrários ao golpe do Temer & Cia, claro que uns cartazes e faixas enfeitaram as paredes do lugar. O furdunço foi rolando e se estendeu até por volta das 15h, quando uma mandiocada foi servida para encerrar com grande pompa o evento. Satisfeitos e de barriga cheia todos foram para a Nações a tempo de assistir o show da Wanderléa e depois o do Cláudio Zolli, com mais uma parada para as recauchutagens de praxe, dessa vez no Convívio. Foi isso e muito mais e Fátima acompanhando tudo do começo ao fim, ou até quando aguentou.

De tudo, algo sempre se sobressai e tento contar aqui. Desses todos aqui visualizados nas fotos, algo em comum o gostar da rua, das atividades fora de quatro paredes, do contato com gente, reencontrar pessoas e estabelecer novas conversas. E como isso só é possível nas ruas, bares, esquinas, ou seja, lugares como esse é o que sempre é buscado para nossos convescotes.
Um bolo e os comensais misturaram doce com cevada.
Eu e Fátima e o único constrangimento da festa, ela acabou pagando mesmo a conta.

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