DROPS - HISTÓRIAS REALMENTE ACONTECIDAS (132)

RÁPIDOS APONTAMENTOS E ALGO GILETEADO DE UM AMIGO

1.) No programa esportivo que a rádio Auri-Verde tem à noite, das 20 às 22h, terça passada, logo na abertura, um dos participantes ao se apresentar comete uma gafe e tem que voltar atrás no que havia dito. Foi o bastante para que, Rafael Antonio, o manager do programa soltasse essa de bate pronto: “Ei, que é isso, tá parecendo o Artemio Caetano?”. Risos foram ouvidos de todos.

2.) “Na boca do povo – Diálogo ocorrido às 16h20, no dia 20 de junho, entre a atendente e um casal de idosos numa farmácia da rua Visconde de Pirajá, no bairro de Ipanema, no Rio de Janeiro:
- Acho melhor o senhor comprar agora, alertou a atendente.
- Por quê?, perguntou a cliente.
- Em agosto vão acabar com a Drogaria Popular, respondeu a funcionária”, reproduzido de texto do jornalista Maurício Dias publicado em uma revista semanal.

3.) Essa ocorreu comigo e também numa farmácia, Quarta passada, cruzamento da Primeiro de Agosto com Rio Branco, 20h40, frio, adentro a mesma envergando uma blusa inteira vermelha. O atendente ao me reconhecer, velhos conhecidos, vem em minha direção quando no caixa e com mordacidade me diz:

- E aí, saudades do PT, muito vermelho, hem?
- Saudade e muita, pois esses golpistas hoje no poder em menos de trinta dias já mexeram na aposentadoria, não existe mais direito adquiro, estão prestes a abolir com o vale do idoso nos coletivos e vão acabar também com o remédio barato para quem precisa. Quer mais?, lhe digo
Quando vai balbuciar uma resposta, o senhor atrás de mim, aposentado e com uma cesta cheia de medicamentos, responde por mim e encerra o papo:
- Se arrependimento matasse, não teria falado tanta besteira dos vermelhos. Os verde-amarelos vieram só para ferrar a gente, fomos enganados.

4.) Meus amigos músicos de Bauru recebem convites mil para comparecimento em festas variadas e múltiplas. Diante de uma chique, num dos condomínios da cidade, um músico local me conta ter aceito tocar sem cobrar umas para agradar os convivas. Isso me faz lembrar algo lido recentemente sobre o pianista russo Vladimir Ashkenary. Ele fez um concerto numa determina cidade e uma nobre dama do local decide organizar um jantar em sua homenagem. Aceita envaidecido, mas estranha o fato dela ter incluído junto ao convite outro mais, o de que tocasse para os seus convivas algumas peças clássicas. Sim, aceitou, mas nesse caso informa, cobraria. Indignada ela aceita, mas diz que nesse caso ele jantaria com a criadagem. Ashkenazy deu a resposta certa, abrindo um enorme sorriso e servindo para outros tantos momentos: “Se soubesse que iria jantar com os criados tocaria de graça”.

5.) “AUTORIZO qualquer instituição, agência ou estrutura governamental, incluindo o FBI, a CIA, a Rússia, o Partido Comunista Chinês e o Vaticano, a fazerem qualquer coisa que tenham vontade com os posts que publico e colo em meu mural/página, pois sei que minha privacidade já foi violada, rasgada, julgada, criticada, amaldiçoada e jogada no lixo no mesmo dia em que decidi ter uma conta no Facebook. Quero aproveitar e mandar um abraço para os meus amigos que estão me vendo, principalmente aqueles que ESPIAM tudo e não curtem nada, ainda aqueles que adoram dar prints em fotos e compartilhar, a minha vizinha fofoqueira, ao prêmio Nobel da Paz Obama e ao agente da CIA que examina as contas do twitter, do Gmail e do android. Autorizo paranormais e seres de outras galáxias a materializarem as minhas postagens. Mesmo porque, também já fiz sei lá quantos exames de próstata depois dos 40 anos e olha que já tenho 54. COPIE E COLE isso no seu mural, senão vem um duende na Nave do ET de Varginha e te deleta do Facebook e, se você não existir aqui, deixa de existir no mundo.”, SILVIO SELVA, no texto mais inteligente hoje encontrado nas redes sociais. Respondi dessa forma e jeito tentando manter o clima: “É isso, entramos aqui cientes de que estamos sendo devassados, de cabo a rabo, sem dó e piedade, estupro consentido. Daí, relaxo e aproveito para cutucar os que me vigiam, exatamente como você faz. Rir na cara do algoz, essa a saída.”.

6.) MEUS OLHOS... - Eu nunca enxerguei no neoliberalismo, muito menos no capitalismo, a solução para os problemas do mundo. Escancaram a incapacidade de entregar o que promete aos cidadãos. Só atendem aos clamores impostos a fórceps de uma ínfima minoria, a dos ricos e poderosos e excluem todos os demais de meras fatias do bolo, antes não negadas aos pobres mortais. De tristeza em tristeza, de sonhos sendo reprimidos e negados, vejo o mundo mais opaco, triste e isso também se mostra nas ruas das grandes cidades. Perdemos até a cor nas pinturas de nossos automóveis. Eu não quero viver num país e mundo de uma só cor, onde já não existam saídas e alternativas. Quero muitas cores, possibilidades e ter a opção de sair pela vicinal e desviar do pedágio se isso me aprouver. Até na hora de escolher a cor do meu automóvel, tenho que optar por aqueles que o mercado dita, pois do contrário, me dizem, terei problemas de comércio, não os passarei para a frente com facilidade. Terei prejuízos (sic). É por isso que luto e não entrego os pontos, preciso continuar tendo esperanças e sonhar nesse tal de mundo não utópico, mas possível, onde a convivência humana seja entendida, respeitada e vivida de foma harmônica. Isso é utopia? Pra começar devolvam o colorido de nossas ruas...

HPA - desabafando numa sexta fria, insonsa, inodora, insipida e no meio de um golpe de estado a assolar o país onde vivo.

7.) NEUZA PADEIRA, OS PÃES NA CASTELO BRANCO E UMA HISTÓRIA PERIFÉRICA

A cada ida pra rua trago na volta uma história nova e, se possível, a conto aqui. Essa pode, daí, o encanto de contá-la em verso e prosa. Já escrevi por aqui outras vezes a história de Neuza, uma que começou vendendo pães na beirada da avenida Castelo Branco, caminho de Piratininga e nunca mais parou. Acabou achando uma casa e se mudou para a beirada da avenida, onde sua banca já viceja há mais de dez anos. Namorou, colocou pra dentro de casa um que com ela se engraçou, mas ciumento ela o pôs para andar. O negócio dos pães feitos em casa, forno bem cuidado, farinha preparada com cuidado especial e mãos de fada, com receitas que vêm na família desde muito tempo. Lindo demais ver a fama dela só crescer. A cada nova passada lá pelos altos da Castelo, percebo a banca florescendo e agora, com duas partners, ou seja, ajudantes. Ela, Neuza, a que hoje acrescentou Padeira ao nome (consta assim num cartão que mandou confeccionar), continua trabalhando a noite como cuidadora de idosos e durante o dia dá conta de fazer pães, mais de uma centena todo dia. Ela é a simpatia em pessoa, sorri muito, agrada a todos e no meu caso, impossível não levar uma daquelas guloseimas para casa a cada nova passada (a diabates me entende).

Passei hoje e ouvi uma história que preciso relatar. Ela tirou uns dias de férias e foi visitar uns parentes no Paraná. Deixou o negócio fechado e avisou as meninas para informar à clientela que voltaria tal dia. Foi preocupada e ao voltar a surpresa, sua casa havia sido assaltada, levaram botijões de gás e até a cama onde dorme. No mesmo dia batem à sua porta e ao atender outra surpresa. O pessoal lá de baixo, da favela do outro lado da rua, algumas quadras abaixo estavam vindo lhe devolver tudo. Seus amigos, pois vez ou outra dá e vende pães para eles todos, na política de boa vizinhança. Estava recebendo o troco. Disseram-lhe que, apareceu um lá vendendo botijões, eles desconfiaram e compraram. Quando trouxeram a cama, apertaram o cara e souberam serem dela. Deram uma coça danada no sujeito, o obrigaram a se mudar do lugar (era vizinho ali perto) e tudo lhe foi devidamente restituído. E, dessa forma, ela segue com seu comércio de pães, fazendo a alegria de fiéis clientes, como eu, que passam ali e param para levar pão caseiro e recheado, ximango, rosca doce, sonhos, bolo de fubá, tapioca doce e salgada e pão de torresmo. Hoje tirei fotos e espalho para que também possam desfrutar das maravilhas oferecidas na beirada da sarjeta, na Castelo nº 34-003, jardim Ouro Verde, Bauru SP.

OBS.: Faço publicidade de pessoas como ela de bom grado e pago todos os pães que levo. Hoje aceitei de mimo um pedacinho pequeno de bolo, desses que se não como, a lombriga que crio em minha barriga me incomodaria por dias seguidos.