sábado, 27 de agosto de 2016
RETRATOS DE BAURU (191)
JOSÉ ALVES E SUA DUPLA JORNADA DE TRABALHO
O trabalhador brasileiro não foge da raia e faz das tripas coração para tentar manter um padrão de vida razoável dentro desse mundo onde vivemos. Desdobrar-se faz parte do enredo a que estamos submetidos. Uns mais, outros menos. Esse negócio de dupla jornada de trabalho, horas extras à exaustão ou mesmo dois ou até mais empregos não é um luxo, longe disso, e sim, necessidade. Quem não gostaria de exercer uma só atividade, ela lhe preencher todas as necessidades e usar o resto de seu tempo para lazer e outros quetais? Todos e todas. Mas nem sempre é assim. Conto aqui e agora uma história de um batalhador, pessoa muito conhecida no centro da cidade de Bauru.
JOSÉ ALVES ALMEIDA FILHO, o Jotinha, ou mesmo só José Alves, como é muito conhecido pelo centro da cidade é moto taxista desde que a atividade foi regulamentada na cidade. Na sua face as marcas do inclemente sol, depois de mais de uma década ali na lida. Morador do José Regino, casado, cinco filhos, três do segundo casamento, vive de extremos, um já completou 34 e dois de 4 anos de idade, esses gêmeos. Áureos tempos ele recorda dos tempos quando trabalhou no Lauro de Souza Lima, depois foi ser bancário, no Bradesco, de 1982 a 1987 e, por fim, também atuou nas hostes da Polícia Militar, por curtos três anos, 1987 a 1990. De lá, ingressou como agente em uma de nossas tantas penitenciárias, já completando 22 anos de serviço público. Paralelo a isso, sempre teve atividades nas ruas, primeiro quando entregou jornais, a Folha de SP para a Nova Mídia. Sempre de moto, fez cobranças, vendeu pequenas máquinas e descobriu-se como moto taxista. Primeiro num ponto na Rio Branco com a Primeiro de Agosto, onde deitou fama pela forma atenciosa com que trata sempre a todos e hoje, ainda na rua Primeiro, mas na esquina com a Gustavo Maciel. Voltando de um acidente de moto que o tirou das ruas por exatos 120 dias, de abril a agosto desse ano, sua perna o impede de dar aquelas corridinhas atrás de alguma pelota, mas não de recomeçar e fazer algo do qual não se vê mais como se distanciar, as ruas de Bauru. Quem circula pelo centro da cidade dificilmente não conhece José Alves, sujeito pra lá de boa praça, conversa agradável e fonte de informações, afinal conhece todos os cantos bauruenses.
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