domingo, 2 de outubro de 2016

CENA BAURUENSE (153)


JARDIM CULTURAL NO MUSEU FERROVIÁRIO COM CEUMAR

Foi hoje, terminou ainda agorinha pouco e foi ali na área central do Museu Ferroviário Regional de Bauru, numa praça interna, toda cheia de verde e espaço mais do que lúdico, o lugar certo para o último evento do ano dentro do projeto Jardim Cultural, uma brilhante iniciativa da arrojada Manu Saggioro & Cia. Esse evento por si só já é dotado de uma áurea mais do que inebriante, mas quando unidas a maestria da Manu, nos lugares escolhidos a dedo por ela, daí tudo cresce e se multiplica, irradiando algo divinal por todos os poros.

A escolha da cantante mineira Ceumar é um desses achados que vai pela verve da Manu e logo cai nas graças de todos. Foi contagiante ver a reunião de gente ali juntada (untada e grudada), para ver, ouvir e fazer Cultura. Bauru vive uma expectativa muito grande com a eleição ocorrendo hoje e diante de algumas candidaturas, a real possibilidade do cerceamento de coisas dessa natureza. Daí, a necessidade de saber escolher, votar acertadamente (mas em quem mesmo?). Todos por ali queriam mais é ver OCUPAÇÕES como a possibilitada nessa tarde se multiplicar. Quando todos unidos em busca desse ideal algo de muito bom vai sempre continuar ocorrendo.

Veja um bocadinho do que foi possibilitado na tarde de hoje, uma união de esforços, todos ali se fortalecendo para sairmos amanhã e votarmos pensando em Cultura, em quem poderá nos ajudar nesse sentido, em quem não tenha a tacanhez de barrar coisas vitais como essa hoje ocorrida. Sai de lá um tanto recarregado e pronto para mais e mais embates.

Vejam as fotos: https://www.facebook.com/henrique.perazzideaquino/posts/1423265287703476?pnref=story


OBS do HPA em Eventos dessa natureza: Eu adoro ir nos lugares e registrar não só o evento, o show, o espetáculo, mas as pessoas, os amigos que seguem a vida botando o bloco da rua, sendo, fazendo e acontecendo. Faço isso ao meu modo e jeito, com uma máquina que embaça as foto, as tira do foco, mas elas são registradas e assim as guardo para todo o sempre. Sair nas ruas e ir registrando a belezura que são esses meus amigos e amigas nas ruas, fazendo arte, arteiros que são, é algo indescritível, indivisível e absoluto. É o que mais gosto de fazer nesses eventos onde a gente ainda pode botar os bofes pra fora. Desculpem o mal jeito, mas os registrados moram todos no meu coração, cada um ao seu modo e é assim, fazendo o foco também neles, que quero passar o resto de tempo que me resta nessa existência. Baita abracito a tudo, todas e trodos e entendam, esse é meu jeito de viver.

E JUNTO DISSO O OUTRO LADO DA MOEDA:
A HISTÓRIA MAIS TRISTE DESSES NOVOS TEMPOS

Essa eu ouvi ontem, de um dileto e considerado amigo. Foi lá no Jardim Cultural. Chego quase na hora do show da Ceumar começar e estava conversando com outro da mesma laia e estirpe. Foi quando esse se junta a nós e conta estar chegando de um velório, alguém que ele conhecia. E nos contou a triste história. Essa pessoa estava muito triste, desempregada, sem grana para nada, reclamando demais da vida, vendo as portas se fecharem uma a uma. Conseguiu, por fim, um bico e ao receber a grana comprou uma corda. E com ela se enforcou. Foi encontrado pendurado. Isso em Bauru.

Conversamos sobre isso, a desesperança a acometer as pessoas nos últimos tempos. Essa desaproximação mais e mais evidente dos tempos atuais, o distanciamento entre os iguais, o cada um por si se acentuando e das dificuldades todas desse modo de viver cada vez mais estressante. Uma crise que, para horror geral dizia-se ser coisa de dona Dilma e de Lula, culpa única e exclusiva dos governos petistas, mas hoje, incutido pelos golpistas de plantão, já ouço dizerem ser algo mundial e com reversão difícil, demorada. Hipocrisia elevada à sua máxima potência. O fato é esse imenso sentimento de portas se fechando, tudo dificultado e daí, o crescente ato de desespero se consumando.

E algo parecido se repetindo mais e mais, histórias muito parecidas umas com as outras. O capitalismo e suas eternas crises, infindáveis e nunca solucionadas produzirão sempre algo dessa natureza. Primeiro é incutido nas pessoas isso do consumismo desenfreado, da competição como norma de conduta, do vale tudo para se conseguir os píncaros da glória, como se a normalidade fosse o acumulo desenfreado de capital, em detrimento do bem estar coletivo e depois, quando a conta não bate, quando não existe como o capitalismo prover algo para tudo e todos, eis o desastre se consumando. Uns desistem mais rapidamente, outros se entregam a práticas de servilismo para sobreviver, alguns se vendem por qualquer ninharia, muitos se aquietam e se fecham em seus próprios casulos, outros se escondem para não ter que dividir o pouco que possuem e assim o barco é tocado. Projetos coletivos para sair da crise, bem poucos, quase nenhum ao nosso redor. E quando tudo se dilui diante de si, aquela angústia a dilacerar por dentro e por fora, eis o momento dilacerante passo para ato final.

MEUS CAROS E CARAS - A BATALHA DE ONTEM FOI PERDIDA E NA DE HOJE, EIS MUITOS DOS QUE NÃO ABANDONAM A CANCHA DE LUTA E NO TOTAL DESESPERO

GARRAFA LANÇADA AO MAR

Como não deixar de ajudar amigos (as) em situação parecida? E são tantos... E todos estamos no mesmo barco... E todos poderíamos nos solidarizar mais uns com os outros, não deixando que verdadeiros companheiros padeçam e esmoreçam diante de tanta dificuldade. Alguém me ajuda a solucionar isso?


"Henrique venho te pedir mais um socorro e não sei se poderá me atender ou mesmo ver se os amigos podem colaborar.

Vou ser direta: pagamos as contas dessa casa na maioria mas com atraso. Estamos fazendo isso há meses mas vamos levando. Porém teve uma que sobrou e não temos de onde tirar que é a de água. Temos quatro contas vencidas e se não pagarmos duas pelo menos, vão cortar nossa água e estou desesperada por isso. No mês passado cortaram a luz e foi um Deus nos acuda, mas a água fica caríssima para religar.

O valor das duas mais antigas dá próximo de 80 reais e não há de onde tirar. Até tiramos uma cópia no DAE e esta comigo. Não tenho a quem pedir o favor, mas se ajudarem em breve devolvemos.".


Ninguém precisa saber de quem se trata, só queria poder se cotizar com mais pessoas. Saibam se tratar de gente de muita luta e numa situação de extrema necessidade.

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